Escreveu Soror Mariana na sua cela:
Ah ignaro e ignoto amor que me atormentas
E de pecados e luxúria meu catre enfeitas
Senhor! Tocar teu apetrecho…
Será que posso? Será que deixas?
É este desejo de ter vosso apetrecho nos meus dedos
Que me aquece as mãos e as noites
Sem vós tão frias.
Resposta do cavaleiro de Chamilly:
Toca meu apetrecho. Toca que eu deixo.
Senhora de teus dedos flui magia
E meu apetrecho rejubila de alegria
Quando o tocas qual trompa divina, celestial.
Ah! Fora eu Camões e dava-te mais que um canto
Oferecia-te uma casa. Mais! Uma moradia.
Imagina-nos meu amor, no nosso canto
Tocando música todo o santo dia
Tuas mãos de fada e meu apetrecho
Em desbragada e completa sinfonia.
Foto: Rafal Bednarz
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