(via 7floor )
30 setembro 2005
Febre - por Anukis
- Maldita gripe, resmungou para si mesma. Para o ano, tomo a vacina.
Não se lembra bem como nem quando, entrou em delírio. Tinha tomado uns medicamentos quaisquer que a médica tinha recomendado. A febre ainda não baixara e ela não conseguia mexer-se nem sequer raciocinar claramente. Tinha apenas em cima do corpo o lençol e mesmo assim sentia-se deitada em cima dum lago.
- Tenho que mudar de roupa ou meter-me na banheira com água morna para baixar a febre, pensou já em delírio.
Não conseguia levantar-se e adormeceu dum sono povoado de sensações estranhas. Havia uma mão que lhe tirou os cabelos colados ao rosto. Passava-lhe algo de húmido na testa e no pescoço. Hummm que sensação refrescante. A mão, talvez duas, não se lembrava bem, acariciavam-lhe o corpo. Pareciam orvalho acabadinho de cair de madrugada. Começou a desejar que aquelas mãos não parassem, que a envolvessem toda, que as mãos tivessem corpo, boca e língua, que pertencessem a um homem que a desejasse de igual forma. Só queria que não parassem. Tornar-se-ia flor para ele: o clítoris em orquídea só para ele.
As mãos pareciam ouvir os seus pensamentos. Das mãos nasceram uma boca que lhe murmurava palavras de amor, uma língua que a deixava doida e um corpo que era pele a roçar a pele dela. Afinal já não amaldiçoava a gripe. Há muito que tinha esquecido estas sensações e agora recordava o quanto eram deliciosas.
- Hummm mãos, boca, língua, pele. Vem até mim, disse ela em súplica.
E foi ouvida: sensações, prazer, deleite, êxtase...
Acordou no dia seguinte, já sem febre e com o corpo relaxado e cheiroso, apesar da febre.
- Tenho que parar de fantasiar - pensou ela.
E virou-se para a mesinha de cabeceira para beber um pouco de água. Ficou atónita. Havia uma caixa de dodots que nunca tinha visto antes. Como tinham lá ido parar?...
Anukis
29 setembro 2005
Da noite
Ela trabalhava numa casa de alterne.
Ele alternava as noites entre casa e casas de putas.
Ela vestia sempre preto. Ele achava o preto deslocado.
Uma noite sentou-se na mesa dela. Ofereceu-lhe uma bebida e um sorriso.
Ela aceitou a bebida. Hesitou no sorriso.
Aceitou.
Procurou-lhe os olhos. Ela baixou-os. Ele gostou.
Ele não falou. Ela nada disse.
Olhava-a.
Ele ficou na mesa dela toda a noite. Lendo, interpretando o silêncio.
Os gestos púdicos, o negro da roupa.
O recato numa casa de putas.
No fim da noite ela saiu sem lhe perguntar se a queria.
Simplesmente, levantou-se e saiu.
Ele voltou na noite seguinte e todas as noites.
A noite dele a mesa dela.
O dia dele a espera da noite. A espera dela.
Uma noite ele estendeu-lhe a mão. Saíram.
Na rua falou dele. Falou dela.
Falou na casa que era dele onde uma estranha habitava. Não ela.
Falou no lugar que era o dela. Ela não pertencia ao lugar.
Não era o lugar dela.
Tão diferente o preto que ela vestia da cor do lugar.
Tão diferente o silêncio dela dos sorrisos falsos, das palavras abundantes e ocas.
Tão diferente o recato dela, o pudor nos olhos baixos, da luxúria, da oferta do corpo no lugar.
Ela apertou-lhe a mão como se só ele entendesse.
Ele sentiu-se único e responsável.
Ela fez amor com ele como se o amasse.
Ele fez amor com ela amando-a.
Ele deixou de alternar entre casa e casas de putas.
A noite, o bar, a mesa dela, casa única.
Uma noite ele assumiu perdas e derrotas, impotência e exageros.
Disse-lhe: - Vem viver comigo.
Ela apertou-lhe a mão.
Nessa noite não pegou, como todas as outras noites, no dinheiro que ele pousava ao lado da mala dela.
Como se não existisse compra. Como se nunca tivesse existido venda.
Fez amor com ele como se o amasse.
Ele fez amor com ela amando-a. Chamando-a sua.
No dia seguinte esperou-a no quarto feio e frio a que chamava agora lar.
Ela não chegou.
Esperou-a mais um dia e uma noite. No outro lado do telefone o silêncio.
Procurou-a.
A mesma mesa. O mesmo vestido preto. O mesmo recato. Outro homem.
Agarrou-a por um braço. Gritou-lhe dor e amor. Declarou-se perdido, a culpa dela.
Alguém o expulsou da noite, do bar, da mesa, da vida dela.
Alguém lhe disse rindo:
- Ela é a melhor puta da casa.
Foto: Marta Laura
Dadores de esperma precisam-se...
É um projecto artístico do francês Philippe Meste, que se propõe reunir um metro cúbico de esperma num cubo transparente e refrigerado.
Como obra de arte que se pretende universal, todos podem ser dadores (sim, si, a menina de boca cheia também). E podes pedir o teu kit de dador.
Ao mesmo tempo, podes comprar acções ao inseminador... digo, portador, que garantirão uma parte dos lucros da venda da... obra de arte.
Tens tudo explicadinho aqui:
SpermCube
A Rosa da Pastelaria - por Charlie
Esperou que eu saísse com o meu sorriso enigmático cheio de pensamentos sobre o Ti Ferro.
Desejei do fundo do coração que ele tivesse encontrado aquele grande amor que lhe correra mal e que lhe marcara toda a vida.
Despedi-me do idoso e saí.
Lá dentro da pastelaria, a proprietária voltara ao espaço destinado ao público e olhava para mim, que me afastava devagar atravessando a rua.
Rosa, assim era o nome dela, deixou os pensamentos vaguear pelos anos decorridos até ao dia em que entrara pela primeira vez na drogaria do António Ferro. Ia comprar apenas um pouco de palha de aço. Tinham acabado de montar a pastelaria e queria tudo num brinco. Umas persistentes manchas nuns azulejos junto à casa de banho teriam de ser retiradas a bem ou a mal.
Entrou na drogaria, descendo um degrau. Naquela zona de Lisboa de declives acentuados é frequente parte das casas estarem abaixo do nível do solo. Encarou o António pela primeira vez, que a mirou também. Sem dizerem quase nada ele aproximou-se e tocou-lhe na face com as costas da mão. Ela sentiu-se invadida por uma sensação que nunca havia experimentado antes. Era casada havia três anos e jamais sentira com o marido o que de repente lhe estava a acontecer. O coração a acelerar, a respiração em ritmo curto e a pele em erupção.
Sem desviar o olhar disse-lhe ao que vinha e ele entregou-lhe o pedido. Olhou mais uma vez para ela, vendo como o olhar não se desviava. Abriu a gaveta, e deu-lhe a chave. Disse-lhe:
- Depois das seis horas. Essa chave é a das traseiras. Onde está uma tabuleta a dizer bar.
Eram quase sete quando o António sentiu a chave na porta. Ela abriu-a e ficou olhando para o interior. Hesitando entre o passo que queria dar e a vontade da fuga daquela loucura.
António saiu ao seu encontro e puxou-a para dentro. De imediato apertou-a nos braços e beijou-a. Ela rendeu-se completamente e correspondeu. Os corpos num abraço apertado e as línguas em delírio total como se quisessem fundir-se num só corpo, numa só alma.
O que teria aquele homem para tê-la atraído assim? Num rebate de consciência veio-lhe a ideia do marido à mente, da sua dedicação... mas isto?... Isto era a aventura pura. Tinha o corpo a ferver. Ele esperou um pouco e perguntou-lhe baixinho e pausadamente o que queria tomar.
Perante a hesitação dela, ele avançou no lance e preparou dois cocktails onde um dos ingredientes era um pouco de água da torneira. Molhou os lábios, era doce e ao mesmo tempo de gosto férreo forte. Bebeu mais um pouco e sentiu o calor do álcool descer lentamente até ao estômago, invadi-la e espalhar-se num desejo que lhe tomava todo o ser. Os olhos de ambos
irradiavam a loucura dos corpos em efervescência.
Num salto subiram as escadas e atiraram-se sobre a cama. As mãos navegando no Tejo dos corpos, as línguas numa dança louca, esvoaçando nos céus das bocas no meio das gaivotas que gritavam em triunfo sobre a grande clarabóia.
Nem deram pelos instantes em que os ventos da paixão lhes levaram as roupas; velas dos mastros que se desprendem sob a fúria das tempestades.
Penetrou-a lentamente, apesar dos corpos pedirem tudo, enquanto lhe mordiscava e lambia os peitos. Sentiu todo o seu corpo estremecer de prazer.
Ela nem podia acreditar no que estava a fazer. Filha de pequenos comerciantes, moradora na Praça da Figueira, escapara incólume aos piropos e brejeirices do Terreiro do Trigo, Campo das Cebolas, Chão do Loureiro e demais sítios onde os triângulos amorosos competiam com as aves ribeirinhas por um lugar onde pousar no mastro de qualquer embarcação de breve estadia.
Só conhecera o homem com quem casara.
O namoro com o seu marido, fora de sete anos. Coisa séria. Um beijo, coisa insípida, só ao fim de meses, e uma breve estreia dos prazeres da carne só umas semanas antes do casamento.
Mas agora, estava em pleno vulcão prestes a explodir. Com um homem dentro dela que mal conhecia. Presa por um sentimento que nem pensara ser possível existir. Sentiu de repente que vivera toda a sua vida rodeada dum cenário de papel e que bastara um breve gesto para esfaquear a ilusão e ver o mundo com todas as cores que estavam para lá da sua redoma.
Penetrou-a mais até sentir-se todo dentro dela. Empurrou-se mais para dentro e ela acompanhou-o apertando mais o corpo, com os olhos fechados, abertos para o vislumbre do Paraíso que sentia chegar a todo instante.
Ele fechou os olhos, repetiu a penetração, rodou o corpo e perante ele surgiu o rosto do grande amor da sua vida que ficara perdida numa partida fera pregada pelo destino. Duas lágrimas correram-lhe pela face e salgaram os lábios dela, dando-lhe o sabor ao mar imenso que estava vivendo, e onde ele navio em tempestade era, sem que ela soubesse, uma alma em naufrágio
pelo amor perdido.
Num estremecimento mútuo, todo o rio se precipitou numa enxurrada naquele quarto enquanto o céu caía da clarabóia para dentro daquelas duas almas perdidas no abraço breve à eternidade...
Charlie
28 setembro 2005
Dinâmicas exponenciais de produtividade.
Reuniões de trabalho são eventos onde se potencia ao máximo a capacidade intrinseca, mas inerte ainda, de catapultar os níveis de stress para valores que certamente ultrapassarão largamente as balizas estabelecidas, estatisticamente, como óptimas. Gostar de Reuniões de trabalho pode-se considerar uma coisa do reino dos fetiches. É como gostar de um pontapé nos colhões. Não se percebe, para quem os tem. |
"Vamo-nos conhecendo"
Ela mostrou-se muito receosa:
- Mas... não sabemos nada um sobre o outro!
Ele acalmou-a:
- Não há problema, nós iremos conhecer-nos com o tempo.
Ela concordou. Casaram-se e foram passar a lua de mel num luxuoso hotel.
Certa manhã, estavam ambos recostados, junto à piscina, quando ele se levantou, subiu ao trampolim de 10 metros, realizou uma demonstração perfeita de todos os saltos que existem e voltou para junto da esposa.
- Isso foi incrível! - disse-lhe ela.
- Fui campeão olímpico de saltos ornamentais. Eu disse-te que nos conheceríamos com o tempo - respondeu ele.
Então, ela levanta-se, entra na piscina e começa a nadar, ida e volta, em impressionante velocidade. Depois de trinta voltas sem parar, ela sai e vai recostar-se junto do marido.
Ele não conseguiu esconder a admiração:
- Estou surpreso! Foste nadadora olímpica?
- Não, explicou a jovem. Fui puta em Veneza e atendia ao domicílio.
(enviada por Padrinho)
Faites vos jeux
jogada de Lamatadora
Relato do OrCa à Gabriel Alves:
"O ás de paus a cobrir o ás de copas indicia claramente qual é o trunfo. Já o dedão do encavador a titilar o parceiro da direita, envergonhadito e pouco afoito, é que já configura uma situação de clara batota.
Agora a mesa deve ser daquelas de encostar à parede, pois só daqui lhe vejo duas pernas. À frente, prende-se a um gancho, é?...
Em qualquer caso, há dois gajos de jogo feito e outros dois com boas mãos."
27 setembro 2005
Procura-se Legenda
(via Fihski)
Carbonmonoxide: Cuidado que ele cospe!
Isto sim, são concursos!
"Um concurso destes seria bem melhor do que estes reality shows ranhosos que temos por cá!"
Fogos de Verão
Cativava-me aquele olhar e pele ameríndia. Quando o apito da fábrica dava o meio-dia para todas as aldeias em redor eu já estava a empurrar o portãozito da escola primária para me refugiar sob o alpendre. Ouvia o zunido da zundapp a aproximar-se e a parar a uns metros seguros da escola.
Ele chegava em silêncio e num beijo mergulhava em mim como se nessas pálpebras cerradas apagasse a imagem do pai nas festas das vilas vizinhas, no meio do intenso cheiro a chanfana, a distribuir cervejas pelos rapazes que aceitassem a troca de ele os transformar em gargalo de Super Bock.
Eu esgrimia aquela língua na utopia de absorver aqueles músculos construídos a baldes de cimento, no calor daquele verão onde a toda a hora despontavam os fogos aqui e além.
Ele encostava-me literalmente à parede e escorria por mim até a sua cabeça se enfronhar debaixo da minha saia de flores e os meus dedos puxassem os seus cabelos para trazer de volta a sua boca molhada à minha. Desapertava-lhe as calças reforçadas a tinta e argamassa e ajoelhava-me para fazer levedar a massa na minha saliva. E como sempre, era nessa altura que me pegava ao colo até à velha mesa de lanches daquele alpendre e fazia dela a cama onde se estendia sobre mim, mimando o missionário. Sem palavras, rolava-me para cima dele e fazia-me rodar até os dedos dos meus pés tocarem as pontinhas dos seus cabelos escorridos, segurando-me as nádegas tal qual como a tigela onde bebia a sopa de manhã enquanto eu debicava o croissant empinadinho até atingir o creme de doce de ovos.
Estás a ouvir-me Sãozinha?... Desculpa mas eu falava do último verão em que o toquei em carne e osso, em que nos beijámos com as bocas encharcadas, já que ele resolveu trocar a plantação do quintal que até a mãe achava que era linda pelos pozinhos que lhe deram a overdose logo no inverno. E quando soube disso, apenas desejei em silêncio que ele tivesse tido a sorte de antes experimentar uma queca completa.
26 setembro 2005
A Cisterna da Gotinha
Loira bem ousada e atiçada!!
Cartazes de Cinema eróticó-pornográfico dos anos 60/70.
Mulheres de ancas largas são as favoritas desta artista Sarah Bishop.
Morena com malmequer.
Quem são estes gajos?
Pois continuo sem saber
quem é este par?
O Meteorico esclarece que este par pertence à Michelle Marsh (a cultura é, de facto, algo de titilante) e que a morena da primeira imagem é Lucy Pinder. E de bónus aí têm as duas (ou melhor, os dois pares).
Armadura para arma mole
proposta de lamatadora para os visitos
"Este deve ser o homem do talho..." - Matahary
"Pois... pois... senão o chouriço ficava às rodelas..." - Bruno
"Coitado do senhor!" - Mad
"Coitada da senhora!" - Fernando
"Acho que é por causa dos dentes das ratas..." - Charlie
"Na volta é a isto que chamam um Trava-Línguas ou, talvez com mais certeza, um Desembrochador. Ou será um Caramelho?" - Ferralho
"Bolas... Nós nem mordemos assim com tanta força! EXAGERADO! (E se a moda pega... estamos mal, que aquilo deve arranhar!)" - Maria
"Aquilo para mim, e não querendo ser muito assertivo, é uma ARMADURA DO CARALHO. Coloca-se no animal e peleja-se à vontade contra o cinto de castidade da donzela." - Mano69
25 setembro 2005
E eu que nem sei Norueguês...
Além de uma análise histórica, anatómica e fisiológica, os autores entrevistaram 117 homens e fotografaram-lhes os respectivos pénis de diversos ângulos, em repouso (entre 6 e 15 cm) e em erecção (entre 6 e 21,5 cm). É uma análise exaustiva (o termo aqui é mesmo bem aplicado). Um detalhe interessante: vá-se lá saber porquê, os pénis (plural de péni) são todos louros ou ruivos...
Para quem queira ler as notícias sobre o lançamento do pénis... digo, do livro, estão aqui, aqui, aqui, aqui ou aqui (em norueguês, claro).
Diário do Garfanho - 117
Ver os nossos esforços resultarem imediatamente é bom. Vê-los entendidos e expressamente reconhecidos é melhor. Muito melhor.
Depois do hercúleo esforço de contenção e reserva ocular e mental a que me obriguei e, exactamente, após o desespero, a raiva, o desgosto de, mais uma vez, não virar a cabeça (disfarçadamente, claro) ou, sequer, procurar um último vislumbre pelo canto do olho:
- Sabes, tu és diferente - anunciou ela com um sorriso.
- Diferente? - perguntei eu, às cegas.
- Sim, não olhas para todas as mulheres que passam.
- Não? - deixei escapar. "E olha que bem me custa" pensei.
- Não - repetiu ela, com a certeza que só as mulheres conseguem ter. - Há homens que parecem loucos, sempre a olhar em volta, sempre à procura, sempre a cobiçar. A ver. A salivar. Parecem uns maluquinhos.
- Há?!
- E isso é muito irritante. Chateia-nos. É uma falta de respeito. - Ela amaciou a voz: - Mas tu és diferente.
Garfiar, só me apetece
24 setembro 2005
Jogo
uma oferta do Nikonman para os/as visitantes da FundaSão
"Que par de ratas tão querido!" - Bruno
"Esta foto faz-me lembrar a 3ª comichão na Guiné. Comia ratos ao almoço e ratas ao jantar..." - Mano69
Na vida pensando, quiçá adormecida,
Quando deu um salto, gritou, assustada,
Olhando para o bicho que contra ela vinha:
- Bicho feio, careca e pontudo
Que queres tu, desta rata assim pousada?
- Oh! criatura ingénua, tu sabes que eu quero é tudo,
Fazer-te guinchar enquanto te dou uma... fada"
Maria
"Esta é Mulher que tanto me apraz
Tem rata à frente, tem rata atrás
Tem bichinho bom e ordeiro
tanto à frente como no traseiro
É assim toda como se quer
pode-se comer de muita maneira
Mesmo voltando-se é sempre mulher
Tem na frente bicha traseira
Ou será que estou errado
E não sei já lugar certo
o bicho é todo ele entalado
Nesta rata ou lá por perto?
Pois agora estou confuso
deixe-me pronto ir espreitar
Levo comigo o mano tuso
ele depois lhes virá contar..."
Charlie
"pousa uma rata no rego
de outra rata bem regada
será duplo aconchego
ou a bicha é despistada?
ou será que a rata é rato
algum bichinho lampeiro
e só busca um entreacto
para se aninhar no traseiro?
pois vendo bem de repente
e coisa que muito apraz
é tanger a rata à frente
e meter o rato atrás!"
OrCa
"O meter o rato à frente
e tanger a rata atrás
Ou será contrariamente
Já não sei como se faz
Tinham todas noutras eras
A bicheza bem definida
À frente tinham uma fera
e atrás a desprevenida
Quando se trocava de repente
por gosto ou só curiosidade
Ficavam com a rata à frente
não trocavam a verdade.
Mas agora nesta treta
duma rata em duplicado
sendo igual na dita greta
Fica o bicho baralhado
E assim quando se trata
do recado do Tí Orca
Já não sei se estou na rata
ou se na vizinha porca"
Charlie
Post-Tits
Memorizado por Mosca Morta
Recebido pelo grupo de mensagens da funda São.
E tu, já recebes estas mensagens?
Os cobertores do Ti Ferro - por Charlie
ouvir cantar o fado, atrás das janelas, andando às cegas pelas ruas de Alfama,
subindo direito às sombras do Castelo e descendo depois para as ruelas que acabavam num abraço junto ao rio.
Olhei para aquela montra e entrei. Perguntei pelo preço dos cobertores que estavam na montra. Só depois de ter feito a pergunta é que reparei no despropósito. Era uma drogaria, com todas as coisas próprias deste tipo de negócio e onde mantas e cobertores não tinham aparentemente lugar.
Ele sorriu e disse-me:
- Dão sempre jeito na mala duma carripana de qualquer jovem.
E, dizendo isto, foi buscar uma e embrulhou-a, dando-me o preço com um pequeno desconto para acertar o valor. Ao mesmo tempo, entrou um homem que pediu um garrafão de água férrea. Ele pegou num garrafão, dirigiu-se à parte de trás do estabelecimento e voltou depois com o dito já cheio. O cliente pagou e saiu.
Fiquei curioso. Perguntei-lhe se tinha uma nascente e ele, vendo-me na ignorância e preso à ingenuidade da minha juventude, disse-me encostando a porta:
- Você é jovem, não é de cá... pensei que soubesse. Mas deixe dizer-lhe umas coisas.
Deixe-me ajudá-lo nestas questões da vida.
E puxou-me para a parte de trás da loja. Era um bar pequeno, completo com bebidas, dois bancos altos e uma mesa junto à porta para a rua das traseiras, que estava fechada.
- É aqui onde me entretenho depois das horas do expediente, agora siga-me!
No cimo das escadas havia um pequeno quarto, sem janelas mas com uma enorme clarabóia a iluminar uma cama e uma cadeira.
- E aqui é para onde as trago depois de um copo, mas quase sempre isso só acontece à primeira vez, porque à segunda querem logo vir para o quarto,sem mais nada! Elas entram na loja para comprar uma merda qualquer, tipo 5 escudos e gesso e eu dou-lhes a chave do bar. Voltam mais tarde quando já estou fechado. Nunca entram pela porta da frente. Como o bar nunca abre e a rua de trás é só de armazéns, tenho aqui o ideal para papá-las sem dar nas vistas.
Ficou olhando para mim e de repente acordou:
-Ah, pois, a água. As coisas são muito engraçadas. Esta água é da torneira, mas não sei se é de um cano ferrugento ou não sei que coisa possa ser, ela tem um sabor férreo e propriedades especiais.
Piscou-me o olho:
- Tem um efeito afrodisíaco. Queres levar uma garrafa, miúdo?
- Não preciso. Veja lá se com 23 anos queria que me faltasse a tusa.
- Pois a mim já me faltou com a tua idade, uma só vez e foi logo com uma gaja que me pôs maluco.
Olhou para mim e disse em jeito de sentença:
- Nunca te apaixones. Fode-as o mais cedo possível e passa para a seguinte. Conselho de quem sabe!
Já era a segunda vez que ouvia esse conselho no espaço de uma semana. O meu parceiro de cowboiadas e noitadas, um pouco mais velho que eu, já me dissera o mesmo. E logo eu, que sempre ligara os olhos de uma mulher a um naco de poesia a correr num rio de emoções ao primeiro toque dos lábios. Ele adivinhou os meus pensamentos e interrompeu-me:
- Quando as abordares pensa com a pila e não com o coração - e piscou-me o olho.
Abriu-me uma gaveta e mostrou-me um livro com nomes e cruzes. Cada nome uma mulher, cada cruz uma queca.
- Pensas que estas gajas não tem em casa afecto e carinho? Pensas que elas não tem quem as aqueça à noite e lhes faça sentir a poesia de dormirem agarrados um ao outro? Não é isso que elas procuram! Querem sexo puro e selvagem. Aventura! Foder! Sem compromissos.
Esperei um pouco olhando para ele e perguntei-lhe:
- Quando você está com elas pensa em quem?
Desviou os olhos para o chão e não me respondeu, mas eu disse-lhe:
- Pensa nela...
Ficámos a fitar-nos uns segundos eternos. Sem respirar, a medir-nos, a pesar coisas. Como que a querer terminar a conversa, disse-me:
- Nunca laves o cobertor. Eles são mergulhados nesta água antes de eu os pôr à venda...
Voltei anos mais, já sem o carro que tinha e sem o cobertor, e procurei pelas ruas a drogaria do Ti Ferro. Não a encontrei mas no lugar onde me parecia ter sido, havia um enorme buraco no chão e uns escombros resguardados por tapumes.
Desci uns bons cinquenta metros e entrei numa pastelaria antiga que já existia nesses distantes anos. Perguntei à senhora já idosa que estava ao balcão pela drogaria, mas ela respondeu que nunca se lembrara de haver ali nada. Retirou-se para o interior e de uma mesa respondeu um senhor, já idoso também:
- Ela não gostava dele. A minha mulher ia lá buscar coisas que precisava e tinha de voltar mais tarde reclamar que ele tinha aviado as coisas mal e havia sempre trocas a fazer. Um valdevinas! Olhe aquilo ruiu tudo com uns canos que rebentaram debaixo da casa. Ele foi-se embora. Encheu o carro com uns garrafões e umas mantas e nunca mais o viram. Partiu. Disse a uns que vêm aqui às vezes que ia resolver um assunto antigo...
Sorri.
Desejei do fundo do coração que ele a tivesse encontrado....
Charlie
PORNanima - mais, mais, mais... oh, mais!...
Para quê perderes horas a ver uma longa-merdagem
quando podes fazer os teus próprios
filmes eróticos (ou pornográficos, conforme o critério)?
Fitas porno mais recentes:
«Que tiro!» - por FlipFlop
«Gelado» - por Charlie
Tudo aqui, na PORNanima.
E os filmes podem ser feitos com Flipbook.
23 setembro 2005
uma oferta da Mad para os/as visitantes da FundaSão
"Parece uma passarinha. Pelo menos, penas tem." - Matahary
"Gostei do remate do corte... rente, com o pequeno sobressalto em jeito de flor. Aposto que lá dentro se espera o caule!" - João Mãos de Tesoura
O Charlie - já sabemos - adora comer vegetais (desde que tenham carne) sem ligar demasiado à métrica:
A rega duma flor
Desta cor que tanto amo
É feita com muito amor
Todo o dia todo ano...
Uma flor assim despida
e de todo depenada
É uma pena estar perdida
Sob penas abandonada.
digam não à solidão
e aos penares descascados
Uma ave não voa em vão
se tem descanso num galho amado
À Maria esta oferta também lhe deu fome:
Descansada estavas, em flor
desabrochada, ali, mesmo à mão
à espera da tua boca, ai! amor
tão longa espera nos jardins da São!
O 1313 estreia-se em poeta. Para ele, a flor é em toda a volta e o sexo é pim-pam-pum:
uma flor singela
sobre penas em ramalhete
pego neles e exponho nu
faço um minete
vou-lhe à cona
e depois ao cu
O OrCa tinha que oder esta flor:
mas que arranjo de penas florais
depositas nas empenas com ar lúdico
se eu pudera pena a pena sempre mais
sentiria o doce olor do arranjo púbico
e cheirando se me deixares nem me queixo
aspirando com volúpia a flor aberta
pois na breve e doce greta apoio o queixo
e lá vou por maresia à descoberta
É claro que há sempre quem seja do contra. Como o Ferralho: "Detesto a ideia de poder ficar com penas no céu da boca. Colam-se! Não posso só afastar para o lado? Cada vez complicam mais. Um dia destes um gajo ainda acaba a tirar cursos de arranjos florais e avicultura só para ter proveito... bolas!"
Má língua
Como é que se pode ter o desplante de usar aquela imagem absurda de macho latino que encasquetou que as mulheres são burras e manipuláveis, com inglês de praia e galanterias de um manual do século passado?... Ai Sãozinha, os gajos estão feitos ao bife que a maioria dos consumidores são mulheres e pior, muitas são mães e conseguem mudar os hábitos alimentares das suas criancinhas. Se querem saldo positivo desta campanha de verão, convençam mas é os machos deste país que é de homem lamber um Corneto e chupar até ao fim um Super Maxi ou quiçá, ponham legendas em várias línguas na publicidade como se faz pelas terras algarvias para captar os turistas que por mim, têm de me tocar mais fundo na alma para voltar a ser freguesa.
Ai... e à falta de um Jack Daniels vou fumar um cigarro, Sãozinha que já estou cansada! ...
A Gotinha descobriu este fenómeno e
Caranhão ou
Tancaralho ou
Chaimonta ou
Blindildo
Eu chamar-lhe-ia
Para o Mano69 isto é uma
Transviatura
(um caralho de grande altura)
22 setembro 2005
Cisterna da Gotinha
A menina e o seu Ipod.
Loira e o seu carro.
Sex ‘n’ Blog: adivinhem qual o tema deste recém-nascido Blog...
Quantos preservativos se podem usar de uma só vez??: um projecto científico!
ConaCulta: está relacionado com um dos temas centrais do blog.... (a massa cinzenta, claro!)
Mulher!
Um miminho de capa
Uma francesinha. por favor!
Um dia, ele passou por casa de uns amigos para lhes pedir que o acompanhassem até ao aeroporto, porque a sua mulher ia viajar. Como sempre, gozou com ela antes de embarcar:
- Meu amor, trazes uma francesinha de Paris para mim?
Ela baixou a cabeça e nem respondeu.
A mulher passou vinte dias em França.
O marido pediu de novo aos amigos que o acompanhassem ao aeroporto. Quando ela chegou, ele perguntou à mulher:
- Meu amor, trouxeste a minha francesinha?
Ela esclareceu-o:
- Eu fiz o possível. Agora é só rezar para que nasça menina!
(enviado por Jotakapa)
21 setembro 2005
Procura-se Legenda
Axpegix: A traça é lixada!!
Torradinha
Cá estou de volta, Sãozinha, com esta corzinha de bolacha torrada, tão bem aceite por todos como rótulo de beleza física da região demarcada do bem estar e da felicidade, apesar de me palpitar que as minhas celulazitas mortas, tostadinhas ao sol, não estarão de acordo.
Mas que se lixe!... Gostei de exibir no local de trabalho esta bandeira de descanso como se ainda trouxesse a toalha ao ombro. E de responder que sim, que a praia este ano estava cheia de bikinis. Daqueles que copiam os modelos da década de 60 com a caixa de peito armada e o calçãozinho subido. E também com aqueles que revivem os anos 80, com o pedacinho de tecido que tapa os seios enfiado num fiozinho deslizante graças ao qual, se dermos uma corridinha, faz logo saltar uma mama para fora. E mais que sim, que toda a gente usa duas cores no bikini, uma para o soutien e outra para a string enchendo o areal de cores como a arquitectura do Tomás Taveira por esse país fora.
E quais corpos danone, quais quinze dias kellog’s ou quais vinte passos das dietas miraculosas de verão que todas as banhinhas de homens e mulheres se mostravam pela beira-mar para não perder uns dias de bronzeado e improvisando a queima de calorias nas voltas insistentes da língua sobre um gelado.
Nem sei Sãozinha porque não me comove a areia a arranhar-me os interstícios dos dedos dos pés, o sol que começa por lamber-nos suavemente para depois nos dar palmadas nas zonas mais expostas, as ondinhas ordenamente umas atrás das outras em carreirinha, os pôres do sol que anunciam a néon a noite e o voltar para o carro a exalar um bafo quente. Porque é que nem sequer acho erótico tanta carne exposta em fios de cores e flores e prefiro uma profunda troca de bactérias com um gajo, mesmo que seja perto de um contentor de lixo?...
20 setembro 2005
Diário do Garfanho - 151
- Com quem?
- Connosco.
- Todos?
- Sim, com os 5.
- Só se for um de cada vez.
- Um? Só um?
- Sim.
- Só um?
- Sim, só um de cada vez.
- Quanto é que leva?
- Pelos 5?
- Sim, havia de ser por quantos?
- 125 euros.
- 125?
- Sim, 25 cada um.
- Não!
- Não, o quê?
- 125 é muito. Um de cada vez?
- Mas vocês querem o quê? Dois?
- Todos!
- Todos?! Todos a fazer o quê?
- A foder! Diz que é a foder!
- Ouve lá, ó menino, 5 a foder o quê?
- A ela! Diz-lhe que é a ela!
- Oiça lá, pergunte ao seu amigo como é que ele arranja isso.
- Diz-lhe que eu faço um desenho. Diz-lhe! Os 5, os 5!
- Nem desenho, nem meio desenho. Vá, para despachar, qu’isto de me ‘tarem aqui a empatar não ‘tá com nada, 125, dois de cada vez.
- E eu? E eu?
- O menino faz um desenho.
- 100!
- 100 o quê?
- Sem nada! Diz-lhe que é sem nada!
- 100 euros, os 5. Ele vai no fim.
- O caralho é que vou! Vai tu!
- Tu nem querias vir!
- Claro, foda-se, isto é a degradação total...
- Então, por isso mesmo, vais no fim: não há nada mais degradante que isso.
- Vai-te foder!
- Desculpem lá, os senhores. Desculpem interrompê-los. Mas, afinal, querem alguma coisa?
- Mand’á lixar.
- Eu ouvi, ó seu badameco, se vêm p’r’ aqui gozar...
- Diz-lhe que isso queria eu. Isso queria eu, ó sua puta! Isso queria eu!
- Cala-te, caralho.
- Cala-te tu e vamos mas é embora!
- 100 os 4, com ele não vou.
- 80.
- 80?! 80 o quê?
- Os 4, 80.
- E eu?
- Tu não vais. Não ouviste a senhora? Contigo não quer nada!
- A senhora? Qual senhora? Agora já é senhora?!
- Está bem. 80, os 4.
- E é onde?
- É ali, numa pensão.
- Mas que merda de conversa é esta? E eu?!
- É longe?
- 3 minutos.
- A pé?
- Sim.
- Levem-na, caralho! Porque é que não a levam? Levem-na!
- É para ali?
- É.
- Quer boleia? Podemos levá-la!
- Levá-la?! Vocês 'tão doidos?! Ao colo de quem?
- Não têm lugar...
- Temos...
- Onde, caralho, temos lugar onde?
- Ele não vai.
- Se é assim, agradeço.
- Quem é que não vai? Quem é que não vai?!
Garfiar, só me apetece
19 setembro 2005
Ou isso, ou isso...
Um tipo está na fila da caixa no supermercado quando repara numa louraça que lhe faz sinais com a mão e lhe lança um sorriso daqueles. Ele deixa por momentos o carrinho das compras na fila, dirige-se à louraça e diz-lhe suavemente: - Desculpe, será que não nos conhecemos? Ela responde-lhe, sempre com aquele sorriso: - Pode ser que eu esteja enganada, mas penso que o senhor é o pai de uma das minhas crianças ... O tipo põe-se imediatamente a vasculhar na memória e pensa na única vez em que foi infiel à esposa, perguntando de imediato à louraça: - Ena pá, c'um caraças, não me diga que você é aquela stripper que eu comi sobre uma mesa de bilhar, diante de todos os meus amigos, numa noite bem bebida, enquanto uma das suas amigas me flagelou o tempo todo com uns nabos molhados e me enfiou um pepino pelo cu acima? - Bem, não - responde ela - eu sou a nova professora do seu filho. |
as tuas mãos
as tuas mãos na minha pele
fortes, arrebatadoras
exploram, curiosas
os mistérios do meu corpo
abrem caminhos
com a firmeza dos teus dedos
perdem-se em carícias
com a suavidade de uma brisa
prendem-me a ti
com a certeza do desejo
Cobertores com amostras de ADN
Tentámos averiguar se haveria mais adeptos da Prevenção Fodoviária Portuguesa (tenho que anotar esta, que saiu bem). O Charlie falou à nossa repórter de interiores:
charlie: Há cobertores que ficam perfeitamente de pé sem auxilio de mais nada que não seja a carga de ADN que as embebe. Lembro-me de um desses que tinha em Paço d'Arcos, no porta-bagagens de um dois cavalos.
São Rosas: Falas com nostalgia do teu velho cobertor erecto.
charlie: Como tu me compreendes, São. Quando se começa a vida numa arte, ela morre com a gente. Eu não me importava nada de entregar a alma ao criador como a minha velha manta.
São Rosas: É mesmo. Esse cobertor viveu e morreu a proteger buracos.
charlie: E era assim de cor parda. Um pedaço de manta rodeado de obras de arte abstractas por todo o lado. Quando lhe pegava, parecia uma tábua.
São Rosas: De que cor era?
charlie: Posso descrevê-la? Então era assim. Em tempos deve ter tido uma cor qualquer. Quando vendi o carro, estava a forrar um buraco no chão debaixo do lugar do pendura. Vocações que ficam até quando parece que já não tem préstimo.
São Rosas: Que pena não a teres guardado. Isso merecia ser exposto como obra de arte.
charlie: Se ainda a tivesse, era já a seguir o concurso de mantas tesas... hehehehehe...
São Rosas: Ainda estás apaixonado pelo cobertor?
charlie: São Rosas, Isso foram coisas que já lá vão. Eu vivo uma relação perfeita com a minha namorada, há 26 anos em eterna lua de mel. Mas que a manta parecia um pau, lá isso parecia...
São Rosas: Charlie, dá-me a impressão que vamos ter que fazer um concurso de erecção de cobertores entre ti e o Jorge Costa (e mais q'haja).
18 setembro 2005
PORNanima - o festival contiNUA
E tu, que esporr... esperas para fazer o teu filminho porno?
Diário da República - III Série - nº 110 de 8 de Junho de 2005
A Madeira é mesmo um Jardim!
(despachado pelos Manos Metralhas)
Encomenda - por Anukis
Ao invés, tinha lá uma pequena encomenda de correio verde. Para ela?! Devia ser engano! Não... Era mesmo para ela. No remetente, um apartado qualquer. O que seria?! De quem seria?! Enfiou a caixa numa das sacas e dirigiu-se para o elevador.
Uns andares mais acima, abriu a porta. O cão ladrou. Sinal da sua chegada. Alerta aos vizinhos. Pousou as sacas na cozinha. O cão deu uns pinotes de contentamento. Bifes para mim, parecia ele dizer. Meteu no frigorífico os frescos e os congelados. Tirou o casaco e pegou na encomenda. Abanou-a. Não emitia qualquer som e era leve. Com uma faca, tirou a fita-cola e abriu-a. Corou violentamente! Uns boxers! A caixa trazia uns boxers dentro, e masculinos! Ainda bem que não tinha cedido à curiosidade e não tinha aberto a encomenda à frente do vizinho do 8º andar que costumava galá-la com o olhar no elevador. O coração batia quase dolorosamente com o espanto. "Depois penso nisso", falou para si própria. Foi tratar dos seus afazeres. Jantar. Loiça. Umas roupas para pôr a lavar e estender. Minutos que se transformaram em horas passaram sem que os pudesse agarrar.
Banho. Merecia um duche bem quente para descontrair o corpo mortiço. Mmmm a água pelo rosto e pelo cabelo. Lavou-o bem lavado. Ensaboou-se sempre com água quente a correr pelo corpo, pelos ombros e pelo pescoço, doce massagem. Já não se lembrava da última vez que umas mãos lhe tinham massajado o pescoço, nem que um homem a tivesse acariciado. Vivia fechada sobre o próprio corpo, sarcófago de sensações adormecidas. Enrolou-se no roupão. Secou o cabelo numa toalha. Passou creme para amaciar a pele. Vestiu a sua camisa de noite avermelhada que tinha comprado num desses dias, em que lhe apeteceu fazer uma loucura. Para quê? Ninguém nunca a tinha visto, nem nenhumas mãos lha tinham tirado.
Deitou-se na cama, cabelos ainda húmidos, refrescantes na almofada. Na mesinha de cabeceira, em cima do habitual livro: a encomenda. Tirou os boxers da caixa. Eram simplesmente brancos. A medo, aproximou-os do nariz. Cheiravam a qualquer coisa que não sabia bem definir. Cheiravam-lhe a homem. Imperceptivelmente, ficou acelerada. Apeteceu-lhe tirar a camisa e sentir a frescura dos lençóis na pele. Tirou as cuecas. Cheirou-as. Tinham cheiro a sabão porque tinha acabado de as vestir, ainda não tinham guardado o seu próprio cheiro. Apeteceu-lhe sentir a textura dos boxers pelo corpo. Acariciou-se ao de leve com eles no peito, sobre a barriga e na parte interna das coxas onde a pele era mais tenra. O cheiro dele tinha-lhe ficado retido nas narinas. De olhos fechados, imaginou-o ali ao lado dela.
Ele aproximou-se. Encostou o seu corpo nu ao dela. Sentiu um frémito irresistível. Ele, na sua boca. Ele, no seu pescoço. Ele, agarrado às suas nádegas. Uma mão entreabre-lhe as pernas. Um dedo atrevido no seu sexo. Respiração acelerada. Dedo dominador que a tomou sem reservas. Não há qualquer pudor no desejo que cresce por dentro de uma forma quase violenta. Geme, mas apetece-lhe gritar, dizer-lhe coisas obscenas ao ouvido. Que ficaria ele a pensar? Pergunta perdida no meio do furacão de sensações que se abate sobre ela, com aquele dedo que simplesmente não pára, nem pretende parar. Chora. É demasiado. Não consegue conter as sensações dentro do corpo tanto tempo fechado.
Abre os olhos. Ele não está ali, mas está. O cheiro dele fez emergir nela a vontade de ser mulher, de voltar a sentir, de ceder aos impulsos e aos desejos. Paz. Corpo aberto. Corpo saído do sarcófago da insensibilidade. Agora, ela era todo corpo.
Adormece nua, agarrada aos boxers, a pensar que amanhã tem de descobrir de quem são...
Estórias duma deusa
A deusa Anukis amamenta
Queres ver uns boxers brancos? Crica aqui