01 novembro 2004

Rigidez transcendental

Emil Schildt, Kala Hungry
Fui ao teu encontro vestida com umas simples calças, uma simples t-shirt, sem soutien e com um ganchinho no cabelo - seria por isso que o teu olhar, mal me acertou, te denunciou? Ficarás tu mais entesado quando me vês sem as roupas (mínimas) que a todos provocam desejo?
Abandonaste-me depois no meio dos teus amigos, e já em casa começaste a telefonar e por dez vezes ligaste e, por três vezes, enviaste mensagens dizendo que não suportavas mais a vontade, que não sabias se aguentavas a tesão...
Quando abri a porta e entrei com pezinhos de lã, fui-me despindo e, já na cama, pude reconhecer, às cegas, o teu corpo, o teu rabo rijo e pude saborear a tua pele em larga escala. (Como estás bom, meu amor... estás perfeito, és um homem delicioso e, cada vez que as tuas mãos, a tua língua, as nossas peles se tocam, acredito mais na possibilidade de existir Deus. É algo que me transcende, essa rigidez... perco o controlo e tanto te agarro com força como deslizo, húmidas e suaves, as minhas mãos, a minha língua pela linha fina da tua pele, pela carne que afasto em busca profunda, pela impenetrabilidade que se vai rompendo com a descoberta de novos caminhos.
Após a infinita rua do prazer, recuperamos a sanidade e deparamo-nos com os estragos no quarto... roupa espalhada, almofadas pelo chão, copos caídos, persianas escancaradas... fica caro, este nosso calor!)
Já hoje não podia acreditar que tinhas ido e, quando ainda voltaste para mim, para a tua casa (e meu aconchego), com alegria te ofereci os fios de mel que escorreram pelo meu peito e permiti que me lavasses, suavemente, com essa língua enquanto eu te saboreava mais uma vez, e outra, e outra!...
E agora pergunto, que rio serei sem a seiva com que me inundas incessantemente, e sem os teus belos e apetecíveis frutos - frescos, cheirosos, sumarentos?...

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