o tempo traz as flores acomodadas no peito.
desfolha-as,
no impulso firme de ser vento
desacomoda-as de si,
e do caule,
e da voz das águias,
no movimento forte
de ser vento
e volta a deixá-las ser flores,
apenas por um segundo,
quando os olhos se movem
ao encontro
das mãos
e o tempo volta
a ser tempo
e o tempo acomoda
o peito
e as flores
e o vento
e os caules
de ser ave
levada nas ondas sonoras
do dia em que as mãos partiram
as mãos deixaram as flores desfolhadas no peito
do imenso desalento
da ausência,
até que o Tempo volte a ser
tempo de me desfolhares
o peito
e de escreveres as pétalas das flores
em mim.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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