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17 outubro 2021

O fundo Baú - 141

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 20 de Dezembro de 2004, a Encandescente dedicou-me um poema e criou uma crise de ciúmes ao OrCa:

Sem jeito

Tento prender-te numa quadra
Mas mesmo apertando-te
A quadra é pequena para nela te prender.
Tento então um soneto
Mas fico eu num aperto
Porque não sei escrever sonetos,
Têm uma métrica estreita
E desisto da empreitada
De escrever um soneto
Ou prender-te numa quadra.
O melhor é mesmo um poema corrido
Livre, irregular sem sentido
Sem linhas alinhadas, trabalhadas,
Atabalhoado como é o desejo
Que arrumado já tu estás no meu peito,
E para quadras ou sonetos
Eu não tenho jeito.

(Para a São)
encandescente

O OrCa ode sempre que tem um ataque de ciúmes:

Não te prendas no soneto
Ou até na fraca rima
Porque te encima a veneta
De dares à São a estima

Daqui de longe te afirmo
Do meu estro imperfeito
Que o teu empenho confirmo
No versejar escorreito

Há assim incandescências
Que mal se vêem no olhar
Mas que são mais que evidências
Que apuras no versejar

(Então, a mim, mal me venho à Funda São logo me dá p'rà rimação...)

10 outubro 2021

O fundo Baú - 140

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»







Em 18 de Dezembro de 2004, apresentámos...

O carro oficial da funda São


(estacionado pela Gotinha e pelo Tamtam)

Ode oficial do carro oficial da funda São:

"Ai que susto, uma bicha!..." 
Dirá uma bicha tonta 
Ao ver no retrovisor 
Uma racha de tal monta 

Mas de luzidio manto 
Na graça que o macho acha 

O que lhe dá mais encanto 
É no carocha a pachacha 

De resto que mais dizer 
Da curvatura à matrícula? 
Por tanto daqui me rir 
Até me dói a vesícula... 
OrCa 

Piropo oficial ao carro oficial da funda São: 

O meu carro pediu-me para eu lhe conceder 
o direito a uma participação de sinistro 
no seguro, assim só de vez em quando. 
Diz ele que anda doido por uma 
colisão frontal. Rapidinha... 
Sharkinho

03 outubro 2021

O fundo Baú - 139

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 19 de Dezembro de 2004, publicámos dois em um...

Mini-trava-cunilínguas

O OrCa lembrou-se de um "trava-cunilínguas" muito antigo que andava à volta da arte de colher. Ora, experimentem lá dizer depressa e repetidamente:

Fui ao mar colher cordões; 
vim do mar, cordões colhi...

A Gotinha também se lembrou de outro "trava-cunilínguas" engraçado. Repitam com ela:

Uma cabra caga trapos; 
outra cabra trapos caga...

19 setembro 2021

O fundo Baú - 137

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 12 de Dezembro de 2004, o OrCa publicou estas 

Odes no brejo - Vinhas

(Odes no brejo - pequenas reflexões, poeticamente inocentes, nascidas no meio dos arbustos...)

Vinhas linda
Vinhas de alho
Vinhas até em latada
Mas por mais que eu porfiasse
Não te vinhas nem por nada...

29 agosto 2021

Cuidado com a beleza!

A Maria Árvore é uma grande fã do Milo Manara e publica regularmente a arte dele no Facebook, para nosso deleite. Quando publicou esta ilustração, o OrCa não resistiu e odeu-a:


De um Serpieri a um Manara
em traços que nos inspiram
perco-me a olhar cada cara...
... e o mais que os olhos viram.
Da elegância das formas
da perturbação da arte
da sugestão contra as normas...
Tem cuidado! Olha o enfarte!

OrCa


04 julho 2021

O fundo Baú - 128

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»




Em 21 de Novembro de 2004, dois dias depois do 2º Encontra-a-Funda, em que reunimos num jantar 24 membros e membranas deste blog, o OrCa odeu a acta:

A Fun’Danço

No II Encontro d’A Funda São 
- Restaurante Simões dos Leitões, Mealhada, em 19 de Novembro de 2004 - 


Aqui estamos uma vez mais reunidos 
Alguns mecos que dão corpo ao manifesto 
Talvez poucos, porventura, mas unidos 
Que dos outros nem reza a História, de resto... 

Quantos somos e que ninguém se apoquente 
Que, afinal, nós seremos tantos quantos 
Os que formos a vogar nesta corrente 

Ao leitão, outra vez, à cabidela 
Ao vinho branco e fresco, e ao marisco 
E àqueles que não alcancem a gamela 
Mandaremos, por email, ar do petisco 

Esta é, companheiros, a Funda São 
E fundidos, refundados - porque não?... 
Nós cá estamos, p’lo Simões, no afundanço 

Celebremos, pois, amigos, a amizade 
Onde, por nosso grande mal, mas na verdade 

Vai de erguer, com fervor a nossa taça 
Ao deus Baco e também à deusa Vénus 
À Afrodite, a Marte e à populaça... 
Nem tem jeito que o brinde seja por menos

Pois se é certo que esta vida são dois dias 
E que até um se perdeu já neste enredo 
Deixemo-nos de merdas e agonias 
E bebamos desta vida sem ter medo

- Jorge Castro (OrCa) 

E já não basta ele oder-me, ainda me deixa toda molhadinha: 
"Quero deixar aqui testemunho da excelsa qualidade no acolhimento da nossa anfitriã: 
São, filha, o teu apuro técnico, a ternura do teu olhar, o séquito de que te rodeaste, anuncia a alvorada de um mundo novo! Raramente poderá alguém gabar-se de sentir assim o seu ego tão lambido... e falo, julgo eu, por todo o grupo. Seria essa a "órgia" de que falava o Jorge Costa? A verdade é que a humidade andava no ar. Mas ninguém conspurcou os cortinados! Na próxima, amiga, lá me tens, de corpo e alma, qu'isto o amor é o c'agarra..." - OrCa 

O prazer foi todo nosso... hmmm...

27 junho 2021

O fundo Baú - 127

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»





Em 20 de Novembro de 2004, divulguei a verdadeira e original lenda da São Rosas... que o Vizinho e o OrCa oderam logo! 

A lenda da São Rosas

Eram três vezes (*1), num reino não muito distante (*2) mas longínquo (*3) que viveu a São Rosas, uma mulher muito à frente (*4) do seu tempo.
Diz a lenda que domava as cobras cuspideiras (*5) bastando-lhe fazer-lhes festinhas. As cobras ficavam firmes e hirtas (*6) e cuspiam todo o veneno, que ela recolhia para as suas experiências de alquimia.
O porquê de ela ter ficado com o epíteto de "funda" ainda está a ser investigado pelos historiadores. Mas há já teorias a esse respeito...
__________________________________________________
(*1) foi há tanto tempo que uma vez não chega
(*2) mas com estradas miseráveis
(*3) em termos de PIB per capita
(*4) atrás, nada
(*5) também conhecidas por cobras de sacos ou cobras de cabeça vermelha
(*6) sim, sim, como uma barra de ferro

O Vizinho já se declarou à São, sem medo dos seus encantos:

Ai São, São,
Bela princesa encantada
Montado no meu alazão
Fazia-me já à estrada
Quer de terra ou alcatrão
E dava-te a minha espada...

O OrCa é ciumento e ode logo:

Como a São não há igual
Montada em belo alazão
A esgrimir a cuspideira
Corre o todo nacional
Empinando a Funda São
Mal coberta p'la bandeira

E canta como quem ri
Diz quem sabe destes fados
Eu próprio, que bem n'a vi
Envolta em seus cortinados...

30 maio 2021

O fundo Baú - 123

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 8 de Novembro de 2004, este blog comemorou o seu primeiro aniversário. Tive várias prendinhas. Uma delas foi esta ode do OrCa:

O OrCa sabe mesmo oder uma gaja...

Sãozinha de parabéns
Sãozona do coração
São és a mulher que "os" tens
São Rosas da Funda São!
... ... ... ... ... ... ... ...
Sãozita, já te dei lá atrás uma
Dou-te outra aqui já no fundo
Na Funda São que se apruma
A bem do sexo no mundo

Pornografia? Erotismo?
Vão mas é lamber sabão!
Se a Bíblia quer catecismo
A malta quer Funda São!

Não será tudo na vida
Andar de sexo à cabeça
Mas para ser bem vivida
Venha o primeiro que o esqueça

Anda p'r'aí em premência
Muito hipócrita sem queca
Cobrindo tanto a carência
Que se lhe vê a careca

Parabéns, bela Sãozinha
Como tu não há melhor
E contigo tudo alinha
São com graça... e sem pudor.

OrCa

23 maio 2021

O fundo Baú - 122

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 7 de Novembro de 2004, houve mais um delicioso duelo entre a Encandescente e o OrCa:

Duelo de gostos

Gosto de te ter
Enrolado nos dedos
De te sentir preso, suspenso
Do toque da minha mão.
Gosto dos diálogos que travo contigo
Feitos de palavras não ditas
Mas que têm sabor.
Gosto de quando questionado
O teu corpo reage
Da resposta molhada
Que obtenho de ti.
Gosto das discussões que tenho contigo
De cruzar palavras
Rebater argumentos
Dos duelos salgados
Que travamos
E escrevemos na pele.

Encandescente

E o OrCa ode à Encandescente:

Eu gosto que gostes
Que assim me degustes
Desgastes o gosto de tanto gostar
E eu gasto o teu gosto
No gozo do gesto
E gozo de resto por tanto gostar
Que gozes
Que grites
Que de gostar fiques
A gostar do gosto de eu tanto gostar

Ah mas como eu gosto
Que o gozo que dás
Nessa tua entrega de tanto gostar
Cresça assim gritante
Em mim teu amante
Gostando pelo gosto de tanto gostar!

OrCa

02 maio 2021

O fundo Baú - 119

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 5 de Novembro de 2004, voltou a repetir-se um duelo de mestres:

Odes à Desgarrada

À Encandescente, com Mergulhador à vista:

Pele de pele
Lábios prementes
Língua que toca
E que sabe a mel
Arquejo de dentes
Mãos ofegantes
Mordentes
Trementes
E a perna lisura
Roçando a textura
Da púbis sedenta
Corpo ofertado
Um de cada lado
Este suspirado
Aquele na premência
Do abraço fundido
Quase violência
Quase sem sentido
E de consentido
A febre do orgasmo
Um grito
O espasmo

E depois o mar
A onda
O remanso
Esse cair de amar
E sentir de ti
A carícia
O descanso...

OrCa

Ao Orca:

Preparo-me para o combate
Anseio o embate
Não fujo da luta
Gosto do desafio
Pele com pele
Mãos no corpo
Corpo nas mãos
Carícias trocadas
Em jeito guerreiro
Cavalgando teu corpo
Valquíria me torno

Encandescente

Então, aticemos a imaginação dos nossos desbragados (sem bragas, entenda-se...) leitores:

À Encandescente:

Peça a peça me aproximo de ti toda
Tanjo a carne que me atiça de volúpia
E ao querer ser o senhor do teu desejo
Sofreguidão de nos querermos tão sem culpa
Dou por mim a apropriares-te do meu corpo
E eu do teu
Ambos sedentos
Os dois cúmplices

E assim
Nessa maré de sal de beijos
Se sou o mar onde se afoga o teu desejo
Tu és a areia que me envolve e que me enleia...

OrCa

À Encandescente e ao OrCa:

Se há padrinhos de casamento, porque não há-de haver madrinhas de queca?
Sou eu! Sou eu!

São Rosas

25 abril 2021

O fundo Baú - 118

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 3 de Novembro de 2004, o Mestre Jorge Castro odeu-nos e a Encandescente odeu-o a ele. Um encontro de mestres:

Tempos de amar

(Aqui deixo, também, um ar da minha graça... que isto de muito amar só cansa quem não descansa...)

Pele
Quero a tua
Tão macia de veludo
Sentir-te toda
E a medo
Traçar a linha de enredo
De cada seio
Com um dedo à flor da pele
Que mal toco e que me enreda
Descrevendo as linhas todas
Onde mora o meu anseio
Onde a mão que te percorre
Tão cheia de ti
Que morre
Na tua pele que estremece
Queda de água
Do desejo
Da vontade que em mim cresce
O teu corpo
O teu ventre
O teu ardor que apetece
Fundes-te em mim
Desespero
Numa urgência feita assim
Crescendo em nós mar revolto
Até ficarmos
Por fim
Envoltos no abandono
Perdidos na urdidura
Dos nossos corpos
E os lábios
Sorrisos na comissura
Sinto o teu cabelo solto
Numa carícia de sono.

OrCa

A Encandescente também quis oder:

Nos olhos há o desejo
De guardar a tua forma em mim
E nas mãos há a vontade
De tocar, de arranhar
De ser o arrepio que te percorre
O desejo que te acalma
E que se acalma
Quando o corpo se revolta
Na procura do teu corpo
E dentro há o grito que solto
Que eu solto
Quando me encontras
Quando o teu corpo me penetra
Me amarra
E prendendo me liberta

Encandescente

O Mergulhador, sempre atento, lança um desejo (que decerto saiu da sua lança do desejo):

Que lindo seria se o OrCa e a Encandescente deixassem de lado o teclado e escrevessem nos corpos um do outro...
Não digo que pagava para ver porque não sou voyeur (cof cof) mas pelo menos gostava de os ouvir... a recitarem-se corpo a corpo.

31 janeiro 2021

O fundo Baú - 106

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 3 de Outubro de 2004, o mestre OrCa fez-nos uma das suas visitas odidas. Esta ode seria mais tarde adaptada por ele para o Hino d'a funda São:

Da Função, do Órgão e da Mão

(Num breve desvio do meu retiro espiritual, a São convenceu-me a vir até cá chatear a paciência dos estimáveis leitores... Enquanto artesão, resolvi dar o ar da minha graça, com um elogio às manufacturas - claro que, tendo dado o ar, achei por bem guardar o resto...). 
Então, cá vai:

Escapa, célere, a nossa vida nesta inércia
Mesmo sem querermos atraída pelo chão
Com gravidade, mas também sem controvérsia,
Por cada órgão já cansado da função

Assim, amigos, se é a função que faz o órgão
O mesmo órgão à função não faz igual
Importa então consolidar esta opção:
Ter da função a perspectiva horizontal

Seguir em frente nos caminhos mais estreitos
Mantendo em pé cada aventura e cada sonho
Fazer cumprir por cada órgão os direitos
Para adiar esse cair ao chão tristonho

Há que hastear em alto mastro esta bandeira
E hasteá-la sem descanso em cada dia
Será, quiçá, p’ra nós mortais essa a maneira
De se adiar a fatal queda com alegria

E mesmo quando a vida parece adversa
Há que saber contrariar a disfunção
Procurem bem que nem sequer é controversa
Por vezes está perto de vós, na vossa mão.

Jorge Castro (OrCa)

17 dezembro 2020

«Camões e a calçada portuguesa» - Jorge Castro

Camões e a calçada portuguesa

O livro mais recente do
Jorge Castro - o nosso Mestre OrCa.
pisoteia ela a calçada
alto o salto
esbelta a perna
e o salto alto penetra
no canal lacrimejal
de quem foi grande poeta
mas jamais acidental
que ocidental era a meta

a ranhura que era fina
finória e sem ter largura
deu de si - perdeu a sina
e cresceu em desmesura

por tanto
e tanta mais treta
o salto alto penetra
naquele olho do poeta

e o artista ligeiro
corre e salta pressuroso
p'ra não dizer altaneiro
actualizando o ficheiro
que parece insidioso
assim de olho esburacado

com martelo e martelada
tira e põe pedra a preceito
aconchega e põe a jeito
o sem-jeito da calçada

e quase numa virada
pedra a pedra martelada
varrido que é o restolho
espanto que já nem cala
ali nasce em quase-nada
no poeta sobre um olho
o negrume de uma pala...


O Mestre Jorge Castro
visto pelo Mestre Raim
numa dedicatória do DiciOrdinário

10 dezembro 2020

«Sensualidades» - Jorge Castro

Sensualidades

olhei para ti e vi-te
O livro mais recente do
Jorge Castro - o nosso Mestre OrCa.
pressenti
a nossa primeira vez
sempre presente
pressenti-te
eras tu
mesmo se ausente
nessa nudez feita de carne
e por desejos
no embaraço dos sentidos
se quiseres
arritmias de olhares
feitos ensejos
por um beijo só que fosse
que voasse
aos lugares mais longínquos
do abandono

quem me dera o voar
sem ter retorno
para além deste olhar
de te ver tanto
quem me dera ser o santo
que sentisse
em ligeiro bater de asas
paraísos
que não estão ao alcance
de juízos
mas relance
na urgência dos sentidos.


O Mestre Jorge Castro
visto pelo Mestre Raim
numa dedicatória do DiciOrdinário

11 outubro 2020

O fundo Baú - 90

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»



Em 30 de Agosto de 2004, demos conta de um dos assuntos mais falados por essa altura: a vinda  Portugal do navio Borndiep, da organização internacional «Women on Waves».


Nem tudo o que nos fode é erótico! 

Se o Governo português queria abortar a vinda do navio Borndiep a Portugal, não devia fazê-lo com base num aborto de argumento [pondo em causa, com uma fundamentação muito questionável, a legalidade desta campanha]. 
Será utópico esperar que a hipocrisia da classe política termine? Que se deixe de fazer «debaixo dos panos» o que deveria ser assumido e acompanhado pelo Estado como um problema de saúde pública [aliás, tal como acontece com a prostituição]?

 
Até o OrCa sai do sério e ode sem rimar: 

1. Não chamem "barco do aborto" à embarcação das Women on Waves, que isso já é meio caminho andado para a estupidificação nacional; 

2. E não chamaria homossexuais a alguns mentores desta vergonhosa proibição, digna do Santo Ofício... Chamava-lhes mesmo era paneleiros, que a indigna atitude não merece pompas; 

3. Ninguém é a favor do aborto! Isso é outra estupidez e distorção de juízos. E a atitude deve ser sustentada exclusivamente pela consciência individual. Ninguém pode estar na pele de ninguém, ainda para mais numa matéria deste tipo.

06 setembro 2020

O fundo Baú - 85

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»




Em 24 de Agosto de 2004, houve...


O Baile do Capot

(foto enviada pelo Vizinho)



A Didas descobriu logo a marosca:

O Vizinho bem tentou
Enganar a Vizinhança
Mas na marca da sujeira
Nota-se o cinto da gaija.
Quer dizer que não foi queca
Foi só mesmo batoteira.

Mas o Kaiser defende a honra do Vizinho:

Quem te diz que é o cinto,
e não as collants?
Um buraco na traseira,
revitaliza todas as manhãs!

O PortoCroft também ode (e bem):

Cá p'ra mim é uma túnica
Enrolada à cintura.
As mamas não São chita,
Foi canzanada impúdica
A alargar a comissura,
Mas não era chavalita.

Lá descobriu, o Vizinho,
Uma maneira porreira
De dar gozo à canseira
Que é lavar o carrinho.

O XL tem também um palpite, mais prosaico:
Mas que grande estratagema do vizinho! É que a moça sujou a roupita no calhambeque e teve que a despir para lavar (não ia para casa naquele estado sujo) e, uma vez despida... afundou!

Smaug - Mera encenação! Algo interessante se tivesse passado e a "imagem" não estaria tão nítida...

Canzoada - Pelo que me é dado observar, tratou-se de uma canzanada!

PréDatado - é o único que consegue dizer que o rei vai nu: "Lava-me porco!" é pouco original, mas o carro está mesmo todo cagadinho.

O OrCa ode quem duvida do Vizinho:

Ode o Vizinho no carro
À canzana... Não duvido.
Nesta verdade me amarro
... e deve ter bem odido.

Reparai lá, oh descrentes
Que a donzela, no derriço
Tinha até as mãos trementes...
Vocês não deram por isso?

E o cinto, ora, lérias
Cala-te lá, nem prossigas
Também se leva para férias
Um belo cinto de ligas...

Depois com jeito e sem pressa
Decidido o quanto basta
Já que a cueca, ora essa
Num instante ela se afasta

Fica o Vizinho a preceito
De iniciar a função
Deixando meia sem jeito
A malta da Funda São...

Ao Vizinho eu agradeço
Por ter borrado a pintura
E imagino quanto posso
Como urdir tal urdidura

E sabeis do que vos falo
Dessa verdade de estalo
Julgue-o quem pode julgá-lo
Mas melhor é experimentá-lo!

Ao abrigo da lei dos blogs, o Vizinho usa o direito de resposta. Como aqui não há antenas (pelo menos dessas), é por escrito. E mostra que sabe também oder:

Parece que há quem duvide
Da canzana do vizinho
Nem na SIC de Carnaxide
Se come tão bom cuzinho

Não percebeis que a chavala
Antes de dançar as valsas
P'ra não se sujar ao mamá-la
Deitou-se em cima das calças?

Fecha-se a rusga em beleza com uma ode do OrCa:

Quadras, quadris, quadrilheiros
Está tudo de parabéns
Contra os "quadrados" foleiros
Que mal conhecem as mães

Odei, amigos, que oder
Engrandece a natureza
Odamos até doer
P'ra manter a chama acesa...

Qual chama ou Napoleão
Chamemos os bois p'los nomes
É a tusa na Funda São
Como eu se tu não comes

O Vizinho odeu bem
Que lhe faça bom proveito
Se bem calhar eu também
Farei do capot um leito

Esta vida é uma pressa
E perde-se em correria
Agora, essa é que é essa
Quem num capot não odia?

23 agosto 2020

O fundo Baú - 83

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 21 de Agosto de 2004, o tema foi a gramática erótica.

A tesão ou O tesão? Eis a questão...

A Encandescente acha que tesão é um substantivo feminino. Eu acho que é masculino (embora aplicável a ambos os sexos).
O OrCa não pode ler nada que nos ode logo:

Há que tempos não me vinha
comentar à Funda São
mas, mal entro, a adivinha
é se é ele ou ela tesão

Por mim que seja composto
Se é dele ou dela que importa
Seja tesão só por gosto
Tesão que a tesão transporta

Nada de agoiros abruptos
"- Desenfôa, que vem gente!..."
(É o coitus interruptus
De que fala a Encandescente)

E se a coita é mal de amar
Fica a título de recado
Que à falta de coitar
Há para aí muito coitado!

Coitai, pois, que tal tem graça
Mesmo sem palavra fina
Pois se apetece conaça
P'ra quê chamar-lhe vagina?

(São, se estivesses aqui, beijava-te. Assim, olha...)

Anota São - tomem lá, do Dicionário da Porto Editora:
tesão
substantivo masculino
1. rijeza; tesura;
2. figurado força;
3. figurado impetuosidade;
4. figurado perseverança;
5. vulgarismo erecção;
6. vulgarismo desejo sexual;

(Do lat. tensióne-, «acto de retesar»)

26 julho 2020

O fundo Baú - 79

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 5 de Agosto, o OrCa contou-nos uma pequena história iluminada:

Histórias com pernas para ver e andar - I

(Nota de abertura - Olá, cambada de erotizados! Como cada um deve comer do que gosta, irei deixar-vos por aqui algumas historinhas - uma de cada vez - ... melhor, leves apontamentos sugeridos por essa extraordinária parte da anatomia feminina que, quando nas devidas proporções, tem o condão de mexer muito comigo. Espero que também elas sejam do vosso agrado.)

1.
Numa esplanada, no fim da tarde, com uma sugestão do calor do dia já passado, uma jovem mulher aproxima-se. Elegante de executiva, para quem aprecie o estilo ou gabe o gosto. Solta, displicente, a carteira e a mala numa cadeira. Chama, discreta, o empregado. Pede um café e senta-se.
A saia, justa quanto baste, sobe, forçada pela curvatura das nádegas e pelo escorregamento provocado pelas meias. Uma perna cruza a outra e o automático e costumeiro gesto de pudor tenta reconduzir dois centímetros de saia para baixo – ou para o lado, se quisermos rigor circunstancial - em vão, porque logo o tecido regressa à posição natural.
Vá lá, confessem, não acham que todo o café ficou mais iluminado?...
Posted by Jorge Castro (OrCa)

24 maio 2020

O fundo Baú - 70

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»







Em 19 de Julho de 2004, a Gotinha revelou o seu lado ciumento:




Pois... ok.... sim... então tá bem... prontos...

Ontem estive numa festa de aniversário. Quando fui apresentada a um fã do meu Blog fiquei toda orgulhosa. Alguém que estava no círculo de conversa também mostrou conhecer o Blog. Era uma Gotinha prestes a inchar de orgulho. Depois de alguns minutos teve a simpatia de me dizer:

- Sigo o BLOGotinha mas o que eu gosto mesmo mesmo é da Funda São. Vou lá para aí umas 10 vezes por dia.

Gotinha


Entretanto, o OrCa odeu em homenagem à Gotinha:

Vim-me aqui muito a correr
Cumprimentar a maltinha
E não querem vocês ver
Que ninguém liga à Gotinha?
Nem uma ode, um poema,
ninguém a chamar-lhe filha...
Está ela em tanta pena
Qu'inda nos fica co'a telha!
Vá, malta, mais atenção
Mais mimos, com mil diabos!
Se não lhe passam cartão
Ela não mostra mais rabos!...

Orca

PreDatado não se ficou atrás e chegou-se à frente:

Também te faço um versinho
Sem a inspiração do Orca,
Não escrevo coisa porca
Apenas te dou beijinho.
És água muito fresquinha
Digo eu sem te provar.
Não quero homem encornar,
Só dar um beijo à Gotinha.
E se achas que isso é pouco
Eu não faço mais avanço.
E não vale me chamares tanso
Prefiro que me chames louco.
Desse modo saio ileso
PreDatado é um santinho,
E quem lhe olhar o focinho
Não há quem o leve preso.

PreDatado

E o OrCa não se ficou só com um miminho à Gotinha e odeu o segundo:

Olá, tão linda donzela
Entre mil és a mais doce,
Ter-te por cá, que prazer!...
Mas que tolice é aquela
De não haver quem te ligue?
Ligo-te eu, não te amofines...
Garanto-to seres a melhor
A belos rabos trazer...
E p'rà verdade valer
E ninguém mandar recados
Há muito Jorge a dizer
"Quem me dera aquela base de dados!..."

Orca

10 maio 2020

O fundo Baú - 68

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 11 de Julho de 2004, O OrCa fez serviço púbico e odeu-nos, em duas publicações:

O Minete - ainda um esclarecimento do OrCa

A arte do minete, percursora da igualdade dos sexos - veja-se a expressão "passar o corredor a pano", enquanto ocupação doméstica levada a cabo por ele - que nivela bocas, as do corpo e as outras, na mais plena democracia doméstica...
Arte que se desenvolve com a idade, tal como se apuram gostos e paladares - bem me lembro eu do horrível gosto dos grelos quando criança e, agora, que se pela um homem por eles, como lhes chegar sem que um mar de atribulações nos estrague o prazer e a ponta?...
Desde o leve titilar até ao ruidoso chafurdo de que nos fala JC, o leve travo a maresia, a sedosa humidade da mais macia carne, a boca cheia de pêlos e, se em pleno 69, a narigueta ancorada no botão de rosa que, se os deuses da boa fortuna e da sacrossanta higiene ajudarem, até é uma componente agradável, mas se não - ou se a Mãe Natureza obrigar a alguma descontracção inopinada - provocará uma emoção dificilmente olvidável...
Ah, deixemos correr a imaginaSão, enquanto discretamente nos tentamos libertar daquele pelito, encaracolado e vagamente louro, que teima em nos irritar a garganta e que não há meio de despegar (pthuu, pthuuu...) e o bigode nos traz à memória já as saudades da última cena, passada há três horas, que nos parecem três anos...
Melhor é experimentá-lo, irmãos, pois nada do que é humano nos é estranho...

São, não seria elegante deixar a Encandescente sem resposta...
(... porque ela há rimas e rimas, muitas e desvairadas formas de rimar...)

Soberbo o teu corpo
Doce
O mel das altas montanhas
E sal
Das ondas sem fim
Do mar alto
Mar profundo
Eu te sorvo e saboreio
Absorvo poro a poro
O teu perfume
Esse enleio
Que me dás na tua entrega
Nessa urgência
Nesta espera
Assim
Que me acolhes
Tolhes
Aberta toda
Desperta
À descoberta de mim
Entro em ti
Sinto o veludo
Desse teu corpo escondido
Do teu nada
Do meu tudo
Do nosso ardente gemido
Revela-se então assim
O princípio e o fim da vida
E na tua entrega imensa
De tão intensa
Total
Ao possuir o teu corpo
Por fim liberto em meus braços
Sinto-te dona de mim.