baixa as tuas mãos sobre a lua,
e devolve-me a luz. destapa as sombras
das auroras nubladas e devolve-me a luz.
sê, de todas as manhãs, a evidência florescente
de todas as primaveras. na noite, despoja-me de sombras
e das névoas que trago nos olhos. e sobrevoa-me a pele,
e arranca-me os ossos da espera, e retira-me das crostas
dos dias estranhos. na viagem das veias, sê a promessa
de uma manhã clara, onde as mãos são segredos
e os segredos são apenas o regresso à raiz do ventre.
sê, em cada veia, a única luz que reconheço. dos deuses,
capta os sons das asas. mitiga, com o pó dos dias,
a estranheza das noites. e, na viagem, sê.
sê comigo. sê em mim. sê a vida onde me sinto.
________semente_________absinto__________
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto