21 janeiro 2013

sensualidades

(em boa verdade, há quanto tempo eu não me vinha aqui...)


olhei para ti e vi-te

pressenti
a nossa primeira vez
sempre presente
pressenti-te
eras tu
mesmo se ausente
nessa nudez feita de carne
e de desejos
no embaraço dos sentidos
se quiseres
arritmias de olhares
feitos ensejos
por um beijo só que fosse
que voasse
aos lugares mais longínquos
do abandono

quem me dera esse voar
sem ter retorno
para além deste olhar
de te ver tanto
quem me dera ser o santo
que sentisse
num escasso bater de asas
paraísos
que não estão ao alcance
de juízos
construídos
na urgência dos sentidos.