26 fevereiro 2009

Test Drive


serge guerand



"Tenho a mão fria" - dissera ele. Ela respondera apenas com um sorriso trocista. Oscilara depois entre deixar-se levar pela sensação ou tentar manter-se normal. Mas a partir de certa altura, os carros que circulavam ao lado deixaram de existir. A entrega dela provocava o prazer nele. E o prazer dele aumentava-lhe a vontade. E a vontade aumentada dele fazia com que ela se entregasse mais ainda. Não havia como sair do ciclo. Apenas esperar que o percurso até casa não fosse ainda demasiado longo....


(Crimes Perfeitos)

Será o flirt solúvel em álcool?


É lícito “flirtar”? A esta pergunta, eu julgo, (…) poder responder sem incorrer na censura de não compreender o problema tal como ele se põe nos nossos dias.

Quando «flirto» tomo uma liberdade sem assumir um compromisso, pois seria pura hipocrisia – que de resto não conseguiria convencer ninguém, nem a mim próprio – pretender, para me justificar, que ás vezes essas relações conduzem à união matrimonial. A minha situação concreta, precisa, clara, é que não penso ainda no casamento, mas que quero satisfazer a minha necessidade de amor, pretendendo que estou a tratar seriamente com o outro sexo.

«Flirtar», disse alguém, é permitir, entre duas pessoas de sexos diferentes, sentimentos, palavras e actos, normalmente reservados àqueles que têm a intenção de casar brevemente.

PETIT, Gérard (1956) O Flirt
Lisboa: Acção Católica Portuguesa – pág. 13.


"Carlos, o mergulhador português, surpreendeu os biólogos com a sua capacidade para se adaptar a ambientes bem distantes do seu habitat costeiro natural."

25 fevereiro 2009

em solidariedade com a PSP de Braga...


...a Associação dos Coiffeurs associa-se às vozes indignadas e sugere alternativas.
Raim's blog

Falta de oposição


Ninguém duvidava que eles gostavam um do outro. Há anos a fio que viviam juntos e tanto familiares como amigos os reconheciam como casal uno e indivisível de modo que assim postos perante a inexistência de oposição alguma que lhes reforçasse a junção no combate a um perigo exterior decidiram casar-se escolhendo com cuidado uma data em que os sete meses de gravidez fossem impossíveis de disfarçar qualquer que fosse a roupa escolhida para a festa pública.

Receberam muitos parabéns duplos e candidaturas para apadrinhar o rebento sem uma palavra de crítica e antes ternurentos sorrisos que mais pareciam denunciar que lhes almejavam o lugar e foi por isso que logo aprazaram dedicarem-se ao swing passados os dias de pausa sanguinolenta pós-parto e a aleitação.

Começaram por conhecer o meio numa daquelas discotecas de luz ténue com bar e quartinhos e após várias trocas a quatro como manda o figurino destas lides, decidiram que cada um podia fazê-lo com quem e quando lhe apetecesse por ser essa a prova de resistência à sua união.

E desde aí, era frequente vê-los a encontrarem-se na chegada a casa de cada final de tarde, num sorridente beijo em que os braços enlaçavam os pescoços e os rabos frente ao café da rua findo o qual ela rolava a língua na boca a degustar e comentava hmmmm estiveste com ela esta tarde que a tua boca ainda sabe imenso a cona a que ele cumplicemente retorquia que toca a ambos já que ontem era indisfarçável o sabor de esperma na tua.

Anúncio subliminar da Playboy


Play, boy!

(with the lights)

"Papá! Papá!..."


Papa, c’est quoi un cunnilingus ?
by onsexprime

24 fevereiro 2009

em Braga...


o milagre da metamorfose... de onde e só podemos (todos) ter origem...
Raim's blog

da origem do mundo ao fim da macacada...

A Origem do Mundo, de Gustave Courbet, 1866

Sinto-me, obviamente, compelido a publicar a imagem, por imperativos éticos e de cidadania.

Por Braga e - parece de propósito... - de Carnaval à ilharga, são apreendidos pela PSP, supõe-se que para averiguações ou (pior) por eventual atentado à moral pública, alguns exemplares de um livro de pintura, em feira de segundas-mãos, que ostentava na capa a imagem acima, da autoria de Gustave Courbet (1819-1877).

Título da obra: A Origem do Mundo. Óbvio, não é? Por mim, não conheço ninguém que não tenha ali colhido evocação da sua mãe... (já que no século XIX as provetas ainda não eram utilizadas na fecundação).

Nem me dou ao trabalho de procurar culpas nas fraquezas da PSP ou em atavismos retrógrados, mais ou menos de sacristia. Mas abismo-me (ainda, vejam lá!...) com o monumento à estupidez que tal acto consagra, em pleno ano da graça de 2009!

Na semana passada foi notícia o pai de 13 anos que, segundo parece, tem a paternidade contestada por diversos rivais; qualquer criancinha de meio-palmo acede aos sítios mais pirotécnicos da net, onde pairam miríades de passarinhas... e sem pêlo.

Será, afinal, apenas esse o problema, essa ostentação de pelagem púbica tão arredada da «pós-modernidade» em que (des)vivemos?

Será que alguma ASAE dos costumes considerou, porventura, que o excesso de pêlo púbico seria mau exemplo para o público, por eventuais, ainda que duvidosos e subjectivos preceitos de higiene?

Será que não se pode exterminá-los, a esses Cereberos de pacotilha, guardiães de algo que ninguém sabe definir muito bem o que é e apenas medra nas cabeças infectas dos recalcados?

Que dizer, então, da exposição peniana de Adão, na Capela Sistina? Pornografia? Por amor de Deus!...

carnaval 2009 - interior, profundo e de erotismo a martelo

Lucinda veio a terreiro
trouxe um corpete ligeiro - saia curta - perna ao léu
no treme-treme da dança
treme o seio - treme a esperança
treme quanto Deus lhe deu
e no mar de lantejoulas entrevê o seu Honório
exibindo as ceroulas do avô que já morreu
- que em acabando a folia hão-de tratar do casório
tal qual ele lhe prometeu –

e a turba já se atordoa c’o trio eléctrico à toa
num espavento de som
que vindo lá dos brasis espanta os nossos civis
que aquilo sim é que é bom

Lucinda agita este corso
seio à mostra mostra o dorso - dá à pernoca com alma
haja calma – haja calma
grita o agente aflito agarrando um expedito
que corria no asfalto p‘ra tomar Lucinda a salto
que pernoca assim mostrada perturba a rapaziada
no desvendar do mistério
deixem lá que é Carnaval ninguém leva nada a mal
nem nada é caso sério

Lucinda toda ela vibra mostrando bem de que fibra
é o corpetinho de lã
e no cume do collant onde a saia acaba a racha
por lá se perde e se acha a rendinha da cueca
que desponta em cada passo queimando qual alforreca
um olhar sem embaraço

pretinha assim rendilhada no contraforte da meia
meia-volta volta e meia deixa a malta entusiasmada
quais brasis nem qual Veneza
assim sim à portuguesa
uma coxa bem mostrada

e as plumas do pavão em frente ao seu coração
vibram mais porque afinal
em tempos de Carnaval no tempo amargo de crise
o que o corpete desvenda é dádiva – não está à venda
dá de si o que ela entenda
enche um olhar que precise.

OrCa



O Vintesete não pode ver um rabo de saia... sem saia:

"Bom compadre Orca
Que bem fala vossamecê
Dá-lhe em verso tamanha volta
Que daqui deste monte
com campo dum lado
e a Serra defronte,
já sinto essas pernocas
e ainda as mais belas mamocas
a subirem em acelerado
direitinho às minhas fontes

Ei um tal palavreado
Que um homem mesmo parado
A olhar para a lonjura
Vê a ideia numa troca
a voar do céu prá toca,
mesmo debaixo dessa pouca
que nã sendo quase roupa
faz o ninho à minha dura

E assim compadre, volto
pró mé Monte que é do Cardo
vestir o pêlo de fato e tudo
e na cidade disfarce de veludo
espremer-me todo num corpo farto
e sendo, na cama e nesse quarto
éu Rei Momo do Entrudo"

Por favor não telefonem à proprietária do telemóvel 917807652


É rata dos anúncios de convívio do «Diário de Coimbra»

Atrevimento, ousadia, arrojo




O atrevimento supõe uma resolução da vontade, acompanhada da confiança em nossas próprias forças, por conseguir um fim árduo. – A ousadia supõe o desprezo das dificuldades, ou riscos superiores às nossas forças, porém acompanhada de uma excessiva confiança na fortuna ou na casualidade. – O arrojo não supõe nenhum género de confiança, senão uma cegueira com que temerariamente nos expomos a um perigo, sem examinar a possibilidade nem a probabilidade de sair bem dele.

ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 90