Poderíamos pensar que os ácaros são uns fetichistas por gastarem tanto do seu tempo a introduzirem-se nas nossas camas sub-repticiamente e de mansinho se encostarem às escamas da nossa pele, fingirem que nos acariciam e estão apenas a sugá-las todinhas. Até parecem aquela gaja ou gajo lá do trabalho que roda à nossa volta com sorrisos concupiscentes e palmadinhas nas costas e beijinhos de chegada e de partida só para nos sacar algo melindroso que possa vomitar no colo dos superiores.
Também poderíamos supor que são uns coprófagos por nos encherem os colchões e almofadas com os seus excrementos que nos enchem de coceira, tal e qual como os seus primos carraças fazem aos cães.
Contudo, a vida sexual dos ácaros caracteriza-se por uma proliferação do incesto e do abuso de crianças, capaz de entupir os tribunais se eles os tivessem e de lhes encher as prisões pela dificuldade de colocar pulseiras electrónicas em seres de uns 300 mícrons de tamanho.
A coisa passa-se assim: o bebé ácaro macho permanece no conforto do lar materno calmamente à espera que lhe nasça uma irmã e nessa hora feliz até dispensa os seus préstimos à mãe para ajudar no nascimento e logo que a bebé fêmea vê a luz do dia, acopla-se a ela com toda a força. Tradicionalmente, a recém-nascida detesta este costume de boas-vindas e voa para longe dali ficando o menino junto de sua mãe, à espera de uma nova irmã.
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Uma por dia tira a azia