01 fevereiro 2019

#pilismo - Ruim

O jantar correu bem, bebeu-se na quantidade certa e a conversa fluiu o suficiente para convencermos uma gaja de que era boa ideia ir connosco para o apartamento. Fazer o quê? Bom, nunca podemos dizer o que vamos fazer. É daquelas situações em que dois adultos se comportam como crianças na pior peça de teatro da escola de sempre. Ambos sabem que estão ali para foder mas têm de fingir que estão ali para fazer tudo menos o que interessa. É curioso ver o que as pessoas se lembram de falar nestas alturas, porque a conversa é forçosamente mantida o mais longe possível da temática sexual.

- Tenho aqui este CD original dos Oasis que comprei na Virgin. "Definitely Maybe". Melhor álbum de sempre. Eram os anos 90, sabes? E este puff? O que achas? Fofinho. Verde. Comprei-o no Espaço Casa em promoção e… *a gaja tira a camisola* e... que se fodam os Oasis. Nunca gostei deles. E este puff vai janela fora!

Agora que finalmente atingimos o objectivo que tínhamos em mente há mais de 4 horas, chega a hora da verdade e o “menino” não corresponde. Seja porque razão for, não interessa se é um problema na cabeça ou um problema na “cabeça”. Ah, que trocadilho do caralho. Olha outro. Estou imparável neste modo Teresa Guilherme. Existem mil razões para isto acontecer e não temos tempo para abordar individualmente as causas, o que interessa neste momento é como reagir e tirar o melhor partido de uma situação desastrosa à primeira vista.

O que não fazer

- Dizer “isto é a primeira vez que me acontece!”. Não, não é. Tirando a primeira vez que realmente aconteceu e nos deixou em lágrimas por realmente ser a primeira vez e essa cabra não ter um pingo de confiança nas nossas palavras, mentir dessa forma só vai piorar o que já de si é mau.

- Propor ver pornografia. Não me parece que ver gajos com erecções tipo silos de centeio vá ajudar à vossa auto-estima.

- Ficar na defensiva e reagir de forma agressiva para com a pessoa acusando-a de qualquer coisa ridícula. Descarregar a frustração naquela pessoa é errado, mas o pior é se no meio dessa discussão vocês soltam um “vai-te foder!” e ouvem “eu bem queria, mas pelos vistos não há um homem disponível para tal!” Como é que voltam a olhar para o espelho depois desta?

- Insistir de forma criativa, ou seja, pedir à pessoa que faça ou diga coisas para ver se isso joga para o vosso lado como (pensam vocês) que vai jogar:

- Oh, sabes o que é que podias fazer?
- Já estou por tudo. Diz.
- Podias fazer uns totós, gemer como um bebé e segurar um sapato no ar enquanto cantas Oasis...
- Ok…
- Ah… e chama-me de Diana. Acho que… acho que assim… sim… vai dar.

Não vai dar, “Diana”.

O que fazer:

- Rir. Já que ela está a rir, juntem-se a ela. Juro que é a melhor coisa que podem fazer. Até podem agarrar na “invertebrada minhoca”, fazer uma vozinha de desenho animado a dizer “olhem para mim que não me consigo levantar!” e rirem todos bué para ver se o ambiente de merda desaparece.

- Dizer com toda a confiança do mundo “eu sabia que não devia ter bebido”, mesmo que só tenham bebido água ao jantar. O mais importante é manter uma cara séria a dizer isto e ignorar os risos dela.

- Dizer “eu não esqueci a minha ex, sabes…?” e sentarem-se na cama com as mãos na cabeça. Preparem-se para ter uma conversa de uma hora sobre sentimentos e sexualidade. Conversa que não pediram mas que ela vai insistir em ter.

- Fingir um AVC. Ok, esta é desesperada. Mas acreditem que um AVC pode salvar vidas (sexuais).

- Perceberem que isto hoje não dá e vão para a sala ouvir Oasis sentados num puff.

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