13 novembro 2016

Saulo Sarmiento & Thais Henríquez - «Bolero de Ravel»

«pensamentos catatónicos (340)» - bagaço amarelo

Estava a lavar a louça e feri-me na ponta de uma faca de cozinha. Cortei um dedo. Durante três segundos fiquei a ver o sangue misturar-se com o detergente em pequenas porções de vermelho. É estranho. O sangue lembra-me sempre de ti. Talvez por sair de dentro de mim.
O dedo, o indicador da mão esquerda, ganhou uma dor latejante. Larguei o esfregão, a faca e o copo que tinha entre as mãos e disse uma asneira que só as paredes ouviram. É estranho. As paredes lembram-me sempre de ti. Talvez por ser com elas que falo da solidão que é não te ter.
Rio-me. Acho que a maior parte de nós não dá a devida importância às paredes. Em silêncio, construímos muros que nos separam, como os que dividem Jerusalém da Cisjordânia ou o México dos EUA. Só nos manifestamos quando eles caem, como quando caiu o de Berlim. De alegria, claro. Temos a mania de gritar felicidade e de engolir a tristeza.
Talvez um dia destes eu derrube estas paredes e grite ao mundo que gosto de ti. Talvez o mundo organize uma banda com tambores e oboés. Será o dia da revolução. Até lá, direi asneiras às paredes.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI do coração


Maitena - Condição feminina 53



12 novembro 2016

Lição de maquilhagem - Como parecer uma estrela porno

Luís Gaspar lê «Senhora do corpo esbelto» de Pero da Ponte

Português moderno

Senhora do corpo
esbelto, em má hora fui nascido!
que nunca perdi cuidado
nem afã desde que vos vi.
Em má hora fui nascido,
senhora, por vós e por mim!

Com est’ afã tão alongado
em má hora fui nascido!
que vos amo contra vontade
e vos causo mágoa.

Em má hora fui nascido,
senhora, por vós e por mim!

Ai eu, cativ’ e coitado,
Em má hora fui nascido!
que servi sempr’ em vão
onde bem nunca consegui.

Em má hora fui nascido,
senhora, por vós e por mim!

Português antigo

Senhor do corpo delgado,
en forte pont’ eu fuy nado!
que nunca perdi cuydado
nem afan des que uos ui.
En forte pont’ eu fuy nado,
senhor, por uós e por mi!

Con est’ afan tan longado
en forte pont’ eu fuy nado!
que uos amo sen meu grado
e faço a uós pesar y.

En forte pont’ eu fuy nado,
senhor, por uós e por mi!

Ay eu, cativ’ e coytado,
en forte pont’ eu fuy nado!
que serui sempr’ endõado
ond’ un ben nunca prendi.

En forte pont’ eu fuy nado,
senhor, por uós e por mi!

Pero da Ponte
Trovador muito provavelmente galego, ativo nas cortes castelhanas de Fernando III e Afonso X. A sua condição de escudeiro e trovador é referida pelo próprio em duas composições, mas é provável que o seu verdadeiro estatuto social fosse o de segrel, categoria algo fluida, mas que apontava para uma posição intermédia entre o jogral e o trovador nobre.
Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«Devinez… oú est-il… le fameux clair de lune?»

«Adivinhe… onde está… a famosa luz do luar?» - pergunta uma rapariga nua, envergonhada. Pequena taça em porcelana de Limoges. No fundo da taça, a lua responde, piscando o olho: «À Maubeuge!"
Os franceses são especialistas em jogos de palavras. "Clair de lune" (luz do luar) parece ser uma referência ao rabo. Mas a resposta, escondida na base da taça, é "À Maubeuge". Ou seja, afinal trata-se da canção de Pierre Perrin, «Un clair de lune à Maubeuge», de 1962 e que se tornou um sucesso. Maubeuge é uma cidade do Norte de França, junto da fronteira com a Bélgica.
Ou seja, nem tudo o que parece erótico... é. Malandrice... na minha colecção.




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

Deu um pum?!


Também já estive trancado no cockpit de um avião e a única coisa que explodiu foi aqui o Pacheco na goela da moçoila.

Patife
@FF_Patife no Twitter

11 novembro 2016

Pássaros, abelhas e doenças sexualmente transmissíveis

Postalinho das mãos fantásticas

"Postalinho captado por mim no Continente do Seixal."
Carlos Freire



#putosquemijam - Ruim



Tenho inveja dos miúdos pequenos, pois só eles têm a liberdade de baixar as calças em plena rua para uma mijança descomplexada. Todas até aos pés. E ainda fazem questão de levantar a t-shirt para se ver melhor. Mai'nada. A cagar para tudo e para todos e com direito a claque maternal mais os seus "faz lá... vá!" ou "já está, meu amor?" e a posicioná-lo melhor tal e qual um Mourinho da pila. Isso, sacode aí o menino ao menino.
Depois explica-lhe porque é que está um adulto agarrado ao telemóvel e a olhar para ele a mijar.
Bom, hora de ir andando...

Ruim
no facebook

O despertar da Senhora Dona América


Nós masturbávamo-nos para cada coisa bizarra, no passado!...


10 novembro 2016

Postalinho disfarçado de vegetariano

"Quem se quiser meter em Alhadas, no concelho da Figueira da Foz, visite este Casal..."
Paula Santos


«Esclarecendo a diferença entre cortesã e puta» - Cláudia de Marchi

Lindas e lindos!
Que dia agitado!
Fui fazer meus tratamentos estéticos e as unhas e corri me arrumar para atender um cavalheiro que me contatou hoje. Antes de nos beijarmos falamos sobre Direito, depois do primeiro round sobre concursos. Ele também é formado, mas é funcionário publico. Um querido, quase 40 anos, tem um relacionamento sério, não é casado. Gosta muito da namorada, muito bonitinho!
Aliás, só atendo aos cavalheiros e educados (só os que atendo, pelo visto tem gente que ainda não percebeu que há seleção no meu NEGÓCIO). Atendi um cliente, fiz um amigo e ficamos duas horas.
(...)
O povo acha que eu sou como as acompanhantes convencionais. Gente, com a minha idade, cultura, gostos, educação eu não aceito qualquer cliente. Aliás, vocês acreditam que hoje quando eu estava fazendo as unhas um cliente que está aguardando para conhecer-me ligou dizendo que não preciso abastecer o blog com fotos nua e que não preciso de ensaio profissional. Ele disse para eu mandar se lascar quem pede! Amei esse pretenso novo cliente lord! Captaram? É este tipo de homem que eu gosto de atender. E que eu gozo, literalmente: homens de classe, que valorizam a beleza não vulgar, o charme, a finesse.

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

À pesca nos peitos dela

Pequena taça em porcelana Rosenthal da série "amorosos" de Peynet, dos anos 60.
Mais uma peça a juntar a outras desta série, na minha colecção.


A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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«Eu te amo, Tamires» - Adão Iturrusgarai


09 novembro 2016

Postalinho Trip Advisor

Viro à direita ou viro para a direita?

«Nos fodemos!» - Adão Iturrusgarai


«respostas a perguntas inexistentes (353)» - bagaço amarelo

É tão bom

É tão bom não te esquecer, ter na pele a confirmação do nosso Amor na memória de um toque que, ainda que efémera, é a única confirmação possível de qualquer Amor. É tão bom tudo o resto ser a incerteza de sempre e ser apenas nela que vivo. Mesmo a de quando não precisava de me lembrar de ti.
É tão bom seres tu este vento outonal que me faz apertar os colarinhos do casaco logo de manhã, enquanto aqueço as mãos numa chávena de café quente e ouço as conversas dos outros. Uma criança a apontar o dedo para um pastel colorido na vitrina e o pai à procura do jornal nas mesas do café, uma mulher a contar as moedas para saber quantos pães pode comprar e um homem já embriagado a falar dos atentados em Paris. A vida é uma palermice sem ti.
É tão bom seres a mulher que trava bruscamente para me deixar passar na passadeira e que me sorri por trás de um pára-brisas escurecido, morreres-me a cada cinco minutos num suspiro perdido ou num olhar solitário. É tão bom saber que todos os olhares que se cruzam na cidade são olhares de pessoas sós e que o meu se lembra de ti.
Uma poça de água a beijar o alcatrão sujo, por exemplo, é o toque húmido dos teus lábios na minha pele. Fico a vê-la ondular, depois de uma motorizada ruidosa me cortar o pensamento, e transforma-se no mar de Verão onde tu molhaste os pés.
Vou só molhar os pés, disseste. E eu na toalha vermelha, derrotado pelo Sol, à espera do teu toque outra vez por um segundo que fosse. A incerteza no Amor é a certeza de que a qualquer momento me podes tocar outra vez e, mesmo que nunca o faças, é tão bom não te esquecer.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

"Criticar um blog erótico..."

"... é sinal que o conhece bem!"

Pois fiquem sabendo que as pessoas que os fazem são amigas, sabem falar de outras coisas, sabem apoiar, sabem ficar de fora quando o assunto não lhes diz respeito e sabem elogiar! Além disso, são apenas pessoas que , ao invés de escolherem temáticas como política, futebol, quantas vezes os filhos fazem xixi, ou expor os filhos (na verdade quando temos filhos, não somos obrigados a expô-los ou a dizer se os temos ou não) escolhem o sexo como tema. Portanto, fica a dica... 
São bons blogs que apenas exploram  aquilo que muita gente gostaria de fazer e não tem coragem de, sequer ao companheiro, dizer.
Não usam a palavra cona, caralho , não pedem para ser fudidos... 
Gente que se revê num blog erótico, tem que estar bem resolvida. Apreciar as fotos, os poemas, as ordens, e acima de tudo: jamais julgar os outros.

ou do

Chama-lhe casa, chama...


08 novembro 2016

Menos um concorrente da colecção de arte erótica «a funda São»!

Paris perde o seu Museu do Erotismo
Artigo de Susana Krauss para a Sapo Viagens
04 Novembro 2016


Dildos de todo o mundo e de todas as épocas, desenhos e esculturas eróticas fazem parte dos mais de 2 mil objetos que estavam expostos no Museu do Erotismo, em Paris. No próximo domingo, dia 6 de novembro, as coleções do museu vão ser leiloadas pela casa Saint Cyr.
Fundado em 1998 por dois amigos, Jo Khalifa e Alain Plumey, ex-estrelas porno, que fascinados pelas performances do erotismo resolveram abrir o museu, que desde então já foi visitado por dezenas de milhares de pessoas todos os anos.
O proprietário do edifício resolveu não renovar o contrato de arrendamento e nenhuma solução viável surgiu, entretanto, para evitar o encerramento deste museu privado, uma versão de outros semelhantes como o que se pode encontrar, por exemplo, em Amesterdão.
"Nunca tivemos ajudas do Estado ou da cidade de Paris. E em França o número de turistas tem caído, inclusive para o nosso vizinho Moulin Rouge", disse um dos donos do museu, referindo-se também aos ataques de 2015.
Viajantes frequentes, os seus proprietários conseguiram angariar durante 30 anos uma coleção internacional, que mistura arte popular e contemporânea.
Para o mestre Bertrand Cornette da Saint Cyr, "esta é uma coleção mundial de arte erótica, um panorama único de cultura e costumes".
Entre os lotes que vão a leilão, muitos são da Ásia onde o erotismo é, por vezes, considerado como uma filosofia. A obra mais antiga é uma laje de mármore do século XVIII, representativa de um templo tântrico. Um kamasutra indiano, um tubo fálico esculpido na Tailândia, representações eróticas do sexo masculino e feminino da América Latina também estão na lista.
Cadeiras de diversão estimam-se serem vendidas a partir dos 1.000 euros, representações do órgão sexual masculino de África a partir dos 500 euros, fotografias de nus masculino e feminino a partir de 80 euros.
No entanto, o destaque do leilão vai para uma escultura imponente, em bronze, de 1980, que representa uma mulher em coito com um robô, avaliada entre 7 e 8 mil euros.

É de Bradar ao Pitto


É nestas expressões que noto a tristeza dela por a vida lhe dar bradlimões em vez de fruta da boa com barbatanas.



Sharkinho
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«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 63

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.






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Parabéns a nós!

13 anos dedicados ao erotismo e à sexualidade... é obra!


Sardinha-surpresa

Sardinha em cerâmica, de Boligán Corbo , da Coleção “Sardinha” by Bordallo Pinheiro.
Explicação do autor: "Portugal recebe a sardinha directamente do mar. Em muitas partes do mundo conhecemo-las abrindo a lata e encontrando assim, como uma caixa de lápis de grafite, uma ordenada fila de sardinhas... Sempre tive a sensação que, se abrisse uma sardinha, encontraria lá dentro outra coisa".
O erotismo de uma boa sardinhada... na minha colecção.










A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

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06 novembro 2016

Suite 208


Suite 208 - from NUE galerie on Vimeo.

«pensamentos catatónicos (339)» - bagaço amarelo

a dor de pescoço

Das dores de que falamos quando falamos de Amor, a do coração é a mais conhecida. O coração dói-nos quando o Amor também nos dói. Há também quem fale na dor que sente no peito, quando a palavra "coração" parece demasiado específica e pequenina para falar de Amor. Depois vem a dor de corno, quando o Amor que falhou partiu para parte incerta e nós nos zangámos com o mundo.
Quanto tu me faltas eu falo da dor de pescoço, uma dor de que ninguém fala não sei porquê. Talvez nunca tenha sido diagnosticada nos Amantes falhados apesar de, tenho a certeza, ser bastante comum. É a dor da falta da tua cabeça encostada ao meu pescoço, num abraço que sempre me pareceu o mais bem encaixado do universo. A tua cabeça encostava ao meu pescoço como a peça de um puzzle. Sabes aquela parte redonda que encaixa de forma perfeita na peça ao lado? Era isso... depois abraçava-te e ficávamos assim...
Às vezes, quando estou sozinho e me lembro de ti, vem-me essa dor de pescoço que é também a minha dor de Amor. As dores do Amor são sempre dores de uma parte qualquer do nosso corpo, porque é no corpo que o Amor carimba o tempo que passa.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI do autocarro da Picheleira para a Buraca


Maitena - Condição feminina 52