28 janeiro 2014

«Ama-me» - Susana Duarte

ama-me
e sorri-me nas vielas escuras da noite alada
e empunha a espada de flores de sereia amada
e sorri-me nos olhos onde descrevo a sede e a vida
e abraça-me nas cores de uma asa comprida
que se estende no vento e me deixa voar

ama-me
e se me amares, saberei ser noite em noite de lua
alma branca, rosa do deserto, alma branca e nua
sereno deserto onde sou flor e tu és cavaleiro das areias
senhor de mim, senhor de flores e castelos e ameias
que me abrigam dos ventos e me deixam amar

ama-me
e dá-me a luz dos meus olhos e da minha escuridão
anterior, onde me esquecera que tinha sido branca flor
e deixei as névoas estender seus braços e sonhos e amor-amor
onde perpetuei a escuridão de uma vida –alegria anterior
e me deixei cobrir de noite, antes de me cobrir de ti

ama-me
preenche-me os olhares como uma lua cheia
e deixa-me amar em Ti



Susana Duarte
«Pescadores de Fosforescências»
Edições Alphabetum, Edições Literárias
Foto pessoal
Blog Terra de Encanto