Eu não poderia deixar de, na data de hoje, escrever sobre o que aprendi nestes dias.
E é por conta do conteúdo que este texto segue remetido ao link “Social” bem como ao de “Tutoriais e Crônicas”. Creio que exista, nas minhas experiências, algo de socialmente “útil”.
Enfim, faz 3 meses que passei a integrar uma classe minoritária e vitima de constante preconceito. Vitima da sociedade hipócrita, obviamente, onde se vender para casar com marido rico é interessante, mas ser dona do seu nariz, do seu corpo, do seu gozo, do seu sexo e de seu dinheiro assumindo para o mundo que eu gosto demais de sexo e que unir o agradável ao útil foi uma opção madura.
Uma opção bem pensada e, portanto, sensata. Eu penso assim, a pessoa que mais me ama no mundo e a única que me importa (minha mãe), concorda, portanto eu afirmo: conhecendo-me bem, sabendo do meu fogo e do quanto eu gosto de homem e de contato imediato (as pessoas desconhecidas sempre são muitíssimo interessantes!) está foi, sim, a minha melhor e mais corajosa decisão.
Posso escrever, estudar, ler, interagir quando quero e com quem desejo e, ainda, ganho para ter e dar prazer! Não vejo, realmente, nada de criticável ou feio nisso. Feio mesmo é o preconceito, é a atitude dos paladinos da moral e dos bons costumes conservadores que atiram pedra no telhado alheio. Miseráveis! Esta palavra lhes define.
Aprendi nestes meses que a postura que escolhi desde o primeiro dia foi a melhor que eu poderia ter. Atraio clientes agradáveis, preocupados com o meu prazer, educados, cheirosos e gentis. Obviamente, não sou procurada apenas por estes. Existem os tolos que são incapazes de achar uma foto num site, os coitados pechincheiros, os ricos sem cultura que não sabem conjugar direito verbo com sujeito, os “manés” cheios de lábia que acham que vão agradar, existem os ignorantes, mas estes todos apenas me abordam e são, na “sequencia”, rechaçados e bloqueados, ou seja, não são e jamais serão atendidos por mim.
Não atendo cliente que liga após a meia noite e antes das 07h30min da manhã. Sou acompanhante e não medico plantonista. Exijo respeito e só dialogo com quem age com respeito e educação para comigo.
Pelo fato de eu não atender ligações de quem não conheço após a meia noite (posso atender tal horário apenas e tão somente se o cliente tiver marcado anteriormente comigo e tiver uma boa razão para poder me ver apenas em tal horário) nunca tive nenhuma experiência com homens alcoolizados ou drogados. Menos ainda, violentos!
Ademais, atendo à noite apenas em hotéis, o que me dá segurança. Não vou a motéis com clientes estranhos à noite, apenas me sujeito a ir se o cliente já é meu conhecido e “fiel”.
Não vou a clubes de swing, não procuro clientes em bares ou em boates. Economizo-me ao máximo da exposição desnecessária e, nem sempre, lucrativa. Exposição está que, não raras vezes, impõe riscos: homens bêbados, alterados, mal intencionados, etc..
É triste dizer o que lhes direi, mas é verdade: a gente ganha o respeito que se dá. Ninguém precisaria impor aos outros o que é seu por direito, mas na sociedade machista e, sobretudo, no “universo” de preconceito e até de depravações que circunda o sexo enquanto profissão, nada mais franco do que admitir: a gente ainda precisa lutar, aberta ou silenciosamente, para obter o que é um direito inerente a todo ser humano pelo simples fato de existir, a respeitabilidade, o trato educado e gentil.
Eu vou além, exijo o fino trato. E, assim, posso lhes dizer que, conclui em três meses, que eu nasci para ser acompanhante. Eu nasci para fazer sexo e receber por isso. Eu nasci para gozar e fazer gozar sem me preocupar com amor, ligação no dia seguinte, futuro, comodismo, cotidiano e etc..
Na medida em que os relacionamentos evoluem o sexo amorna, a amizade domina e o empenho para dar prazer ao outro diminui. É a rotina, é o cansaço, é o sentir-se amado e achar que isso é tudo, que é o suprassumo do relacionamento. Eu não preciso me sentir amada, eu me amo e me basto, eu preciso mesmo é me sentir cuidada. Eu gosto mesmo é de ver o outro tentando me dar prazer. Eu gosto mesmo é de ver a excitação do homem ao meu olhar, ao enxergar eu abocanhando seu pênis e corpo com vontade e desejo. Eu gosto mesmo é de sentir-me desejada na cama! Claro, adoro ser intelectualmente admirada, mas, para isso, não preciso de “trabalho” algum. Cultura e inteligência eu tenho, simples, é um fato!
Enquanto inúmeras mulheres românticas transam esperando romance, eu faço sexo por prazer e recebo ao término. E isso não impede que surja uma relação de amizade, bom dialogo e até admiração mutua. Enquanto inúmeras moças fazem sexo por prazer com quem desejam sem esperar afeto ou futuro, eu faço o mesmo, mas ganho por isso! Ou seja, não faço nada de anormal, apenas agreguei um “plus” ao que sempre gostei!
A minha profissão não colide com minha postura feminista. A minha profissão se coaduna com ela, porque eu sou livre. Livre para ter decidido por este caminho, livre para usar o meu dinheiro com quem amo e com aquilo que amo, livre para me amar, livre para pensar como penso sem ter que dar satisfação a ninguém.
Livre de alma, pois não preciso seguir a cartilha da sociedade conservadora e hipócrita para ser feliz! Não preciso parir, porque sou livre para fazer o que desejo com meu ventre. E eu decidi que ele não irá gerar vida alguma, jamais. Livre para não precisar de um marido pra me sentir completa.
Livre para não precisar de um namorado no dia dos namorados. Livre para sambar na cara da sociedade e dizer: eu não tenho nada a esconder de ninguém, eu não digo que “amo”, eu não sou infiel, eu não iludo, e você? Eu não faço ao outro o que ele não deseja para si, e você?
Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!