18 maio 2005

Ouvido de Passagem

Durante o intervalo de uma aula passei por 3 miúdos do 5.º ano que conversavam animadamente. Um deles perguntava ao amigo enquanto agarrava no pénis:

- Sabes porque é que chamo a isto um telescópio?!
- Não. Vá diz lá...
- É porque se eu to enfiar no cu, tu até vês estrelas.


E ainda se diz que a escola não ensina nada. Neste pequeno diálogo abordaram-se dois assuntos altamente importantes para a formação destes jovens: a astronomia e a anatomia. Há lá coisa melhor que o ensino em Portugal....
A bem da verdade e da justiça, registo que uma das primeiras vítimas deste miúdo-telescópio foi o
Pedro Oliveira pois lamentou-se:
Eu fui enganado por esse miúdo!
A mim vieram-me lágrimas aos olhos!


O Tiko Woods sabe outra variante do bêbedo que estava a urinar na via pública e apareceu o polícia:
- Recolha lá essa gaita!
- Isto não é uma gaita, é um telescópio.
- Não discuta e meta lá a gaita para dentro.
- Ó sôr policia, se lhe meter isto na boca e você soprar não toca, mas se lho meter no cu até vê estrelas.

Engano na CUzinha.

Um erro perfeitamente normal.
Quem nunca cometeu erros destes que atire a primeira pedra.
bombeiro.jpg

E ela disse-me: "Que hei-de eu fazer? Tenho esta sina, esta sorte, este fado com bombeiros. E nem sequer é ou alguma vez foi fetiche ou qualquer outro tipo de fantasia que meta fardas ou homens em grupo. Aconteceu, apenas. Entraram na minha vida, mangueira em riste, calças apertadas no rabo musculado, pernas suadas quando fazem a corrida matinal.
É mais forte do que eu. Tenho de entrar todos os dias neste quartel, passar por entre as fileiras que se (me) apertam e por onde passo de andar firme e olhar fixo num ponto indefinido. Mas vejo-os. A todos. Um a um. Reconheço nuns o olhar atrevido, noutros a pose que se destaca, noutros a voz que lança o piropo mal estudado, noutros ainda a aproximação inteligente. Apetecem-me. Apeteço-lhes.
Há dias um deles convidou-me para sair. Eu recusei. Não porque ele não fosse dos mais apetecíveis ou porque não o olhasse pela janela quando corre em calções e tronco nu, corpo negro, suado, enormíssimo. Apenas porque o encanto se quebraria
."
E eu não lhe disse nada. Não lhe disse que mais do que encanto poderia ter prazer, o prazer de ser desejada, de entregar o seu desejo, de conhecer o cheiro e o sabor daquele suor, daquela saliva densa, sentir a textura daqueles dentes brancos, a força das mãos enormes, a dureza das coxas a apertarem-lhe a fronte. Não lhe disse nada. Ela que o descubra. Sozinha.

Penis Migratoris - a Lenda

Numa vila cada vez mais despovoada e monótona da província, no topo do monte que abarca a quase totalidade do casario, descobre-se a igreja, rodeada por um adro que já foi palco de corridas de bicicletas e de berlindes, mas que voltou agora à sua função primitiva de prelúdio a meia hora por semana de refúgio no recolhimento da fé.
Num destes domingos – um ao acaso, pois são todos iguais – depois da missa, estava o padre Barroso a acabar as sobras de vinho e hóstias quando a D. Martinha, correspondente da localidade na "Times" e no "Jornal do Incrível", entrou pela sacristia dentro, corada até às orelhas, fazendo repetidos sinais da cruz atabalhoados, totalmente transtornada:
- Ai, sô padre, o que ali está!... Sô padre, ali, mesmo em frente à igreja, uma coisa à mostra de toda a gente, grande!... Deus me perdoe, mas... até tem asas!...
- D. Martinha... não me diga... um homem nu, D. Martinha? – admirou-se o padre.
- Não, um homem não... só o instrumento... enorme... um instrumento do Diabo! Pintado na porta de madeira daquela janela em frente à igreja!...
- Pintado?! Ali?! Não, não pode ser, temos que afastar o demónio! – e pegando na serra com que o Ti'Baetas estava a podar as árvores do adro, dirigiu-se para a assinalada janela, com a D. Martinha atrás. "Ab omni pecato", apregoava o padre. "Libera nos, domine", respondia a D. Martinha. E caminhavam em passos largos. "Ab insidis diaboli"... "libera nos, domine"... "ab spiritu fornicationis"... "libera nos, domine". A ladaínha terminou mesmo em frente da tromba da impureza:
- Porra, que é mesmo grande! – deixou escapar o padre Barroso, à guisa de "ora pro nobis", ao olhar incrédulo para a figura que sobressaía em branco do fundo verde da madeira pintada.
- Mater puríssima, mater castíssima, mater inviolata! – berrou D. Martinha.
O padre Barroso brandiu a serra no ar, apontou-a para o céu e depois de um suspiro de mártir começou por uma das frinchas das tábuas da janela a serrar a toda a volta da figura demoníaca. Por fim, nem as asas daquele monstro trombudo o impediram de cair no chão com fragor. Cumprida a sua missão de fé, nem passou pelas cabeças do padre Barroso e da D. Martinha retirarem dali a tábua, ávidos que estavam de alívio... e foram para a sacristia comemorar a vitória sobre Satã, com o vinho e as aparas das hóstias que sobravam. Mas, nesse momento, ia para a igreja a menina Balbina, solteirona de setenta anos, fraca de vista e de memória, para rezar o meio (o terço não chegava para a sua cristandade). Estranhando a tábua ali caída, em frente às escadas do adro, aproximou-se:
- Os céus sejam louvados! – esbugalhou os olhos – que imagem tão linda do arcanjo Gabriel. Vai ficar tão bem em minha casa! – e lá arrastou o ícone com veneração até sua casa, onde vivia sozinha. E no seu quarto, numa mesinha de que retirou outros santos, colocou aquela imagem., ladeada por duas velas e a ela entregou toda a sua devoção.
Mas não tardou a sentir uma certa perturbação... terríveis dúvidas invadiram-lhe o fervor das suas orações e a pura alegria dos seus êxtases: "será de facto o arcanjo Gabriel?!... as pernas são tão feias, gordas e cheias de pelos! Mas de resto é uma bonita figura, entra pela alma dentro!" e para aliviar a consciência levou as suas vizinhas ao quarto e mostrou-lhes o pequeno altar improvisado. Quando lhe disseram o que aquilo era, caiu redonda no chão e morreu, mas não sem dizer as suas últimas palavras:
- E eu que tantos beijos lhe dei!

New York Burlesque Festival

Vai realizar-se de 20 a 22 de Maio.
Recomendo vivamente (como se pudesse ser mortamente...) que aprecies os «performers» deste evento. Só alguns exemplos:
Scotty The Blue Bunny, NYC
Tigger!, NYC
Trixie Little & The Evil Hate Monkey, Baltimore
The Wau Wau Sisters, NYC
Quem vai ?

17 maio 2005

Mapa do orgasmo

Corria tudo muito bem numa liga de epidermes com cabelos grisalhos e ruivos e com muito daquilo que o Clinton, tecnicamente, não considerou sexo.

Sempre que havia oportunidade, fosse manhã, tarde, noite ou madrugada, enrolavamos os nossos corpos um no outro, amalgamando os músculos, no cheiro agridoce do suor filtrado pela paixão do momento.

Mas oh São, algo se começou a desfazer quando aquela alma começou a magicar sobre a sua incompetência, ou melhor, sobre a incompetência do seu zezinho me catapultar pela via vaginal para o orgasmo. Oh São, isto dito quando estou a voltar ao mundo dos vivos e mal distingo os seus olhos, a fixarem-me nas pupilas, por entre as minhas coxas, é «surrealizar por aí»!...

Acredita São que ainda equacionei mandá-lo ler o manual para ver nas letrinhas impressas que setenta por cento das mulheres não atinge o orgasmo por aí mas num sussurro delicode, apenas exprimi que havia outras mil maneiras. Ele contra-argumentou que essa era a forma primordial e a única que permitia o supra-sumo da mítica efusão simultânea, o que de imediato me fez declarar adepta da mastigação de todo o bolo apesar de apreciar a decoração da cereja.

Ai São porque é que os gajos não seguem o folheto de reclamações da Portugália e perguntam só se foi tão bom para nós como foi para eles?...

sessentaenove



Penetro na tua boca
E sinto um vulcão
Que me faz tremer.
A tua língua circunda-me
Sugas-me o prazer.

Ofereces-me então
O fogo do teu cálice
Onde bebo o néctar
Que explode de ti.

Naquele momento
Saciamos em suor
A sede dos dois
E num hino à volúpia
Escorremos lavas
Que nos consomem.

Foto: Norbert Guthier

Esta é do Nikonman que também gosta de oder.
E a Encandescente não podia de forma alguma perder esta oportunidade de 1º fazer uma ao nikonman e dizer willkommen!
E em 2º lugar, claro - e como o Orca não se apresentou ao serviço -, oder o poema:

Entregou-se na boca que se abria
Na boca que a pedia
Na boca que a queria
Os lábios, a língua, voracidade.
E colou-se
Deslizou no corpo nu
As mãos procurando entre as coxas
O desejo erecto que nele despertava.
E os lábios, língua, dentes deram
Entre as coxas que para ela se abriam
O que a boca dele lhe dava.
E apertados, enlaçados, enleados
Entre gritos do corpo e gemidos abafados
Na boca um do outro se deram
E na boca um do outro saciaram
Da boca o querer
A vontade.

Consultório matrimonial



Na selecção do seu Marido não descure os detalhes, leia sempre a etiqueta. A Funda São, no âmbito do seu serviço (cada vez mais) púbico, fornece a legenda:
CD - Come e Dorme
DVD - Deita, Vira e Dorme
DVD +R - Deita, Vira, Dorme e Ressona
VHS - Vira Homossexual e... Some (a Matahary acha óptimo: "também é uma boa opção! Assim, escusamos de devolver o artigo à procedência...")

Alargar o leque.

Para que não nos remetamos a um nicho de falsos pressupostos sobre práticas sexuais é preciso apercebermo-nos de gostos alternativos...
Um dos Fetiches mais normais que se pode encontrar por aí é a utilização de fatiotas de borracha.
Já eu não vou muito por aí. Não só por causa do aspecto, mas também porque tenho dificuldade, normalmente, em desapertar fechos, no calor da excitação. Um simples soutien para mim é pior que o mais complicado truque de Houdini...

Eu utilizei os termos "Fetiches" e "normais" na mesma frase?!? Até ficou fixe... prontos vou deixar ficar.

O OrCa ode a Sophie Marceau, que se descuidou em Cannes


Impelido pela constante luxúria sugestiva da Encandescente e julgando interpretar alguns anseios da comunidade, ocorre-me o seguinte:

cede a alça à minha sede
e o seio alvo receio
se o beijo ao mamilo invejo
quem sabe se há-de tornar-se
o que em Sade se há-de dar
cede a alça na penumbra
e o teu corpo que assombra
acende o Sol no olhar
e tocar-te o peito é arte
de alabastro que desbasto
neste impulso de te amar
deixa então assim ficar-te
e eu que nem posso ter-te
pelo seio que mostraste
só por ele eu hei-de amar-te...

OrCa

O Dupont, do Vilacondense, diz que a fodografia dele é melhor. O que acham?
O facto é que ela nunca se preocupou tanto em tapar as mamocas. Como diria o SirHaiva, à dúzia é mais barato:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

E para quem quiser está aqui o video
(com o patrocínio do Juca, nosso amigo do Brasil)

Maio é o Mês Nacional da Masturbação

Toca a comemorar!
Os organizadores deste evento têm um programa curioso, que inclui o fim de semana Masturbate-A-Thon. Eu traduzo: Masturbatona. O lema é «come for a cause» (venha-se por uma causa). É uma espécie de maratona mas no conforto da casa de cada um (ou cada uma, ou cada dois...). Podes saber aqui como se faz. E podes saber os recordes de 2003 e 2004. Por exemplo:
Maior montante recolhido - $650.00 (por um estudante de um seminário!)
Maior período de tempo - 6 horas e meia!
Número de países - 17
Maior número de orgasmos - 36
Como eles dizem, «a maior parte das pessoas masturba-se mas não o assume. Mas a masturbação é um direito de cada um e uma fonte poderosa de gratificação sexual».
A mim, vem-se-me sempre à ideia que «masturbação é a felicidade ao alcance da mão».

16 maio 2005

Fogo. Fome

Robert Gregory Griffeth

Prendeu-o nas pernas. Apertou-lhe as nádegas.
Arqueou o corpo. Contraiu o sexo.
Prendeu-o em si.
O corpo animal
Desejo
Fogo
Fome.
Levantou o corpo. Cavalgou o corpo.
Dominou-lhe o sexo. Preso entre as pernas.
O sexo dele, dela.
O corpo animal
Desejo
Fogo
Fome.
O sexo faminto. O sexo sedento.
Do orgasmo dele. Do orgasmo dela.
E num grito rouco
Cavalgando o corpo.
Explodiu no corpo. Exigiu-lhe: Vem.
E com o corpo lasso. Esgotado. Saciado.
Sorriu-lhe ternura
Falou-lhe amor.

Encandescente

O OnanistÉlico odeu no ritmo (o que não é para todos):

fome que amacio com cerejas que degusto com o gosto do chegar dentro de ti... fogo em forma dum prazer que arde, labaredas que beijo, vejo, sinto ser, cereja.
por entre as pernas, deitado sobre os pés... vagueio de encontro ao carnudo doce de ti... com meigas trinquinhas de desejo queimo-te com beijos o recatado carocinho. E assim o trago guardado, despido de ti.

Diário do Garfanho - 22

36/24/1241 - As mulheres portuguesas (contribuintas, incluídas) estão cada vez melhores!

Andei a passear o meu sobrinho de 2 anos, e em 78,9% (para não dizer 93,2%, tal era a fartura) das vezes em que comentaram que o miúdo era muito giro, só me apeteceu responder:
- Quer que lhe faça um?

Garfanho