Já tinha lido algo sobre este assunto mas este artigo do jornal «Nova Aliança» de 16/9/2011, que me enviaram por e-mail, está muito interessante. Cruzando este artigo com outras abordagens na internet, fiquei a saber que no Minho, "(...) pelo S. João, (...) a mãe colocava, também, ao pescoço da filha, o amuleto da moeda de três vinténs ou um conjunto de três moedas, furada(s), pelo orifício da qual se passava um fio de linho, de pontas unidas com três nós sobrepostos. Na noite de S. João e antes da sua “iniciação” às fogueiras ou ao arrincar dos linhares, a filha tinha que jurar à mãe não mostrar o amuleto fosse a quem fosse e só o tiraria quem o colocou. Daí, a tradição da mãe tirar os três vinténs do pescoço da noiva, precisamente, na hora de sair de casa para a Igreja. E o povo não deixou de referir este acontecimento na seguinte quadra: com um homem de certa idade / casou a minha vizinha / ele tinha os três vinténs / mas ela nem isso tinha." [O Ouro do Minho – O Ouro de Viana in Folclore de Portugal]. Segundo Filipe Nortadas, no tal artigo, "as mães parturientes usavam pô-la ao pescoço das filhas, logo que nascidas, suspensa dum fio, como amuleto. Daí a razão do furo", que era feito "na extremidade superior do eixo vertical, junto do bordo".
No Forum de Numismática explicam ainda os "Furos em moedas de prata de 3 vinténs: Amuleto de protecção à virgindade das raparigas novas, andava ao pescoço das mesmas num fio preto ou então eram cosidas à roupa interior. No dia do casamento supostamente eram entregues ao marido. Caso o amuleto não funcionasse e a moça se antecipasse, era descartado". E mostram uma foto com vários exemplares:
Para quem não sabe do que estamos a falar, Pedro Coimbra explica no blog «Devaneios a Oriente»: "Na minha adolescência, quando a virgindade feminina era um atributo quase indispensável para o casamento, era corrente a expressão que fazia equivaler a existência da ainda virgindade à expressão "Ter os três vintens" ou, não sendo já virgem, se dizia da menina que já "perdeu os três vintens" ou ainda, se a virgindade lhe era oferecida, diria o felizardo que "já lhe tirei os três"! Tenho que confessar que nunca percebi qual era a origem dessas expressões até que, recentemente, o jornal católico Nova Aliança, lá da minha terra, me surpreendeu com a explicação, que admito os meus contemporâneos também desconheçam. A expressão, como eu a recordo, era altamente pejorativa, ao sabor da época, marcada pelos resquícios da cultura da mulher-objecto então ainda prevalecentes na nossa sociedade. Não creio que algum adolescente actual sequer a conheça (...)".