Quem tem ido aos Encontrões da funda São conhece já de ginjeira os mundialmente famosos cobertores do porta-bagagens do carro do Jorge Costa.
Tentámos averiguar se haveria mais adeptos da Prevenção Fodoviária Portuguesa (tenho que anotar esta, que saiu bem). O Charlie falou à nossa repórter de interiores:
charlie: Há cobertores que ficam perfeitamente de pé sem auxilio de mais nada que não seja a carga de ADN que as embebe. Lembro-me de um desses que tinha em Paço d'Arcos, no porta-bagagens de um dois cavalos.
São Rosas: Falas com nostalgia do teu velho cobertor erecto.
charlie: Como tu me compreendes, São. Quando se começa a vida numa arte, ela morre com a gente. Eu não me importava nada de entregar a alma ao criador como a minha velha manta.
São Rosas: É mesmo. Esse cobertor viveu e morreu a proteger buracos.
charlie: E era assim de cor parda. Um pedaço de manta rodeado de obras de arte abstractas por todo o lado. Quando lhe pegava, parecia uma tábua.
São Rosas: De que cor era?
charlie: Posso descrevê-la? Então era assim. Em tempos deve ter tido uma cor qualquer. Quando vendi o carro, estava a forrar um buraco no chão debaixo do lugar do pendura. Vocações que ficam até quando parece que já não tem préstimo.
São Rosas: Que pena não a teres guardado. Isso merecia ser exposto como obra de arte.
charlie: Se ainda a tivesse, era já a seguir o concurso de mantas tesas... hehehehehe...
São Rosas: Ainda estás apaixonado pelo cobertor?
charlie: São Rosas, Isso foram coisas que já lá vão. Eu vivo uma relação perfeita com a minha namorada, há 26 anos em eterna lua de mel. Mas que a manta parecia um pau, lá isso parecia...
São Rosas: Charlie, dá-me a impressão que vamos ter que fazer um concurso de erecção de cobertores entre ti e o Jorge Costa (e mais q'haja).
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