12 novembro 2017

«é um complô!» - bagaço amarelo

Os homens aprendem a Amar com as mulheres. É por isso que, apesar do sofrimento, acabar um Amor e começar outro é quase sempre positivo. É um passo à frente, na verdade. Se as mulheres não quisessem ser professoras como normalmente são, à primeira asneira grave de um homem mandavam-no logo passear. Mas não o fazem, penso eu que por condescendência. Em vez de perderem toda a paciência duma vez, preferem perdê-la devagarinho. Devagarinho também, vão-no ensinando a ser um Amor melhor.
É um complô das mulheres, claro. Agindo assim, em grupo, elas sabem que têm mais hipóteses de um dia conseguirem ter um companheiro menos estúpido, um qualquer que já tenha derretido totalmente a paciência a pelo menos uma outra mulher, para compensar a paciência que a actual companheira também perdeu com outro homem qualquer.
Apesar de tudo, os homens também lucram com esta estratégia colectiva das mulheres. Por um lado porque aprendem bastante com elas, segundo porque vivem sempre na ilusão de que sabem Amar. Eles nunca topam que elas estão apenas a contar o tempo que falta para o porem à disposição de outra e acreditam que estão numa óptima relação eterna. É por isso, aliás, que são quase sempre elas a acabar com a coisa.
A condescendência das mulheres para com os homens não se fica por aqui. Enquanto elas ensinam o essencial, que é saber Amar, fingem que também têm muito a aprender com eles. É por isso que as actividades marcadamente masculinas são sempre coisas tão simples como apertar um parafuso, mudar o pneu dum automóvel ou trocar um interruptor lá em casa. Eles ficam todos contentes porque fizeram qualquer coisa e elas fingem que estão muito admiradas com a capacidade que eles demonstraram.
É claro que não cheguei sozinho a tudo isto que acabei de escrever. Foi uma mulher que me ensinou. Estávamos num restaurante qualquer quando ela me deixou e me disse que esperava que eu fosse um homem melhor na minha relação seguinte, se viesse a ter alguma. O que ela queria realmente dizer era outra coisa, que apenas lhe li no pensamento enquanto o empregado trazia a conta: "Espero ter-te ensinado alguma coisa estes anos todos!".
É um complô!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»