19 setembro 2007

Chico

(Cartoon © George Jartos)

Não é que não tenha ar de boneca de louça mas daquelas antigas do tempo das minhas avós e contudo o meu comportamento tornava-se irascível sempre que ele me dizia olá boneca em vez de usar o meu nome que até tem a facilidade de ter só cinco letrinhas.

Vem em todos os compêndios da vida que uma forma do nosso parceiro nos fazer sentir especiais é tratar-nos por um nome de seu uso exclusivo. Tem também a vantagem quando a coisa dá para o torto que acabando-se o nome, acaba a peçonha. Mas com tantos nomes para me chamar que até podia ser Pituxinha, Mimi ou com algum esforço, Blimunda ou Betty teve logo de optar pelo sensaborão boneca que é assim a modos como as flores plásticas que parecem mas não o são.

Passei a chamar-lhe Chico alegando com o meu melhor sorriso que assim estava com o Chico todos os dias do mês e os seus esgares de desconfiança não faltaram à chamada para as diversas leituras de tal designação. Mostrou preocupação que a irritabilidade fosse uma constante e sosseguei-o que não o puxaria por um cordel para o deitar no lixo e já que o nome é também uma marca para crianças eu poderia antes tratá-lo por boneco.

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