12 janeiro 2013

«Love Me Like a River Does» - Melody Gardot

Música bem erótica esta, recomendada pela nossa membrana Tereza Lamy:

«conversa 1939» - bagaço amarelo

(ao telefone)

Ela - Que merda! Começou a chover.
Eu - Que merda?!?! Na semana passada tinhas-me dito que estavas farta do bom tempo e querias que começasse a chuva. Até me disseste que adoras ficar dentro de casa com a chuva a cair lá fora
Ela - Isso foi a semana passada. Hoje queria bom tempo outra vez. A semana passada apetecia-me ficar em casa, nesta apetece-me sair e passear.
Eu - Assim é difícil...
Ela - É esse o drama da minha vida. As coisas não acontecem como eu quero.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Cabeça de martelo

Pequena estatueta proveniente dos EUA, com um pénis com a ponta da glande enfiada numa vulva que, de cada lado, se transforma em dois seios.
Encaixa perfeitamente na minha colecção.


Um sábado qualquer... - «Bastidores de um grande acontecimento 3»



Um sábado qualquer...

11 janeiro 2013

Agosto

Ana pousou o cotovelo esquerdo na mesa da esplanada e o queixo na palma da mão; os dedos tapavam-lhe a boca e as lentes dos óculos escuros os olhos. Provavelmente, se pudesse, não tapava nada mas também já não estava ali. Respirou fundo, afastou os dedos para o lado, inclinando um pouco a cabeça para a esquerda e tentou falar sem conseguir. Tinha um nó na garganta, um nó mesmo, um nó que a impedia de falar mas também de desabar num choro compulsivo ou numa torrente de palavrões e injurias. Ele parecia-lhe calmo, quase feliz. Parecia-lhe que, se ele não o estivesse a evitar, os seus lábios cresceriam até tocar nas orelhas num sorriso ofensivo. Maldoso. Tornou a respirar fundo, tentando perceber se, se insistisse em falar e, assim, em perder parte do auto-domínio, se chorava ou se o mandava à merda mas não conseguia decidir-se: eram muitos ses.
– Se não me dizes nada, vou-me embora – forçou ele, convencendo-a definitivamente que a única coisa a fazer era chamar-lhe nomes: chorar estava fora de questão.
Ana sorriu e encolheu os ombros. Mordeu o lábio superior, enquanto desapoiava o queixo e o olhava de frente. Tirou os óculos.
– Queres que eu te diga o quê? – ouviu-se perguntar.
– Qualquer coisa.
– Qualquer coisa, o quê? – Fechou as hastes dos óculos e pousou-os na mesa. – Qualquer coisa que te diminua a culpa? Que te ajude a ultrapassar o que fizeste? – Rodou os óculos com o indicador esquerdo. – Qualquer coisa com que possas justificar a merda de pessoa que és?
– Se é para desconversares, a conversa acaba já aqui.
– És uma merda, o que é queres que eu te diga?
– Eu não estou a ser mal-educado…
– Foda-se – Ana falava sem levantar a voz. – E eu estou? Por dizer merda e foda-se? – Paulo baixou a cabeça, confirmando. Ana sorriu tristemente. – Ou por te comparar à merda sem que a merda tenha culpa nenhuma?
– Eu podia não te ter dito nada – disse ele como se fizesse diferença.
– Podias mas o problema não é dizeres, foi fazeres. Estares a dizê-lo agora...
– Quis ser honesto contigo…
– Obrigadinho. – Ana abanou a cabeça e tornou a respirar fundo. – Mas não, não quiseste ser honesto comigo, quiseste aliviar-te da culpa. Quiseste transmiti-la, passar-ma. Contaminar-me com as tuas merdas. – Sentia-se cada vez mais lúcida e calma. – Se quisesses ser honesto não fazias, o resto são desculpas. É a forma que estás a arranjar para viveres contigo e, de preferência, conforme a minha reacção, de justificares à posteriori o que fizeste. Como se a culpa fosse minha.
Paulo abriu a boca para falar. Ana levantou a mão e ia continuar mas hesitou e concluiu:
– Não precisas de me dizer mais nada, Paulo. Aliás, não precisamos de dizer mais nada um ao outro.
– Eu não queria que as coisas ficassem assim…
– Vai-te foder! – Ana empurrou a cadeira para trás, agarrou o guardanapo que tinha no colo, passou-o pelos lábios, pô-lo ao lado do prato, levantou-se e foi-se embora.

Você já viu um OBNI?

OBNI - Objeto Bundístico Não Identificado.

É o que parece o caso desta mulher depois de um implante na bunda mal sucedido:



Obscenatório
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Serpente de duas cabeças



Terra de indigentes,
esfomeados de espírito sem alma,
corrompidos pela sede inesgotável de poder
fervilham num caldeirão de demência…

Ela, loira, do alto do seu poleiro germânico
cospe o veneno nazi que lhe corre nas veias,
ele, comido no seu porte de moribundo com sotaque francês…
São duas cabeças de um monstro de estrelas,
duas maiores do que o conjunto das 27 ou 17…
Uma a uma caindo na escuridão das cavernas,
no retrocesso histórico da humanidade…

Serpente de duplo pescoço destilas saliva ácida,
escorregadia e fedorenta,
e com ela cozinhas a poção mágica do Apocalipse…
Mas nem tu sobreviverás à tua maléfica receita…

O furacão da Bretanha prepara-se para o ataque
e aponta os canhões como na guerra dos 100 anos.
Protegidos pela lucidez dos ventos gelados do Norte,
Suécia e Finlândia renegam esse canto de feiticeira,
víbora disfarçada de musa sedutora
que deseja degolar Ulisses e anunciar a sua morte!

Lua Cósmica
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Mas... mas... mas que é isto?!


10 janeiro 2013

António Zambujo e Raquel Tavares - «Para que quero eu olhos»

«Picha de dança» - Patife

Há mulheres que dão nas vistas. Aquela dava nas pichas. Podia dar-lhe para pior. E dar nos hidratos de carbono, no sal refinado ou assim. Mas não. Dava apenas nas pichas. E dava de tal maneira nas pichas que imaginar uma queca entre esta estouvada da crica e aqui o mestre da zarabatana era como juntar a fome à vontade de foder. Na noite em que a conheci, estávamos num evento chique e ela estava toda armada do alto dos seus grandes tacões. Lembro-me de olhar para ela e pensar: Tanto tacão e eu que só quero meter o taco na cona. Desculpem. Há limites para a ordinarice. Eu sei. Agora fui longe demais. Fui eu agora e o meu nabo nessa noite. Estou em crer que lhe cheguei a tocar com o Pacheco no diafragma e reparem que ela não me estava a abocanhar a lentrisca. É que a magana saltou-me para cima e só lhe faltou dançar o samba com a pachacha em cima do meu besugo. Caiu para o lado extenuada, quatro horas depois de abrir a picha de dança. Gosto muito quando vou a casa delas e lhes dou uma pinada do caralho. Como sou bem educado, no final, enquanto me esgueiro sorrateiramente do quarto para fora, deixo-lhes sempre algo para as fazer recordar de tal mágico momento assim que acordarem. Quem pensou numa rosa ou num bilhete pode ir corar de vergonha e ir tratar da pirosice crónica. Eu falo de nhanha. Não apenas de umas gotinhas. Falo de doses massivas de nhanha. Por vezes tenho momentos de cavalheirismo assim. Quando o Patife quer, o Patife capricha. Capicha.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Mapa do céu

Ao longo do caminho percorrido a dois ele conseguiu tocar cada centímetro do corpo dela com alguma parte do seu.

Contra factos há argumentos



HenriCartoon

«Ladyboy» - por Luis Quiles


"Este es el último trabajo que me han eliminado de deviantART, digo el último aunque no creo que lo sea.
La idea de este dibujo es que puede ser una simple chica con una foto de otra persona en la imagen del teléfono superpuesta sobre su cuerpo, o puede que realmente sea un ladyboy."


Luis Quiles

09 janeiro 2013

In_Consequência


Nada me ofereceu a benção de me blindar dos erros que não me blindasse também da vida. 
E eu prefiro viver. 
Se alguém conhecer essa mágica e inconsequente benção que nunca encontrei, não ma explique, 
é que foi dos erros que me nasci eu.


«Quem é a Sónia?» - bagaço amarelo

Imagino que a Sónia morreu. É uma das coisas que costumo fazer quando estou triste e me sento ao balcão dum bar a beber uísque como se não houvesse amanhã, imaginar que alguém de quem eu gosto muito acabou de morrer. Depois sofro, e embora tenha plena consciência de que estou a sofrer devido a uma mentira que eu próprio acabei de inventar, sofro realmente. Sofro tanto que acabo por chorar.
Pois bem, a Sónia morreu e as minhas lágrimas caem no balcão gasto do bar como uma chuva triste. A empregada, uma mulher que aparenta ter uns dez anos a menos do que eu, pega no meu copo vazio e pergunta-me se quero outro. Que é oferta da casa, diz com uma voz tão macia quanto uma cama com lençóis lavados e passados. Eu aceno que sim com a cabeça e sorrio-lhe.
Adoro mulheres que amaciam os modos e a voz quando vêem um homem triste. Aprendi, durante os meus quarenta anos de vida, que são o tipo de mulheres com as quais um homem não pode contar, porque quem amacia a voz dum momento para o outro também é capaz de a endurecer. Mas adoro-as na mesma. Com uma mulher de voz macia, sou capaz de passar uma noite inteira mesmo que essa noite me pareça uma eternidade.
Estas mulheres são assim, tão próximas e distantes de mim que ao pé delas não consigo ser muito mais do que um snobe idiota. Embora já esteja num estado adiantado de embriaguez e quase sem dinheiro, a seguir vou pedir outro para lhe demonstrar que só aceitei o uísque de oferta porque realmente me apetecia bebê-lo. No fim pago a conta e deixo gorjeta, apesar de provavelmente não me sobrar dinheiro para comer o resto da semana.
Os últimos clientes, uns tipos que passaram a noite com risinhos estúpidos numa mesa do canto, estão agora a sair. Deixam-me sozinho com a empregada e as minhas lágrimas param. Nem outra coisa podia acontecer, comigo na presença exclusiva duma mulher tão bonita. Agora sinto-me feliz, mas a verdade é que não posso sorrir. Uma mulher pode certamente gostar dum homem triste ou dum homem feliz, mas detesta sempre um que seja as duas coisas.
Cheguei ao ponto em que a voz se enrola na minha língua e o meu raciocínio se atola neste pantanoso terreno de desejo e uísque. De dois em dois minutos endireito o corpo encurvado e penso em qualquer coisa para dizer à única mulher da minha noite, uma empregada de bar que agora acende um cigarro pensativo e silencioso. Imagino-a como minha mulher, imagino-me como homem dela. Talvez estivesse ali no mesmo sítio, se fosse assim, mas sóbrio e a ter sexo com ela. Ambos apoiados no balcão e a suar.
O meu olhar cansado pousa no corpo dela, como um abutre que se prepara para devorar um cadáver. Mas eu não preparo nada. Ela pede-me que pague e é o que eu faço. Depois saio.
Na cidade todos têm onde passar a noite. Até os insectos que já se instalaram no calor dos candeeiros das ruas, até os cães que já se aninharam junto a uma árvore, até um sem abrigo que me olha desconfiado a partir dum vão de escada. Menos eu. Imagino que a Sónia me chama. É uma das coisas que costumo fazer quando estou só, imaginar que alguém de quem gosto muito me chama.
Quem é a Sónia?


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

XQ - «Mutaciones a través del género» [Performance Postporno]

Contatos íntimos sobrenaturais


A cantora Ke$ha, da nova música "Supernatural", em que relata sua experiência sexual com um espírito, diz temer este ente que encarnou seu corpo pela vagina. Foi um toque divino. A partir daí ela começou a se encantar pela mágica da vida, tema de seu novo álbum.

Há mulheres que adoram dormir sem calcinha. Cuidado!, estão deixando a fresta para a entrada de um ventinho malicioso. Mas tem muita danadinha que gosta. Mas seria possível engravidar de um fantasma? Espíritos possuem sexo?

Magia branca e magia negra são coisas do passado. A moda agora é praticar a magia vermelha: aquela que clama pelos espíritos pornográficos, que adoram uma sacanagem. Fica uma dica para o diretor fazer a quinta edição do péssimo filme "Atividade Paranormal".

Obscenatório
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08 janeiro 2013

O Castelo de Lux

Boaaaaaaaaaaaaaaas tardes!

Nasceu da barriga de um projecto "amigo" aqui da vossa amiga, este novo site que vos convido a visitar! 

É um site de anúncios de Acompanhantes que em breve deverá estar no Top da especialidade.
Tem também um blog associado em ocastelodelux.blogspot.com.

Para as meninas Acompanhantes, o site está a fazer uma promoção. :)))

Contactem pelos endereços abaixo:
924336956


Beijinhos :)

Miss Joana Well



«eu-em-ti» - Susana Duarte


eu-em-ti

.queria ser vôo e ser horizonte.
...
.numa praia deserta, ser a vida e a fonte
que te deixa ser asa e remo, nave e mar navegado,
fruta morena em terreno desbravado, onde se verte a lua
e navega a noite, ao som de um violoncelo-mulher-despida-de si.
.encontrar-me no horizonte onde os olhos são estrela do norte,

e sou eu-em-ti.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Eva portuguesa - «Mãe Coragem»

É uma rapariga que me é muito próxima. Amo-a como se de uma irmã se tratasse.
Quero ajudá-la (mais do que já tenho feito). Tenho que a ajudar... ela não tem ninguém...
Tem 33 anos e ficou recentemente viúva e com um filho para criar sozinha.
O marido foi definhando ao longo de 26 meses de dores e esperança...
E, porque uma desgraça nunca vem só, esta menina/ mulher/ mãe vê-se, para além do desgaste, da dor e da solidão, numa situação económica que nem lhe permite alimentar o filho.
O marido viu-se desempregado graças à falência da fábrica onde trabalhava, poucos meses antes de adoecer e iniciar a sua viagem para a morte. Ela recusou-se a deixá-lo só ou a entregar a algum desconhecido os cuidados, carinho e amor de que ele se alimentou durante esses 26 meses.
Entretanto, também ela se vê numa situação de desemprego.
Sozinha, com uma criança pouco mais velha que a minha, correndo o risco de ficar sem a casa e de lhe irem também buscar o carro, já velhote. Mergulhada no desespero e desamparo (como eu a entendo!), pede-me ajuda.
Fiz aquilo que podia. Mas não posso fazer muito mais. A crise também chegou a este sector e as coisas também não estão fáceis para mim...
Ela decide então, num acto de coragem e vergonha, fazer o mesmo que eu fiz quando me vi a braços com uma situação igualmente aflitiva: entrar na putaria!
Mas vive numa aldeia no centro do país, um meio pequeno e sem procura.
E, não sendo eu o supra sumo das GP's, de aparência ela está alguns Kms atrás de mim: bastante gorda, baixinha, uns dentes fracos... enfim... como ela mesmo diz, entre risos e lágrimas, nem para puta serve...
O fundo de desemprego dela está a terminar... as dívidas acumulam-se... o miúdo precisa de cuidados que requerem dinheiro e paciência... perspectivas de emprego não há, nem para empregada doméstica...
Por favor, ajudem-me a ajudá-la... a esta mãe coragem, cujo orgulho não lhe permite ir mendigar...
Obrigada. Por mim. Por ela. Por aquela criança.


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Ann Liv Young, "Michael" (Take On Me) no Dance Theater Workshop

O Fin diz que "podem ver aqui os dotes de ginástica da São. É muita flexibilidade (com som... e com São)":

6 cartazes espanhóis de cinema erótico

Cartazes grandes (100x70cm e 120x160cm) de cinema erótico dos anos 80, recebidos de Espanha para a minha colecção.







07 janeiro 2013

Pure Chess

Há menos mulheres que homens a jogar xadrez porque o objectivo é encurralar o rei mas o que as peças todas querem mesmo é comer a rainha.

«conversa 1938» - bagaço amarelo

Eu - O meu problema é que não consigo aguentar muito tempo uma relação morna.
Ela - Não consegues?!
Eu - Não. Tenho que me sentir sempre apaixonado e não aguento quando começo a ter discussões regulares.
Ela - É mais ou menos como eu.
Eu - Mais ou menos?!
Ela - Sim. Também tenho que me sentir sempre apaixonada, mas preciso duma discussão assim de vez em quando


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Sexo tubular



Obscenatório
obscenatorio.wordpress.com - um dia destes de volta, sobrevivendo à censura

Memórias de uma guerra

O que é da guerra permanece na guerra.



Que senhor honrado!

Capinaremos.com

06 janeiro 2013

Peerish - «Euphoria»

Preços

Desafiar a solidão pelo amor, liberta a força das tempestades no peito, liberta a violência de todas as catástrofes naturais nos alicerces dos dias. 




A verdade, meu amor, a verdade é que eu sabia, sempre soube das consequências, a vida tem uma forma qualquer de me segredar ao ouvido quando encontro o silêncio para lhe dar em troca. A vida só nos diz coisas quando lhe damos ouro. Mas, chega este lençol de vendaval morno em que se transforma a minha pele sempre que a tua voz se transforma na voz do meu silêncio, no som de todos os meus sons, e o meu corpo encontra o teu, e, sei, que desabem os dias, eu não desabei! 

Enfeite natalício


Eu sei que foi uma ideia peregrina, Senhor Doutor. Numa altura em que o Aki está a abarrotar de gente a acotovelar-se na escolha das bolas de Natal, das fitas brilhantes, dos lacinhos, das luzes que piscam até doer a vista, dos presépios com mais ou menos figuras, das meias de Pai Natal importadas da tradição escandinava e até dos Pais Natal de pendurar na janela, só a mim me lembraria ir para lá procurar madeiras para fazer mais uns metros de estante em casa.

Com o papelinho das medidas em riste lá avancei com muitos com licença por aqueles casacos e kispos cheios de braçados de decorações de Natal até arribar à silenciosa secção de madeiras, espiolhando as espessuras e larguras. Dirigi-me ao balcão, interrompendo o intenso jogo que o encarregado da secção disputava no telemóvel e expliquei-lhe quantas tábuas queria. Ele saiu de trás do balcão e acompanhei-o para indicar a madeira que ele carregou como uma canastra até à máquina de corte. Fixei as mãos dele enquanto seguravam firmemente a tábua e suponho que a insistência do olhar o fez levantar as pálpebras na minha direcção. Nesse instante pensei que aquele era um cenário adequado a um filme porno em que sem uma palavra o homem do corte despia a bata do serviço e me chamava para a bancada do fundo, transformando magicamente as minhas jeans numa mini-saia de pregas, para de calças arreadas até aos joelhos me penetrar ao som dos formões, martelos e serrotes a abanar numa constante onomatopeia de pong pong pong.

É claro que peguei nas madeiras cortadas e abalei para a bicha das caixas mas parece-me, Senhor Doutor, que o facto de no outro dia ter pintado com tinta para madeira das portas o apalpa-folgas do meu mais que tudo, que aliás deu uma trabalheira desgraçada para lavar, me marcou mais do que supunha.

[Foto de 1890 do © AMEA/World Museum of Erotic Art]

Tudo em família


05 janeiro 2013

Corrida aos saldos


College Streakers! por stab_lamp

«respostas a perguntas inexistentes (219)» - bagaço amarelo

só o céu

Às vezes, alguns períodos da nossa vida que nos souberam particularmente bem tendem a dissipar-se com o tempo, de tal forma que deixamos de ter a certeza se os vivemos ou sonhámos. É o que acontece com as recordações de algumas paixões efémeras uns anos depois, quando entramos numa fase mais estéril de emoções.
A Sara gostava de se deitar no imenso tapete relvado que se estendia naquela zona da cidade de Lisboa, e de encontrar um ângulo em que não avistasse nenhum dos prédios silenciosos que o povoavam.

- Só o céu! - dizia ela.

Eu deitava-me devagar ao lado dela e ficava a olhar para as árvores com a plena consciência que os nossos mundos próximos se separavam ali, naquele nosso silêncio sepulcral acompanhado duma espécie de dor de parto, enquanto os meus dedos duma das mãos tocavam nos dedos dela como se tocassem piano uns nos outros.
Era tão estranho quanto agradável, saber que nunca nos apaixonaríamos um pelo outro mas que tínhamos disponibilizado um mês inteiro do Verão para estarmos juntos. Acordávamos com um beijo, eu fazia sempre o almoço e ela sempre o jantar, entre passeios em espiral pela cidade cujos lábios tocam o Tejo. Éramos um casal, sem o ser de facto.
Ao fim da tarde deitávamo-nos ali e fugíamos por momentos um do outro, creio eu que para regressar às nossas vidas anteriores, cada um com o seu Amor, e também ao futuro, cada um sabe-se lá com quem. De vez em quando ela perguntava-me se eu não queria tentar enquadrar só o céu, como ela fazia, para sentir que estava a planar e a distanciar-me da Terra.

- Só as árvores! - dizia eu.

As árvores, melhor do que ninguém, sabiam como eu me sentia naqueles dias, e talvez por isso ficassem ali a olhar para mim como um médico que ausculta um doente. Diziam-me para ter calma e depois deixavam o vento segredar-lhes uma dança improvisada entre as folhas. Da mesma forma que os meus dedos tocavam nos da Sara, os seus ramos tocavam uns nos outros.
Hoje passei a manhã a lembrar-me desta fase da minha vida sem, no entanto, ter a certeza que aconteceu.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Livro «Fios condutores» de João Cutileiro

Edição em papel reciclado e executada à mão, feita em exclusivo para o Centro Cirúrgico de Coimbra.
Este exemplar, nº 49 de uma edição de 100, numerado e assinado pelo autor, foi oferecido pelo seu presidente do Conselho de Administração, Dr. António Travassos, à colecção «a funda São». Os 42 desenhos de João Cutileiro são complementados com poemas e outros textos de vários autores (António Machado, Frederico García Lorca, Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa, Gomes Leal, Armindo Rodrigues, José Saramago, Alexandre O'Neill e do próprio João Cutileiro).
Num pequeno texto introdutório, António Travassos explica o que têm em comum um lápis e um bisturi: "Um e outro abrem caminhos e seguem Fios Condutores (...) A matéria é a mesma: o corpo".
Que bela e valiosa prendinha!...
Para quem queira consultar os conteúdos, esta obra tem também uma versão digital, acessível aqui.

Um sábado qualquer... - «Bastidores de um grande acontecimento 2»



Um sábado qualquer...

04 janeiro 2013

51

Um sorriso enorme. Alberto quando saiu da casa de banho, de banho tomado, trazia um sorriso enorme. Um sorriso proporcional ao desejo que sentia, ainda que, naquele momento, só o sorriso sinalizasse o desejo, pois, o membro continuava flácido, molemente a apontar para o chão a imitar teca do quarto do casal.
Deitada na cama, Arlete desviou a custo os olhos da televisão quando ouviu o marido tossir e repetir a tosse enquanto permanecia imóvel em pé junto à cama. – Não te vestes? – perguntou, voltando o olhar para a televisão antes mesmo de acabar a frase.
Alberto respirou fundo e informou-a: – Estava a pensar foder.
Arlete sentiu um arrepio, os palavrões excitavam-na. Excitavam-na sempre, ainda que o marido não soubesse. – Alberto! – censurou. – Que modos são esses?! Sabes muito que eu não gosto de palavrões.
O marido permaneceu de pé, imóvel. – Não o estava a dizer como um palavrão. Foder, neste caso, era apenas um verbo. Uma coisa que eu queria fazer contigo.
– Há outros termos – replicou Arlete. – Não é preciso seres ordinário!
– Mas se eu te quero foder – justificou-se Alberto, em tom quase infantil.
– Alberto!
– Queres que eu diga o quê? Que quero fazer amor?
– É uma hipótese mais correcta.
– Eu não quero fazer o amor. – Alberto encheu a boca com o “o” e a mulher olhou-o espantada. Ele continuou como se cada palavra fosse o “o” da frase anterior: – Estou farto de fazer amor contigo, foda-se, hoje quero foder-te. Fo-der-te. Fodermos mesmo. – Alberto recuperou o sorriso com que saíra da casa de banho e até o membro ganhou alento e alegria com a assertividade com que ele falara.
– Já não temos idade para isso, Alberto – destrunfou-o a mulher com matreira meiguice, erguendo suave e compreensivamente as sobrancelhas. – Agora ou fazemos amor ou uma espécie de sexo pré-terceira idade. Foder já não é para nós. – Arlete não conseguiu evitar o embaraçado sorriso lascivo que dizer a palavra lhe causou.
– Que raio… – Alberto hesitou, engoliu em seco e pensou na resposta. O tema da idade fodia-o e ela sabia-o bem. Ainda estava a ultrapassar o trauma de fazer os cinquenta e já tinha cinquenta e um. “Foda-se”. O membro encarquilhou e tornou a apontar para o chão. A mulher manteve um propositado olhar terno e indiferente mas esperava, esperava mesmo, que ele se rebelasse, que insistisse. Que a quisesse.
Alberto olhou para a porta da casa de banho e para a porta do quarto, ambos abertos. Haviam esperado tantos anos por privacidade na própria casa e agora que a tinham faziam um amor modorrento, quase assexuado por vezes, num silêncio envergonhado, como se os filhos continuassem em casa.
– Foda-se – exclamou o homem. A mulher e o membro redobraram a atenção; tudo se decidia ali. – Quero-te comer, Arlete. Quero ser comido. Que se foda a idade. Vamos mostrar-lhe que não somos só fodidos por ela, que também fodemos com ela. Quero foder-te, Arlete. Foder-te. Agora. Aproveitar a casa. Aproveitar estarmos sozinhos. Aproveitar querermo-nos. Termo-nos! Que se foda a idade. Vamos foder como se tivéssemos 20 anos outra vez!
Arlete sorrindo aproximou-se do marido e estendeu a mão para o membro que também sorria ainda que não se visse. – Queres voltar a foder no carro, é?
– Foda-se…

Vive l'orgasme!

Há quem diga que o orgasmo é como andar de montanha russa.




Obscenatório
http://obscenatorio.wordpress.com/ - e o blog Obscenatório também vai sobreviver à censura!


Vestido azul



foto tirada em Almograve


Em cada dobra desse azul de cetim
fervilham-te os dedos miúdos,
enrolados na linha branca que baloiça
na bainha do teu vestido mágico,
onde céu e mar se fundem no dourado da tarde,
na frescura inocente da tua pele clara.

A sandália branca enterrada na areia
é a espuma das ondas que beijam a terra…
E assim caminhas, sonhando,
enquanto mimas o vento endiabrado
que salta, voa, empurra,
puxando-te para a frente e para trás
como se fossem bailarinos
de uma dança sem coreografia!

Corri e fui ter com as rochas do paredão…
Rugidos de água salgada explodiam,
uma orquestra infernal em rodopio:
trombones e contrabaixos,
bombos e fagotes abafavam qualquer violino.
Enquanto o mar engolia aquele pedaço de pedra
que um dia se transformaria em areia fina,
em bicos de pés e com o vestido molhado
estendi-me ao sol na inclinação a Sul,
já o granito se tornara mais loiro e macio.
Parecia um escorrega, mas os tentáculos dos moluscos
eram autênticas ventosas que me permitiam
percorrer as zonas mais perigosas
como se fosse uma menina do mar!

Lua Cósmica
http://luacosmica.blogspot.pt

O amor pode picar

Crica para veres toda a história
As aventuras da verdadeira cabra


1 página

oglaf.com

03 janeiro 2013

To Fuck With Love

Dois poemas retirados de The Love Book, de Lenore Kandel.



TO FUCK WITH LOVE PHASE III

to fuck with love
to love with all the heat and wild of fuck
the fever of your mouth devouring all my secrets and my alibis
leaving me pure burned into oblivion
the sweetness UNENDURABLE
mouth barely touching mouth

nipple to nipple we touched
and were transfixed
by a flow of energy
beyond anything I have ever known

we TOUCHED!

and two days later
my hand embracing your semen-dripping cock
AGAIN!

the energy
indescribable
almost unendurable

the barrier of noumenon-phenomenon
transcended
the circle momentarily complete
the balance of forces
perfect
lying together, our bodies slipping into love
that never have slipped out
I kiss your shoulder and it reeks of lust
the lust of erotic angels fucking the stars
and shouting their insatiable joy over heaven
the lust of comets colliding in celestial hysteria
the lust of hermaphroditic deities doing
inconceivable things to each other and
SCREAMING DELIGHT over the entire universe
and beyond

and we lie together, our bodies wet and burning, and
we WEEP we WEEP we WEEP the incredible tears
that saints and holy men shed in the presence
of their own incandescent gods

I have whispered love into every orifice of your body
As you have done
to me

my whole body is turning into a cuntmouth
my toes my hands my belly my breast my shoulder my eyes
you fuck me continually with your tongue you look
with your words with your presence

we are transmuting
we are as soft and warm and trembling
as a new gold butterfly

the energy
indescribable
almost unendurable

at night sometimes I see our bodies glow

Claude Fauville, Os Amantes


GOD/LOVE POEM


there are no ways of love but / beautiful /
I love you all of them

I love you / your cock in my hands
stirs like a bird
in my fingers
as you swell and grow hard in my hand
forcing my fingers open
with your rigid strength
you are beautiful / you are beautiful
you are a hundred times beautiful
I stroke you with my loving hands
pink-nailed long fingers
I caress you
I adore you
my finger-tips… my palms…
your cock rises and throbs in my hands
a revelation / as Aphrodite knew it

there was a time when gods were purer
/ I can recall nights among the honeysuckle
our juices sweeter than honey
/ we were the temple and the god entire/

I am naked against you
and I put my mouth on you slowly
I have longing to kiss you
and my tongue makes worship on you
you are beautiful

your body moves to me
flesh to flesh
skin sliding over golden skin
as mine to yours
my mouth my tongue my hands
my belly and my legs
against your mouth your love
sliding…sliding…
our bodies move and join
unbearably

your face above me
is the face of all the gods
and beautiful demons
your eyes…

love touches love
the temple and the god
are one´

blog A Pérola

«De quatros na mão» - Patife

Já devo ter confessado que gosto muito de jogar poker. Mas não é cá online. É ali, à antiga, com fichas palpáveis, olhos titubeantes e o prazer do controlo ou, pelo menos, da sua ilusão. Mas há algo que confere ainda mais magia ao jogo de poker: Mulheres a jogar. Aí, o domínio exerce-se primeiro sobre a mesa de jogo e depois sobre a cama do Patife. É uma equação simples e se forem bons a jogar poker, experimentem e logo me dirão se não tenho razão. Este fim de semana fui passear à Madeira e arranjei por lá um jogo de poker onde estava uma gaja podre de boa. Eu já cheguei ao jogo meio turvo porque assim que desembarquei emborquei logo seis ponchas de enfiada. Acontece-me sempre isto assim que chego à Madeira. Meto logo a pata na poncha. Mas adiante. Estão seis jogadores em jogo e quatro fazem um fold à mariquinhas, deixando-me sozinho com a boazona naquela mão. Assim que penso isto, só imaginava era mão daquela safardana no meu sardão. Por isso tive de me concentrar. Ela estava de peito cheio, coisa que me distraía as retinas das cartas, mas mesmo assim consegui ver o reflexo de uma confiança sólida no seu olhar. A questão é que eu também tenho uma boa mão, à custa de anos a domar o Pacheco, e sou temerário. Ou isso ou estava bêbado. Por isso faço all in. A sua cara rasgou-se num sorriso confiante, de quem me tinha acabado de enganar e acompanha o all in, mostrando a suas cartas. Um poker de quatros. Quando lhe mostrei o meu jogo superior, ela ficou com um olhar vago, de quatros na mão. Nem se deve ter apercebido da ironia da questão quando no momento seguinte ficou de quatro na minha cama.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Luís Gaspar lê «Amo-te» de Ricardo Vercesi

"Acordo para mais um dia. Custa a respirar.

O sol já não brilha como dantes. O horizonte marca-se a cinza.

Já nada faz sentido. Os segundos arrastam-se no relógio. Até o tempo marca passo.

Não te vejo. Somos uma sombra do que fomos. Outrora…

Sempre fomos tão errados um para o outro. Água e azeite.

Mas fazes parte de mim. Como o Sol e a Lua, jogando às escondidas.

Talvez por isso, já não falamos. Já mal olhamos um para o outro

Como o Sol e a Lua somos eclipse. E mesmo assim…

És o meu mundo. Sem ti, nada funciona.

Os dias arrastam-se. Não vejo, Não ouço. Não sinto o gosto da vida.

Falta-me o equilibrio. Falta-me o ar. Faltam-me as palavras.

Falta-me a coragem para te abraçar, com medo que me rejeites.

E mesmo assim…amo-te."
Ricardo Vercesi

Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«Hypocrisy between sexuality and violence» - por Luis Quiles


"Este es el segundo dibujo que me han eliminado en la página web DeviantART, en este caso porque el esperma o cualquier cosa que lo simule o lo parezca es considerado pornografía, sin importar el sentido del dibujo.
Lo gracioso es que si en este mismo dibujo cambio el color del fluido por rojo simulando sangre, no habría ningún problema, es decir, no puedo cubrirla de esperma pero puedo cubrirla de sangre, como si fuera lo mas normal del mundo.
Lo de siempre, la aceptación de toda clase de violencia sin sentido y la represión total de la sexualidad de la gente."


Luis Quiles

02 janeiro 2013

Um amor que é

Um amor que sufoca quando as palavras se amontoam e atropelam na boca com pressa de sair, travadas por um beijo que parece não ter fim.

«outra pessoa acampada na nossa cabeça» - bagaço amarelo

O jornal Público traz hoje uma dissecação do Amor, feita pela antropóloga Helen Fischer. O Amor é uma intrusão, diz ela, explicando que "um grupo de neurónios localizados no mesencéfalo começa a produzir dopamina que se espalha a muitas partes do cérebro e nos dá aquela focalização, energia, possessividade, desejo, obsessão e motivação para ir ter com a pessoa". A intrusão dá-se porque, a a partir do momento que isto acontece, a outra pessoa está acampada na nossa cabeça.
Talvez a maior parte das pessoas não simpatize muita com esta fria interpretação científica do que é o calor do Amor, mas a própria Helen passa da sua observação cientifica para uma sua interpretação pessoal, pois também ela sabe o que é estar apaixonada. Dos processos químicos resulta que a outra pessoa acampa na nossa cabeça. Pois é.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A prática do canibalismo sexual

Alguns animais comem, no sentido denotativo da palavra, ou seja, mastigam e engolem, alimentam-se, ingerem, seu parceiro após o ato sexual.
O canibalismo não é uma prática bem vista entre os seres humanos, sendo considerado crime na maior parte da sociedade. Mas para os animais não existe moral. O que permite, por exemplo, uma fêmea de louva-a-deus, esse bicho gracioso de aspecto tão divino e santo, arrancar a cabeça do macho após a trepada. Uma fêmea humana poderia fazer este ato duas vezes durante o sexo. Isso é que é uma mulher faminta. E é o que a louva-a-deus sente durante o sexo, fome. Sendo assim, por não controlar seus instintos, e precisando se alimentar para repor suas proteínas, ela come, “novamente”, o macho. Nos poucos minutos que restam a ele após ter a cabeça decepada, a penetração ainda continua para finalizar a fecundação, mesmo sem a cabeça. E então morre de amor. Mas a estratégia da fêmea é justamente se nutrir para poder cumprir com a fertilização, e mantendo-se escondida nos “braços” do amante para evitar virar presa de algum predador.
Mas, se pararmos para pensar um pouco, há um pouco deste ato entre nós humanos. O sexo oral é canibalismo. Chupar um pênis ou uma vagina é quase engolir a carne do(a) parceiro(a), em que se extrai o sêmen ou o fluido vaginal, que muitas vezes é ingerido. Também o beijo não deixa de ser uma prática de semicanibalismo, há lábios que dá vontade de morder e arrancar. A cinturinha e os biquinhos dos seios mordiscar. E na bundinha cravar os dentes deixando marca.
Hummmm, deu fome!
Veja um vídeo (em inglês) do programa Wild Sex sobre o canibalismo entre os louva deus e outras espécies:



Obscenatório
http://obscenatorio.wordpress.com/ - blog censurado mas vai renascer das cinzas, como a Fódix!

Smiley




Via Blatino

01 janeiro 2013

«canto as flores» - Susana Duarte





canto as flores que te crescem nas asas, meu amor
no amor, canto as flores que te enrubescem o rosto, meu amor
em todas as línguas do mundo, canto as tuas flores
e, no ventre, escondo os sonhos e os olhares trocados
nas noites seculares dos nossos amores. janela.
janela na minha alma. alma entronada pelo teu rosto.

Susana Duarte, ouvindo Périplus de AMélia MUge e Michales Loukovikas
Blog Terra de Encanto

Eva portuguesa - «O caminho para o Porto»

Já vai ser a quarta vez que percorro o caminho para o Porto.
Tem sido sempre um caminho seguro, directo, direito, proveitoso e feliz.
Felizmente o meu anjo da guarda tem-me protegido e feito comigo esta viagem, tornando-a numa bênção e mais valia para a minha vida.
Qual peregrinação a Fátima (com as devidas distâncias e salvaguardas!), parto sempre com um objectivo definido, com uma esperança na alma, com uma promessa nos lábios. Procuro encontrar na chegada aquilo que me tem sido vedado na partida: melhorar a minha vida!
E, felizmente, tenho regressado sempre com um sorriso nos lábios, fruto de ter alcançado o que tanto queria e precisava, o objectivo que me fez ir para a estrada...
Espero que desta vez o caminho para o Porto seja tão suave e bem sucedido como anteriormente. Espero que o meu anjo da guarda me continue a acompanhar. Espero chegar a Lisboa feliz, realizada e sentindo que valeu a pena afastar-me por uma semana do meu pequenito...
Dia 7 abraço-o com força ao deixá-lo na escola e espero manter aquele cheiro delicioso do meu filho até Sábado, quando regressar e o puder abraçar novamente. 
Esse cheiro que me acompanha no caminho para o Porto... o som do seu riso que me dá alento quando as dúvidas e receios teimam em surgir...
E, se algum significado tiver, percorrer esse caminho logo após o Dia da Mãe. Será um bom significado, a certeza (?) de estar a fazer o que é certo.
Eu sei que neste contexto a afirmação "fazer o que é certo" poderá ser questionada mas, visto que não prejudico nem engano ninguém e que apenas vou tentar melhorar a minha situação económica, continuo a manter o que disse.
Espero rever aqueles que me têm feito feliz.
Espero conhecer outros que também o façam.
E, para me fazerem feliz, basta visitarem-me e tratarem-me bem.
É com esta disposição, com esta crença, com este sonho que vou novamente percorrer o caminho para o Porto.


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

A Prostituta Azul XIX - Lei das compensações

Não me lembro de alguma vez ter sido criança: o meu colo cresceu, o meu peito cresceu, os meus pensamentos sempre tiveram o mesmo tom de voz quase maldito, quase ininterrupto, quase respiração. E agora, que descubro isto, que me descubro isto, sei, já sei: eu sou Mãe de tantos homens porque sou Filha de nenhum pai.

«Discurso sobre o voto de castidade...

... que professão os freires conventuaes da Ordem Militar de S. Tiago da Espada», por D. José Manoel da Camara, freire commendador da mesma Ordem. Lisboa. 1817.
Um pequeno livro de 38 páginas oferecido pelo Lourenço M. para a minha colecção.