28 fevereiro 2008

Continuando à volta da pornografia - OrCa e Garimpeiro

"Enfim, merdas!... Entre estas coisadas de causas e efeitos é bom um gajo não se perder com a pelagem púbica e ir direito - ainda que com preliminares - à questão:
Toda a indústria à volta do sexo é florescente enquanto a «miséria sexual» - vá, procurem um maluco do século passado chamado Wilhelm Reich... - não acabar.
Depois, podemos chamar-lhe erotismo, pornografia, prima-da-tia, o que se queira. A questão continua a mesma: é a nossa insatisfação sexual, criada por uma montanha de barreiras sociais - religiosas, políticas, etc. - que alimenta o negócio. E como a insatisfação é muita, o negócio é grande.
Uns por Allah, outros por Jeová, outros por Cristo, outros, ainda, por qualquer santinha de ladeiras, todos promovem a contenção, a abstinência, como forma de chegar ao céu...
Quando é que a malta descobre que a melhor forma de sermos controlados é andarmos insatisfeitos... e presumirmo-nos contentes com isso?
Depois, vêm uns artistas e dizem que isto é apologia da anarquia e do caos e o camandro!... Puro engano. Os que mais desgraça causam ao mundo são os grandes ressentidos, os enormemente contrariados, os imensamente insatisfeitos.
Os tais que metem medo com o inferno, quando cuidam que o céu só é bom se for para eles, apenas.
Normalmente, chegam tarde (ou nunca) a provarem o que é bom e, assim, nunca lhe tomam o gosto a jeito.
Está tudo no berço. É de pequenino que também se torce este pepino.
Boca anarca: - Os bonobos é que a sabem toda!"

OrCa

"A pornografia é o erotismo dos pobres, como soe dizer-se. O Wilhelm Reich recusa todo o acto sexual desprovido. Vou reproduzir: «Diga-se de passagem que recusamos a sexualidade física burguesa o acto sexual desprovido de toda a relação de camaradagem e de ternura, não servindo senão para a descarga sexual e realizado sem se ter em conta a pessoa e o sítio». Tal e qual assim a pornografia é algo condenável, mas como o Orca diz, vivemos infelizes e insatisfeitos e para nós, desgraçados, que suportamos nos ombros a responsabilidade colectiva que nos oprime sem hipótese de fuga, ver um filmezito exibindo uma mulher sequiosa de sexo ai, dá-me muito tesão. Consciência cívica à parte, entramos no grande engodo que é afinal a razão principal na nossa existência. Morremos quando o sexo morre. Só o sexo é causa e razão suficiente da nossa existência."
Garimpeiro

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