São, não posso recusar-te nada...
Do escabroso e tantas vezes tão pornográfico noticiário nacional e, de algum modo, em homenagem ao Mário Henrique-Leiria, aqui fica um meu exercício poético, a propósito dessas «coisas das mulheres» de que só nos lembramos às vezes... só que vista através do avessoscópio do Rui Farinha. Que ele há muitas mulheres que são grandes exemplos quando toca a arrumar a casa ou, até, a cortar a cabeça a um frango...!
Violências domesticadas (ou de trazer por casa)
uma velha
tinha por casa
uma machadinha
um dia houve
um recém-chegado
que lhe mostrou
um talo de couve
desavergonhado
ora essa velha
muito velhinha
não era dada
a tais desvergonhas
e assim foi
que sem mais nem ronhas
a ele se vai de machada em riste
e assim foi
que o talo de couve
teve
como é evidente
um fim bem triste...
- Jorge Castro