29 julho 2008



Os aristocratas casam à inglesa, quer di­zer, depois da bênção nupcial, os esposos vão como estudantes em férias, ocultar a sua felicidade no estrangeiro ou nalgum lo­cal aprazível. Para evitar um mal, vão pro­curar outro pior. Porque se reconhecerá sem esforço que um quarto dum hotel que tem servido a todos e a todas, é um santuário indigno da primeira noite de amor legítimo. A desposada não conservará daquele tálamo alugado, nem daquele templo de ocasião, onde foi sacrificada a sua virgin­dade, recordação alguma que, passado tem­po, lhe possa trazer à memória um eco da inigualável emoção e daquela hora única da sua vida! Uma hora depois da partida dos desposados, irá ocupar aquela cama uma aventureira vulgar que se reclinará com indiferença no mesmo leito em que duas almas para sempre se uniram.

 
Luiz G. Salazar.1931:55

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