Depois do Jantar
(é velha mas aconteceu-me, outra vez)
O jantar correu bem e ela pareceu-me receptiva, é tempo de atacar:
- Vamos até à minha casa? - pergunto eu.
- Já?! - tanto entusiasmo, devia estar a pensar lixar-me a carteira antes de lá chegarmos mais para o fim da noite. Reconsidera, sem entusiamo: - Sim, podemos ir. Fazer?
- Beber um copo, ouvir uma música. - "Sexo!" e não pensei nesta palavra.
- E se eu não gostar da música? - perguntou ela e eu regressei aos 80.
- Se não gostares da música? - tive de repetir e sorrir.
Ela assentiu com a cabeça e eu não resisti:
- Se não gostares da música, vestes-te e vais-te embora!
Garfanho
09 março 2005
08 março 2005
Odes no brejo - Duas são as nádegas, belo o devaneio
Dois são os glúteos belos, vulgo rabo, doce enlevo
Que tão próprio é de mim vê-los, pecado que nem relevo
Por não cessar o deslumbre, esse acesso de loucura
De nos dar a Mãe Natura tão sublime curvatura
Redondos, firmes, macios, mudando às costas o nome
Despertam ânsias e cios, depois de almoçar dão fome
E se acaso algum aflito se adelgaçar por despeito
Chamar-lhe-ão cu-de-apito, perderá a graça e o jeito
Mas o que importa no fundo, o que estou hoje a louvar
É o pêssego rotundo penugento a dar-a-dar
Ligeiro, leve, atrevido, maior fonte do desejo
Que maduro apetecido quer-se rijo como um queijo
Empinado, apelativo, com tremura quanto baste
Traz meio mundo cativo e o outro a meia-haste
Pois se é caminho de amores e lugar tão prazenteiro
Não lhe sustém os ardores qualquer triste cavaleiro
Maldoso, diz dele apenas algum néscio apologético
Ser mero apoio de pernas, parco recurso energético
Pois sim, a esse direi, ao ver tão belo jardim
Que se algum dia for rei, reinarei com um assim.
Que tão próprio é de mim vê-los, pecado que nem relevo
Por não cessar o deslumbre, esse acesso de loucura
De nos dar a Mãe Natura tão sublime curvatura
Redondos, firmes, macios, mudando às costas o nome
Despertam ânsias e cios, depois de almoçar dão fome
E se acaso algum aflito se adelgaçar por despeito
Chamar-lhe-ão cu-de-apito, perderá a graça e o jeito
Mas o que importa no fundo, o que estou hoje a louvar
É o pêssego rotundo penugento a dar-a-dar
Ligeiro, leve, atrevido, maior fonte do desejo
Que maduro apetecido quer-se rijo como um queijo
Empinado, apelativo, com tremura quanto baste
Traz meio mundo cativo e o outro a meia-haste
Pois se é caminho de amores e lugar tão prazenteiro
Não lhe sustém os ardores qualquer triste cavaleiro
Maldoso, diz dele apenas algum néscio apologético
Ser mero apoio de pernas, parco recurso energético
Pois sim, a esse direi, ao ver tão belo jardim
Que se algum dia for rei, reinarei com um assim.
Corpo nítido
A casa de banho estava quente, húmida.
O vapor da água, que corria já na banheira, envolveu-a enquanto se despia.
No espelho, o vapor, formava uma mancha que não deixava ver o rosto.
Só o corpo se via, nítido.
Um corpo ainda alheio ao corpo.
Entrou na banheira, inclinou a cabeça para trás debaixo do chuveiro.
Levantou os braços e com os dedos abertos afastou o cabelo do rosto,puxando-o para trás.
A mão tocou o rosto de lado, acariciou-o.
A consciência do corpo começando a despertar na pele, sob os dedos.
Contornou os lábios, molhou-os.
Sorveu a água dos dedos tocando a língua.
A língua tocando os dedos. Bebendo a água nos dedos.
As mãos desceram pelo peito.
Envolveu os seios, sentiu o palpitar do coração no bico dos seios fechados nas mãos.
A água corria, escorria pelo corpo, quente.
As mãos caminhavam pelo corpo devagar.
Entreabriu as pernas, a água tocou-lhe as coxas.
Seguiu com as mãos o rio de água que corria nas coxas.
As mãos tocaram o desejo. E sentiu o desejo em si.
O desejo tornou-se liquido, como água.
O desejo correu como a água.
No espelho o vapor cobria já o contorno do corpo.
Um corpo já não alheio ao corpo.
Um corpo que se sentia corpo.
Um corpo nítido, palpitante, sob a água, entre as mãos.
Video conamorativo do Dia Internacional das Mulheres
Querido, onde puseste o comando?
Para que a Gotinha não se sinta sozinha
ao acusarem-na de ser uma mulher machista!
DICK HARD NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA - Final
(... com ti nu)
A enfermeira era um ser humano de amplo recorte espiritual. Uma boazona de alma. Talvez ajudasse ter as medidas de Bo Derek, um decote à maneira e vestígios mal disfarçados de “Malizia” (La Perla), que nisto de lingerie Dick Hard raramente tinha dívidas e (quase) nunca se masturbava, como diria o professor Cathedral.
- Umas vacas malhadas, é o que elas são. Estou fartinha de manifestações. Estou por aqui de manifestações. Ora deixe lá ver o narizinho...
Dick estava sentado na marquesa (que não a senhora sua mãe, que Zeus a tenha em ripanço) e nem teve tempo de se opor ao avanço irresistível dos dois seios.
(Será que havia silicone por ali?)
A enfermeira Dália disse a Dick, com uma voz muito meiga:
- Coitadinho do meu amiguinho, que tem o narizinho partidinho...
Com mil desvelos embrulhados em carícias, Dick foi alvo de meigas atenções pela menina Dália dos sapatos de tacão-agulha e um coisinho com o nome dela a roçar-se no peito direito:“Dália Florinda, enfermeira-chefe” Penso nasal acomodado ao septo narizento do senhor Hard, a menina Dália, muito terna, pediu a Dick que descontraísse.
- Vou dar-lhe uma anestesiazinha a cheirar, está bem, amiguinho?
Antes que Dick pudesse dizer alguma coisa, Dália Florinda embebeu-lhe profundamente o focinho com uma mão-cheia de clorofórmio de última geração, modelo com jantes especiais.
Depois, virou Dick de barriga para baixo, prendeu-lhe solidamente as mãos com correias e despiu-lhe as calças:
- Venham, minhas amigas, vamos experimentar os novos strap-on no rabinho deste idiota...
Dick Hard acordou umas horas depois, com o rabo a doer-lhe intensamente e Paulo Portas a sorrir-lhe:
- Quero que saiba que tem a minha máxima solidariedade. Disponha.
No outro dia, o caso era manchete no “24 Horas”, “Tal e Qual” e “Correio da Manhã” : “Cidadão violado na Assembleia”, “Provocador castigado por enfermeira”, “Confrontos na Assembleia acabam anal”.
(diênde)
A enfermeira era um ser humano de amplo recorte espiritual. Uma boazona de alma. Talvez ajudasse ter as medidas de Bo Derek, um decote à maneira e vestígios mal disfarçados de “Malizia” (La Perla), que nisto de lingerie Dick Hard raramente tinha dívidas e (quase) nunca se masturbava, como diria o professor Cathedral.
- Umas vacas malhadas, é o que elas são. Estou fartinha de manifestações. Estou por aqui de manifestações. Ora deixe lá ver o narizinho...
Dick estava sentado na marquesa (que não a senhora sua mãe, que Zeus a tenha em ripanço) e nem teve tempo de se opor ao avanço irresistível dos dois seios.
(Será que havia silicone por ali?)
A enfermeira Dália disse a Dick, com uma voz muito meiga:
- Coitadinho do meu amiguinho, que tem o narizinho partidinho...
Com mil desvelos embrulhados em carícias, Dick foi alvo de meigas atenções pela menina Dália dos sapatos de tacão-agulha e um coisinho com o nome dela a roçar-se no peito direito:
- Vou dar-lhe uma anestesiazinha a cheirar, está bem, amiguinho?
Antes que Dick pudesse dizer alguma coisa, Dália Florinda embebeu-lhe profundamente o focinho com uma mão-cheia de clorofórmio de última geração, modelo com jantes especiais.
Depois, virou Dick de barriga para baixo, prendeu-lhe solidamente as mãos com correias e despiu-lhe as calças:
- Venham, minhas amigas, vamos experimentar os novos strap-on no rabinho deste idiota...
Dick Hard acordou umas horas depois, com o rabo a doer-lhe intensamente e Paulo Portas a sorrir-lhe:
- Quero que saiba que tem a minha máxima solidariedade. Disponha.
No outro dia, o caso era manchete no “24 Horas”, “Tal e Qual” e “Correio da Manhã” : “Cidadão violado na Assembleia”, “Provocador castigado por enfermeira”, “Confrontos na Assembleia acabam anal”.
(diênde)
Para montar
Oh Manela, desculpa mas com o frio que tem estado estendi-me na cama e estava lá tão quentinha que nem me apeteceu sair. Fui ficando, de comando em punho, numa atitude tipicamente masculina, a espreitar por aqui e por ali e deixa-me que te diga que a olhar tanto para o ecrãnzito, descobri que os homens deviam ser como os computadores. Ou como diz o Sérgio, deviam vir em peças para montar.
Seria uma enorme vantagem se pudéssemos configurar os homens, não achas Manela?... Uma coisa assim do tipo... Olhe, se faz favor... Eu quero um daqueles que fala, mas que efectivamente diga alguma coisa, com alguns miolos que lhe permitam perceber a realidade à sua volta, entender-me e ainda, ser criativo na cama. Junte também o opcional de orelhas com boa capacidade de recepção para que me escute mesmo. Ah e por favor, coloque também o processador numa caixa minimamente atraente ou pelo menos, cujo design não faça barrigas de cerveja ou uísque. Adicione ainda uma placa de mimos diários, com capacidade para muitos megas de beijos profundos e longos, retardantes de qualquer pressa de vazar os tomates. Ah e quanto ao rato, pode ser um qualquer desde que funcione e não se tenha de estar sempre a limpar as bolinhas.
Porque convenhamos, Manela, pedir que o rato fosse de chocolate era um manifesto exagero.
Seria uma enorme vantagem se pudéssemos configurar os homens, não achas Manela?... Uma coisa assim do tipo... Olhe, se faz favor... Eu quero um daqueles que fala, mas que efectivamente diga alguma coisa, com alguns miolos que lhe permitam perceber a realidade à sua volta, entender-me e ainda, ser criativo na cama. Junte também o opcional de orelhas com boa capacidade de recepção para que me escute mesmo. Ah e por favor, coloque também o processador numa caixa minimamente atraente ou pelo menos, cujo design não faça barrigas de cerveja ou uísque. Adicione ainda uma placa de mimos diários, com capacidade para muitos megas de beijos profundos e longos, retardantes de qualquer pressa de vazar os tomates. Ah e quanto ao rato, pode ser um qualquer desde que funcione e não se tenha de estar sempre a limpar as bolinhas.
Porque convenhamos, Manela, pedir que o rato fosse de chocolate era um manifesto exagero.
07 março 2005
E um mar imenso fechado no olhar
Ela tinha nos olhos o azul do mar que ao longe parecia parado.
O vento frio agitava o verde das árvores.
O frio entrou por debaixo da camisola quando ele a levantou.
As mãos quentes tocaram-lhe a pele aquecendo-a.
Guardou o azul do mar nos olhos quando os fechou para se concentrar nas mãos que subiam, no calor que se movia no corpo, nas mãos que a aqueciam por debaixo da camisola.
Respirou fundo quando ele lhe tocou o peito. Encostou-se ao corpo dele.
Alheios ao frio verde que os rodeava.
O mar fechado nos olhos.
O calor nas mãos por debaixo da camisola.
A mão dela procurou a dele. Rodeou-a, agarrou-a. Juntas desceram no corpo.
Ela disse: Sente.
Prendeu-lhe a mão entre as pernas, sobre o sexo.
O calor na mão que prendia entre as pernas.
O calor na mão que lhe prendia o peito.
O verde frio que os rodeava.
E um mar imenso e azul fechado no olhar.
Boquinha Sexy
basta usar o teclado e ligar o som!
(duas sugestões:
1) qwerty seguido de j e depois tvz um p
2) X U R H L A C D J Y J Y J... e finalmente B)
La Folie
"Vocês vão-me perdoar mas este blogue está a precisar que vos conte uma história que assisti há alguns anos numa despedida de solteiro no Porto.
No «La Folie», uma casa de má fama na Ribeira com 2 andares, enquanto o espectáculo decorria em baixo via-se um video em cima, e vice-versa.
Primeiro veio uma malabarista... e ficou nua.
Depois um mágico e a sua assistente... que ficou nua.
Depois as dançarinas... que ficaram com as mamas ao léu.
E, finalmente, uma fadista... que saíu vestida.
Alguém numa mesa atrás de mim gritou:
- Foda-se! Esta merda é uma casa de putas ou uma casa de fados?
A cena de porrada que se seguiu foi digna de um filme do faroeste!"
João Mãos de Tesoura
No «La Folie», uma casa de má fama na Ribeira com 2 andares, enquanto o espectáculo decorria em baixo via-se um video em cima, e vice-versa.
Primeiro veio uma malabarista... e ficou nua.
Depois um mágico e a sua assistente... que ficou nua.
Depois as dançarinas... que ficaram com as mamas ao léu.
E, finalmente, uma fadista... que saíu vestida.
Alguém numa mesa atrás de mim gritou:
- Foda-se! Esta merda é uma casa de putas ou uma casa de fados?
A cena de porrada que se seguiu foi digna de um filme do faroeste!"
João Mãos de Tesoura
Diário do Garfanho - 65
13 de Fevarço
O episódio custou-me mas nunca ninguém soube. Evitou-se, à tangente, uma tragédia de proporções bíblicas, pois, o Oliveira manteve-se sempre a rondar.
A muito arranjada contribuinta senta-se à minha frente e sorri. Eu retribuo.
– Não sei se o senhor me pode ajudar... – diz ela num sensual fio de voz.
– Posso, com certeza. – Interrompo-a eu, inchando o peito como um pombo a fazer a corte. – Em tudo o que a senhora precisar.
– Oh, não diga isso... – A frase, o tom e o gesto de vergonha fingida foi um bocado exagerado mas eu tomei o episódio como um incentivo.
– Digo e digo-o outra vez. – Tornei-me também demasiado explícito. – Disponha de mim como e quando quiser.
– Obrigado – ela sorriu como se estivesse habituada a ver os homens dissolverem-se em testosterona. – Na verdade, o que tenho a pedir-lhe é muito simples: perdi o meu cartão de contribuinte.
– Sim, senhora. Às vezes, os pedidos mais simples são os mais importantes. E as pessoas que se preocupam com as coisas simples da vida, são as que lhe dão mais valor. – A gaja bebia as minhas palavras. Conversa da treta e ela sorria como se estivesse a ouvir os concertos para (o) violino de Chopin. – Por acaso, não sabe o seu número de identificação fiscal?
– O meu... – ela suspendeu a frase e apenas com o olhar pediu-me ajuda.
– Ah! Desculpe, é calão técnico-fiscal. Queria saber se a senhora sabe o seu número de contribuinte.
– Oh! O número de contribuinte... – suspirou ela. "Demasiadamente melodramática", pensei. – Sei, é o 123...
– Sim, senhora, ajuda-me muito. Vamos já tratar disso – e digitei o número. Li o resultado. – Deve-se ter enganado. Importa-se de repetir?
Ela repete e eu torno a digitar, com o mesmo resultado.
– Não pode ser. A senhora está enganada, desculpe. Este número está em nome de um tal Augusto...
– Augusto António da C... P... G... – interrompeu ela.
– Exactamente – disse, surpreendido com a prontidão e certeza da resposta dela. – Esta confusão já tem acontecido outras vezes?
– Sim – ela sorriu. – Pode-se dizer que sim.
– Então não se lembra do seu número? – Perguntei eu inocentemente. Totó.
– Esse é o meu número – disse ela.
– Ah!... – Devo ter ficado de todas as cores. Ela sorriu de uma forma tão natural que me envergonhei ainda mais. – Sim, senhor...a, é o cartão de contribuinte que quer. Muito bem. Sim, senhor...a. Vou já tratar disso.
E tratei e ninguém percebeu (nem eu) e despedi-me educadamente.
– Porra, "ganda" avião! – Veio o Oliveira dizer-me logo que ela se levantou.
– Artilhado, ó Oliveira. Todo artilhado!
Garfanho
A muito arranjada contribuinta senta-se à minha frente e sorri. Eu retribuo.
– Não sei se o senhor me pode ajudar... – diz ela num sensual fio de voz.
– Posso, com certeza. – Interrompo-a eu, inchando o peito como um pombo a fazer a corte. – Em tudo o que a senhora precisar.
– Oh, não diga isso... – A frase, o tom e o gesto de vergonha fingida foi um bocado exagerado mas eu tomei o episódio como um incentivo.
– Digo e digo-o outra vez. – Tornei-me também demasiado explícito. – Disponha de mim como e quando quiser.
– Obrigado – ela sorriu como se estivesse habituada a ver os homens dissolverem-se em testosterona. – Na verdade, o que tenho a pedir-lhe é muito simples: perdi o meu cartão de contribuinte.
– Sim, senhora. Às vezes, os pedidos mais simples são os mais importantes. E as pessoas que se preocupam com as coisas simples da vida, são as que lhe dão mais valor. – A gaja bebia as minhas palavras. Conversa da treta e ela sorria como se estivesse a ouvir os concertos para (o) violino de Chopin. – Por acaso, não sabe o seu número de identificação fiscal?
– O meu... – ela suspendeu a frase e apenas com o olhar pediu-me ajuda.
– Ah! Desculpe, é calão técnico-fiscal. Queria saber se a senhora sabe o seu número de contribuinte.
– Oh! O número de contribuinte... – suspirou ela. "Demasiadamente melodramática", pensei. – Sei, é o 123...
– Sim, senhora, ajuda-me muito. Vamos já tratar disso – e digitei o número. Li o resultado. – Deve-se ter enganado. Importa-se de repetir?
Ela repete e eu torno a digitar, com o mesmo resultado.
– Não pode ser. A senhora está enganada, desculpe. Este número está em nome de um tal Augusto...
– Augusto António da C... P... G... – interrompeu ela.
– Exactamente – disse, surpreendido com a prontidão e certeza da resposta dela. – Esta confusão já tem acontecido outras vezes?
– Sim – ela sorriu. – Pode-se dizer que sim.
– Então não se lembra do seu número? – Perguntei eu inocentemente. Totó.
– Esse é o meu número – disse ela.
– Ah!... – Devo ter ficado de todas as cores. Ela sorriu de uma forma tão natural que me envergonhei ainda mais. – Sim, senhor...a, é o cartão de contribuinte que quer. Muito bem. Sim, senhor...a. Vou já tratar disso.
E tratei e ninguém percebeu (nem eu) e despedi-me educadamente.
– Porra, "ganda" avião! – Veio o Oliveira dizer-me logo que ela se levantou.
– Artilhado, ó Oliveira. Todo artilhado!
Garfanho
06 março 2005
Confissão
Nunca pequei por pensamentos
Nunca pequei nos actos
Pequei pelas omissões.
Pequei quando não fiz o que queria
Lixando-me para o que pensassem
E se era o correcto ou não.
Pequei contra mim
Todas as vezes que me retraí
E contive desejos e vontades
E ao não passar do pensamento ao acto
Pequei por omissão.
E no dia do juízo final
Arguida e juiz de mim mesma
Declarar-me-ei pecadora,
Mas alegarei em minha defesa
As vezes em que não calei
As vezes em que não me omiti
E soltando desejos e vontades
Pratiquei todos os actos pensados
E conheci o paraíso
E nele me redimi.
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