acenam... se mil vezes não te vejo,
mais mil que não aceno mas desejo,
das mil que tanto sonho como abraço.
Espadas, mais de mil, voam no espaço,
como andorinhas mil... E se as revejo,
de espada à cinta vou, ter o ensejo,
doutras mil flores rasgarem teu regaço.
E serão sempre mil as tuas dores,
e as noites, mil e uma, e tantas quais,
se vaselina mil, não tira ardores...
E muitos... quantos mil como pardais,
teus beijos nesta tranca com ardores...
mas nunca serão mil... são sempre mais!
Alcaide"
Pergunta da EdiSão - Ó Alcaide, que tal se começasses a publicar aqui o que pões nos comentários? Engoliste o convite que te mandei com um verdasco tinto, foi?...
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Como Sobral de Monte Agraço também não está nada mal para o efeito pretendido - mais ainda se for "Sobral de Monte Agraço já tem parque infantil!" - o Bartolomeu ode em sua homenagem:
Me chegam aos grupinhos putas mil
Todas elas são presentes que me mandas
porque sabes que só penso no seu gomil
E vêm todas em alegres risalhadas
Qual bando d'aves feliz e brincalhão
Todas elas, d'olho nas caralhadas
Com que lhes vou encher bem o conão
Trazem o cabelo de flores ornamentado
as mamas semelhantes ao bom marmelo
E eu, já de caralho teso e bem armado
Saberei daqueles cus e conas tirar farelo
Duas mil roliças trancas as sustentam
quais pilares de templos romanos
Mil conaças aos brados por mim chamam
Rogando-me linguados bem profanos
E eu não lhos nego, pois está claro
E as fuças enterro logo entre-bordas
Até me dizem que melhora o faro
Para encontrar melhor a febra gorda
De Sobral de Montagraço e suas bandas
Me chegam aos grupinhos putas mil
Eu sei, São, és tu que mas mandas
Para alegrar minha existência e o meu covil"
E o Nelo não pode ouvir falar em caralhos e enterras (escreve-se "em terras" mas ele não lê, prefere ouvir):
"Ai Alcagoita e Bartolodeli
Que puetas vos revelais
Falam em putas e covas mil
E us caralhos? Estarão a mais?
Ele éi çempre o mejmo fado,
Vila Nova, eça das fontes
Já não é de hoje nem de ónte
Que nós, Nelos, o sabemos achado
Vêim agora o Tal que é Dele
Mais o que rima cum ervilhana
Descubrir coizas que eles
Çó conhessem de garganta
Venhóm lá paçar cumigo
Uma çemana deças tais
Numa tenda em areais,
Costas minhas em vóço umbigo
E verão cumo éi castigo
por faltar há verdade
Saber que neça sidade
não á çó covas, eu vos digo!
Éi pra lá onde çôam as furnas
Mais o forte rugir do mar
que os homes no meiu das brumas
Louvam o mastru de pau Real.
E çe iço açim fizereim
puderão mais tarde neste broshe
Puetar coizas que conhessem
e não dum çaber que lhes foge
Façóm iço, eu vus convido
Venhóm todos em procissóm
Tenho tenda, um cu amigo
Mãos e beiços, que ção um dom!"
Mais vale oder tarde que nunca, OrCa:
"Simpática esta ideia de homenagear as terrinhas do coração através de tatuagens semi-escondidas
tão gentil a ideia de tatuar
terra-mãe na epiderme peniana
coisa assim que de murcha nos engana
mas crescendo tudo volta ao seu lugar
ver nascido em Vila Pouca da Aguiar
começar só por guiar uma magana
mas chegado à hora de cantar hosana
ter a Vila Pouca muita p'ra lhe dar
coisa assim é tremenda e mete dó
como aquele tão pequeno qu'inda cora
que coitado se engelha triste e só
esperando que lhe chegue a luz da aurora
quando enfim tal sucede é em solidó
que ele põe Vila Praia de Âncora cá de fora!
E tantas outras...
Não vás ao mar Tónio
ela gemia agarrada ao nome vil
que apertado era já de cor anil
do nascido em Vila Real de Santo António
e a gulosa que se lh'agarrava ao orto
ansiosa por quanto lhe tinha ouvido
esperando um São Martinho do Porto
sai-lhe apenas um só no Porto nascido...
outro engano porfiou outra donzela
que ao ver no pénis escrito o termo boa
ao cuidar estar ali cobra daquela
viu tão só que ele nascera por Lisboa
mas por fim que de enganos todos vão
outro havia em terra de bonifrates
que por ser longa a terra e a pila não
tatuou o nome inteiro nos tomates..."
Nota da EdiSão - os alfacinhas são espertos que nem alhos. Como a territa tem um nome pequeno, vai daí no brasão põem "mui nobre e sempre leal cidade de Lisboa". Resta saber se têm caralho para tanto.
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