gostava que ouvisses a minha voz
por entre as costelas ásperas dos dias
e as ondas largas da paz
anunciada pelas orlas marítimas
(gostava que ouvisses a tua voz)
se ouvisses a tua, e a minha voz,
saberias dos vôos longos das aves,
dos albatrozes e da areia salgada
da pele onde te deitaste um dia
creio, porém, que nada sabes das marés
que me habitam as veias, e os cabelos,
e os nós inscritos nos ossos dos dias
(gostava que ouvisses a tua voz)
as ondas sobressaltadas seriam,
então, mais do que apenas a sombra
que vejo ao meu redor, e que encontro
(fantasmática) como a tua voz,
em cada uma das manhãs do meu nome
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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