À sexta-feira, entrelaçava-se em mim como uma videira, pés e mãos feitos tronco e parras e os poros da pele como bagos de uva para fermentarmos até que o seu órgão de soberania tombasse do pedestal completamente escorrido.
Escoavam-se os dias entre a mesa e a cama sem que ele soubesse de nada. Não desconfiava que eu espiava pela janela os pares adolescentes no jardim fronteiro em beijos alegres e prolongados numa confusão de mãos ainda à procura da rota certa. A repetição dos mesmos gestos garantia-lhe segurança e eu emborcava as cenas por hábito.
E na noite do dia aprazado há tantas luas como a tradição do Dia de Finados mal chegámos ao quarto despi-me numa pressa e de pé, completamente nua, virei-me de costas para ele a pedir-lhe que me abrisse o fecho perante a sua estupefacção. Insisti que se despachasse a abri-lo para lhe dar a minha pele e poder ir à minha vidinha que tinha mais que fazer.
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Uma por dia tira a azia