03 janeiro 2013

«De quatros na mão» - Patife

Já devo ter confessado que gosto muito de jogar poker. Mas não é cá online. É ali, à antiga, com fichas palpáveis, olhos titubeantes e o prazer do controlo ou, pelo menos, da sua ilusão. Mas há algo que confere ainda mais magia ao jogo de poker: Mulheres a jogar. Aí, o domínio exerce-se primeiro sobre a mesa de jogo e depois sobre a cama do Patife. É uma equação simples e se forem bons a jogar poker, experimentem e logo me dirão se não tenho razão. Este fim de semana fui passear à Madeira e arranjei por lá um jogo de poker onde estava uma gaja podre de boa. Eu já cheguei ao jogo meio turvo porque assim que desembarquei emborquei logo seis ponchas de enfiada. Acontece-me sempre isto assim que chego à Madeira. Meto logo a pata na poncha. Mas adiante. Estão seis jogadores em jogo e quatro fazem um fold à mariquinhas, deixando-me sozinho com a boazona naquela mão. Assim que penso isto, só imaginava era mão daquela safardana no meu sardão. Por isso tive de me concentrar. Ela estava de peito cheio, coisa que me distraía as retinas das cartas, mas mesmo assim consegui ver o reflexo de uma confiança sólida no seu olhar. A questão é que eu também tenho uma boa mão, à custa de anos a domar o Pacheco, e sou temerário. Ou isso ou estava bêbado. Por isso faço all in. A sua cara rasgou-se num sorriso confiante, de quem me tinha acabado de enganar e acompanha o all in, mostrando a suas cartas. Um poker de quatros. Quando lhe mostrei o meu jogo superior, ela ficou com um olhar vago, de quatros na mão. Nem se deve ter apercebido da ironia da questão quando no momento seguinte ficou de quatro na minha cama.

Patife
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