A propósito da Colecção digitalizada de revistas porno portuguesas (à qual o servidor onde as tenho bloqueou o acesso por excesso de tráfego), comentou o Triângulo Felpudo:
"Lá se foi a oportunidade. E eu que estava prestes a fazer uma edição de autor, de capa dura, páginas convenientemente plastificadas e em vários tomos da Gina...
E os jornais? Era algo que me fascinava quando era miúdo e me acercava dos quiosques forrados com títulos como «Sexy Club» e «Sexus»: como seria a redacção desses jornais? Qual era a periodicidade dos mesmos? Teria uma secção com correio dos leitores? Imaginava uma reunião do conselho editorial, escolhendo as peças, decidindo reportagens, montando a capa... Invejava a arte do jornalismo. Claro que o mamaçal em barda, cricas que pareciam castores cantando tirolês e os títulos onde a palavra 'orgasmo' abundava, eram também focos de atracção para o petiz que fui. Que é feito do jornal porno? Toda a gente lamenta o definhar da revistinha canholeira, mas... e o periódico do refustedo, o saudoso Sexy Club?
... Onde tornaremos a ler textos que começam com «Lothar estava a ter um dia difícil, quando bateram à porta»?
Numa recente tertúlia em pelota com uma delegação escandivana, durante o intervalo dos trabalhos, defendi a minha convicção de que atravessamos uma idade média na pornografia, não obstante a abundância e facilidade de acesso. Depois não pude desenvolver, por não ser capaz de simultaneamente me entregar ao espasmo e à metafísica (Escandinava, obviamente)."