31 dezembro 2007
Receita para o Novo Ano
30 dezembro 2007
Públicas virtudes
Era a hora da loira em que na frescura do momento se despia do homem que era e me apalpava as carnes a toda a brida até os olhitos lhe quererem saltar das órbitas. E dava despacho a todas as frases triviais que supunha adequadas à ocasião como amo-te e tal e coisa. Depois compunha-se, ajeitava a fralda da camisa, penteava-se a preceito e retirava da sua imagem qualquer laivo de emoção que um homem não chora nem mostra os seus sentimentos e continuava o dia imperturbável no milimétrico cumprimento do que se esperava dele.
Enfurecia-se quando eu lhe interrompia o traçado com um telefonema ou uma aparição não escalada para lhe dar um sorriso ou um aperto de mão nas partes porque tais intimidades banais despedaçavam o estatuto de putas que ele conferia a todas as mulheres salvo a sua santíssima mãe. Como seria possível antecipar, começou a latejar em mim o Não posso mais do Abrunhosa e tive de lhe dizer que, sem garantias nenhumas, talvez fosse melhor ele enveredar por uma Second Life.
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Nota encharcadinha da edi São - que bem te venhas de regresso, Maria Árvore. Mereces muitas e boas festas.
Onanismo, dissertação sobre as doenças produzidas pela masturbação
Há muito tempo que sabia por vários autores da importância do livro «L'onanisme, dissertation sur les maladies produites par la masturbation», do médico suiço Simon-Auguste-André-David Tissot (também chamado Samuel Tissot), publicado pela primeira vez em 1759. Nesta obra, dá uma caução científica a uma brochura anónima publicada em 1710 em Londres, intitulada «Onania; or, The Heinous Sin of Self-Pollution, and all its Frightful Consequences in Both Sexes, Considered» e que apresentava da forma mais terrífica as consequências da masturbação: preguiça, vertigens, melancolia, doenças nervosas, estupidez, impotência e morte.
O Docteur Tissot viveu entre 1728 e 1797. A sua autoridade como médico e cientista impuseram em toda a Europa o terror da masturbação... que ainda se mantém, para mal dos nossos pecados (cá está!) actualmente. Até quando?
É uma das compras mais recentes da minha colecção, que continua à espera do dia em que possa ser exibida ao público.
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guida: "«Manifesto Onanista - Depois do cristianismo. Depois do fascismo, do marxismo, do bayronismo, do simbolismo, do expressionismo, do paganismo, do modernismo, do consumismo, do dadaísmo. O fim de todos os ismos. Só nos resta o onanismo». E ainda a cegueira, Sãozita... há quem diga que provoca cegueira e, é claro, calos!"
São Rosas: "... e pêlos nas palmas das mãos... e... e... mais coisas que não me lembro... ah! Perdas de memória. Mas eles têm razão: O onanismo faz mal. As pívias é que só fazem bem."
guida:
[O Onanismo, suas causas, perigos e inconvenientes para o indivíduo, família e sociedade - remédios, Dr. H. Fournier, tradução de Dr. Narciso Alberto de Sousa (Da Faculdade de Filosofia e de Medicina da Universidade de Coimbra), Guimarães & Cª Editores, Lisboa]
"Vejam isto e se precisarem de vomitar a seguir, usem daqueles saquinhos apropriados. A São Rosas agradece."
Zezinho: "Bem... neste artigo em particular sou um especialista... Se houvesse uma mulher a quem eu pudesse penetrar sem que me viesse apenas com o simples vê-la a despir-se..."
São Rosas: "Deixa estar... pelo menos ficas com mais tempo livre para dormires e veres televisão..."
Twisted Bitch: "Isto do onanismo faz realmente mal à saúde. Porque é que as pessoas não optam antes por bater punhetas?"
António chupa-mos: "Quando era puto li um livro que se chamava «O Onanismo». Ainda bati umas pívias à pala. Um exemplo: Naquele tempo, as máquinas de costura não tinham motor e as gajas tinham de dar ao pedal. Com isso esfregavam as coxas, vinham-se e desfaleciam, ficavam coradas e gemiam. Por isso o cabrão do autor dizia que aquilo fazia mal."
com votos de um 2008 que nos encha as medidas até aos bordos...
Senhores! Senhoras! Mas que fazeis?
Pois vasculhais sem pudor os textos meus?
Porventura e aventura cuidareis
ter eu artes de cantar da terra aos céus
com o Olimpo em orgias à mistura?
Pois nem tanto, que por cá a criatura
vai fazendo o que pode e tão somente
o que o tempo 'inda lhe deixa em vacatura
a soltar alguma graça à boa gente
sem jamais conspurcar os cortinados
mas me curvo - inda que com mil cuidados -
ao sentir-me tão erecto em vossas mentes
tão dentro de vós deliciados
o que faz crescer em mim sonhos dementes
mas se mais não posso dar que meus versículos
vasculhai, pois, sem pudor os meus textículos...
(que a Sãozinha distribui com gentil graça
mas pagando, que não se almoça de graça!...)
OrCa
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São Rosas: "OrCa, já pensaste pôr os teus textículos no seguro? "
Nelo:
"Melhér Orca...
bardas beim e eim estilo intêiro
De palavra em sheio no curasão.
Nam deishas nada pelo meio
Neim coiza piquena çair-te da mão.
Mas nota beim o que dis a Ção.
Ela é melhér e sabedoira
E çe dis que nam podes perder
o tino aos coizos pinduricalhos:
As duas bolas: eçe tesoiro,
ela teim deçerto rasão!
Ai melhér que çofredouro
nam teres onde as guardar.
Mas eis que teins aqui a mão do Nelo
Que intendeim diço cumo ningueim
Deicha cá os trés venteins
Éças bolinhas queu trabalho,
E inquanto fases ôutros verçículos
e puemas lindus caqui pôeis
Tratu éu de le-los pois
e tratar beim deçes textículos.
Nelo, melhér Bisha..."
OrCa:
"Agnus Dei em ara de sacrifício
que já dei e sei lá se mais darei
não é pois coisa assim de orifíco
nem de ser servido à mesa do rei
ao saber textura do lanífício
percebi aquilo de que não sei
lema atrás que o Nelo ab initio
apregoa em alta grita: «- ânus dei!»
honra seja a quem nada nos esconde
vénia até se a prudência nos permite
de um Nelo a perguntar «- Onde? Onde?»
mal alguém as fudengas partes cite..."
Diácona:
"Pois sou então de novo chamada
Nesta luta que aqui travo
Por um que se perde em trovas parvas
e outro que de Sodoma fez o Estado
Ambos são p´ra Deus a perda
duas almas pasto do Demo
Desse inferno, a lenha eterna
Qu´eu ao lado do Senhor não temo
Vinde a mim que sei da luz
Que o Senhor me fez na alma
a mim o Sexo não seduz
Ao meu lado sereis santos
Tereis a paz de Deus e a calma
Graças ao menino Jesus
Diácona, mulher Santa e Virgem , graças a Deus..."
Falcão:
"Pois vejo-me então em obrigação
Ao ler as Diáconas atoardas
De entrar assim de rompão
sem sequer pedir entrada
Oh senhora, cum caralhos
Pra que quer você o pito?
Não me responda em frase estafada
que é pró mijo em estado aflito
Essa parte pintelhuda
que Vosselência entre pernas tem
É de onde saiu tudo
Deus, os Santos e até você
Porque se há Paraíso
onde a Glória é eterna
Meta isto no seu juizo
fica mesmo entre as pernas
Por isso eu Rei que sou das Bouças
Falcão! Foda-se, homem e macho
Deixe-se de merdas e tretas ocas
Foda o pito, se quiser eu o despacho
Falcão, Rei das Bouças e amante de pitos farfalhudos cumo um homem do Norte gosta, cum milhão e meio de caralhos!"
29 dezembro 2007
Arder, inflamar-se, incendiar-se, abrasar-se, queimar-se.
Explicarão estas palavras os diferentes graus pelos quais pode passar um corpo combustível desde o instante em que lhe pegou fogo até que foi inteiramente consumido.
- Quando penetra o fogo num corpo combustível, e se manifesta à simples vista, diz-se que arde; quando se desenvolve a chama, inflama-se; quando levanta labareda e se propaga com rapidez e fracasso, incendeia-se; quando o corpo que deu alimento ao fogo apesar de compacto está todo repassado dele e feito brasa, abrasou-se; quando a força do fogo ou do incêndio devorou a matéria combustível e a reduziu a cinzas, queimou-se.
CISTERNA da Gotinha
Espinha e Fimose: é importante saber inglês.
Dazibao: ilustrações bem ao gosto da São.
28 dezembro 2007
Bom fim de semana
Foto: Sean Kennedy Santos
Orgasmos reais ou fingidos?
A Guida escreveu sobre isso ainda há pouco tempo.
Chamam-lhe a pequena morte.
O sai-te (é boa, esta) Beautiful Agony colecciona desde há muito tempo videos de caras de pessoas (m/f) no momento do orgasmo.
A empresa francesa de preservativos Le Roi de la Capote lançou um video de apoio ao Dia Mundial da SIDA:
Orgasmos múltiplos
27 dezembro 2007
Concílio dos Deuses em Dia de Pau Feito
(Sub-título) De uma fábula inédita de Ovídio, achada nas escavações de Pompeia e vertida em latim vulgar por Simão de Nuntua
Estava Vénus gentil junto da fonte
rapando o seu pintelho,
com todo o jeito,
pra que não ferisse das cricas o aparelho.
Tinha que dar o cu naquela noite
ao grande pai Anquises,
o qual, com ela, se não mente a fama,
passou dias felizes...
Rapava bem o cu,
pois resolvia na mente altas ideias:
— ia gerar naquela heróica foda o grande e pio Eneias.
Mas a navalha tinha o fio rombo
e a deusa, que gemia,
arrancava os pintelhos e,
peidando-se, caretas mil fazia!
Nesse entretanto, a ninfa Galateia,
acaso ali passava,
e vendo a deusa assim tão agachada,
julgou que ela cagava...
Essa ninfa travessa e petulante
era de génio mau,
e por pregar um susto à mãe do Amor
atira-lhe um calhau...
Vénus assusta-se.
A Branca mão mimosa
agita-se alvoroçada,
e no cono lhe prega
(oh! caso horrendo!)
tremenda navalhada.
Da nacarada cona,
em subtil fio,
corre purpúrea veia,
e nobre sangue do divino cono
as águas purpureia...
(É fama que quem bebe dessas águas
jamais perde o tesão e é capaz de foder noites e dias,
até no cu de um cão!)
— "Ora porra" — gritou a deusa irada,
e nisso o rosto volta...
E a ninfa, que conter-se não podia,
uma risada solta.
A travessa menina mal pensava que,
com tal brincadeira,
ia ferir a mais mimosa parte da deusa regateira...
— "Estou perdida!" - trémula murmura a pobre Galateia,
vendo o sangue correr do rosco cono da poderosa deia...
Mas era tarde!
A Cípria, furibunda,
por um momento a encara
e, após instantes, com severo acento,
nesse clamor dispara:
"Vê! Que fizeste, desastrada ninfa,
que crime cometeste!
Que castigo há no céu,
que punir possa um crime como este?!
Assim, por mais de um mês inutilizas o vaso das delícias...
E em que hei-de gastar das longas noites as horas tão propícias? Ai! Um mês sem foder!
Que atroz suplício...
Em mísero abandono,
que é que há-de fazer, por tanto tempo,
este faminto cono?...
Ó Adonis! Ó Júpiter potentes!
E tu, mavorte invicto!
E tu, Aquiles!
Acudi de pronto da minha dor ao grito!
Este vaso gentil
que eu tencionava tornar bem fresco e limpo
para recreio e divinal regalo dos deuses do Alto Olimpo.
Vede seu triste estado, oh!
Que esta vida em sangue já se me esvai!
Ó Deus, se desejais ter foda certa
vingai-vos e vingai-me!
Ó ninfa, o teu cono sempre atormente perpétuas comichões,
e não aches quem jamais nele queira vazar os seus colhões...
Em negra podridão
imundos vermes te roam sempre a crica
e à vista dela sinta-se banzeira a mais valente pica!
De eterno esquentamento flagelada,
verta fétidos jorros
que causem tédio e nojo a todo mundo,
até mesmo aos cachorros!"
Ouviu-lhe estas palavras piedosas
do Olimpo o Grão-Tonante,
que em pívia ao sacana do Cupido
comia nesse instante...
Comovido no íntimo do peito
das lástimas que ouviu,
manda ao menino que,
de pronto,
acuda à puta que o pariu...
Ei-lo que, pronto, tange
o veloz carro de concha alabastrina,
que quatro aladas porras vão tirando na esfera cristalina
Cupido que as conhece
e as rédeas bate da rápida quadriga,
co'a voz ora as alenta,
ora co'a ponta das setas as fustiga.
Já desce aos bosques onde a mãe
aflita,
em mísera agonia,
com seu sangue divino o verde musgo de púrpura tingia...
No carro a toma
e num momento chega à olímpica morada
onde a turba dos deuses,
reunida, a espera consternada!
Já Mercúrio de emplastros se a aparelha
para a venérea chaga,
feliz porque naquele curativo espera certa a paga...
Vulcano, vendo o estado da consorte, mil pragas vomitou...
Marte arranca um suspiro que as abóbadas celestes abalou...
Sorriu o furto a ciumenta Juno,
lembrando o antigo pleito,
e Palas, orgulhosa lá consigo, resmoneou:
— "Bem-feito!"
Coube a Apolo lavar dos roxos lírios o sangue que escorria,
e de tesão terrível assaltado,
conter-se mal podia!
Mas, enquanto se faz o curativo,
em seus divinos braços
Jove sustém a filha,
acalentando-a com beijos e com abraços.
Depois, subindo ao trono luminoso,
com carrancudo aspecto
e erguendo a voz troante,
fundamenta e lavra este DECRETO:
— "Suspende, ó filha,
os lamentos justos por tão atroz delito,
que no tremendo Livro do Destino
de há muito estava escrito.
Desse ultraje feroz
será vingado o teu divino cono,
e as imprecações que fulminaste
agora sanciono.
Mas ainda é pouco:
— a todas as mulheres
estenda-se o castigo
para expiar o crime
que esta infame ousou para contigo...
Para punir tão bárbaro atentado,
toda humana crica,
de hoje em diante,
lá de tempo em tempo, escorra sangue em bica...
E por memória eterna
chore sempre o cono da mulher,
com lágrimas de sangue,
o caso infando,
enquanto mundo houver...
" Amén! Amén!
com voz atroadora os deuses todos urram!
E os ecos das olímpicas abóbadas,
Amén! Amén! Sussurram...
(Bernardo Guimarães (1825-1884) in Poesia Erótica e Satírica Imago, 1992, RJ - Brasil)
Conservas
Outras Coisas [via]
São Rosas: "Aquilo come-se frio?"
Gotinha: "Nah... quentinho deve saber bem melhor!"
São Rosas: "Aquecem-se no micro-ondas?"
Dina: "São Probar?"
Twisted Bitch: "São para comer? Estão em calda de açúcar ou são pickles?"
Dina: "Conservá-las em bom estado deve ser uma preocupação de todos, digo eu. Posso imaginar a tristeza que é ter vontade de comer e verificar que a salsicha está fora de prazo... e é preciso ter lata, na maioria dos casos, digo, marcas."
São Rosas: "Lata não sei, mas osso... e têm recheio?"
Ana: "Cá para mim parecem pickles"
guida: "Eu não acredito nestas salsichas... só se lhes tocar c'um dedo"
Euzinha: "E pensar eu que ando a perder tempo a fazer doce de abóbora, quando podia estar a preparar assim umas conservas mais interessantes, enfim, para um dia de necessidade ou fome... apetites... sei lá..."
26 dezembro 2007
Aspecto, vista.
A vista não é mais que a acção material dos olhos sobre um objecto; o aspecto supõe no objecto diversos modos de ser visto. – Pode ver-se uma coisa de fronte, de lado, por detrás de alto a baixo, de baixo para cima; sempre é a mesma coisa que se vê, ainda que de diferentes modos, a que chamamos aspectos. Para julgar bem as coisas, é mister vê-las debaixo de todos os aspectos.
ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 84
25 dezembro 2007
Prémio especial da funda São para a prenda mais criativa deste Natal
Aquela maltinha, como não tem mais nada para fazer, diverte-se em jantaradas e convívios como o recente «jantar na tal da Tuna Meliches». Tens aqui fotos e videos.
Pois nesse jantar cada pessoa levou a prenda mais foleira que conseguiu arranjar. Todos se esmeraram. Uma dessas prendas, no entanto, merece passar a fazer parte da minha colecção: o Sexteiro viu uma decoração para velas e rebaptizou-a como «decoração para pénis erectos». Ainda não parei de me rir.
CISTERNA da Gotinha
E por falar em calendários 2008, já viram o da Pirelli?! O tema é o Oriente e as fotos foram feitas em Shangai por Patrick Demarchelier.
É Natal, é Natal...
- Você prefere sexo ou o Natal?
- Sexo, claro! Natal há todos os anos, enjoa.
(enviado por Padrinho)
24 dezembro 2007
23 dezembro 2007
Postais
Este mimão (um miminho grande) do Raim tinha que ser odido por outro mestre:
há que fazê-las sem mal
mas com profunda intenção
de preferência na tal
mais intensas cada dia
as mais alegres festinhas
numa incontinente orgia
digna de reis e rainhas
a nós o gozo do ócio
que é tão nosso afinal
do solstício ao equinócio
desde Janeiro ao Natal
em bacalhau dos odores
em rabanadas com molho
em mil e muitos amores
curtidos num piscar de olho
que sombras dignas da noite
que luz nos vem das estrelas
que nesta Funda se afoite
a quem lhe encante sabê-las
Festas das Boas para quem por cá se venha! "
OrCa
O Nelo já não larga o OrCa. E que bem que o ode:
"Ai minh´Orca
Que odes beim.
Odes tanto qu´isto çem
dares um ar da tua grassa,
çendo o Broshe da devaça,
toma um goshto que trespaça
quande tu aqui te veins!
És melhér, valente pueta.
Belus verços, frases completas
Çó uma pena me ocorre
Ao ler-ti nas primeiras estrofes
em um tom que quaze cumove
Outra vesh um hino hás covas
Mas aregalo logo a pinha
apezar do verço "Na-tal"
Adiante falas d´orgia
e eu logo em alegria
veijo te Rei e éu Raínha
Fasendo um belo casal.
Ai mas logo a çeguir
Porque és açim tam máu?
Stava-me éu cuaze ha vir,
Quande em çombra veio cair
A cova em sheiros de bacalhau...
Ai mas tu ésh mejmo Mestre
E ainda nam caía
a gota do olho triste
quande o verço de proa em riste
nam sperando por mais nada
Acerta em sheio na rabanada
E já neim queru portantes çaber
de mais çombras e volteios,
De verçejos e paleios
que tu fases, meu animal.
és do Nelo o dôsse pueta
e prá coiza ficar completa
Prá ti e todos, feliz Natal.
Natal, entendeim? Nam éi eça coiza trucadilha de Na tal... (Fó, Covas... que purcaria...)"
Ao OrCa ninguém cala (i nâu çerà agòrò Nelo):
"mas que mimos, que favores
belas artes que enovelo
fico pasmo c'os primores
dos versos do nosso Nelo
dá-lhe forte e com destreza
belo qual violoncelo
delira se a coisa entesa
por flauta faz-se mais belo
na hora de ser feliz
o bom do Nelo afinal
se na tal torce o nariz
dá-se todo pelo Natal
(cada um meu caro amigo
cheira o bacalhau que pode
mas não o cheires comigo
que não serei quem te acode)
Vá lá, as melhores festinhas vos desejo!"
E para ajudar à Consoada, até se vem aqui o PreDatado:
"Vós que Mestres da poesia sois
Fode-me as têmporas quão baixa estima
Tendes por vossa (diria rude) rima
Caralhando tudo o que escreveis, pois!
Ora en Natalícia quadra, ao contento
Que poderíeis dar ao dedo (e à língua)
Queiram as ninfas que não fiqueis à mingua
E outros, logo, vos roubem assento.
Para que desejar Festas Boas
Travestido verso ou mesmo nu
Bastaria sem tais taradas loas,
Fica aqui este reparo, sabido cru.
E agora orgia! Se para tal bastem as coroas
p'ró bacalhau, p'rás filhós e p'ró peru."
É claro que o Nelo não o deixa escapar. Afinal, ele só foge das covas:
"Ai melhér qués predatado
Tás tempão çem aqui te vir
Mas cômo teins tempo adiantado
Nunca eshtás fora de prazo
Chegas inda antes de sair
E veins intão náltura çerta
Pois o Orca, melhér dágua
Já me diçe - Ai que mágua! -
- "Nam quero do Nelo a oferta!" -
Mas - Ó çanta providénsia-
Saltou-me eshte Home do Tempo
Que antes de ter cumeçado
Està-çe a vir-çe Çua Eçelência
Neste pacote eim impaciênsia
Nu desejo de çer enrabado.
Que melhor puderia ter
Depois da tampa do Rei ORca
Uma prenda em Predatado
Çaíndo dõsse pela porta
Depoiz (ou ãtes) d´Nelo emrabado"
A Guida elogiou esta bela desgarrada de Orca e Nelo (com o Predatado como guèstar). A São Rosas disse que quase era Orchinelo e o OrCa fez a "defêza da ômra" (como diria o Nelo):
"não há Nelo para as covas
nem há-de o OrCa ir ao Nelo
nem polimento de escovas
nem porrada com chinelo
haja apenas na função
- diria um tal Jorge Costa -
de ter cada um à mão
aquilo de que mais gosta
mas confusões de Orchinelo
não trarão maior valia
Orca é Orca e Nelo é Nelo
e cocktail faz-me azia
agora de bardo o brado
grito eu bravo e com foguete
e sai abraço cerrado
ao Nelo e ao seu topete!"
Assaltar, acometer.
Lançar-se sobre alguma pessoa ou coisa para fazer-lhe dano, é a ideia que apresenta a sinonímia destas duas palavras, com a diferença porém que assaltar significa arrojar-se atropelada e repentinamente, e acometer fazê-lo abertamente e sem surpresa alguma.
Jogos desflorais da São:
Esta moçoila está a ser “assaltada” ou “acometida”?____________________________________
A malta esclarece:
1 Car(v)alho: "Sem 'elhos' pintados, não me parece 'moçoila'. E se tal fosse, seria o Falconaralho acumetê-la..."
Mano 69: "Todas as mulheres nascem moçoilas! Podem é ser acometidas a curto/médio prazo..."
lady.bug: "Ora bem, ela foi a-cu-metida por um assaltante..."
São Rosas:
- A bolsa ou a vida!
- Toma lá a bolsa!
Mano 69: "E não é que as bol(s)as ficaram de fora?..."
Nelo: "Cá pra mim éi um despedissio um home tam beim aviado andar a perder-çe quande para ser acumetido tá aquí o Nelo quei spessialista..."
OrCa: "Poderia dizer-se 'assaltada' se a ocorrência tivesse sido originada numa inocente brincadeira de saltar ao eixo, por exemplo, em que, escorregando um penante ao mancebo, ocorresse um acidental enfiamento do marzapo no vade retro, no acto do salto falhado. Já se a introdução se origina num acto voluntário e consciente, aí sim estaremos perante a situação de 'acometida', termo que não deve ser confundido com 'acumetida' por ter origem diversa. 'Acometida' provém, como a imagem documenta, da expressão 'a coisa metida' cuja evolução, por linguajar popular, deixou cair umas partes pelo caminho e deu a actual 'acometida'. Onde a coisa é metida não virá, então, ao caso, bastando-lhe o aconchego... Mainada!"
Twisted Bitch: "Mas então ela não está a ser enrabada?"