Foi a primavera que te trouxe,
como a todas as coisas raras.
Foi a primavera que te trouxe.
Vieste com as camélias refulgentes da cor rubra
dos meus olhos quando, por entre os cílios,
antevi os dedos dos teus dedos, a salvação
escrita no peito, e a eternidade do brilho
das águas.
Foi a primavera que te trouxe,
como a todas as coisas raras.
Sobre as ondulações do peito,
escrevi todos os lexemas
que, na foz da palavra,
se ditaram
na alma.
E tu, que vieste com a primavera,
escreveste em mim todos os significados
das noites
e dos dias.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto