11 maio 2007

Prece

Insatisfeita com o tamanho do prazer do seu marido / namorado / amante / outra (risque o que não interessar)? Não desespere. Os seus problemas estão resolvidos.
Pegue numas cuecas do seu amado e escreva, com batôn, quantos centímetros quer que o pénis dele cresça (eu disse CRESÇA, veja lá no que se mete que depois tem que aguentar). Dobre a cueca em quatro repetindo, em voz alta, a seguinte oração:
“Santinha do pau maciço
Padroeira do Justo
Faz crescer este que chupo
Ou arranjo um mestiço".
Durante um ano, independentemente do estado da lua, das dores de cabeça, ou qualquer descontrolo hormonal que eventualmente venha a ocorrer (sei lá, por exemplo de 28 em 28 dias), faça sexo oral ao seu parceiro com movimentos sugatórios, da base à ponta, durante o tempo estritamente necessario (se intuitivamente tiver dificuldades em perceber qual é, é provável que um esguicho na garganta a chame à razão), repetindo mentalmente a oração acima.
É extremante importante que ele não se aperceba do que está a acontecer. Diga a um homem que acha que ele tem um pénis pequeno e o mais provável é que o pouco que já tinha para chupar fique irremediavelmente ao dependuro. Se ele perguntar, o que acontecerá ou não dependendo da sua performance passada neste capítulo, responda apenas "São Rosas, senhor".

Piada Metralha

Sabem qual é a razão de o Sporting recear o tipo de relvado que vai encontrar no Estádio Cidade de Coimbra?
- É que os jogadores sportinguistas estão com medo de se atirarem para o chão e estar lá o George Michael…

10 maio 2007

O preservativo do Bartolomeu




"O preservativo que eu utilizo é o balde.
Porquê essa cara de espanto? Não sabes o que é um balde?!
Ah... sabes, o que tu não sabes é como é possível um balde funcionar como preservativo e já estás a imaginar que eu possuo um vergalho de tamanho descomunal, de tal modo que só um balde o consegue «agasalhar».
Não, o bichinho é normalzinho. O balde funciona assim: Escolho sempre uma namorada cerca de 30 cm mais baixa que eu. Quando temos relações sexuais, coloco-a em cima do balde e, quando estou prestes a atingir o orgasmo, dou um pontapé no balde.
Escusado será dizer-te que não sou um animal. Portanto, seguro sempre a mocinha para ela não se estatelar.
Orasss... pensavas o quê?"
Bartolomeu



No meio de uma troca de opiniões a respeito do post «a natureza do sexo», da Anani

Noite...

foto: daqui

É noite cerrada.
A lua escondida de mim,
abre as portas secretas
por onde entras de mansinho.
Devagar...
Sem ruído.
Dedo ante dedo.
Pé ante pé,
desces das encostas,
pelos caminhos dos vales,
entre as margens do silêncio
para que eu não acorde.
Pequenas pedrinhas
Saltitam-me no lago.
Círculos pequenos
Alargando-se em calor.
Do espelho de céu,
Do meu sono tranquilo,
Sou agora toda espuma,
Mar e bruma,
E tu rochedo em mim.
Afundo-me mais
E já nem existo
Apenas o sonho
Onde me venho no meio
Dum orgasmo imenso...

Margarida Beijaflor

As noites claras IV

(continuação)

por Charlie
...rompia em lágrimas e fogueiras de ciúmes que ele jamais lhe havia demonstrado...

Com um sorriso no rosto dobrou a esquina inferior da rua onde morava.
Vindo por aquele caminho, a subida era mais íngreme e custosa, mas ele sentia-se hoje dono duma euforia que fazia dele a leveza duma ave.
O peso dos sacos de plástico do supermercado sorria-lhe nas mãos, perante o pensamento que trazia nela. Como ele a amava!
Dentro de si conscientemente afastava a imagem de vê-la nua nos braços de outros homens que lhe compravam o corpo, a quem ela entregava os lábios, com quem ela fundia as carnes e prazeres. Para ele, para a sua interioridade construída, fingia que ela tinha um emprego qualquer com um horário imprevisível, irregular. Afastava todos os pensamentos que o magoavam nas horas de desespero em que a verdade, tão habilmente maquilhada com eufemismos e enganos, rompia em lágrimas e fogueiras de ciúmes que ele jamais lhe havia demonstrado
Mas hoje sentia que ela teria o dia livre e assim, depois de ter feito uns pagamentos, regressara a casa. Mansamente deslocara-se ao quarto e, sem fazer nem o ruído dum alfinete a cair no chão, detivera-se largos minutos a olhar para ela.
Gostava tanto daquela mulher. Tê-la a dormir na sua cama, saborear o gosto da sua pele, sentir a sua feminilidade, era o seu sonho realizado….
Inspirara fundo e regressara à sala. Pegara num papel e lápis e com letras grandes deixara um recado ao canto da mesa de forma a que ela a pudesse ver se porventura pensasse em sair.
Saíra depois com um largo sorriso a antever a cara de surpresa que ela faria quando ele lhe pusesse o pitéu à sua frente quando estivesse sentada à mesa.
Já no Supermercado comprara os camarões, a carne seleccionada, os demais ingredientes, condimentos, alguns acessórios e duas garrafas de vinho verde.
Agora de regresso planeava como tudo decorreria. Faria o almoço com o prato que ela tanto gostava, e só o antever-lhe a cara de satisfação enchia-o de gozo e leveza.
Sem que ele desse por isso, uma erecção ia-o tomando à medida que antevia o seu sorriso e a mão dela posta por cima da dele, nas ocasiões em que ela toda em brilhos de olhar lhe dizia quanto era bom que ele existisse na sua vida, e o beijava e mergulhavam um no outro; os corpos no Éden em que ele sentia que toda a sua alma e corpo lhe pertenciam.

Olhou distraidamente para a rua vazia despertando do seu sonhar ao som do ronronar doce do carro que a descia sem pressas e pôs a chave à porta. Olhou para o relógio após ter pousado momentaneamente os sacos no chão do hall de entrada. Era quase uma da tarde e ela tinha-lhe pedido para ser acordada perto da uma.
Em cima da mesa ainda estava o papel com o recado que lhe tinha deixado. Foi até ao quarto e chamou-a ainda antes de abrir a porta.
Espreitou.
Estava vazia. Talvez tivesse ido tomar outro duche.
Apressou o passo voltando a chamar enquanto abria a porta da casa de banho.
Ninguém...
Voltou novamente para a porta da rua franqueando-a à luz forte do dia.
Espreitou para o lado de cima da rua, semicerrando os olhos: Vazia!
Olhou depois para baixo.
Ninguém.
Lá ao fundo, de onde ele há poucos minutos viera subindo para casa, apenas um Mercedes cor de prata dobrava a esquina...

(continua)

Charlie

Um desenho naïf da minha colecção


«69» - Franky

(Canadá)

Galeria de fotos de Asobitsuchiya

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Outras Coisas

Organtitus

Daqui
















Outras Coisas

09 maio 2007

Porque não te foste?


Porque não te foste como prometeste?
Porque é que ficaste em todos os rostos, em todos os corpos, em todas as sombras?
Porque é que me obrigas a esperar-te os passos e a lembrar-te em passos que nunca são teus?
Porque é que me forças a olhar para portas se ficaste numa, a que se fechou?
Porque é que ficaste colado às paredes do quarto, espalhado no chão e tão dentro de mim?
Tão dentro que… Se fecho os olhos…
É já teu corpo que cobre o meu corpo
E sinto o teu cheiro e o meu arrepio.
E o meu peito ergue-se indo ao teu encontro
E no peito sinto, quente, a tua mão.
E se mordo os lábios é porque me tomaste
Porque me abriste as pernas e eu abri o corpo
E em mim entraste como se já não estivesses.
E se mexo as ancas e se balanceio o corpo.
Não sei se é uma dança, não sei se é prazer, nem sei se é desejo,
Só sei que ficaste entre os meus poros, dentro dos meus olhos e tão dentro de mim.
E se o meu peito arqueja e se gemo aflita,
Não sei se é desejar-te, nem sei se é amar-te
Porque te amo em mim.
Porque não te foste como me disseste?
Porque é que ficaste na cama deitado comigo
Vestindo o meu corpo como um pijama que se abre e dispo para te ter a ti?
Porque não te foste?
Porque permaneces?
Porque estás tão dentro e fora de mim?
Porque te vejo agora de pé ao meu lado?
E são as tuas mãos que me empurram o corpo, que me dobram o corpo e o acariciam e o sentem dentro.
E tu na janela abraçado a mim, e tu na estrada no homem que passa.
E aqui comigo…Sinto o teu calor…
E é o teu respirar que embacia a vidraça
E é o teu olhar que encontra o meu,
Enquanto te moves, enquanto me movo.
E tu ali na estrada… E tu aqui tão dentro...
Porque não te foste? Porque é que ficaste?
Que parte de ti em mim deixaste, que tanto te falta?
Que parte de mim não partiu contigo?
E tu, ali, parado, sombra no escuro, corpo silhueta que não é o teu.
Porque é que te vejo em todas as sombras?
Porque não sais dos meus olhos e de dentro de mim?
Porque é que te tornaste ar à minha volta?
Ar que eu respiro sorvendo-te a ti.
Porque não te foste?
Porque é que ficaste em todas as sombras, em todos os rostos, em todas as mãos?
Se tiraste a tua e te foste embora, se senti da minha a tua mão partir,
Que calor é este que me aquece os dedos, senão os teus dedos trocados nos meus?
Porque não te foste como prometeste?
Porque te instalaste tão dentro de mim, que se movo as coxas te moves comigo?
E não, não é desejo.
Não, não é amar-te.
Já que estás tão dentro, é amar-me a mim.
É amar o meu corpo sentindo os teus dedos, sentindo o teu corpo…
Ai...Porque não te foste?
Porque te tornaste sombra da minha sombra, corpo do meu corpo, ar que eu respiro, luz no meu olhar?
Porque me colaste os passos aos passos que deste?
Agora percorro as ruas e só te vejo a ti,
Em todos os cantos, em todas as todas as formas, em todos os outros.
Nem sei se te procuro
Ou se me procuro em ti.
Porque não te foste como prometeste?
Porque é que ficaste tão dentro de mim?

Foto: Halinkapow

CISTERNA da Gotinha

São Rosas... bem... neste caso é mesmo só uma!

Agulha em palheiro


Ambos partilhávamos o gosto por pilas e os seus avisados conselhos sempre me foram mais úteis que toda a bibliografia e filmografia à face da terra e essa era razão suficiente para naquela noite irmos risonhos beber mais uns copos e dançar.

Só que ele chegou lá aflitinho e com um sorriso cúmplice para aquele menino traquina que ia espreitar o frigorífico fiquei à sua espera no balcão com um copinho facetado e duas pedras de gelo. Reparei que um moreno altaneiro me fixava tão intensamente que cheguei a alvitrar a hipótese de ter a braguilha aberta o que não era, de todo em todo, verdade.

Pé ante pé acercou-se a mim e vá de perguntar-me se eu não me lembrava dele e eu pois que não, abanei a cabeça. Mas ele começou a eriçar o som do seu aparelho bocal para crescer na insistência de que agora era fácil fazer de conta que não o conhecia, pois claro que já não sabia de nadinha e por mais que eu replicasse que morenas baixinhas há neste país às dúzias bem como milhares de caras semelhantes à minha, ele não desistia de reafirmar que se recordava de tudo muito bem e citar inúmeros locais que me deram a oportunidade de lhe confirmar que nunca o tinha visto nem mais gordo nem mais magro. Ele não queria dar o braço a torcer mas a chegada do meu amigo com o seu ar másculo de pêlos salientes e umas fartas sobrancelhas fizeram-no arredar mais que qualquer palavra.

Gargalhei da minha sorte por se revelar ilusória a convicção de que naquele bar mais frequentado por homossexuais teria sopas e descanso.

crica para visitares a página John & John de d!o

08 maio 2007

O Abraço

Quando se tornou a deitar já não a abraçou.
– O que foi?
– Parecia que a torneira estava a pingar – respondeu.
Ela sentiu as costas dele encostarem-se às suas.
– Não me querias abraçar?
– Porquê?
– Deitaste-te de costas…
– Deitei-me de lado – corrigiu.
– Não é isso, deitaste-te de costas para mim. – Não havia censura na voz dela, apenas um ligeiro travo de resignação. – Não me querias abraçar?
– Queria…
– Já não queres?
Ele pensou em virar-se e abraça-la para que a conversa pudesse terminar, mas como se deitara assim por acaso, ou melhor, não por acaso, mas não pela razão que ela supunha, decidiu que se a abraçasse agora, de imediato, estaria a dar-lhe razão. Não lhe apetecia. Deixou-se ficar e respondeu:
– Quero.
Ela esperou que ele se virasse. Ele ficou quieto.
Ela continuou à espera de um gesto, de um movimento ou de um som. Nada.
Ele ficou à espera que ela falasse.

Como se costuma escrever, e eu não arranjo maneira melhor de o fazer: Passaram-se segundos que pareceram minutos, minutos que pareceram horas – na verdade, cerca de dois minutos que pareceram uma hora e tal, se somarmos as meias horas de cada um.
Ele pensava na vizinha do sexto direito e no panconas do marido, que bem merecia um jardim florido na testa.
Ela pensava na máquina de roupa que tinha de estender logo que se levantasse, no ensurdecedor silêncio dele (ela lia muito) e em esticar o cabelo no dia seguinte quando saísse do trabalho.

– Ninguém diria – comentou ela, baixinho.
– O quê?
– Que ainda me queres abraçar.
– Eu quero, mas…
– Mas?
Nenhum dos dois se mexia, nem alterava o tom ou o volume da voz. Falavam com uma civilidade a roçar a indiferença.
– Mas, se te abraçar – continuou ele –, tenho uma erecção.
– Ai é?! E… – Ela hesitou e recomeçou usando uma frase dele: – E porque é que havias de cometer esse erro?
Ele sorriu, reconhecendo a frase. A sua frase.
– Estás tão sedosa e cheiras tão bem, que não me aguento. Ele responde ao calor e suavidade das tuas nádegas, e eu não consigo fazer nada…
– E queres? – Ela encostou-se mais a ele.
– O quê? – Ele pousou a mão na anca nua dela.
– Fazer alguma coisa? – sussurrou ela, sentindo-lhe a mão a acariciar a anca e depois a nádega.
Ele virou-se. Encostou-se e roçou o sexo entre as nádegas dela. Abraçou-a, acariciando-lhe a anca com a mão esquerda e apalpando levemente o seio esquerdo com a outra mão.
– Queremos!