24 outubro 2019

«Até à Eternidade» - Áurea Justo

A lua observa-nos do alto do seu pedestal.
As estrelas estão suspensas por fios invisíveis,
Testemunham os teus dedos entrelaçados nos meus,
E o teu olhar entra-me na alma cujo estado teatral,
Me sugeriu uma dança ao som melodioso.

Entoada em jeito de balada angelical,
Senti deslizar nas minhas costas nuas,
Os teus dedos longos e sensuais.
O teu cheiro másculo penetrou as minhas narinas,
E o beijo surgiu ora gentil e leve,
Ora em brasa e feroz, carnal.

Traçaste um caminho invisível até ao meu umbigo,
Sentiste o peso dos meus seios fartos
Que tocaram a tua pele arrepiada, qual figo,
E sorriram ao teu membro erecto cujos traços,
São de uma perfeição sem idade nem maldade.
Ah, vem amar-me esta noite até à Eternidade!

In A Cor Do Amor

Áurea Justo
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