Provavelmente, São, em vez de brincos nas orelhas, eu devia era trazer ao dependuro uma bula com as minhas contra-indicações, explicando bem que não devia ser administrada em caso de disfunção sexual como crescente rotina da líbido, nem em caso de hipersensibilidade à igualdade de direitos e deveres entre os sexos e nunca em caso de grave miastenia da paixão.
Recomendaria também que não me tomassem quando se tem reacção alérgica às reflexões sobre o quê, onde, quando, como e porquê das coisas que giram ao nosso redor ou sobre o lado avesso do mundo e particularmente, ao esquartejamento da sexualidade de todos e de cada um, pelas dores de cabeça e de ouvidos que poderia acarretar.
E julgo que ainda alertaria para o facto de que o uso em doses elevadas podia fazer surgir muita sonolência e fadiga como efeito secundário, tanto no início do tratamento como em todas as fases posteriores, por incremento do uso das duas cabeças nos preliminares e na função propriamente dita.
Como alternativa, Sãozinha, também pensei em usar a gola do casaco como a badana de um livro que embora seja muito a súmula do melhor que queremos que os outros leiam em nós, sempre realça factores essenciais como o nome pelo qual se gosta de ser conhecido e o ano de nascimento. A não ser que fosse possível adoptar a tecnologia "bluetooth" para na intimidade do ouvido e sem as paredes dos outros, pudéssemos comunicar imediatamente quem somos, para não gerar equívocos e poupar tempo nos dias rápidos que correm.
Apenas ainda não sei, Sãozinha, como se resolveria aquela questãozita das mudanças que o tempo nos imprime na estrutura. Achas que bastaria umas actualizações por sms ou seria mesmo necessária uma descarga de dados transpirada pelo contacto da pele?
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