"Um postalinho especial para a São.
A pintura é da Rosa Silva, e a composição cá do rapaz...
Um «Monte dos Amigos», digno do nome!"
Leonel Brás
13 maio 2019
12 maio 2019
O fundo Baú - 16
O baú que deu início à colecção de arte erótica «a funda São» |
Em 7 de Fevereiro de 2004, o Jorge Costa começou a desafiar a malta para nos encontrarmos:
Encontro Nacional de Depravados (e as)
O Jorge Costa propõe:
"Um dia destes temos de marcar um encontro nacional aberto a todos os depravados e depravadas.
Tudo começa por uma missa... nós vamos começar por uma queca colectiva.
Mas atenção... muita atenção: não quero cá desvarios. Tem de ser tudo no máximo dos respeitos. Vamos todos dar grandes quecas... mas com respeito, que é bonito...e eu gosto.
Tudo na máxima ordem... em filinha [nota da editora - vulgo bicha pirilau], cada um na sua vez. Nada de atropelos. Tipo aquela coisa de tirar senhas...
Nos entretantos serão servidos... bolos. E jeropiga.
Serão distribuídos panfletos com indicações de posições várias. Será dado um pin a cada um, mas sem alfinete (em virtude de estar tudo nu, não há lapela onde espetar aquilo). Será com cola e pendurado onde der mais jeito.
As inscrições São abertas a todo o tipo de pilas.
Haverá um anúncio na televisão a divulgar o evento e o logotipo é a cara da São com a boca muito aberta.
Será dada uma palestra em nome dos maus costumes... porque de santinhos está o mundo cheio.
Depois de muitos bolos, jeropiga e algumas «traulitadas», será dado a cada participante um frasco de vitaminas à base de uva. Às moças serão distribuídos estojos de dildos variados, com várias cores e sabores, pois parece-me que o gajedo acabará por não dar "conta do recado". Estou mesmo a ver a começarem a falar de futebol, de informática, anedotas, a mijar p'rós sapatos... e está a festa partida a meio e as moças estão ali p'ra se divertirem, não é p'ra levarem secas.
Da parte de tarde e após uma partida de malha - sempre nus, é claro - será ministrado um curso intensivo e com aula prática de como fazer um bom minete. Tudo sempre com muito respeito e muita ordem. O chantilly e os morangos que vamos "sugar" de dentro das «paxaxas» das meninas São de importação. Tudo muito fino... muito Kitsch.
Já ao fim da tarde e depois de termos despachado alguns «ramados» e algumas moçoilas com hora de chegar a casa, serão distribuídos digestivos e inibidores de flatulências, já que é de muito mau tom dar uma queca ou fazer um minete... e no fim virar p'ró lado e dar um peido. Mas, para os amantes das sonoridades, haverá um mini-concurso à porta fechada e com exaustão.
Às moças serão dados agulhas e novelos de lã p'ra fazerem camisolinhas p'rós pirilaus de sua eleição.
No fim da noite mesmo, será dado um diploma de participação e desejo de bom retorno ao rame rame da vida."
E depois, bates com o braço na mesa de cabeceira e acordas, não é, Jorge?
Postalinho do Bairro
"Desconhecia esta espécie de cacto.
A sua proprietária, Clementina, trata com muito carinho o seu jardim e fica orgulhosa por partilhar estas belezas com quem as admira.
Obrigada, vizinha do meu Bairro."
Celestelinda
A sua proprietária, Clementina, trata com muito carinho o seu jardim e fica orgulhosa por partilhar estas belezas com quem as admira.
Obrigada, vizinha do meu Bairro."
Celestelinda
11 maio 2019
«A verdadeira mentira» - Fernando Gomes
O técnico acaba de ligar o último eléctrodo no indicador direito de Romualda. Na outra ponta do cabo, o polígrafo aguarda os sinais que uma alma nervosa em breve lhe transmitirá. A tarde televisiva anseia por saber se ela traiu ou não o marido com um desconhecido que há meses lhe envia poemas de amor pelo correio – cartas manuscritas, à moda antiga.
As perguntas começam. Genéricas, primeiro; depois, concentradas no motivo que a levou a expor ao mundo a sua intimidade: provar ao marido que não é adúltera. Enquanto decorre o teste, voltam a doer-lhe os pontapés que encaixou quando o seu homem descobriu aqueles versos doces que ela estupidamente decidira guardar num canto do roupeiro. Responde a mais uma pergunta e sente, de uma só vez, todas as bofetadas sofridas quando negou ter-se deitado com alguém que – pela mãezinha que Deus tem – nem sequer sabe quem é.
O programa e o suplício continuam. As câmaras, cirúrgicas, a cada resposta dada focam, na primeira fila da assistência, o marido tentando disfarçar o nervosismo com um olhar impenetrável. Exame terminado, e o público irrompe em palmas mal a apresentadora introduz uma pausa para compromissos comerciais. A emissão retorna com a peremptória verdade do detector de mentiras: desde que se casou, Romualda não se envolveu sexualmente com o amoroso poeta, nem com mais ninguém. O técnico acrescenta que esta mulher é de uma fidelidade inexcedível. «A máquina não mente», assegura.
Pela primeira vez, o marido solta um sorriso, de pronto capturado num close-up da câmara 2. O público aplaude violentamente quando ele se levanta e corre a abraçar a mulher. A volatilidade televisiva, todavia, não perdoa. A emissão encontra-se já na casa de uma senhora algarvia que tenta desesperadamente ganhar mil euros em cartão. Os telespectadores não chegam a ver Romualda esquivar-se ao abraço enquanto chama bruto ao marido e o censura por não ter acreditado na palavra dela. Só os figurantes assistem àquele momento pungente, sancionando as palavras da mulher com meneios e trejeitos.
A verdade que eles nem sonham é que não falta muito para que ela esteja no quarto do poligrafista. Ambos irão, uma vez mais, passar momentos prazerosos na mesma cama onde ele, há anos, se entretém a escrevinhar versos de amor para seduzir mulheres de nomes invulgares.
Fernando Gomes
Paul Hochon et sa Chorale - «Chansons Libertines»
LP em vinil de 1974 com 10 canções francesas libertinas. Ref.: SONOPRESSE "série DIVERSITY" VA 63057 SACEM.
Junta-se a outras canções libertinas na minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
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10 maio 2019
Postalinho dos pipis tristes
"Quando a gente pensa que já nada nos espanta, eis que, de repente, se abre o olhar ao deparar com algo que nunca pensava ver.
O Jardim das Pichas Murchas - Rua de S. Tomé.
Situado na Freguesia lisboeta de S. Vicente, ao Castelo, o Jardim das Pichas Murchas é assim conhecido por iniciativa de Carlos Vinagre, calceteiro da autarquia, que a morte roubou prematuramente ao convívio de companheiros de paródia – alguns deles co-autores da designação do largo.
Ali, entre copos, nasceu a ideia de se reunirem aos velhotes que se encontravam no largo. Ainda por iniciativa do calceteiro, aos bancos vulgares de jardim juntaram-se mesas e cadeiras cedidas pela Junta de Freguesia, o que permite agora jogar a tradicional ‘sueca’. Mas pela noite dentro, e até de madrugada, o tempo era de farra, animada pelos fados de José António, devidamente acompanhado à viola por Manuel Tomé, outro morador da freguesia.
Adianta o fadista que em 1993, um ano depois de ser colocada a chapa com o nome do largo, Jardim das Pichas Murchas, ali houve tão grande festa que atraiu ao lugar agentes da PSP e da Judiciária. Inquiridos sobre o que se passava, esclareceram a Polícia, dizendo tratar-se de uma simples festa dos populares do bairro, ao que os agentes retorquiram: “Se é festa, então continuem”. Por vontade expressa de Carlos Vinagre, amigos e vizinhos reuniram-se no próprio dia do seu enterro no jardim a que dera o nome, como forma de homenagem. E com certa ironia, José António sublinha que foi uma farra de ‘caixão à cova’.
O fadista refere que o estranho nome do local, Jardim das Pichas Murchas, segundo a sua expressão, “já ultrapassou fronteiras”. Desta forma não é raro, garante, que turistas estrangeiros, informados da tradução do nome, se apressem a fotografar a placa toponímica.
O texto é daqui mas a foto é minha."
Mário Lima
O Jardim das Pichas Murchas - Rua de S. Tomé.
Situado na Freguesia lisboeta de S. Vicente, ao Castelo, o Jardim das Pichas Murchas é assim conhecido por iniciativa de Carlos Vinagre, calceteiro da autarquia, que a morte roubou prematuramente ao convívio de companheiros de paródia – alguns deles co-autores da designação do largo.
Ali, entre copos, nasceu a ideia de se reunirem aos velhotes que se encontravam no largo. Ainda por iniciativa do calceteiro, aos bancos vulgares de jardim juntaram-se mesas e cadeiras cedidas pela Junta de Freguesia, o que permite agora jogar a tradicional ‘sueca’. Mas pela noite dentro, e até de madrugada, o tempo era de farra, animada pelos fados de José António, devidamente acompanhado à viola por Manuel Tomé, outro morador da freguesia.
Adianta o fadista que em 1993, um ano depois de ser colocada a chapa com o nome do largo, Jardim das Pichas Murchas, ali houve tão grande festa que atraiu ao lugar agentes da PSP e da Judiciária. Inquiridos sobre o que se passava, esclareceram a Polícia, dizendo tratar-se de uma simples festa dos populares do bairro, ao que os agentes retorquiram: “Se é festa, então continuem”. Por vontade expressa de Carlos Vinagre, amigos e vizinhos reuniram-se no próprio dia do seu enterro no jardim a que dera o nome, como forma de homenagem. E com certa ironia, José António sublinha que foi uma farra de ‘caixão à cova’.
O fadista refere que o estranho nome do local, Jardim das Pichas Murchas, segundo a sua expressão, “já ultrapassou fronteiras”. Desta forma não é raro, garante, que turistas estrangeiros, informados da tradução do nome, se apressem a fotografar a placa toponímica.
O texto é daqui mas a foto é minha."
Mário Lima
Sabes o que é uma "Argumentesão"?
O DiciOrdinário ilusTarado explica:
Argumentesão - paleio roto (o m. q. paleio de puta) usado em todas as formas de engate; Quando o objectivo é conseguir um broche (fazê-lo ou que alguém o faça) diz-se "argumentesão fellatiosa".
Faz a tua encomenda aqui.
Se quiseres, basta mencionares no formulário e posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.
Argumentesão - paleio roto (o m. q. paleio de puta) usado em todas as formas de engate; Quando o objectivo é conseguir um broche (fazê-lo ou que alguém o faça) diz-se "argumentesão fellatiosa".
Faz a tua encomenda aqui.
Se quiseres, basta mencionares no formulário e posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.
#chupismo - Ruim
Um gajo faz mal a cama, ouve "a tua mãe não te ensinou bem" e está tudo bem. Uma gaja usa demasiado os dentes, ouve o mesmo de volta e de repente temos amuo.
Ruim
no facebook
09 maio 2019
«O retrato» - Áurea Justo
Naquela tarde pediste-me para ir ter contigo
Fiquei feliz pelo pedido e logo acedi,
Quando saí para a rua, chovia torrencialmente
Enfiei o capuz e para ti corri.
Do outro lado da rua encontrei a tua porta e bati
Prontamente foi aberta e imediatamente te vi
O nosso olhar cruzou-se por momentos e vislumbrei
Um brilho fugaz, contudo assaz.
Sorriste dissimuladamente, preparavas algo
Olhei ao meu redor e de repente vi,
Lá estava um ramo de flores amarelas e vermelhas,
Vermelhas e amarelas era o seu tom, sorriram- me com malícia.
Delicadamente pediste para eu me despir
Eu acedi.
Querias fotografar-me em estado nu, só com as flores,
As flores no meu colo e sorri visualizando a imagem sedutora
A sessão fotográfica deu início
Um relâmpago cruzou os céus
Rasgando-o de cima a baixo carregado de dor...Estremeci...
E assim nessa tarde rabugenta...o retrato...se emocionou...
In Contos Do Invisível
Áurea Justo
no Facebook
Fiquei feliz pelo pedido e logo acedi,
Quando saí para a rua, chovia torrencialmente
Enfiei o capuz e para ti corri.
Do outro lado da rua encontrei a tua porta e bati
Prontamente foi aberta e imediatamente te vi
O nosso olhar cruzou-se por momentos e vislumbrei
Um brilho fugaz, contudo assaz.
Sorriste dissimuladamente, preparavas algo
Olhei ao meu redor e de repente vi,
Lá estava um ramo de flores amarelas e vermelhas,
Vermelhas e amarelas era o seu tom, sorriram- me com malícia.
Delicadamente pediste para eu me despir
Eu acedi.
Querias fotografar-me em estado nu, só com as flores,
As flores no meu colo e sorri visualizando a imagem sedutora
A sessão fotográfica deu início
Um relâmpago cruzou os céus
Rasgando-o de cima a baixo carregado de dor...Estremeci...
E assim nessa tarde rabugenta...o retrato...se emocionou...
In Contos Do Invisível
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