25 fevereiro 2009

Falta de oposição


Ninguém duvidava que eles gostavam um do outro. Há anos a fio que viviam juntos e tanto familiares como amigos os reconheciam como casal uno e indivisível de modo que assim postos perante a inexistência de oposição alguma que lhes reforçasse a junção no combate a um perigo exterior decidiram casar-se escolhendo com cuidado uma data em que os sete meses de gravidez fossem impossíveis de disfarçar qualquer que fosse a roupa escolhida para a festa pública.

Receberam muitos parabéns duplos e candidaturas para apadrinhar o rebento sem uma palavra de crítica e antes ternurentos sorrisos que mais pareciam denunciar que lhes almejavam o lugar e foi por isso que logo aprazaram dedicarem-se ao swing passados os dias de pausa sanguinolenta pós-parto e a aleitação.

Começaram por conhecer o meio numa daquelas discotecas de luz ténue com bar e quartinhos e após várias trocas a quatro como manda o figurino destas lides, decidiram que cada um podia fazê-lo com quem e quando lhe apetecesse por ser essa a prova de resistência à sua união.

E desde aí, era frequente vê-los a encontrarem-se na chegada a casa de cada final de tarde, num sorridente beijo em que os braços enlaçavam os pescoços e os rabos frente ao café da rua findo o qual ela rolava a língua na boca a degustar e comentava hmmmm estiveste com ela esta tarde que a tua boca ainda sabe imenso a cona a que ele cumplicemente retorquia que toca a ambos já que ontem era indisfarçável o sabor de esperma na tua.

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