12 janeiro 2018

Postalinho de Florença - 1

"Portas com relevo, em bronze, da entrada para visitantes da Catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença.
Vendo bem... o que é que a senhora esta a fazer ao líder religioso?!"
Paulo M.




«Conceito de beleza» - por Rui Felício

Passam agora oito anos que nos dias 7 e 8 de Janeiro de 2010, cerca de quarenta investigadores de dezasseis países diferentes cruzam a política, a história, as artes, a literatura, o desporto, a medicina e as ciências sociais para reflectir sobre o “belo” e o “feio”.
Tratou-se de uma iniciativa do IELT, organizada em parceria com o CORPUS – International Group for the Cultural Studies of the Body .
Na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Esta notícia sugeriu-me a seguinte reflexão:
Nas últimas décadas, tem vindo a ser recuperado o conceito de beleza helénica, de linhas equilibradas, simétricas, suaves, expurgadas de imperfeições.
As mulheres eram apresentadas de seios pequenos, erectos, nariz atilado, lábios cheios, cabelo tratado.
Os homens, de cabelo encaracolado, olhos profundos, peitorais firmes, musculados, ventre liso e pénis pequeno.
Pelo meio dos séculos, o conceito de beleza passou por variados padrões. Todos se lembram das matronas anafadas da Renascença ou das macilentas mulheres da época romântica.
Ou dos homens rudes, guerreiros, mal lavados dos tempos da Reconquista Cristã.
Ou mesmo dos efeminados cavalheiros do séc XVIII, de cabelos empoeirados e finas pernas envoltas em apertadas meias de seda.
O belo e o feio são conceitos, são modas.
Mas, transversal a todas as épocas é o conceito imutável de que a beleza resulta mais daquilo que se é, do que daquilo que se aparenta ser.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

«Um prazer na noite» - Mário Lima


O carro aproximou-se da falésia. De mãos dadas contemplam as luzes que se estendem sob os seus olhares. Tinham deixado por instantes aquele seu mundo, o corrupio da grande cidade sempre com pressa de chegar a lado nenhum. Olharam para as estrelas, não para o lado das luzes da cidade que tudo escondia, mas em sentido contrário onde a escuridão era absoluta. Só as luzes do carro denunciavam as suas presenças.

Ele passou-lhe a mão pelos ombros e aconchegou-a contra si. As suas bocas uniram-se num beijo apaixonado. Estavam sós naquele lugar! Aqui e ali cigarras batiam as asas freneticamente numa chamada para acasalamento.

Uma brisa suave acariciava-lhe o rosto, trazendo-lhe o cheiro daquele cabelo de mulher que lhe embrenhava os sentidos, trazendo-lhe sensações de prazer. A sua mão foi descendo pelo cabelo sedoso, enquanto ia mordiscando ao de leve o lóbulo da orelha, passando em seguida os lábios pelo pescoço suavemente, sentindo um frémito percorrendo o corpo dela. Olhou no seu olhar e viu nele o desejo de fazer amor, naquele sítio, naquele lugar, tão perto e tão distante de todos.

Recostou o banco para trás. Retirou-lhe as alças do vestido e o peito ficou-lhe a descoberto. Foi acariciando enquanto se desfaziam do resto da roupa. Movimentavam-se na procura de uma melhor posição para que a busca do prazer final não fosse dificultado por entraves de outra ordem que não aquele em que ambos os corpos se empenhavam.

De repente ele ouve um pequeno riso da parte dela. Curioso pergunta-lhe a razão disso. Sabendo que não tinha caído bem naquele momento esse seu riso, responde-lhe que a oscilação do carro que estava a sentir só em filmes é que tinha visto. Ele olha fixamente o rosto da mulher que estava por cima de si. Levanta-se, e veste-se. Enquanto isso ela olha-o espantada como a perguntar a razão dessa atitude. Diz-lhe para se vestir também, olha para as luzes da cidade, para as estrelas, gira a chave na ignição e, como se estivesse sozinho, vai de encontro ao seu mundo. Estava desejoso de um café, seria o seu prazer dessa noite ao som de uma bela música.

Mário Lima
Blog O sonhador

#anos90 - Ruim

A primeira nude #vinteanosdeMIRC
- "Oi..."
- "Oi..."
- "m/f?"
- "m... e tu?"
- "f..."
- "ddtc?
- "espera a minha mãe quer fazer uma chamada telefónica. vou ter de desligar a internet. se não ligar a culpa é da telepac lol"
- "lol"
*10 minutos depois*
- "oi..."
- "oi..."
- "ainda aqui?"
*Ruim69 slaps BocaLouca81 around a bit with a large trout*
- "lol és bué engraçadux"
- "ya. então ddtc?"
- "Paivas. E tu?"
- "Perto das Paivas, mas ainda mais perto de ti. Olha pela janela e acena!"
- "CREDO!"
- "estou a brincar LMAO"
- "idd?"
- "15... e tu?"
- "16."
- "tens cara de ser gira, mesmo não tendo visto foto nenhuma"
- "lol faxes-me rir"
- "posso fazer outras coisas acabadas em ir...!"
- "COMO?"
- "sorrir, por exemplo..."
- "opá és bué fofix. vou mandar uma foto minha"
- "oh, não é preciso mas se kiseres..."
- "estou à procura mas só tenho na praia em bikini. ha mal?"
- "eu preferia ver o teu sorriso, gata. mas ok... se tem de ser..."
- "vou enviar. mail ou por aqui?"
- "manda por aqui"
- "está a ir, acho eu."
- "sim, 0,9 kb por segundo. esta internet é mesmo de última geração"
- "vai a 45%"
- "quase a vir-me"
- "COMO?"
- "*ver-te. enganei-me lol"
- "tontinho..."
- "Vai nos 54%..."
*conexão cai*
- "F#DA-SE! FIQUEI SEM A INTERNET? Ó MÃE! MÃAAAAAAAE! ACONTECEU ALGUMA COISA À INTERNET? A INTERNET NÃO ESTÁ A INTERNETAR. O QUÊ? TIVESTE DE FAZER UMA CHAMADA? A MEIO DE EU RECEBER UMA NUDE? MAS TU ESTÁS A BRINCAR COMIGO? ESTAVA NOS 54%! SÓ RECEBI ATÉ ÀS MAMAS. VÁ, E UM POUCO DO UMBIGO. ISTO NÃO SERV...não? Serve, sim senhor. MÃE, EU VOU ESTUDAR, OK? NÃO POSSO SER INCOMODADO!

Ruim
no facebook

11 janeiro 2018

Je vous salue, Catherine!



A propósito de feminismo e exageros

HenriCartoon

«Vozinha» - Porta dos Fundos

História do sexo (em BD

Versão portuguesa (a preto e branco, da Gradiva) do livro de banda desenhada, de Philippe Brenot e Laetitia Coryn sobre a história do sexo.
Uma grande lição de história, a juntar-se à versão em inglês (a cores e com melhor qualidade) na minha colecção.









A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

«Apropriação» - Adão Iturrusgarai


10 janeiro 2018

Postalinho do Tâmega

"Em Amarante, junto às ruínas de moinhos de água, há uma casa de banho que, pelos vistos e certamente por interferência do S. Gonçalo, é só para homens."
Paulo M.

Só mais uma volta

Dá só mais uma volta pelo meu corpo. Cheira-me mais uma vez e quem sabe não te encantas e desencantas o que te encantou até agora. Não percas o contacto com a minha pele. Porque o livro já se abriu, fechá-lo seria uma imprudência... amorosa! não sei se tenho o direito de me prender à tua alma, ao teu cheiro , ao teu beijo, o que sei é que me sinto bem, sorrio, ofereço-te um vinho...
Respiramos tão perto que damos ar um ao outro... 
Quiseste, tiveste... lembra-te!
Há quanto tempo não fazias anal? 
Muito, bem me pareceu!

pink poison



Ou uma sapateira...


09 janeiro 2018

«o tempo traz as flores acomodadas no peito» - Susana Duarte

o tempo traz as flores acomodadas no peito.
desfolha-as,
no impulso firme de ser vento

desacomoda-as de si,
e do caule,
e da voz das águias,
no movimento forte
de ser vento


e volta a deixá-las ser flores,
apenas por um segundo,
quando os olhos se movem
ao encontro
das mãos

e o tempo volta
a ser tempo

e o tempo acomoda
o peito

e as flores

e o vento

e os caules
de ser ave

levada nas ondas sonoras
do dia em que as mãos partiram

as mãos deixaram as flores desfolhadas no peito
do imenso desalento

da ausência,

até que o Tempo volte a ser
tempo de me desfolhares
o peito

e de escreveres as pétalas das flores

em mim.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook

a funda são mora na filosofia [X]



é uma vergonha, mas a verdade é que já passaram uns anos desde a última vez que escrevi aqui, neste cantinho. é uma vergonha pois a m'na Sãozita faz parte da minha vida, enquanto 'ssoa que bloga. 
vou redimir-me de tamanha ausência recuperando a ideia destas crónicas erofilosofódicas. 

hoje não tenho muito a dizer; estou ainda a recuperar da entrada no novo ano e a contemplar o mês de janeiro (cof cof cof). tem bom ar, não tem? um mês assim, novinho, tonificado, hidratado e sorridente, pronto para usarmos e abusarmos dele.

bom ano e essas merdas, sim?