31 janeiro 2014
Eva portuguesa - «A puta e a amante»
Estava farto da monotonia sexual que o seu relacionamento de 15 anos impusera.
Não do casamento em si, note-se! Amava realmente a sua mulher, mãe das suas 3 filhas, companheira de uma vida, a sua melhor amiga. E também a desejava. De vez em quando... sobretudo quando sentia o seu cheiro, aquele mesmo que sempre conhecera. Mas ela estava sempre cansada... sempre sem vontade... não lhe conseguia acender o desejo, por pequeno que fosse, que em tempos viveram...
Também ela tinha sido educada como uma senhora; havia coisas que jamais lhe faria ou pediria para ela fazer...
E foi assim que, ao fim de 3 anos de casamento, foi pela primeira vez às meninas. Levado por outro amigo, entrou num mundo que o fascinava, que lhe permitia realizar todos os seus desejos, todas as suas fantasias.
Andava saciado e feliz. E até começou a apreciar mais fazer amor com a sua mulher, sabendo que sempre que quisesse teria outra à sua disposição. Uma puta, é certo, mas não menos mulher a nível sexual...
Ao fim de uma dúzia de meses de ter começado a frequentar o mundo da prostituição, entra uma nova vendedora para a empresa da qual era director. Não sendo modelo, tinha um corpo bem torneado e um ar de menina/mulher safada que a tornavam extremamente sensual e desejável. Começou a imaginar que era com ela que estava sempre que fazia sexo com uma profissional; ou que fazia amor com a sua mulher. O desejo começou a tomar conta dos seus pensamentos. Até que um dia, numa convenção de vendas, se envolveram. Passaram a ser amantes. Os encontros eram escaldantes e mais baratos do que as tarifas cobradas pelas profissionais. Pelo menos de inicio...
Mas os meses foram passando e a amante começou a tornar-se pior que a mulher: fazia exigências, cobranças, cravava-o com perguntas e por fim começou a negar sexo ou fazia-o como que por obrigação. Para além dos gastos, que se tornaram excessivos: jantares nos melhores restaurantes, fins de semana em hotéis 5*, prendas caras, viagens ao estrangeiro, etc.
O fim foi quando a menina exigiu que ele deixasse a mulher, algo que nunca pretendera fazer, e ameaçou contar tudo. Entre sms duvidosos a altas horas da manhã, chamadas anónimas e fitas à porta de sua casa, a situação tornou-se descontrolável. Maldita a hora em que arranjara uma amante!
Com grande jogo de cintura e muito sangue frio, conseguiu resolver as coisas sem comprometer o seu casamento.
E voltou para uma zona de conforto: ir às meninas. Apesar de tudo saíam bem mais baratas, não chateavam, era tratado como um rei e não corria os riscos de pôr descaradamente em causa o seu casamento.
Conclusão: entre a puta e a amante, sem dúvida que a sua escolha era a puta. No final, a amante tornara-se a pior escolha...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Não do casamento em si, note-se! Amava realmente a sua mulher, mãe das suas 3 filhas, companheira de uma vida, a sua melhor amiga. E também a desejava. De vez em quando... sobretudo quando sentia o seu cheiro, aquele mesmo que sempre conhecera. Mas ela estava sempre cansada... sempre sem vontade... não lhe conseguia acender o desejo, por pequeno que fosse, que em tempos viveram...
Também ela tinha sido educada como uma senhora; havia coisas que jamais lhe faria ou pediria para ela fazer...
E foi assim que, ao fim de 3 anos de casamento, foi pela primeira vez às meninas. Levado por outro amigo, entrou num mundo que o fascinava, que lhe permitia realizar todos os seus desejos, todas as suas fantasias.
Andava saciado e feliz. E até começou a apreciar mais fazer amor com a sua mulher, sabendo que sempre que quisesse teria outra à sua disposição. Uma puta, é certo, mas não menos mulher a nível sexual...
Ao fim de uma dúzia de meses de ter começado a frequentar o mundo da prostituição, entra uma nova vendedora para a empresa da qual era director. Não sendo modelo, tinha um corpo bem torneado e um ar de menina/mulher safada que a tornavam extremamente sensual e desejável. Começou a imaginar que era com ela que estava sempre que fazia sexo com uma profissional; ou que fazia amor com a sua mulher. O desejo começou a tomar conta dos seus pensamentos. Até que um dia, numa convenção de vendas, se envolveram. Passaram a ser amantes. Os encontros eram escaldantes e mais baratos do que as tarifas cobradas pelas profissionais. Pelo menos de inicio...
Mas os meses foram passando e a amante começou a tornar-se pior que a mulher: fazia exigências, cobranças, cravava-o com perguntas e por fim começou a negar sexo ou fazia-o como que por obrigação. Para além dos gastos, que se tornaram excessivos: jantares nos melhores restaurantes, fins de semana em hotéis 5*, prendas caras, viagens ao estrangeiro, etc.
O fim foi quando a menina exigiu que ele deixasse a mulher, algo que nunca pretendera fazer, e ameaçou contar tudo. Entre sms duvidosos a altas horas da manhã, chamadas anónimas e fitas à porta de sua casa, a situação tornou-se descontrolável. Maldita a hora em que arranjara uma amante!
Com grande jogo de cintura e muito sangue frio, conseguiu resolver as coisas sem comprometer o seu casamento.
E voltou para uma zona de conforto: ir às meninas. Apesar de tudo saíam bem mais baratas, não chateavam, era tratado como um rei e não corria os riscos de pôr descaradamente em causa o seu casamento.
Conclusão: entre a puta e a amante, sem dúvida que a sua escolha era a puta. No final, a amante tornara-se a pior escolha...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
O sorriso anal da Erica Fontes
Coloquei aqui, há alguns dias, uma citação da Erica Fontes no seu livro «De corpo e alma»: "Há actores que dizem, por graça, que há mais respeito pelos outros na pornografia do que na religião".
O Triângulo Felpudo o_pinou que "há várias coisas impossíveis no universo. Uma delas é mostrar-se voluntariamente ao mundo levando no cu de múltiplos caralhos, em planos apertados da zona de impacto, e pretender-se respeitável."
Nos comentários desse post cruzámos argumentos.
Entretanto a Erica Fontes, no Twitter, limitou-se a sorrir:
O Triângulo Felpudo o_pinou que "há várias coisas impossíveis no universo. Uma delas é mostrar-se voluntariamente ao mundo levando no cu de múltiplos caralhos, em planos apertados da zona de impacto, e pretender-se respeitável."
Nos comentários desse post cruzámos argumentos.
Entretanto a Erica Fontes, no Twitter, limitou-se a sorrir:
30 janeiro 2014
Postalinho do êxtase de Santa Teresa
"Mais uma das peças do Musée de l'érotisme de Paris.
É a escultura/pintura/mecanismo «Teresa do pé ligeiro», baseado na escultura «O Êxtase de Santa Teresa», de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), que se encontra na Capela Cornaro, Igreja de Santa Maria della Vittoria, Roma.
Um beijo da
Daisy Moreirinhas"
Para quem queira saber mais um pouco desta estátua, usada em muitos estudos como representação do orgasmo, fica este video:
É a escultura/pintura/mecanismo «Teresa do pé ligeiro», baseado na escultura «O Êxtase de Santa Teresa», de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), que se encontra na Capela Cornaro, Igreja de Santa Maria della Vittoria, Roma.
Um beijo da
Daisy Moreirinhas"
Para quem queira saber mais um pouco desta estátua, usada em muitos estudos como representação do orgasmo, fica este video:
29 janeiro 2014
«Ai… o laço…» - João
"De quando em vez, cruzo-me na rua com mupis (mobiliário urbano para informação) que me cativam. É o caso de uns que por aí andam que têm uma fotografia da Ana Rita Clara. Ora, a meu ver, a Ana Rita Clara tem um problema. É gira. Nem sempre, o rosto dela tem ângulos que nem sempre funcionam tão bem nas fotos (e também haverá dias em que acorda com cara de almofada como todos nós), mas quando fica bem, fica bem. É rapariga que me agrada. E que não me importo de ver em mobiliário urbano. Especialmente se for para informação. Mas, mais que isso, chamou-me a atenção o assunto. Ao que entendo, uma parceria entre a Dama de Copas e a Laço, convidando o mulherio a escolher o soutien mais adequado. Homem que é Homem atento sabe que, infelizmente, há muitas mulheres a usar soutiens de tamanho errado. Sempre me preocupei com isso. E sempre tive algum talento a adivinhar os melhores tamanhos e copas. Ora com os olhos, ora com as mãos.
Assim sendo, se quiserem ir à Dama de Copas, please do. Mas não precisam. Eu também me ofereço para vos medir as mamocas. E até incluo um sorriso. Ana Rita, se quiseres podes vir.
Entretanto,
João
Geografia das Curvas
Postalinho da criançada danada para a brincadeira
"Detalhe do arco central da porta principal da Sé de Lamego."
Bota Cansada
Visto mais afastado é assim:
Bota Cansada
Visto mais afastado é assim:
«conversa 2046» - bagaço amarelo
Eu - O teu marido é ciumento?
Ela - Nem imaginas. Parece muito calminho mas depois, em casa, faz cada cena de vez em quando.
Eu - Espero que nunca tenha feito nenhuma cena por minha causa.
Ela - Por tua causa nunca fez, mas faz por causa dos meus amigos que eu acho giros.
Eu - Ah!
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
28 janeiro 2014
«Ama-me» - Susana Duarte
ama-me
e sorri-me nas vielas escuras da noite alada
e empunha a espada de flores de sereia amada
e sorri-me nos olhos onde descrevo a sede e a vida
e abraça-me nas cores de uma asa comprida
que se estende no vento e me deixa voar
ama-me
e se me amares, saberei ser noite em noite de lua
alma branca, rosa do deserto, alma branca e nua
sereno deserto onde sou flor e tu és cavaleiro das areias
senhor de mim, senhor de flores e castelos e ameias
que me abrigam dos ventos e me deixam amar
ama-me
e dá-me a luz dos meus olhos e da minha escuridão
anterior, onde me esquecera que tinha sido branca flor
e deixei as névoas estender seus braços e sonhos e amor-amor
onde perpetuei a escuridão de uma vida –alegria anterior
e me deixei cobrir de noite, antes de me cobrir de ti
ama-me
preenche-me os olhares como uma lua cheia
e deixa-me amar em Ti
Susana Duarte
«Pescadores de Fosforescências»
Edições Alphabetum, Edições Literárias
Foto pessoal
Blog Terra de Encanto
e sorri-me nas vielas escuras da noite alada
e empunha a espada de flores de sereia amada
e sorri-me nos olhos onde descrevo a sede e a vida
e abraça-me nas cores de uma asa comprida
que se estende no vento e me deixa voar
ama-me
e se me amares, saberei ser noite em noite de lua
alma branca, rosa do deserto, alma branca e nua
sereno deserto onde sou flor e tu és cavaleiro das areias
senhor de mim, senhor de flores e castelos e ameias
que me abrigam dos ventos e me deixam amar
ama-me
e dá-me a luz dos meus olhos e da minha escuridão
anterior, onde me esquecera que tinha sido branca flor
e deixei as névoas estender seus braços e sonhos e amor-amor
onde perpetuei a escuridão de uma vida –alegria anterior
e me deixei cobrir de noite, antes de me cobrir de ti
ama-me
preenche-me os olhares como uma lua cheia
e deixa-me amar em Ti
Susana Duarte
«Pescadores de Fosforescências»
Edições Alphabetum, Edições Literárias
Foto pessoal
Blog Terra de Encanto
Poucas gajas se podem gabar de já terem sido capa de revista...
... mas esta menina, uma estatueta em bronze com 70 cm de comprimento, foi já capa da revista «C», a propósito do artigo «Coimbra pode perder museu do sexo», sobre a colecção de arte erótica «a funda São».
E Coimbra perde mesmo esta colecção, pois ela vai ter um espaço de exposição permanente em Lisboa, na Pensão Amor (no Cais do Sodré). E, se tudo correr bem, esse espaço abrirá até ao final deste ano de 2014.
Entretanto, o cadastro total de peças (3.000) e livros (1.700) está praticamente completo. Um destes próximos dias ficará disponível on-line.
E Coimbra perde mesmo esta colecção, pois ela vai ter um espaço de exposição permanente em Lisboa, na Pensão Amor (no Cais do Sodré). E, se tudo correr bem, esse espaço abrirá até ao final deste ano de 2014.
Entretanto, o cadastro total de peças (3.000) e livros (1.700) está praticamente completo. Um destes próximos dias ficará disponível on-line.
27 janeiro 2014
«conversa 2045» - bagaço amarelo
Eu - Não sei...
Ela - Não sabes?! Foram assim tantas?
Eu - Não, não é isso. Não sei e pronto. Se calhar até foi só uma, mas mesmo assim não sei. Não me lembro...
Ela - A mim disseram-me vinte e oito vezes.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
26 janeiro 2014
«Télescopages 2010» - Céleste Boursier-Mougenot e Enna Chaton
Film realizado por ocasião da exposição «l’Estuaire» em Nantes (2009), com pessoas seleccionadas através de anúncios classificados.
Fonte: Bernard Perroud
E.Chaton & C.Boursier-Mougenot _ Télescopages 2010 from Enna Chaton on Vimeo.
Fonte: Bernard Perroud
E.Chaton & C.Boursier-Mougenot _ Télescopages 2010 from Enna Chaton on Vimeo.
«Intruso» - por Rui Felício
Ela dormia e parecia em paz, depois de uns minutos antes ter sussurrado durante o sono, o nome do Paulo, o homem que amara e com quem vivera durante muito tempo.
Tinham-se separado há uns anos mas ela nunca deixou de o amar. Mesmo em sonhos, a imagem dele, a recordação dos bons momentos que viveram juntos, estava sempre viva, como uma melancólica obsessão, no rosto lindo da Fernanda.
O Carlos, agora ali deitado ao seu lado, sentia-se um estranho, um intruso, na intimidade que não lhe pertencia, que ainda era só dela e do Paulo.
Se fizesse o que a vontade lhe dizia e beijasse aqueles lábios entreabertos, na esperança de que ela acordasse com o mesmo desejo que a invadia quando dormia com o Paulo, como poderia adivinhar qual seria a sua reacção?
Se afastasse os lençóis e lhe beijasse o corpo, como iria saber se na cabeça da Fernanda isso não surgiria como gesto de outro homem, daquele afinal que ela nunca esquecera?
E, se em vez disso, ele a acordasse mesmo e, simplesmente, lhe confessasse o enorme desejo que estava a sentir, como se sentiriam ambos se ela lhe dissesse que não, que não tinha vontade?
Acariciou-lhe o cabelo, primeiro ao de leve, depois com maior firmeza, percorrendo com o polegar o rebordo da orelha, a seguir o pescoço, o ombro, as costas.
Tocou com os lábios na sua testa, deixou-os lá, e com um sopro cálido afastou-lhe os cabelos que lhe caíam em desalinho sobre os olhos fechados.
Fazia-lhe pequenas festas no rosto com uma das mãos e com a outra acariciou-lhe a anca.
Ela dormia ainda, mas ele sentiu o seu corpo mexer-se, contrair-se...
Beijou-lhe o lábio inferior e disse-lhe baixinho que queria amá-la.
- Hummm, ainda não estou bem acordada, disse ela.
- Esse Hummm quer dizer apenas que não queres que te acorde, ou significa que seria bom para ti?, perguntou ele.
- Quer dizer que será muito bom, respondeu ela.
Beijaram-se longamente, ela pegou-lhe na mão e fê-la deslizar da anca para a barriga.
Durante muito tempo foram cavalgando o desejo com mais desejo, crescendo incontrolado até ao êxtase.
Por fim, serenaram saciados, ofegantes.
Feliz, o Carlos tentava, contudo, adivinhar se o Paulo tinha estado ali entre eles.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Tinham-se separado há uns anos mas ela nunca deixou de o amar. Mesmo em sonhos, a imagem dele, a recordação dos bons momentos que viveram juntos, estava sempre viva, como uma melancólica obsessão, no rosto lindo da Fernanda.
O Carlos, agora ali deitado ao seu lado, sentia-se um estranho, um intruso, na intimidade que não lhe pertencia, que ainda era só dela e do Paulo.
Se fizesse o que a vontade lhe dizia e beijasse aqueles lábios entreabertos, na esperança de que ela acordasse com o mesmo desejo que a invadia quando dormia com o Paulo, como poderia adivinhar qual seria a sua reacção?
Se afastasse os lençóis e lhe beijasse o corpo, como iria saber se na cabeça da Fernanda isso não surgiria como gesto de outro homem, daquele afinal que ela nunca esquecera?
E, se em vez disso, ele a acordasse mesmo e, simplesmente, lhe confessasse o enorme desejo que estava a sentir, como se sentiriam ambos se ela lhe dissesse que não, que não tinha vontade?
Acariciou-lhe o cabelo, primeiro ao de leve, depois com maior firmeza, percorrendo com o polegar o rebordo da orelha, a seguir o pescoço, o ombro, as costas.
Tocou com os lábios na sua testa, deixou-os lá, e com um sopro cálido afastou-lhe os cabelos que lhe caíam em desalinho sobre os olhos fechados.
Fazia-lhe pequenas festas no rosto com uma das mãos e com a outra acariciou-lhe a anca.
Ela dormia ainda, mas ele sentiu o seu corpo mexer-se, contrair-se...
Beijou-lhe o lábio inferior e disse-lhe baixinho que queria amá-la.
- Hummm, ainda não estou bem acordada, disse ela.
- Esse Hummm quer dizer apenas que não queres que te acorde, ou significa que seria bom para ti?, perguntou ele.
- Quer dizer que será muito bom, respondeu ela.
Beijaram-se longamente, ela pegou-lhe na mão e fê-la deslizar da anca para a barriga.
Durante muito tempo foram cavalgando o desejo com mais desejo, crescendo incontrolado até ao êxtase.
Por fim, serenaram saciados, ofegantes.
Feliz, o Carlos tentava, contudo, adivinhar se o Paulo tinha estado ali entre eles.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Paul Himmel, The Cage B, c. 1952 |
Acelerar no novo ano
Como a maioria de nós ele tinha uma licença de porte de arma passada pela Direcção Geral de Viação e insistiu em ser o motorista de ambos os casais para a festa de final de ano. Cabia-me o lugar do morto e entre travagens e acelerações apimentadas com curvas apertadinhas invejei os Tena Lady da minha avó que não colocariam o meu fino vestido acetinado em risco. Valia-nos a chauffage para ter algum conforto que se encontro o estilista que lançou a moda de as senhoras se vestirem como papel de bombons para o réveillon embrulho-o em papel celofane e coloco-o no ponto mais alto da Serra da Estrela.
E como se não bastasse o frio do caraças que rapámos à saída do veículo encontrámos uma sala cheia de rostos frios para aprendermos a não chegar antes do aquecimento dos corpos por diversas produções vinícolas e algumas contorções dos músculos embaladas na música para activar a circulação sanguínea.
Está bom de ver que depois das doze badaladas e doze passas e todos aqueles rituais de subir a cadeiras e dar gritinhos e fazer das esguias taças de champanhe carrinhos de choque e chupar beijos como se de um fôlego se absorvesse o ano inteiro e doravante pudéssemos controlar as nossas vidinhas por todos os poros, ele era mais uma passa mirradita encharcada em vapores etílicos e pronta a ressonar em vale de lençóis. Mesmo sem dotes de cartomancia ou astrologia para me socorrer consegui prever que neste novo ano as suas artes de condução na estrada se equivaliam na cama.
E como se não bastasse o frio do caraças que rapámos à saída do veículo encontrámos uma sala cheia de rostos frios para aprendermos a não chegar antes do aquecimento dos corpos por diversas produções vinícolas e algumas contorções dos músculos embaladas na música para activar a circulação sanguínea.
Está bom de ver que depois das doze badaladas e doze passas e todos aqueles rituais de subir a cadeiras e dar gritinhos e fazer das esguias taças de champanhe carrinhos de choque e chupar beijos como se de um fôlego se absorvesse o ano inteiro e doravante pudéssemos controlar as nossas vidinhas por todos os poros, ele era mais uma passa mirradita encharcada em vapores etílicos e pronta a ressonar em vale de lençóis. Mesmo sem dotes de cartomancia ou astrologia para me socorrer consegui prever que neste novo ano as suas artes de condução na estrada se equivaliam na cama.
25 janeiro 2014
«Fala-me com o corpo» - João
"Fala-me com o corpo, porque o corpo não mente. A linguagem é fodida. Os verbos são fodidos. Até as imagens são fodidas. Prestam-se a más interpretações. Mas o corpo não mente. Enrola-te em mim, beija a minha pele, agarra as minhas mãos. Não ligues a palavras incompletas, não tentes encontrar sentido nas frases baralhadas de quem pensa mais depressa do que fala, de quem ensaia um discurso que sai torto. Não leias fotografias cujas cores não têm legenda, nem vídeos de aparente normalidade. Tudo isto são fontes de engano, e o que conta é o que se sente, e o que o corpo conta, no escuro da noite ou na sombra ao abrigo do Sol.
Fala-me com o corpo, cola-o a mim, arrepia-te, arrepia-me. Segura-me com força, aperta-me até partir, gasta-me como gelo que derrete, aquece-me a carne. Desliza em mim, faz-me deslizar em ti. Encaixar, arranhar, doer. As palavras são sempre curtas. As palavras são sempre poucas. Talvez por isso não gostes de perguntas. Não só por isso. Mas talvez também por isso. Talvez também por isso eu também não as aprecie. Embora existam. Muitas. Há sempre perguntas, há sempre coisas que queremos saber, entender, conhecer. Nem sempre uma pergunta que se cala é um interesse que não existe. Por vezes é apenas isso, uma pergunta que se cala, por um qualquer bem que julgamos maior, naquele momento. Nem sempre uma ausência é uma ausência. Às vezes é só a aparência de uma ausência."
João
Geografia das Curvas
Fala-me com o corpo, cola-o a mim, arrepia-te, arrepia-me. Segura-me com força, aperta-me até partir, gasta-me como gelo que derrete, aquece-me a carne. Desliza em mim, faz-me deslizar em ti. Encaixar, arranhar, doer. As palavras são sempre curtas. As palavras são sempre poucas. Talvez por isso não gostes de perguntas. Não só por isso. Mas talvez também por isso. Talvez também por isso eu também não as aprecie. Embora existam. Muitas. Há sempre perguntas, há sempre coisas que queremos saber, entender, conhecer. Nem sempre uma pergunta que se cala é um interesse que não existe. Por vezes é apenas isso, uma pergunta que se cala, por um qualquer bem que julgamos maior, naquele momento. Nem sempre uma ausência é uma ausência. Às vezes é só a aparência de uma ausência."
João
Geografia das Curvas
Postalinhos do Musée de l'érotisme (Museu do Erotismo) de Paris
"O Museu do Erotismo é bem interessante. Conheces?
Envio-te estas fotografias para te ajudar a organizar o teu Museu.
Beijinho da
Daisy"
24 janeiro 2014
a funda são mora na filosofia [III]
Circulou há dias um vídeo, um TED, com uma speaker de seu nome Lizzie Velasquez, considerada por muitos como "a mulher mais feia do mundo" (a maioria das entradas do google com o seu nome referem este facto; mas a Lizzie está tão a borrifar-se para isto…). Nesse vídeo podemos ouvir a sua história de vida: portadora de uma doença rara que não lhe permite ganhar peso (INVEJA!), lutou desde o primeiro dia de vida contra os preconceitos - até dos médicos que a ajudaram a nascer - e por uma vida digna. Para além da doença rara, teve a sorte de ter uns pais ainda mais raros que nunca baixaram os braços e a amaram incondicionalmente.
Num outro registo de vídeo, também num TED, Maysoon Zayid, outra mulher rara, com uma paralisia fruto de um parto mal assistido, conta-nos como foi a sua vida, também ela de luta contra o preconceito dos médicos que, à partida, lhe eliminavam do horizonte de vida a possibilidade de andar, de ir à escola… de fazer tudo aquilo que nós gostamos de fazer.
Duas mulheres, raras.
Digam a verdade: estas mulheres dificilmente seriam tidas pelos nossos leitores como objectos de desejo, como mulheres atraentes - mas se e só se elas ficarem imóveis e coladas ao chão, sem abrir a boca. Se a sua imagem, por si, não causa arrebatamento… esperem até as ouvir falar. Esperem até à sua energia ser traduzida por palavras, carregadas de emoções, de estórias vividas na primeira pessoa, que nos fazem rir, que nos fazem chorar. E sentir uma beleza que, diria Saint Exupéry, é essencial e invisível aos olhos.
Numa era em que a imagem é (quase) tudo para todos (confessem… quantos filtros tem a vossa fotografia de perfil do facebook? thank god for instagram!) há que tirar o chapéu a mulheres como Lizzie e Maysoon que se assumem tal como são, ultrapassando preconceitos e arregaçando as mangas para xurdir (entenda-se, fazer pela vida). A sua vida é, diria Leibniz, a melhor das vidas possível.
Quanto a nós, resta-nos desejar ter, um dia, metade da coragem (sim, estas miúdas têm os ditos cujos no sítio, oh se têm), para enfrentar o mundo.
They are the beauty… e quem disser o contrário, esses são the beasts!
Eva portuguesa - «O ponto G»
Tenho saudades tuas.
Isto dito assim parece a declaração culposa de um enamorado. Mas não é.
Não neste caso. Não da forma tradicional.
Tenho saudades das tuas visitas, da forma descarada como pretendes ensinar-me a ter prazer com um cliente.
Da forma atrevida e quase grosseira como me lembras que sou a Eva mas sem com isso me ofenderes ou rebaixares.
Queres que eu me aceite como Eva e que consiga realizar-me como mulher vestindo esta personagem.
Queres ensinar-me a aceitar-me e a desfrutar de todo o gozo que a Eva me pode dar.
E a verdade é que, se não desaparecesses de vez em quando, conseguirias!
Mostraste-me algo em que eu não acreditava: a existência do ponto G.
Tentaste lá chegar tantas vezes e eu nunca me libertava o suficiente. Até que um dia o fiz. E tive o maior e mais sentido orgasmo que alguma vez tivera. E vi o que era a ejaculação feminina. E descobri o meu ponto G. Graças a ti.
Eu, Eva. Porque eu, pessoa, nunca o consegui. Porque na minha vida íntima pessoal não consigo (e isto pode parecer um paradoxo) libertar-me totalmente. Eu... não consigo ser a puta na cama que todos os homens gostam. Quando é para ser puta, só o consigo através da Eva. Assim, não sei onde é o meu ponto G.... apenas o da Eva...
E isto faz toda a diferença, pois o sexo não está entre as pernas mas sim na mente.
E tu apenas te queres mostrar à Eva. Apenas a queres ensinar a ela. Sem pudores, nem críticas mas de uma forma realmente honesta, simples e cruel. Cruel devido à sua simplicidade.
Mas sim, graças a ti a Eva gozou como a... nunca o fez.
Graças a ti, quer uma quer outra acreditam agora num ponto da anatomia feminina que julgavam ser um mito. E se apenas uma o experimentou, a outra anseia pelas tuas próximas visitas para que, mesmo discretamente, possa aprender a lá chegar...
Ensinas-me?....
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Isto dito assim parece a declaração culposa de um enamorado. Mas não é.
Não neste caso. Não da forma tradicional.
Tenho saudades das tuas visitas, da forma descarada como pretendes ensinar-me a ter prazer com um cliente.
Da forma atrevida e quase grosseira como me lembras que sou a Eva mas sem com isso me ofenderes ou rebaixares.
Queres que eu me aceite como Eva e que consiga realizar-me como mulher vestindo esta personagem.
Queres ensinar-me a aceitar-me e a desfrutar de todo o gozo que a Eva me pode dar.
E a verdade é que, se não desaparecesses de vez em quando, conseguirias!
Mostraste-me algo em que eu não acreditava: a existência do ponto G.
Tentaste lá chegar tantas vezes e eu nunca me libertava o suficiente. Até que um dia o fiz. E tive o maior e mais sentido orgasmo que alguma vez tivera. E vi o que era a ejaculação feminina. E descobri o meu ponto G. Graças a ti.
Eu, Eva. Porque eu, pessoa, nunca o consegui. Porque na minha vida íntima pessoal não consigo (e isto pode parecer um paradoxo) libertar-me totalmente. Eu... não consigo ser a puta na cama que todos os homens gostam. Quando é para ser puta, só o consigo através da Eva. Assim, não sei onde é o meu ponto G.... apenas o da Eva...
E isto faz toda a diferença, pois o sexo não está entre as pernas mas sim na mente.
E tu apenas te queres mostrar à Eva. Apenas a queres ensinar a ela. Sem pudores, nem críticas mas de uma forma realmente honesta, simples e cruel. Cruel devido à sua simplicidade.
Mas sim, graças a ti a Eva gozou como a... nunca o fez.
Graças a ti, quer uma quer outra acreditam agora num ponto da anatomia feminina que julgavam ser um mito. E se apenas uma o experimentou, a outra anseia pelas tuas próximas visitas para que, mesmo discretamente, possa aprender a lá chegar...
Ensinas-me?....
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
23 janeiro 2014
«Pista de enterragem» - Patife
Patife
Blog «fode, fode, patife»
«Espanca» - por CM
"Teu rosto faz uma careta de dor quando minha mão direita te toca nas tuas nádegas nuas, a dor lancinante intensifica o prazer sexual pulsante através de cada terminação nervosa do teu corpo... Minha mão toca-te uma segunda vez... Teus mamilos alongam-se como fossem sugados... . Uma terceira... Então uma quarta vez... Teus gritos abafados recorrem a berros de cabra «Belo... belo... sim Senhor!» tu choras, «Leva-me... Eu sou a tua submissa, TUA! Faz comigo o que quiseres...» ... Uma coloração vermelha quente irradia de tuas nádegas nuas como que descesses da Torre até Gouveia contra o alcatrão, gemendo de êxtase..."
CM
CM
22 janeiro 2014
«Gerúndio» - João
"Atiro-te para cima da cama. Não precisamos dela e na verdade somos bem mais criativos, mas para o momento, dá jeito. Ficas deitada de barriga para baixo enquanto te prendo firmemente os pulsos com corda. Uma outra, mais comprida, dobro ao meio para puxar os teus pulsos, passando-a por cima do meu ombro e segurando-a do outro lado com a mão. Consigo, com a inclinação do meu tronco, puxar-te os braços atrás das costas, movimento que contrarias empinando o teu rabo, esse maravilhoso rabo. Estamos no limite da dor. Trabalhamos sempre no limite da dor, naquele cinzento muito estreito onde o prazer começa a ganhar vida, a escassos milímetros de se tornar penoso. Entalo a corda que te puxa por baixo do meu joelho para ganhar liberdade nas duas mãos. Lanço mão ao gel e a um buttplug que te introduzo devagar, rodando. Pedes-me que te castigue. Sorrio ao ver um contorno difuso dos meus dedos na tua nádega. Seguro um vibrador com o qual castigo a tua cona, até que me dizes assim não. Não me quero vir assim, quero vir-me contigo dentro de mim. Enquanto te seguro os cabelos, aproximo os lábios do teu ouvido e pergunto-te se és a minha puta. E tu dizes que sim. Sou a tua puta. E pergunto-te se me amas. E tu dizes-me que sim, que me amas. Amo-te tanto. E enquanto respiro, dizendo que te amo, deixo-me deslizar para dentro de ti, minha puta, meu doce, e vamo-nos vindo."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
«conversa 2042» - bagaço amarelo
Eu - Mas querias?!
Ela - Eu queria ter uma relação a sério, mas nunca funciona.
Eu - Hum, hum...
Ela - Eu sou uma mulher bonita, não sou?
Eu - És.
Ela - Não sou burra nenhuma, pois não?
Eu - Não.
Ela - E até sou afável, não sou?
Eu - És.
Ela - Lá está.
Eu - Lá está o quê?
Ela - A culpa é sempre dos homens.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
21 janeiro 2014
A FODA COMO ELA É (X) - Alegria no condomínio
A-a-a-a-ssim... está a ver, sr. Adérito? Porque o descanso dos outros é sagrado. |
Na qualidade de administrador do condomínio, declaro aberta a presente reunião, assim como a vulva da D. Estrelícia, do 2ºA. Passo, então, à leitura da ordem de trabalhos:
- Situação da cave: renova-se, ou não, o stock de anões acorrentados e liberta-se a virgem raptada no ano passado;
- É preciso lidar com a fuga de cona no 4ºD, o piso da estudantada;
- Infiltrações de chuva doirada no 3º, orçamentos para tratar da canalização à inquilina;
- Escolha entre elevador, ou instalar um peep-show;
- Escolha entre elevador, ou instalar um peep-show;
- Aprovação do orçamento e eleição da nova administração para o ano de 1969.
Algumas recomendações:
- Sr. Adérito, fazia o favor de ajustar melhor a bola à boca de sua esposa nas quintas-feiras de fist fucking anal, porque a D. Quitéria não consegue concentrar-se com a gritaria e vir-se, enquanto o caniche lhe lambe o grelo.
- Alguém vem dando sumiço às palmeirinhas que a minha mulher põe nas escadas. Não quero acusar ninguém, mas, ou a senhora da limpeza é arraçada de pavão, ou eram folhas de palmeira que lhe saíam do cu no outro dia...
Vá... tem a palavra quem tiver a boca desocupada.
«Considerações sobre o Amor» - Susana Duarte
Não sei se saberia definir o amor.
Mas sei que é algo que se me afigura como dádiva preciosa e imensa.
Sei que o amor por um filho, quando esse filho é e sabe ser amado, é o mais eterno dos amores.
Mesmo que, tantas vezes, seja um amor frágil. Mesmo que, tantas outras, seja um elo ténue com a vida.
Se tudo correr bem, se tudo tiver sido como se espera que seja, é o amor maior e mais profundo.
Mas também sei que não é universal, e igual para todos. Há quem ame profundamente os seus pais, sem amar do mesmo modo os seus filhos. Quem ame profundamente os animais, quase desprezando as pessoas. Quem ame um filho tanto, que tenha medo de não conseguir amar um segundo filho. Quem aja como se não amasse ninguém, tentando esconder que, afinal, na verdade, nunca se sentiu amado, e por isso se defende, num eterno faz-de-conta que só faz mal a quem protagoniza o teatro que escreveu para si próprio......e há o amor que une duas pessoas sem laços de sangue.
O que sabemos dele?
Provavelmente, pouco. Quando amamos, somos como pequenas crianças, em pleno egocentrismo, desejando ser o único objeto de amor da pessoa a quem endereçámos o nosso afeto. E quando assim é, dizem, é porque não será amor-amor. Será o preenchimento de um vazio, porque, dizem, o amor - amor não exige. É. Contenta-se em existir e em dar. Será?
Isso pode soar a submissão. E eis o pântano pior: o dos conceitos. O do significado das palavras, e a consequente medição da intensidade do amor.
Muitas vezes os casais sentem que um ama mais. Mas é mensurável, o amor?
Amar talvez seja aceitar viver bordejando, sobrevoando a linha costeira, com medo de atravessar marés ou enfrentar a força dos ventos. Amar poderá ser a aceitação de todos os defeitos, tudo o que sobra das lâminas das folhas da paixão. Amar poderá ser a eterna paixão e o nunca se sentir satisfeito. Mas amar será, sobretudo, creio....o sentir que se pertence a algo maior do que nós próprios. O rever-se em olhos que não são nossos, mas nos conhecem melhor do que nós. E aceitar esse sentimento de ser Um, apenas porque a inevitabilidade desse sentimento é maior do que todas as somas de todos os defeitos e de todas as dificuldades.
Assim te escrevo.....porque, provavelmente, pouco sei do amor, e todas as palavras que deixo no papel poderão ser, apenas, as recordações que referes, de algo que foi, que talvez possa ser, ou de todos os encontros que falhei. Porque todas elas serão, talvez, a busca. A eterna demanda do sonho. Afinal....talvez a aceitação do amor seja a aceitação da inevitabilidade do destino, de que te falava antes....ou aceitar que a nossa condição natural é amar...ou aceitar que quem nos toca o fundo da alma, ficará para sempre, como uma impressão digital gravada no peito. Afinal....por vezes, o que foi ainda pode ser, e se tivermos sorte, aquele a quem devotamos a nossa paixão, sente a mesma sede de infinito quando pensa em nós.
Um abraço profundo. Cheio de sorrisos.
Susana Duarte
Texto e foto
Blog Terra de Encanto
Mas sei que é algo que se me afigura como dádiva preciosa e imensa.
Sei que o amor por um filho, quando esse filho é e sabe ser amado, é o mais eterno dos amores.
Mesmo que, tantas vezes, seja um amor frágil. Mesmo que, tantas outras, seja um elo ténue com a vida.
Se tudo correr bem, se tudo tiver sido como se espera que seja, é o amor maior e mais profundo.
Mas também sei que não é universal, e igual para todos. Há quem ame profundamente os seus pais, sem amar do mesmo modo os seus filhos. Quem ame profundamente os animais, quase desprezando as pessoas. Quem ame um filho tanto, que tenha medo de não conseguir amar um segundo filho. Quem aja como se não amasse ninguém, tentando esconder que, afinal, na verdade, nunca se sentiu amado, e por isso se defende, num eterno faz-de-conta que só faz mal a quem protagoniza o teatro que escreveu para si próprio......e há o amor que une duas pessoas sem laços de sangue.
O que sabemos dele?
Provavelmente, pouco. Quando amamos, somos como pequenas crianças, em pleno egocentrismo, desejando ser o único objeto de amor da pessoa a quem endereçámos o nosso afeto. E quando assim é, dizem, é porque não será amor-amor. Será o preenchimento de um vazio, porque, dizem, o amor - amor não exige. É. Contenta-se em existir e em dar. Será?
Isso pode soar a submissão. E eis o pântano pior: o dos conceitos. O do significado das palavras, e a consequente medição da intensidade do amor.
Muitas vezes os casais sentem que um ama mais. Mas é mensurável, o amor?
Amar talvez seja aceitar viver bordejando, sobrevoando a linha costeira, com medo de atravessar marés ou enfrentar a força dos ventos. Amar poderá ser a aceitação de todos os defeitos, tudo o que sobra das lâminas das folhas da paixão. Amar poderá ser a eterna paixão e o nunca se sentir satisfeito. Mas amar será, sobretudo, creio....o sentir que se pertence a algo maior do que nós próprios. O rever-se em olhos que não são nossos, mas nos conhecem melhor do que nós. E aceitar esse sentimento de ser Um, apenas porque a inevitabilidade desse sentimento é maior do que todas as somas de todos os defeitos e de todas as dificuldades.
Assim te escrevo.....porque, provavelmente, pouco sei do amor, e todas as palavras que deixo no papel poderão ser, apenas, as recordações que referes, de algo que foi, que talvez possa ser, ou de todos os encontros que falhei. Porque todas elas serão, talvez, a busca. A eterna demanda do sonho. Afinal....talvez a aceitação do amor seja a aceitação da inevitabilidade do destino, de que te falava antes....ou aceitar que a nossa condição natural é amar...ou aceitar que quem nos toca o fundo da alma, ficará para sempre, como uma impressão digital gravada no peito. Afinal....por vezes, o que foi ainda pode ser, e se tivermos sorte, aquele a quem devotamos a nossa paixão, sente a mesma sede de infinito quando pensa em nós.
Um abraço profundo. Cheio de sorrisos.
Susana Duarte
Texto e foto
Blog Terra de Encanto
Lote de 6 gravatas eróticas
1 com padrão de preservativos,
2 com mulher nua no forro,
1 com padrão de porcos a acasalar,
1 com imagem de um torso feminino e
1 com forma de pénis
Com estas gravatas, qualquer reunião é um sucesso.
2 com mulher nua no forro,
1 com padrão de porcos a acasalar,
1 com imagem de um torso feminino e
1 com forma de pénis
Com estas gravatas, qualquer reunião é um sucesso.
20 janeiro 2014
«conversa 2041» - bagaço amarelo
Eu - Por causa da chuva?!
Ela - Sim. Na ânsia de apanhar a roupa que estava a secar, puxei-a com demasiada força e foi toda lá para dentro.
Eu - Ah! Então não deves ter estragado nada.
Ela - Não?
Eu - Não. Deve ser só preciso abrir aquilo e ir lá desenrolá-la. Depois é só um ou outro ajuste...
Ela - E tu sabes fazer isso?
Eu - Qualquer um sabe.
Ela - Queres jantar lá em casa este fim de semana?
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Luís Gaspar lê «Aqui mereço-te» de António Ramos Rosa
O sabor do pão e da terra
e uma luva de orvalho na mão ligeira.
A flor fresca que respiro é branca.
E corto o ar como um pão enquanto caminho entre searas.
Pertenço em cada movimento a esta terra.
O meu suor tem o gosto das ervas e das pedras.
Sorvo o silêncio visível entre as árvores.
É aqui e agora o dilatado abraço das raízes claras do sono.
Sob as pálpebras transparentes deste dia
o ar é o suspiro dos próprios lábios.
Amar aqui é amar no mar,
mas com a resistência das paredes da terra.
A mão flui liberta tão livre como o olhar.
Aqui posso estar seguro e leve no silêncio
entre calmas formas, matérias densas, raízes lentas,
ao fogo esparso que alastra ao horizonte.
No meu corpo acende-se uma pequena lâmpada.
Tudo o que eu disser são os lábios da terra,
o leve martelar das línguas de água,
as feridas da seiva, o estalar das crostas
o murmúrio do ar e do fogo sobre a terra,
incessante alimento que percorre o meu corpo.
Aqui entre o poço e o muro,
as claras ervas, as pedras vivas, os pequenos animais,
os alimentos puros,
as espessas e nutritivas paredes do sono,
o teu corpo com todo o vagar da sua massa,
todo o peso das coisas e a ligeireza do ar.
Ao flexível volante trabalhado pelas seivas
a minha mão alia-se: bom dia, horizonte.
Uma saúde nova vai nascer destes ombros.
A lâmpada respira ao ritmo da terra.
Sei os caminhos da água pelas veredas,
as mãos das ervas finas embriagadas de ar,
o silêncio donde se ergue a torre do canto.
Abrem-se os novos lábios e eu mereço-te.
É este o reino de insectos e de jogos,
das carícias que sabem a uma sede feliz.
Aqui entre o poço e o muro,
neste pequeno espaço de pedra cai um silêncio antigo:
uma infância inextinguível se alimenta
de uma fábula que renasce em todas as idades.
É aqui, minha filha, que dança a fada do ar
com seu brilho sedoso de erva fina
e a sua abelha silenciosa sobre a fronte.
É aqui o eterno recanto onde a água diz
a pura praia da infância.
Aqui bebe e bebe longamente
o hálito da tristeza no silêncio da vida,
aqui, ó pátria de água calada e de pão doce,
da fundura do tempo, da lonjura permanente,
aqui, bom dia, minha filha.
António Ramos Rosa
António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924 - Lisboa, 23 de Setembro de 2013), poeta português, ainda reconhecido como desenhador. Fez parte do MUD Juvenil. O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
e uma luva de orvalho na mão ligeira.
A flor fresca que respiro é branca.
E corto o ar como um pão enquanto caminho entre searas.
Pertenço em cada movimento a esta terra.
O meu suor tem o gosto das ervas e das pedras.
Sorvo o silêncio visível entre as árvores.
É aqui e agora o dilatado abraço das raízes claras do sono.
Sob as pálpebras transparentes deste dia
o ar é o suspiro dos próprios lábios.
Amar aqui é amar no mar,
mas com a resistência das paredes da terra.
A mão flui liberta tão livre como o olhar.
Aqui posso estar seguro e leve no silêncio
entre calmas formas, matérias densas, raízes lentas,
ao fogo esparso que alastra ao horizonte.
No meu corpo acende-se uma pequena lâmpada.
Tudo o que eu disser são os lábios da terra,
o leve martelar das línguas de água,
as feridas da seiva, o estalar das crostas
o murmúrio do ar e do fogo sobre a terra,
incessante alimento que percorre o meu corpo.
Aqui entre o poço e o muro,
as claras ervas, as pedras vivas, os pequenos animais,
os alimentos puros,
as espessas e nutritivas paredes do sono,
o teu corpo com todo o vagar da sua massa,
todo o peso das coisas e a ligeireza do ar.
Ao flexível volante trabalhado pelas seivas
a minha mão alia-se: bom dia, horizonte.
Uma saúde nova vai nascer destes ombros.
A lâmpada respira ao ritmo da terra.
Sei os caminhos da água pelas veredas,
as mãos das ervas finas embriagadas de ar,
o silêncio donde se ergue a torre do canto.
Abrem-se os novos lábios e eu mereço-te.
É este o reino de insectos e de jogos,
das carícias que sabem a uma sede feliz.
Aqui entre o poço e o muro,
neste pequeno espaço de pedra cai um silêncio antigo:
uma infância inextinguível se alimenta
de uma fábula que renasce em todas as idades.
É aqui, minha filha, que dança a fada do ar
com seu brilho sedoso de erva fina
e a sua abelha silenciosa sobre a fronte.
É aqui o eterno recanto onde a água diz
a pura praia da infância.
Aqui bebe e bebe longamente
o hálito da tristeza no silêncio da vida,
aqui, ó pátria de água calada e de pão doce,
da fundura do tempo, da lonjura permanente,
aqui, bom dia, minha filha.
António Ramos Rosa
António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924 - Lisboa, 23 de Setembro de 2013), poeta português, ainda reconhecido como desenhador. Fez parte do MUD Juvenil. O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
19 janeiro 2014
«A minha companheira» - por Rui Felício
Depois de tomar banho, espelha a maior felicidade.
Gosta de ficar esparramada no sofá a ver TV, completamente nua, deliciada com o cheiro do banho acabado de tomar.
Já lhe disse várias vezes que ao menos podia vestir aquela saia curta, levezinha, que lhe comprei há tempos. Embora estivesse na intimidade do lar, escusava de ficar assim nua, descomposta , húmida e sujeita a apanhar uma constipação...
Ontem, mais uma vez, insisti que vestisse a roupa que lhe comprei.
Reagiu, agressiva, abocanhou a saia que eu lhe tentava enfiar, rasgou-a, e saiu para o quintal esbaforida a ladrar.
Rui Felício
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