Talvez no silêncio da nudez
os sussurros soltem a promessa
e a palavra se dispa de rubor
e se pinte no vermelho dos meus lábios
picantes, mordazes,
que t’atormentam a pele doce
roçada suavemente,
beijada em fúria,
mordida em sofreguidão…
E nesse estado febril
em que te deixo,
ser-te alívio da erecção
plena e extensa
em virginal deleite
em estado de meretriz.
Talvez me tenhas no segundo
eterno do tempo,
onde os relógios são apenas
olhares esquivos e sedutores,
e m’entregues tudo o que tens
nas minhas cavernas
lascivas e travessas.
Talvez no silêncio das palavras
os corpos gritem (o meu, o
teu)
que se amam!