05 agosto 2004

A mão

O corpo dela estendido na cama. Olhava-o.
Ele sentou-se:
- Toca-te para eu ver como gostas que te toque. Toca-te como eu te toco.

Ela fechou os olhos. Uma mão atrás da cabeça, com a outra tocou os lábios entreabriu-os,humedeceu os dedos.
Tocou o queixo, desceu pelo pescoço percorreu o trilho que se forma até aos seios.
Voltou atrás.

Respirava profundamente, o peito movia-se ao ritmo da respiração.
A mão rodeou o peito, circulou-o, apertou-o como ele sempre fazia, até doer um pouco, não muito, só um pouco.

Ouvia o silêncio atento, a respiração.
Sentia os olhos que seguiam a mão. Mostrou-lhe como tinha aprendido bem.

As costas formavam agora um arco, a mão bem aberta enquanto acariciava a barriga os dedos tocando onde começam os pêlos púbicos.
O barulho do pé deslizando no lençol.
Uma perna estendida a outra meio levantada.
A mão percorrendo a perna por fora. Parou no joelho. Voltou atrás. Apertou os músculos no interior das pernas, parou na coxa.

Ele respirou exigindo:
- Mais!
Aflorou o sexo, não o tocou, passou para a outra perna repetiu os gestos, o percurso, o caminho, o retorno.

Parou. A mão aberta sobre o sexo.
Olhou-o.
Ele inclinou-se beijou-lhe a mão, lambeu-lhe os dedos.
Comprimiu a mão com a dele.

Não a olhou. Disse:
- Mostra-me como me amas quando não estou.

Poema de
(para tocarem neste e noutros poemas dela, visitem o blog)

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