09 setembro 2005

a mariscada - por Charlie

Contos de sol e sal na primeira pessoa

Depois de um dia de mar e sol e de uma soneca retemperadora, nada melhor que encharcar a alma num mar de bejecas onde uns mariscos possam nadar em perfeito ambiente natural.
Por isso saí do apartamento e desci para as esplanadas que se encontram em profusão na "silly season " e que tanto nos fazem sonhar com a ilusão da vida fácil.
Sentei-me numa mesa e pedi uma caneca, uma sapateira e uma faca.
Disse logo que eu não queria que ninguém a preparasse. Eu gosto de fazer à minha maneira, que é a mais simples de todas. Sem picles, ovos e outras coisas que inventam.
O empregado assim fez. Mal ele tinha pousado o crustáceo acompanhado da ferramenta e da respectiva canha, reparei nos gestos de desolação de uma cliente que pedira também uma sapateira. Apontava para mim e levantava os ombros em jeito de pedidos de desculpa.
Acto imediato, levantei-me e dirigi-me à senhora.
- Vejo que vim um pouco cedo demais, esgotaram-se...
- Mas eu convido-a a vir para a minha mesa e repartiremos o petisco.
Ela olhou-me. Mantive a postura e o sorriso. Insisti! Fixou-me atentamente e depois levantou-se.
- Meu nome é Maria e sou de Viana do Castelo. Obrigada pelo convite.
- Pois eu sou Carlos e vivo em Portugal há uns anos e sou do outro lado do Atlântico. - Rimo-nos. Trazia como vestimenta apenas uma peça de tecido leve que lhe tapava parte do corpo onde se descobria um fato de banho.
Sentámo-nos à mesa e começámos a abrir-nos em pormenores. Ela a tratar da separação do marido, tinha vindo só numa fase complicada da vida, etc.
Saltámos para pormenores mais íntimos enquanto bebíamos sem mexer no marisco.
Estudava-a e via nela uma pessoa carente e necessitada. Resolvi adiantar a jogada.
- Escute, Maria, o melhor é a gente ir para o meu apartamento preparar a sapateira. Estaremos mais à vontade e conversaremos melhor. Tenho lá cervejas no frigorífico, só vim para apanhar ar e comer uma mariscada mas em casa está-se melhor.
Ela concordou e seguimos.
Mal entrámos, ela pôs-se de imediato à vontade, ficando só com o biquini.
Pousei o crustáceo em cima da mesa e olhei para ela. Os nossos lábios encontraram-se de imediato e saboreei o sabor a mar que tem a boca de uma mulher num fim de dia de praia mar e sol.
Sentámo-nos.
Peguei nas pernas da sapateira e afastei-as, retirando a cobertura que lhe esconde o delicioso interior. Separei bem as pilosidades, massajando lentamente com um pouco de cerveja.
Depois, afundei bem a colher e mexi sabiamente evitando desperdiçar qualquer coisa que pudesse saltar para fora. Afastei mais as pernas e olhei para ela. Os olhos estavam brilhantes de prazer.
Voltámos a beijar-nos enquanto a colher mexia e todo o corpo da sapateira estremecia com o gozo que nos estava proporcionando.
Peguei na colher e dei-lhe a provar.
- Como o achas, Maria?
- Está delicioso. Quero mais.
Acto contínuo, afastei uma perna gostosa, peguei na outra e voltei a enfiar a colher no interior desejoso, saboreando aquela tarde única de uma mariscada vivida a dois regada a cerveja e amor...

Charlie

Sem comentários:

Enviar um comentário

Uma por dia tira a azia