A padaria da Didas é um local de culto e de cultura.
Nestes comentários a um post dela que até já publiquei aqui, li esta pérola do Kimikkal, do blog 7 Meses:
"Lembrei-me de uma cena num filme em que um gajo de 1,55 metros estava a disfrutar de sexo pago com uma cavalona de 2 metros.
A câmara filma de baixo para cima e mostra-o todo entusiasmado com a cena.
O plano continua a subir, passa a cabeça dele e chega à zona do pescoço da meretriz.
Aí, começamos a ver a morenaça escultural arranjando as unhas enquanto o tipo fazia o serviço.
Depois de olhar para o relógio, a morenaça deve ter achado que era tempo de despachar o cliente e grita:
- Ai, ai! Tens uma piça* de cavalo e uns tomates** de um touro!
Ao ouvir aquilo, o cliente começa a urrar tipo homem das cavernas, para poucos segundos depois acalmar, cansado da refrega.
Nesta altura a matrona encolhe os ombros e empurra-o para o lado."
* P*** no original
** T****** no original
30 abril 2007
CISTERNA da Gotinha
Paulo Carrasco - fotógrafo português com um trabalho fantástico.
Este fulano gosta mesmo do seu macaquinho.
Será que se a coisa aquecer muito começam a saltar pipocas?! E vinham logo com caramelo líquido...
Faça sexo para ser saudável: É a proposta de uma campanha para combater doenças cardíacas.
Fotos gigantes para quem gosta dos detalhes.
29 abril 2007
Carraspana de ancião
A porra era a imagem do meu pai ali a passear-se à minha frente como um andor que o tapava mas lá negociei com o meu querido fantasma que ele me fazia feliz e lá por ter idade para ser meu progenitor isso era apenas uma formalidade impressa em documentos legais.
O seu sorriso maroto luzia como o de um adolescente e nunca me passou pela cabeça emprestar-lhe o meu champô colorante para os brancos que lhe saltavam da barba, tanto mais que nunca houve vez em que o primeiro abraço de encontro e beijo encarchado até às amígdalas acompanhado pelas minhas ancas dançantes na costura do seu fecho éclair tenha dado sinal de picha murcha. É uma por dia e acabou-se a papa doce mas tivesse eu euros como a quantidade de gajos novos que fazem isso e estava milionária.
E depois o vagar com que me despe e me deixa despi-lo sem a disfunção de ejacular logo ali que já se faz tarde e aí estendemos os braços como tentáculos no corpo um do outro como se não soubéssemos de cor onde está o macio das costas ou das nádegas e como numa surpresa de miúdos ele descobre o rebuçado entre as minhas coxas e eu lambareira me apego ao chupa-chupa.
Finalmente pegamos no cinzeiro para se juntar a nós a aparar as cinzas das nossas intermináveis conversas que nem o tempo ainda conseguiu gastar até o João Pestana nos entaramelar a língua e adormecermos anichados como dois anjinhos.
O seu sorriso maroto luzia como o de um adolescente e nunca me passou pela cabeça emprestar-lhe o meu champô colorante para os brancos que lhe saltavam da barba, tanto mais que nunca houve vez em que o primeiro abraço de encontro e beijo encarchado até às amígdalas acompanhado pelas minhas ancas dançantes na costura do seu fecho éclair tenha dado sinal de picha murcha. É uma por dia e acabou-se a papa doce mas tivesse eu euros como a quantidade de gajos novos que fazem isso e estava milionária.
E depois o vagar com que me despe e me deixa despi-lo sem a disfunção de ejacular logo ali que já se faz tarde e aí estendemos os braços como tentáculos no corpo um do outro como se não soubéssemos de cor onde está o macio das costas ou das nádegas e como numa surpresa de miúdos ele descobre o rebuçado entre as minhas coxas e eu lambareira me apego ao chupa-chupa.
Finalmente pegamos no cinzeiro para se juntar a nós a aparar as cinzas das nossas intermináveis conversas que nem o tempo ainda conseguiu gastar até o João Pestana nos entaramelar a língua e adormecermos anichados como dois anjinhos.
28 abril 2007
O Assis Matoso
Não é que eu não soubesse que filósofos são assim uma espécie estranha, uns escanzelados de figura mas com cabeleiras recheadas de ideias geniais, mentes abertas, se querem que vos diga. Embora mal alimentados, diria mesmo subnutridos, mas com a veia da criatividade a sair pelos poros, a carga do conhecimento a abater a linha dos ombros, o brilho da reflexão profunda a angustiar as olheiras… ou era o que eu pensava antes de conhecer o Assis Matoso.
E era aí que começava a estranheza, no raio do nome, porque o que ele era mesmo era Carlos Manuel. Mas pronto, eu fazia-lhe a vontade antes que ele se lembrasse que Witgenstein lhe assentava melhor, por via daquela obsessão de que não valia a pena indagar sobre os significados das palavras mas sim sobre as suas funções práticas. Tinha sido essa dica que me tinha feito arrebitar a orelha - a das coisas práticas.
E era aí que começava a estranheza, no raio do nome, porque o que ele era mesmo era Carlos Manuel. Mas pronto, eu fazia-lhe a vontade antes que ele se lembrasse que Witgenstein lhe assentava melhor, por via daquela obsessão de que não valia a pena indagar sobre os significados das palavras mas sim sobre as suas funções práticas. Tinha sido essa dica que me tinha feito arrebitar a orelha - a das coisas práticas.
Por exemplo “charro”, dizia ele, podia ser tudo o que se quisesse, mas o melhor sempre era lançar-lhe o isqueiro e fazer dele uma forma de vida.
A mim arrepiava-me um pouco que tudo se resumisse a uma estrutura lógico-formal, tanto mais que ali a estrutura volátil era ele, a esfumar-se para dar lugar a um palavreado contínuo e empastelado. E aos poucos, obedecendo à minha lânguida inclinação para a intelectualidade, ia-lhe dizendo que podíamos conversar no quarto. Porém, o Carlos Manuel, do alto dos seus quase dois metros, olhava para a cama e dizia que a metáfora visual ali presente se desmaterializaria logo que o olhar dele se desviasse para outra realidade; e que o real não era apreensível a não ser pela crença.
Comecei por beber-lhe as imagens linguísticas, à falta de melhor uso do órgão da fala. Depois insisti que podíamos existir em comunhão de fenómenos, que são coisas percebidas pelo corpo. E ele, que não, que toda a coisa em si não passa de percepção da consciência. Mas sempre do lado de fora do quarto. Quase garanto que ele nem me ouvia, tal era a fluência do seu raciocínio filosofal.
Recitava Kierkegaad quando se dirigiu para mim de copo na mão, como se dentro do copo estivesse a incerteza objectiva e o processo de apropriação daquela interioridade passasse pela ingestão rápida do conteúdo, assim de uma assentada.
E foi de copo emborcado e olhos no além-tecto, que o vi tropeçar nos cabos que atravessavam o chão da sala e estatelar-se sobre uma pilha de livros abertos, dizendo ainda que só Wagner podia salvar a cultura alemã.
E a mim, já a salvo, do lado de fora da porta do apartamento, só me ocorreu a máxima da Madame de Stael, que lhe atirei pelo eco das escadas: “quanto melhor conheço os homens mais gosto dos cachorros”.
A mim arrepiava-me um pouco que tudo se resumisse a uma estrutura lógico-formal, tanto mais que ali a estrutura volátil era ele, a esfumar-se para dar lugar a um palavreado contínuo e empastelado. E aos poucos, obedecendo à minha lânguida inclinação para a intelectualidade, ia-lhe dizendo que podíamos conversar no quarto. Porém, o Carlos Manuel, do alto dos seus quase dois metros, olhava para a cama e dizia que a metáfora visual ali presente se desmaterializaria logo que o olhar dele se desviasse para outra realidade; e que o real não era apreensível a não ser pela crença.
Comecei por beber-lhe as imagens linguísticas, à falta de melhor uso do órgão da fala. Depois insisti que podíamos existir em comunhão de fenómenos, que são coisas percebidas pelo corpo. E ele, que não, que toda a coisa em si não passa de percepção da consciência. Mas sempre do lado de fora do quarto. Quase garanto que ele nem me ouvia, tal era a fluência do seu raciocínio filosofal.
Recitava Kierkegaad quando se dirigiu para mim de copo na mão, como se dentro do copo estivesse a incerteza objectiva e o processo de apropriação daquela interioridade passasse pela ingestão rápida do conteúdo, assim de uma assentada.
E foi de copo emborcado e olhos no além-tecto, que o vi tropeçar nos cabos que atravessavam o chão da sala e estatelar-se sobre uma pilha de livros abertos, dizendo ainda que só Wagner podia salvar a cultura alemã.
E a mim, já a salvo, do lado de fora da porta do apartamento, só me ocorreu a máxima da Madame de Stael, que lhe atirei pelo eco das escadas: “quanto melhor conheço os homens mais gosto dos cachorros”.
CISTERNA da Gotinha
Operadora de televisão e internet por cabo TvTel chegou a Lisboa: o sistema CON A X.
Ana Beatriz Barros: vídeo
Penis Power- "Remember, don't let every man hit the root of your vagina."
Há quem olhe para a roupinha e há quem olhe para o modelo. Enfim... gostos!!
Dois posters «fresquinhos» na minha colecção
Kerstin Berg - "A arca de Noé", 1969
"A colecção Kronhausen no Museu de Arte Erótica de São Francisco", 1973
27 abril 2007
Bom fim de semana
Foto: Maurizio Melozzi
Carta secreta de Soror Mariana ao cavaleiro de Chamilly - V
Escreveu Soror Mariana na sua cela:
Quão aflita estou, meu amado cavaleiro!
Noticias de vós não tenho, desde antes da Quaresma.
Dizei-me,
Que pensais? Que fazeis? Por onde andais?
Temo mil desgraças, calamidades, desventuras:
Que do cavalo tenhais caído,
Que estejais moribundo e ferido
Sozinho sofrendo torturas e horrores.
Ou então, que de mim vos tenhais esquecido,
E que de vós eu tenha perdido:
O bem-querer, a amizade e os favores.
Meu amado mandai-me novas! Porque de vós nada me dizeis?
Será que alguma dama, visita de vossa tia a Viscondessa,
Ao ver-vos na recepção, em que por minha causa, vossa espada ficou tesa,
Me roubou, meu cavaleiro, vosso querer, vosso coração?
Choro, meu amado, um amor que já não existe?...
Ou morrestes?
E viúva de vós fiquei, e sem saber de luto por vós já estou?
Dai-me noticias cavaleiro, eu vos imploro,
Meu coração por vós sangra e tanto dói que no convento
A Madre Superiora, de castigo e a pão e água já me pôs,
E minhas irmãs na fé, colocaram algodão nos ouvidos,
já não suportando de mim ouvir,
Tanto ai, tanto lamento...
Resposta do cavaleiro de Chamilly:
Perdoai-me, meu amor! Perdoai-me a falta de notícias.
Não vos quis meus males contar para não vos apoquentar,
E para que não sofresseis com meus males e minhas desditas.
Foi nos jardins de minha tia, a Viscondessa,
Quando envergonhado fugia da recepção
Tentando esconder o meu rubor e o meu tesão,
Que uma dama que, vos juro desconheço,
Me perseguiu, sem que de tal facto eu desse conta.
No meio do roseiral apanhando-me desprevenido,
Traiçoeiramente pelos braços me agarrou.
Por terra caí sem poder me defender,
De mim, a roupa, a pérfida arrancou
E desvairada só tentava meu sexo pegar
E violar-me!...
Violar-me meu amor,
Foi o que essa dama libertina intentou.
Quando ouvi gritos lancinantes e aflitos, julguei serem os meus,
Por outras mãos, que não as vossas, me estarem a tocar.
Mas era o esposo da dama que procurando-a, ali chegara,
E ao ver-me nu, deitado na terra naqueles preceitos,
A esposa quasi nua me cobrindo,
Julgou-me, a mim! A mim! O causador da situação.
De espada ao léu fugi do esposo furioso,
Que de espada na mão querendo vingança me perseguia,
Chamando-me devasso, verme infame, celerado imoral.
Eu imoral, Mariana...
Sobrevivi, minha amada, ao vil ataque do casal,
Mas meus males se mantêm e ainda me atormentam.
Do sexo, uns duzentos picos de rosas já tirei,
Deitado estou, meu amor, tentando tirar mais uns oitenta.
Foto: Rafal Bednarz
Encandescente
Blog Erotismo na Cidade
Três livros de poesia publicados («Encandescente», «Erotismo na Cidade» e «Palavras Mutantes») pelas edições Polvo (para já...).
Crica aqui para leres a carta IV e a III. Ou aqui para relembrares as cartas I e II, bem como a nossa ida memorável a Beja, ouvir a leitura da carta III da Soror Mariana, pela Gisela Cañamero, em frente à janela do convento.
26 abril 2007
sem pingo de poesia - por Fox Trotter
"Entra-me. Sem preâmbulos nem delongas. Agarra-me e puxa as minhas pernas para ti. Morde-me os pés, lambe-me os dedos. Isso, assim. Investe contra mim, com força, todo e lento. Vou ser tua só da cintura para baixo, não me olhes as mamas, nem vejas a fosforescência do meu sorriso. Observa os quadris que se agitam desconexos, como se dançassem um solo de violino em contraponto com a tua percursão repetitiva e cada vez mais rápida. Repara na púbis, vai-se levantando: estou quase a vir-me e colo-me ao teu corpo. Quero sentir todo o peso do embate desde o cimo do risco aberto de par em par até ao canto onde despontam as nádegas. Já te vieste? Foda-se, nem dei por nada. Estava concentrada em mim, sabes – quando me venho sou toda cona, a latejar. Não saias já, continua. Os meus espasmos ainda duram. Podes ir, não me toques; vou dormir."
Fox Trotter
blog Sociedade Anónima, que vos recomendo (e a Mad também)
Fox Trotter
blog Sociedade Anónima, que vos recomendo (e a Mad também)
CISTERNA da Gotinha
Comprei umas pantufas catitas. Roi-te de inveja, São Rosas!
O Shaun S. tem uns olhos lindos. Mas não é só...
Reformado apanhado em maratona sexual: A descoberta foi feita recentemente, quando um sobrinho seu o identificou numa das filas de homens que esperavam para ter sexo com as mulheres que participavam na iniciativa e contou a história a toda a família. (sugestão do MN que não revela se também estava ou não presente na dita maratona sexual...)
Um médico que não é bem médico mas que diz preocupar-se com os genitais dos outros.
Dicionário ilustrado C. Orno Manso
Apresto, preparativo, aparato, aparelho.
Quando se reúnem, dispõem e arranjam diversos materiais ou coisas para a execução de qualquer obra, dizemos que se fazem preparativos, assim como à reunião deles se lhes chama aprestos ou aparelhos. Diz-se pois os preparativos de uma função (…) aparatos, (…) a significação desta palavra se estende a tudo o que se executa com pompa e ostentação, e assim se chama aparatoso ao que tem muito aparato.
A significação das palavras aparelho, aparelhar, são muito mais extensas que as anteriores, pois não só as compreendem todas, mas abrangem os instrumentos, operação, materiais, disposições para todo o exercício, (…) Chamar-se-ão por tanto aparelhos aos arreios necessários para montar e carregar cavalgaduras, (…). Também é bastante extenso o sentido figurado desta voz, como quando dizemos: estou aparelhado para tudo, por disposto, prevenido.
ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 74
A significação das palavras aparelho, aparelhar, são muito mais extensas que as anteriores, pois não só as compreendem todas, mas abrangem os instrumentos, operação, materiais, disposições para todo o exercício, (…) Chamar-se-ão por tanto aparelhos aos arreios necessários para montar e carregar cavalgaduras, (…). Também é bastante extenso o sentido figurado desta voz, como quando dizemos: estou aparelhado para tudo, por disposto, prevenido.
ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 74
25 abril 2007
As minhas t-shirts estão todas molhadinhas... hmmm...
A malta fixe da FHM achou que as t-shirts da funda São (criações minhas e do mestre Raim) mereciam ser recomendadas. E até citaram a Maria S. ao definirem a funda São como espaço de "reinação e refustedo". Como esta palavra «refustedo» não vem no dicionário, o seu sentido fica à nossa imaginação... e isso é bom... hmmm...
As minhas t-shirts na FHM de Maio
Já sabes: para encomendares estas t-shirts basta cricares no link lá em cima, no cabeçalho (se não sabes o que quer dizer cabeçalho, o DiciOrdinário explica).
As minhas t-shirts na FHM de Maio
Já sabes: para encomendares estas t-shirts basta cricares no link lá em cima, no cabeçalho (se não sabes o que quer dizer cabeçalho, o DiciOrdinário explica).
Gripe das emoções
Não sei porque me acordaste, como se nem tivesses visto a Branca de Neve do João César Monteiro, arrogando o direito de me fazer encarar a luz do dia quando já sabias que muitos são aqueles em que me sinto esgotada, auto plagiando os meus gestos de fazer o mesmo filme de me sustentar de pé.
Essa tua caridade em que me emprestas o corpo para dissolvente das nódoas do quotidiano é um filme série-B, com as cenas eróticas coladas com cuspo às do resto da vida, tão fugazes e deprimentes como uma película de domingo à tarde na televisão. Apesar de cada dia vermos os telemóveis a crescerem e multiplicarem-se, sofremos desta gripe que entope a intensidade das emoções e até na cama só despimos água e sal em gotas de suor, contaminados pelos juízos securitários de vivermos amorfos e protegidos em redomas como os condomínios fechados. Estamos como os alcoólicos no passinho de uma foda de cada vez que o futuro como orgasmo já não é objectivo.
E só posso retribuir essa caridade optimizando a relação com outra virose da moda: agilizamos procedimentos e um de nós despede-se para se contratar substituto.
24 abril 2007
Falta de liquidez
Começou por me falar em sistemas de contas prometendo-me, pensava eu, umas dignas férias numa ilha tropical.
De facto eram generosas as referências aos auxiliares financeiros e às coberturas cruzadas e todos os cálculos tocavam nos fundos como só uma coisa sólida consegue, quase como se quisesse dizer-me que o seu background não oferecia razão para déficits de qualquer espécie.
Não lhe conheci vícios consumistas a não ser as gravatas, coisa que me agradava bastante pois esse acessório masculino passou a ser essencial para mim no dia em que lhe descobri as inúmeras aplicações, todas elas de elevado grau de perversidade; todas boas, portanto. Mas propriamente cativar, só cativou quando me falou na elasticidade da oferta, apresentando-me fórmulas graciosas que desafiavam a minha imaginação com detalhes equacionados em deltas. Dizia ele que a oferta podia ser rígida, unitária ou elástica. Claro está que entendi esta elasticidade como qualquer coisa que permitia dimensões infinitesimais e já me ia crescendo água na boca com a representação gráfica do ponto de equilíbrio. Isto para não falar da oferta rígida, mas essa estava assegurada à partida.
Não é que eu rejeitasse a concorrência perfeita, que nestas coisas as concentrações monopolistas trazem lucro mas só enquanto duram; o facto é que preferia qualquer holding, a ter de ser, quer pelo volume conseguido com a fusão vertical, quer pelo controlo à vista.
Bem, todas as minhas expectativas se viram frustradas quando ele me enunciou os limites ao mecanismo de troca directa: é que a existência simultânea de duas pessoas, cada uma delas querendo adquirir o bem possuído pela outra, podia ter funcionado se nos mantivéssemos no domínio das metáforas, como é do meu gosto. Contudo, o indivíduo tinha um espírito muito numérico e falava de sociedades por acções de forma a vir a usufruir de benefícios fiscais.
E eu? Feita a análise de risco, que valor acrescentado me traria esta cena?
Meu amigo – disse eu – a tua curva de Lorenz é coisa que fica muito aquém do meu valor facial e, como sabes, há muito que o sistema fiduciário deu o que tinha a dar.
E foi assim, por falta de liquidez, que o homem da bolsa se converteu, ali mesmo, em activo incorpóreo.
CISTERNA da Gotinha
(dâbliu dâbliu dâbliu ponto novasoportunidades ponto gove ponto pêtê)
Hurra!
(Uma ideia original do Mano 1313)
Hurra!
A Mana Metralha já quase, quase concluiu a sua licenciatura.
Fazendo fé na campanha "Novas Oportunidades – aprender compensa", não tardará muito para ser possível vê-la (vestida e) de capacete na cabecinha realizando um sonho.
(Uma ideia original do Mano 1313)
23 abril 2007
National Geographic - Episode Ten - A Simulação de Orgasmo e Afins
Pela Dra. Didas, PdA*
"Apesar do mito tão enraizado na sabedoria popular segundo o qual «até os bichinhos gostam», está hoje cientificamente provado (só não sabemos durante quanto tempo) que o único animal que pratica sexo com motivações na esmagadora maioria das vezes não procriativas é o humano. Por esse motivo, somos olhados com desconfiança pelos nossos gatos e cães, galinhas, porcos e coelhada, obviamente perplexos com a capacidade humana de se meter em sarilhos e chatices mais do que é estritamente necessário para poder comer, beber, dormir e continuar a espécie.
Este facto conduz-nos directamente ao tema central deste estudo científico que é, como o próprio título indica, a habilidade única de, com motivações várias e utilizando técnicas também elas variadas, conseguir disfarçar totalmente o sentimento de «seca» durante a prática sexual.
Ao contrário do que também é comummente aceite entre a populaça, esta capacidade de fingimento não é atributo apenas das fêmeas, embora nestas se manifeste como uma verdadeira forma de arte. A seguir iremos classificar as diferentes formas de simulação de vontade consoante o sujeito, a motivação e a técnica utilizada.
NAS FÊMEAS:
As técnicas mais utilizadas: Vantagens e inconvenientes.
1. A gritaria. Na maioria das vezes, de eficácia bastante satisfatória e por isso mesmo bastante utilizada. Trata-se uma técnica em que se confunde o cérebro do adversário ao ponto deste pensar que, porra, é tão bom que nem ele próprio sabia quanto. Os grandes inconvenientes deste método residem no risco bastante elevado de um abaixo-assinado do condomínio, de ficar conhecida no prédio por alcunhas pouco dignificantes ou de acordar as crianças.
2. A conversa de chacha. Menos utilizado pois exige a posse de um vocabulário mais alargado do que a média. Trata-se basicamente de um método de persuasão que consiste em convencer a vítima através de palavras bem seleccionadas como «és o maior» ou outras baboseiras do género. O grande inconveniente reside na incompatibilidade com um raciocínio útil como por exemplo «o que vou vestir amanhã» ou «como vou convencer este gajo a lavar a loiça que ficou de hoje».
3. A respiração ofegante. Tem a vantagem de não acordar a vizinhança nem os miúdos mas pode, se usado em exagero, ser confundido com um ataque cardio-vascular, o que não é bom.
As motivações:
A fêmea finge com diversas motivações, sendo a mais comum o «desengoma-te» ou «vê se acabas depressa com isso». O fingimento resulta quase sempre nestas situações, pois provoca no adversário a sensação de consciência tranquila.
A segunda grande motivação das fêmeas é o desejo de ser normal. A culpa desta merda é da porcaria das revistas femininas tipo Maria e outras que, embora nunca tendo inventado um termo para designar uma mulher que não goste de bifes mal passados, que não saiba jogar poker ou que não consiga aprender árabe, inventou um para as mulheres que não são apreciadoras de sexo: frígida. Este termo, ao longo dos anos, acabou por se tornar um insulto maior do que «dealer de droga» ou «falsificadora de dinheiro», pelo que se tornam compreensíveis as tentativas feitas para escapar ao rótulo.
Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, a motivação da fêmea raramente é a de obtenção de bens materiais, uma vez que para isso basta dizer «serve-te».
NOS MACHOS:
As técnicas mais utilizadas: Vantagens e inconvenientes.
Os machos, mais básicos em quase todas as suas reacções, utilizam apenas uma técnica: A do «sou muita macho e como tudo o que me aparece à frente», embora se saiba de fonte segura que, muitas vezes, lhes apetecesse mais estar a comer uma fatia de chocolate do que a levar com a vizinha da frente que lhe fez «olhinhos».
As motivações:
A motivação dos machos também é apenas uma: Que os amigos, vizinhos e conhecidos não lhe chamem maricas, epíteto quiçá pior do que «frígida» para as fêmeas, que leva toda a gente a pensar que, por esse motivo, ele é incapaz de coisas que não têm nada a ver como apertar os atacadores sozinho, aprender matemática ou ter uma actividade profissional.
Quanto a este tema ficamos por aqui aguardando as achegas dos leitores ávidos de conhecimento científico. Para a próxima, dedicar-nos-emos a outro fascinante tema.
Agradecemos a Fausta a inspiração para este estudo."
Didas
blog - Farinha Amparo
* PdA - Padeira de Aljubarrota... digo, Aveiro
"Apesar do mito tão enraizado na sabedoria popular segundo o qual «até os bichinhos gostam», está hoje cientificamente provado (só não sabemos durante quanto tempo) que o único animal que pratica sexo com motivações na esmagadora maioria das vezes não procriativas é o humano. Por esse motivo, somos olhados com desconfiança pelos nossos gatos e cães, galinhas, porcos e coelhada, obviamente perplexos com a capacidade humana de se meter em sarilhos e chatices mais do que é estritamente necessário para poder comer, beber, dormir e continuar a espécie.
Este facto conduz-nos directamente ao tema central deste estudo científico que é, como o próprio título indica, a habilidade única de, com motivações várias e utilizando técnicas também elas variadas, conseguir disfarçar totalmente o sentimento de «seca» durante a prática sexual.
Ao contrário do que também é comummente aceite entre a populaça, esta capacidade de fingimento não é atributo apenas das fêmeas, embora nestas se manifeste como uma verdadeira forma de arte. A seguir iremos classificar as diferentes formas de simulação de vontade consoante o sujeito, a motivação e a técnica utilizada.
NAS FÊMEAS:
As técnicas mais utilizadas: Vantagens e inconvenientes.
1. A gritaria. Na maioria das vezes, de eficácia bastante satisfatória e por isso mesmo bastante utilizada. Trata-se uma técnica em que se confunde o cérebro do adversário ao ponto deste pensar que, porra, é tão bom que nem ele próprio sabia quanto. Os grandes inconvenientes deste método residem no risco bastante elevado de um abaixo-assinado do condomínio, de ficar conhecida no prédio por alcunhas pouco dignificantes ou de acordar as crianças.
2. A conversa de chacha. Menos utilizado pois exige a posse de um vocabulário mais alargado do que a média. Trata-se basicamente de um método de persuasão que consiste em convencer a vítima através de palavras bem seleccionadas como «és o maior» ou outras baboseiras do género. O grande inconveniente reside na incompatibilidade com um raciocínio útil como por exemplo «o que vou vestir amanhã» ou «como vou convencer este gajo a lavar a loiça que ficou de hoje».
3. A respiração ofegante. Tem a vantagem de não acordar a vizinhança nem os miúdos mas pode, se usado em exagero, ser confundido com um ataque cardio-vascular, o que não é bom.
As motivações:
A fêmea finge com diversas motivações, sendo a mais comum o «desengoma-te» ou «vê se acabas depressa com isso». O fingimento resulta quase sempre nestas situações, pois provoca no adversário a sensação de consciência tranquila.
A segunda grande motivação das fêmeas é o desejo de ser normal. A culpa desta merda é da porcaria das revistas femininas tipo Maria e outras que, embora nunca tendo inventado um termo para designar uma mulher que não goste de bifes mal passados, que não saiba jogar poker ou que não consiga aprender árabe, inventou um para as mulheres que não são apreciadoras de sexo: frígida. Este termo, ao longo dos anos, acabou por se tornar um insulto maior do que «dealer de droga» ou «falsificadora de dinheiro», pelo que se tornam compreensíveis as tentativas feitas para escapar ao rótulo.
Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, a motivação da fêmea raramente é a de obtenção de bens materiais, uma vez que para isso basta dizer «serve-te».
NOS MACHOS:
As técnicas mais utilizadas: Vantagens e inconvenientes.
Os machos, mais básicos em quase todas as suas reacções, utilizam apenas uma técnica: A do «sou muita macho e como tudo o que me aparece à frente», embora se saiba de fonte segura que, muitas vezes, lhes apetecesse mais estar a comer uma fatia de chocolate do que a levar com a vizinha da frente que lhe fez «olhinhos».
As motivações:
A motivação dos machos também é apenas uma: Que os amigos, vizinhos e conhecidos não lhe chamem maricas, epíteto quiçá pior do que «frígida» para as fêmeas, que leva toda a gente a pensar que, por esse motivo, ele é incapaz de coisas que não têm nada a ver como apertar os atacadores sozinho, aprender matemática ou ter uma actividade profissional.
Quanto a este tema ficamos por aqui aguardando as achegas dos leitores ávidos de conhecimento científico. Para a próxima, dedicar-nos-emos a outro fascinante tema.
Agradecemos a Fausta a inspiração para este estudo."
Didas
blog - Farinha Amparo
* PdA - Padeira de Aljubarrota... digo, Aveiro
Tira, Mete e Tira - Artur Gonçalves
A Jacky enviou-nos esta pérola da música portuguesa:
Aqui têm um blog sobre os discos deste artista.
E aqui têm uma página de recolha de relíquias musicais portuguesas.
Aqui têm um blog sobre os discos deste artista.
E aqui têm uma página de recolha de relíquias musicais portuguesas.
22 abril 2007
O calendário
Por: Falcão
Ena cum filha da puta!
Faz já um caralho dum tempão que num via o Cartaxo.
Levei-o lá pró meu barraco construido na parte de trás da casa e onde tenho uns pipos de vinho e o caralho, e um sofá velho tapado cum umas mantas que é para o que vós já sabeis: os pitos…
- Então Cartaxo, caralho! Onde tens andado, cum filha da grande puta! Ninguém mais te pôs os olhos em cima desde que saíste aqui da freguesia meu grande murcão.-
E ele riu-se cumo fazia quando era assim um catraio, e mesmo já crescidote mantinha esse tom de meio sonso com que se ria agora para mim.
-Caralho que num mudaste nada.- Disse-lhe eu em jeito de pô-lo assim à vontade enquanto lhe aviava um verdasco e ele olhava para o mamaçal duma boazona, boa cumó caralho que está pendurada na parede do barraco.
- Foda-se, não mudei, nem nada mudou por aqui- Respondeu ele. – Oh Manuel. Tens este calendário....O calendário é de 1977! De Janeiro de 1977…-
Bem! Num me contive e dei-lhe uma palmada nas costas entre duas boas risadas, que ele quase que se engasgava.
-Oh Cartaxo, caralho! Caralhos te fodam e te refodam que ninguém dessa canalha do nosso tempo que vem aqui beber um pingo e comer uma chouriça alguma vez repararam nisso! Do mês ou ano ou o caralho! Só tu, hehehehe…Dizem que é um pito de estalo, que é boa e que lhe davam umas boas trancadas e vai mais um copo. Mas tu….Então a gaja num é boa, caralho! E por ser de setenta e sete num te serve? –
E com a resposta é que o murcão me fodeu:
- Ouve lá Manuel, tu que és Falcão de nome, e de bom golpe de vista, diz-me lá. Essa
cachopa boa como tudo, vê-se que é já não é catraia, é toda uma mulheraça. Que idade lhe dás?...Aí uns vinte e sete, vinte oito, talvez uns trinta não?-
Abanei cum a cabeça e pensei um pouco.
- Sim....deve ser dessas idades...trinta ainda não...aí uns vinte e oito....-
- Então ouve lá, estamos em 2007, ou seja mais de trinta anos depois. Achas que ela ainda está cumo mostra a fotografia? –
Bem! Caralhos me fodam e refodam que eu num gosto de perder nem a feijões, fiquei fodido e refodido, e num pude de deixar de fazer cumo o cabeçudo da rua, que o pai era sacristão na vila e que levava a bola para casa quando estava a perder porque a bola era dele.
- Ouve lá oh Cartaxo, meu caralho! Prontos. Já vi que estás mudado. Já num és o murcão de antes.
Que quando foste a primeira vez ao pito da Chica Zarolha, vieste todo fodido e suar e a tremer quando me perguntaste quem é que emprenhava: se era quem ficava por cima ou quem ficava por baixo.
E depois de teres dito que tinhas ficado em baixo e que se calhar estavas prenho, eu
disse-te o verso com que a canalha te fodia os cornos o tempo todo, meu grande murcão. Hehehehehe!
Lembras-te, caralho? Era assim:
Oh que já se fodeu o Zé Cartaxo
Ficou cum a zarolha por cima
E ela enfiou-lhe a cona, lampeirina,
Toda, pelo caralho abaixo!
Hehehehehe! Lembras-te meu caralho! Cuidavas que estavas prenho, oh grande murcão da puta que te há-de parir! Mas agora? Agora estás esperto cumo um alho. Até já vês que o pito do calendário tem mais trintas em cima.-
Fiquei olhando-lhe para a cara de fodido que me fazia rir e mais rir de satisfação da minha vingança e a gozar que nem um cristão...E o murcão que fodido que estava....
Foda-se mas somos amigos, e já reconfortado, lá bebemos mais um pico de verdasco a falar de outras coisas enquanto comíamos a broa cum a chouriça que até estava boa…
Depois de ele ir-se embora olhei mais uma vez para o calendário, e disse pra cumigo….
-Manuel! Falcão eu num seja…Cum esta é que o Cartaxo, grande filho duma puta, te mandou abaixo….Mas era um belo pito, foda-se....
Bem! Assim cumo assim, a tarde está fria e vou acender a lareira. Este papel bem seco de trinta anos deve pegar fogo à lenha cum uma pisga nas horas do caralho….-
Manuel Falcão
Ena cum filha da puta!
Faz já um caralho dum tempão que num via o Cartaxo.
Levei-o lá pró meu barraco construido na parte de trás da casa e onde tenho uns pipos de vinho e o caralho, e um sofá velho tapado cum umas mantas que é para o que vós já sabeis: os pitos…
- Então Cartaxo, caralho! Onde tens andado, cum filha da grande puta! Ninguém mais te pôs os olhos em cima desde que saíste aqui da freguesia meu grande murcão.-
E ele riu-se cumo fazia quando era assim um catraio, e mesmo já crescidote mantinha esse tom de meio sonso com que se ria agora para mim.
-Caralho que num mudaste nada.- Disse-lhe eu em jeito de pô-lo assim à vontade enquanto lhe aviava um verdasco e ele olhava para o mamaçal duma boazona, boa cumó caralho que está pendurada na parede do barraco.
- Foda-se, não mudei, nem nada mudou por aqui- Respondeu ele. – Oh Manuel. Tens este calendário....O calendário é de 1977! De Janeiro de 1977…-
Bem! Num me contive e dei-lhe uma palmada nas costas entre duas boas risadas, que ele quase que se engasgava.
-Oh Cartaxo, caralho! Caralhos te fodam e te refodam que ninguém dessa canalha do nosso tempo que vem aqui beber um pingo e comer uma chouriça alguma vez repararam nisso! Do mês ou ano ou o caralho! Só tu, hehehehe…Dizem que é um pito de estalo, que é boa e que lhe davam umas boas trancadas e vai mais um copo. Mas tu….Então a gaja num é boa, caralho! E por ser de setenta e sete num te serve? –
E com a resposta é que o murcão me fodeu:
- Ouve lá Manuel, tu que és Falcão de nome, e de bom golpe de vista, diz-me lá. Essa
cachopa boa como tudo, vê-se que é já não é catraia, é toda uma mulheraça. Que idade lhe dás?...Aí uns vinte e sete, vinte oito, talvez uns trinta não?-
Abanei cum a cabeça e pensei um pouco.
- Sim....deve ser dessas idades...trinta ainda não...aí uns vinte e oito....-
- Então ouve lá, estamos em 2007, ou seja mais de trinta anos depois. Achas que ela ainda está cumo mostra a fotografia? –
Bem! Caralhos me fodam e refodam que eu num gosto de perder nem a feijões, fiquei fodido e refodido, e num pude de deixar de fazer cumo o cabeçudo da rua, que o pai era sacristão na vila e que levava a bola para casa quando estava a perder porque a bola era dele.
- Ouve lá oh Cartaxo, meu caralho! Prontos. Já vi que estás mudado. Já num és o murcão de antes.
Que quando foste a primeira vez ao pito da Chica Zarolha, vieste todo fodido e suar e a tremer quando me perguntaste quem é que emprenhava: se era quem ficava por cima ou quem ficava por baixo.
E depois de teres dito que tinhas ficado em baixo e que se calhar estavas prenho, eu
disse-te o verso com que a canalha te fodia os cornos o tempo todo, meu grande murcão. Hehehehehe!
Lembras-te, caralho? Era assim:
Oh que já se fodeu o Zé Cartaxo
Ficou cum a zarolha por cima
E ela enfiou-lhe a cona, lampeirina,
Toda, pelo caralho abaixo!
Hehehehehe! Lembras-te meu caralho! Cuidavas que estavas prenho, oh grande murcão da puta que te há-de parir! Mas agora? Agora estás esperto cumo um alho. Até já vês que o pito do calendário tem mais trintas em cima.-
Fiquei olhando-lhe para a cara de fodido que me fazia rir e mais rir de satisfação da minha vingança e a gozar que nem um cristão...E o murcão que fodido que estava....
Foda-se mas somos amigos, e já reconfortado, lá bebemos mais um pico de verdasco a falar de outras coisas enquanto comíamos a broa cum a chouriça que até estava boa…
Depois de ele ir-se embora olhei mais uma vez para o calendário, e disse pra cumigo….
-Manuel! Falcão eu num seja…Cum esta é que o Cartaxo, grande filho duma puta, te mandou abaixo….Mas era um belo pito, foda-se....
Bem! Assim cumo assim, a tarde está fria e vou acender a lareira. Este papel bem seco de trinta anos deve pegar fogo à lenha cum uma pisga nas horas do caralho….-
Manuel Falcão
Priguntas do Nelo
Arqueologia sacra
Em miúda, o que eu gostava de fazer furinhos naquelas caixas da Regina para saírem chocolates. Mas com o avançar do tempo passei antes a preferir a exaltação de usar a pressão dos meus dedos para fazer saltar aquele creme pastoso que sai das borbulhas.
E se ele outros predicados não tivesse bastar-me-ia este. Ele alongava-se de barriga para baixo expondo toda a sua pele macia e como um gato permitia que lhe afagasse todo o pêlo e até a traquinice de lhe tactear as bolinhas de râguebi enquanto a minha respiração acelerava sentindo na polpa dos dedos estendidos aquela suavidade e a mínima protuberância digna de extirpar, alucinada ainda mais pela visão daquele rabinho soerguido a que encostava as minhas ancas antes de me debruçar sobre ele a espremer cada um dos maravilhosos achados e creio mesmo que o ouvia ronronar.
Esgotado o espólio, serpenteava sobre o seu corpo e delineava-lhe um rasto de saliva da primeira vértebra cervical até ao sacro, murmurando que já lhe espetara um dorsal e podíamos começar a correr a maratona.
E se ele outros predicados não tivesse bastar-me-ia este. Ele alongava-se de barriga para baixo expondo toda a sua pele macia e como um gato permitia que lhe afagasse todo o pêlo e até a traquinice de lhe tactear as bolinhas de râguebi enquanto a minha respiração acelerava sentindo na polpa dos dedos estendidos aquela suavidade e a mínima protuberância digna de extirpar, alucinada ainda mais pela visão daquele rabinho soerguido a que encostava as minhas ancas antes de me debruçar sobre ele a espremer cada um dos maravilhosos achados e creio mesmo que o ouvia ronronar.
Esgotado o espólio, serpenteava sobre o seu corpo e delineava-lhe um rasto de saliva da primeira vértebra cervical até ao sacro, murmurando que já lhe espetara um dorsal e podíamos começar a correr a maratona.
Maria Árvore
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E sai ode do OrCa:
quando toca à evolução
se o macaco cata o chato
nós catamos borbulhão
no fundo tudo dará
no mesmo, tocando a afecto
um recebe o que outro dá
seja sebo ou seja insecto
que é um bem primordial
catarmo-nos com destreza
é tudo mais social
fica tudo... outra limpeza!"
CISTERNA da Gotinha
Esta menina gosta de se banhar nas cascatas.
Vídeo de uma sessão fotográfica com Jenna Jameson.
Já escolhi o guarda roupa para mim e para a São usarmos no próximo Encontra-a-Funda.
Arte erótica.
Enchantee Banda desenhada espanhola (em espanhol e em inglês).
21 abril 2007
Nicolau o matemático ou a declinação da curva de Gauss
Uma mulher não deve meter-se com homens que vivem de números. A não ser que sejam cifrões, mas isso é outra conversa.Imaginem que desta vez me apareceu um Nicolau na rifa. Curiosa como sou não resisti ao charme do conferencista e no fim fui pedir-lhe um autógrafo. É claro que me fiz entendida na matemática e falei-lhe na admiração que sinto pelo Evaristo Galois por causa das tentativas do jovem para resolver as equações do quinto grau. Palavra puxa palavra e o Nicolau disse que sim, que era possível e que a solução podia ser a teoria dos grupos para achar o xis da quinta.
É claro que quando ele me falou na quinta eu nem queria acreditar e pensei “já estás marcado, Nico, deves ser melhor que o Evaristo”. É que esse achava que só conseguia obter a solução para o xis a partir dos coeficientes. Ora grupos eficientes nessas partes… eu não queria, de todo!Mas não quero dispersar-me. Nessa noite levei o Nicolau para o requinte de uma cama curva fazendo justiça ao assunto da conferência. No mínimo o que poderia acontecer era o Nicolau achar aquele tal ponto fora da recta e a partir daí – esperança minha – entraríamos no mundo da geometria imaginária pois descobrindo esse ponto especial, como bem sabem as minhas leitoras (os leitores dizem que sabem, mas são pouco persistentes), é possível traçar muito mais do que uma paralela. Paralelas múltiplas a partir de um único ponto. Já imaginaram?Nisto eu apenas esperava que ele seguisse a intuição de Lobatchevsy, segundo o que retive do conteúdo da conversa do conferencista quando falava no auditório e eu o escutava excitadíssima na primeira fila.Bem... os homens que muito pensam são de uma espécie estranha, mais razão que emoção, mais figura que desempenho, mais promessa do que realização… e pronto!
Estando os dois deitados no espaço curvo... o que aconteceu então?
Tudo, mas tudo a curvar-se.
É claro que quando ele me falou na quinta eu nem queria acreditar e pensei “já estás marcado, Nico, deves ser melhor que o Evaristo”. É que esse achava que só conseguia obter a solução para o xis a partir dos coeficientes. Ora grupos eficientes nessas partes… eu não queria, de todo!Mas não quero dispersar-me. Nessa noite levei o Nicolau para o requinte de uma cama curva fazendo justiça ao assunto da conferência. No mínimo o que poderia acontecer era o Nicolau achar aquele tal ponto fora da recta e a partir daí – esperança minha – entraríamos no mundo da geometria imaginária pois descobrindo esse ponto especial, como bem sabem as minhas leitoras (os leitores dizem que sabem, mas são pouco persistentes), é possível traçar muito mais do que uma paralela. Paralelas múltiplas a partir de um único ponto. Já imaginaram?Nisto eu apenas esperava que ele seguisse a intuição de Lobatchevsy, segundo o que retive do conteúdo da conversa do conferencista quando falava no auditório e eu o escutava excitadíssima na primeira fila.Bem... os homens que muito pensam são de uma espécie estranha, mais razão que emoção, mais figura que desempenho, mais promessa do que realização… e pronto!
Estando os dois deitados no espaço curvo... o que aconteceu então?
Tudo, mas tudo a curvar-se.
E digo-vos: nem o Euclides, com os seus axiomas das paralelas simples teria tido um desempenho tão frouxo. Ainda evoquei Gauss que também era de inovações curvas, mas com mais sucesso por serem curvas que só descem depois de uma subida significativa. Porém o Nicolau terá entrado exactamente num espaço muito distante do meu.
A curva de Gauss que ele me mostrou tinha uma média relativamente baixa e um desvio padrão elevado; a variância digamos que não era significativa e o resultado foi mais uma deflação na minha estatística.
20 abril 2007
Apetites vs Desejos
Posto que vulgarmente se confundem estes dois vocábulos, com tudo em linguagem filosófica moderna são bem distintos. Os apetites são certos sentimentos corpóreos, não perpétuos, mas que ocorrem de tempo a tempo, acompanhados sempre de certo que mais ou menos desagradável segundo é maior ou menor sua força, que nos impelem a apetecer alguma coisa de que o corpo carece. (…)
Os desejos, que melhor se explicam pela palavra latina cupiditates, são certas inclinações, que não existem no corpo senão na alma, e cujo objecto são as coisas e não as pessoas; (…) – Diferencia-se o desejo do apetite em que, 1.º este reside no corpo e aquele na alma; 2.º em que este vem de tempo a tempo, e aquele é permanente; 3.º em que este sacia-se, e aquele não se farta, etc.
ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 72
Os desejos, que melhor se explicam pela palavra latina cupiditates, são certas inclinações, que não existem no corpo senão na alma, e cujo objecto são as coisas e não as pessoas; (…) – Diferencia-se o desejo do apetite em que, 1.º este reside no corpo e aquele na alma; 2.º em que este vem de tempo a tempo, e aquele é permanente; 3.º em que este sacia-se, e aquele não se farta, etc.
ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 72
CISTERNA da Gotinha
<--- Ontem encontrei a São Rosas na esplanada...
Rob Clarke: divertidas ilustrações eróticas.
Canecas quase tão boas como as das Caldas da Rainha.
Porque será que a maioria das mulheres adora pérolas?!
19 abril 2007
Fado corrido e falado III - por Encandescente
Os amantes do mar.
"Teresinha chorava o ouvido colado
À parede do quarto que era tão fina,
Sofria horrores com os ais e os gemidos,
Lamentava-se ao ritmo do amor rangido
Que faziam o cunhado, e a irmã, a Tina.
O amor entre os cunhados começou e explodiu
Na manhãzinha duma quinta-feira,
Teresinha julgando-se sozinha
Esperava na cozinha só de cuequinhas,
O café ficar pronto na cafeteira.
Toni que por ela se tinha embeiçado,
E lhe mirava os jeitos e os seios de lado
Quando julgava que ninguém o via,
Agarrou-a e beijou-a, apaixonado:
- Teresinha, de hoje não passa. Vais ser minha!
Teresinha que há muito o amava
E todos rejeitara por causa daquela paixão,
Tirou a minúscula peça que tinha vestida
Perdeu a virgindade, deu a queca sonhada,
Consumou o amor, cometeu a traição.
Teresinha e Toni fugiam sempre que podiam,
Encontravam-se no bote que este possuía
E escondidos na noite onde ninguém os via
Deitados nas redes com cheiro a peixe
Trocavam promessas, faziam amor.
Mas Tina da traição começou a desconfiar
Quando em Teresinha começou a detectar
O mesmo odor piscícola que tinha Toni,
E Toni há muito na cama não a procurava
Era com a irmã que o sacana se enrolava!
Foi numa noite de temporal que o drama se desenrolou,
Tina confrontou Toni e Toni, nada negou,
Tina chorou, pediu e rogou: Toni e os nossos filhos?
E empurrando Teresinha, tia, irmã e traidora
Aos gritos expulsou-a de casa, na mesma hora.
Pela porta voaram panelas, pratos e tachos
Teresinha fugiu escadas abaixo,
Toni, não resistiu, correu atrás dela,
Deixando as crianças pequenas chorando à janela
E a mulher rogando pragas e jurando morte e vingança.
Tina perseguiu-os de caçadeira na mão
E querendo ver mortes, desfecho e confusão
Toda a vizinhança correu atrás dela,
E eram tantos os mirones que parecia manifestação
Liderada por Tina, em fúria, de caçadeira na mão.
Esta jurava aos vizinhos indignados
Que nenhum dos amantes à morte escaparia,
A Teresinha torcer-lhe-ia lentamente o pescoço
E a Toni, além de o matar, os tomates caparia.
Entalados entre o mar e a multidão
Toni remou para o centro do temporal,
Tentando escapar a um destino pior,
Tentando salvar-se e ao seu amor,
De serem linchados na doca do Clube Naval.
Mas o mar estava bravo e as ondas gigantes
A cada remada submergiam os amantes
Que sentados, abraçados, esperavam a onda mortal,
Morreram jurando amor num beijo final,
Toni marido de Tina, e Teresinha irmã e rival.
No dia seguinte um pescador que puxava as redes
Olhou pasmado, intrigado, a estranha pescaria,
Sete tainhas cheirando a gasóleo e umas cinco percas,
O Toni de traje de gala feito de algas,
E a Teresinha, com um vestido de noiva, feito de alforrecas.
Ainda hoje se diz que em noite de lua cheia
Se vêem os dois amantes abraçados a passear
Vestidos de noivos os trajes feitos de mar,
Seguidos de um cortejo de golfinhos especial
Que os segue entoando a marcha nupcial."
Encandescente
Blog Erotismo na Cidade
Três livros de poesia publicados («Encandescente», «Erotismo na Cidade» e «Palavras Mutantes») pelas edições Polvo (para já...).
O primeiro «fado corrido e falado» foi «a morte de João do Viso», que tive o prazer de ler para a maltinha no Sãorau do 6º Encontra-a-Funda. O segundo foi «Ivone campeã dos defuntos. A Serial killer das Fontainhas».
"Teresinha chorava o ouvido colado
À parede do quarto que era tão fina,
Sofria horrores com os ais e os gemidos,
Lamentava-se ao ritmo do amor rangido
Que faziam o cunhado, e a irmã, a Tina.
O amor entre os cunhados começou e explodiu
Na manhãzinha duma quinta-feira,
Teresinha julgando-se sozinha
Esperava na cozinha só de cuequinhas,
O café ficar pronto na cafeteira.
Toni que por ela se tinha embeiçado,
E lhe mirava os jeitos e os seios de lado
Quando julgava que ninguém o via,
Agarrou-a e beijou-a, apaixonado:
- Teresinha, de hoje não passa. Vais ser minha!
Teresinha que há muito o amava
E todos rejeitara por causa daquela paixão,
Tirou a minúscula peça que tinha vestida
Perdeu a virgindade, deu a queca sonhada,
Consumou o amor, cometeu a traição.
Teresinha e Toni fugiam sempre que podiam,
Encontravam-se no bote que este possuía
E escondidos na noite onde ninguém os via
Deitados nas redes com cheiro a peixe
Trocavam promessas, faziam amor.
Mas Tina da traição começou a desconfiar
Quando em Teresinha começou a detectar
O mesmo odor piscícola que tinha Toni,
E Toni há muito na cama não a procurava
Era com a irmã que o sacana se enrolava!
Foi numa noite de temporal que o drama se desenrolou,
Tina confrontou Toni e Toni, nada negou,
Tina chorou, pediu e rogou: Toni e os nossos filhos?
E empurrando Teresinha, tia, irmã e traidora
Aos gritos expulsou-a de casa, na mesma hora.
Pela porta voaram panelas, pratos e tachos
Teresinha fugiu escadas abaixo,
Toni, não resistiu, correu atrás dela,
Deixando as crianças pequenas chorando à janela
E a mulher rogando pragas e jurando morte e vingança.
Tina perseguiu-os de caçadeira na mão
E querendo ver mortes, desfecho e confusão
Toda a vizinhança correu atrás dela,
E eram tantos os mirones que parecia manifestação
Liderada por Tina, em fúria, de caçadeira na mão.
Esta jurava aos vizinhos indignados
Que nenhum dos amantes à morte escaparia,
A Teresinha torcer-lhe-ia lentamente o pescoço
E a Toni, além de o matar, os tomates caparia.
Entalados entre o mar e a multidão
Toni remou para o centro do temporal,
Tentando escapar a um destino pior,
Tentando salvar-se e ao seu amor,
De serem linchados na doca do Clube Naval.
Mas o mar estava bravo e as ondas gigantes
A cada remada submergiam os amantes
Que sentados, abraçados, esperavam a onda mortal,
Morreram jurando amor num beijo final,
Toni marido de Tina, e Teresinha irmã e rival.
No dia seguinte um pescador que puxava as redes
Olhou pasmado, intrigado, a estranha pescaria,
Sete tainhas cheirando a gasóleo e umas cinco percas,
O Toni de traje de gala feito de algas,
E a Teresinha, com um vestido de noiva, feito de alforrecas.
Ainda hoje se diz que em noite de lua cheia
Se vêem os dois amantes abraçados a passear
Vestidos de noivos os trajes feitos de mar,
Seguidos de um cortejo de golfinhos especial
Que os segue entoando a marcha nupcial."
Encandescente
Blog Erotismo na Cidade
Três livros de poesia publicados («Encandescente», «Erotismo na Cidade» e «Palavras Mutantes») pelas edições Polvo (para já...).
O primeiro «fado corrido e falado» foi «a morte de João do Viso», que tive o prazer de ler para a maltinha no Sãorau do 6º Encontra-a-Funda. O segundo foi «Ivone campeã dos defuntos. A Serial killer das Fontainhas».
Uma senhora vaidosa pergunta a um senhor sincero:
- Que idade o senhor me dá?
- Bem... pelos cabelos, dou-lhe vinte anos, pelo olhar, dezanove, pela sua pele, dezoito, e pelo seu corpo, dezassete anos!
- Hmmm... como o senhor é lisonjeador!
- Nada disso, sou sincero. Agora espere que vou fazer a soma.
(enviado por José Longo pelo grupo de mensagens da funda São)
- Que idade o senhor me dá?
- Bem... pelos cabelos, dou-lhe vinte anos, pelo olhar, dezanove, pela sua pele, dezoito, e pelo seu corpo, dezassete anos!
- Hmmm... como o senhor é lisonjeador!
- Nada disso, sou sincero. Agora espere que vou fazer a soma.
(enviado por José Longo pelo grupo de mensagens da funda São)
18 abril 2007
Aula de castidade
Praticar sexo faz bem à pele e à moleirinha, por ser um anti-stress e anti-depressivo natural, e por mais mil e uma razões que qualquer médico vos explicará melhor que eu.
Então para quê a castidade, perguntareis vós?...
Imaginem que vivem em África, que já acabaram os preservativos que as ONG's por lá distribuem e que nem têm dinheiro que chegue para os comprar no mercado negro. Aliás, com a fome e em alguns casos, até com a guerra que por lá campeia, a sida é só a preocupação seguinte porque instintivamente procura-se sobreviver, conseguindo comida e escapando da morteirada. Quem é que numa situação dessas tem vontade de foder?...
É uma castidade imposta pela situação mas a falta dela é desejo de suicídio.
Mais perto de nós, recordo sempre aquele Dia das Mentiras em que o Mário Viegas morreu de verdade. O mundo em que podíamos ter sexo com quem e quando nos apetecesse desmoronou. A maravilhosa pílula que deu liberdade à mulher precisa agora de funcionar em conjunto com um preservativo ou umas análises credíveis. E isto retira toda a magia do momento, da concretização do desejo ali e já, para se tornar quase num acto médico ou burocrático.
Dir-me-ão que a alternativa passa então pela monogamia. Que é uma repressão sobre os instintos da espécie que somos, porque se assim não fosse, todos os povos, independentemente da sua cultura e organização social, seriam monogâmicos. E se todos os dias envelhecemos, também todos os dias algo em nós muda e por milhentas razões que me escuso de enumerar porque todos as conhecem, há um dia em que até o casal mais perfeito já não se reconhece e facilmente tem desejo de outro.
A castidade não mata. Ninguém morre por não ter sexo durante algum tempo ou então, todos os dias morreria gente nas nossas prisões. Ou em suas casas e em todos os escalões etários. É tal e qual como gostarmos de lagosta mas só a comermos lá de longe em longe porque o dinheiro não chega para mais.
Se somos livres e responsáveis para tomarmos as nossas opções, a questão é se preferimos poupar para saborear lagosta ou se aceitamos comer carapauzinhos todos os dias.
Então para quê a castidade, perguntareis vós?...
Imaginem que vivem em África, que já acabaram os preservativos que as ONG's por lá distribuem e que nem têm dinheiro que chegue para os comprar no mercado negro. Aliás, com a fome e em alguns casos, até com a guerra que por lá campeia, a sida é só a preocupação seguinte porque instintivamente procura-se sobreviver, conseguindo comida e escapando da morteirada. Quem é que numa situação dessas tem vontade de foder?...
É uma castidade imposta pela situação mas a falta dela é desejo de suicídio.
Mais perto de nós, recordo sempre aquele Dia das Mentiras em que o Mário Viegas morreu de verdade. O mundo em que podíamos ter sexo com quem e quando nos apetecesse desmoronou. A maravilhosa pílula que deu liberdade à mulher precisa agora de funcionar em conjunto com um preservativo ou umas análises credíveis. E isto retira toda a magia do momento, da concretização do desejo ali e já, para se tornar quase num acto médico ou burocrático.
Dir-me-ão que a alternativa passa então pela monogamia. Que é uma repressão sobre os instintos da espécie que somos, porque se assim não fosse, todos os povos, independentemente da sua cultura e organização social, seriam monogâmicos. E se todos os dias envelhecemos, também todos os dias algo em nós muda e por milhentas razões que me escuso de enumerar porque todos as conhecem, há um dia em que até o casal mais perfeito já não se reconhece e facilmente tem desejo de outro.
A castidade não mata. Ninguém morre por não ter sexo durante algum tempo ou então, todos os dias morreria gente nas nossas prisões. Ou em suas casas e em todos os escalões etários. É tal e qual como gostarmos de lagosta mas só a comermos lá de longe em longe porque o dinheiro não chega para mais.
Se somos livres e responsáveis para tomarmos as nossas opções, a questão é se preferimos poupar para saborear lagosta ou se aceitamos comer carapauzinhos todos os dias.
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