E colocou a mão debaixo do algodão frio da camisa de dormir, e levantou-a até à coxa que lhe parecia secreta, bem conhecida e bela para ele. Aquilo era por fim real, aquilo tornava-a real.
Tirou o conto e o coldre pesado com a pistola escorregou até ao chão de tijoleira com um ruído surdo. Agora era rápido e fácil tirar as calças, e manteve a mão pousada no pescoço dela, macio, pulsante, enquanto com a outra a puxava para si, e impeliu-se repentinamente para dentro dela; era-lhe tão difícil não a agarrar com muita força e penetrá-la, não ser bruto, apenas possuí-la com rapidez e entrar tão profundamente dentro dela quanto lhe fosse possível. Ela emitiu um som. Soou-lhe muito longe dele. Estavam demasiado próximos da borda da cama. Teve de lhe pegar com as duas mãos à volta da cintura, mantendo-se dentro dela, puxando-a mais para cima para facilitar as coisas, e mantendo os corpos de ambos em cima da cama.
- Não. Não... Hal... pára - disse ela, e durante alguns estranhos segundos hesitantes a mente dele absorveu o facto de ela estar a chorar, e reparou naquilo e misturou-o com a necessidade que sentia dela, a sua respiração nos seus dedos, a sua pele limpa, todas as outras partes dela que eram suas, e perdeu-se ali.
in "Conflitos", de Sadie Jones, Civilização Editora 2010.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»