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20 janeiro 2007

Calão e jantarinhos

Há dias o zb escreveu sobre «Calão cavalheiresco».
Os comentários foram mais que muitos, foda-se!
Esclareceu o zb: "A linguagem é afinada consoante o objectivo de mandar alguém para o caralho ou trazê-la até ao caralho. Perceberam? É que facilmente um homem percebe «Vai para o caralho» e com uma mulher já dizer «Vem ao caralho» pode ter o efeito contrário de a afastar. Não tem nada a ver com aberturas, mas com tácticas e objectivos, mas isso sabem vocês todas muito bem, pois são mestres no «não quero» quando estão desejosas de algo".
Bartolomeu: "Eu sou dos que chama os bois pelos nomes, de modo a conseguir localizar-me no espaço e no tempo. Nada é intemporal. Não perceberam onde estou a querer chegar? Então deixem, não se preocupem. (...) Não vale a pena perder tempo com calões, ou chavões. Não é a linguística que altera o significado das intenções. Isto porque, se um tipo simplesmente deseja «morfar» a tipa, mas ela não está para aí virada, bem pode gastar o ordenadinho em jantares, que não chega a lado nenhum. No entanto, se é vontade dela que se realize uma enorme festança, digo-vos e podeis acreditar, não é preciso o caramelo preocupar-se com o jantar, ela encarrega-se do assunto. Mas... em verdade vos digo e para que sejamos honestos no falar, a «coisa» corre melhor se houver antes o romantismo de um jantar, que não tenha o gosto de pagamento de factura. (...) Criou-se um faz-de-conta geral, que diz o seguinte: Todo o gajo que é gajo, «faz» a gaja e depois basa. Ilusão! Nem o gajo quer basar, nem a gaja quer que o gajo base, nem o gajo quer só enterrar a piça na greta da gaja, nem a gaja se resigna a receber a piça do gajo, em troca de um almoço, ou de um jantar. O que todos desejam, homens e mulheres, é que a relação, breve ou longa, seja apreciada por ambos, sem espertezas, nem enganos. Obviamente, para além dos olhos-nos-olhos e da atracção física, mesmo que não haja amor, pretende-se que haja desejo... de ambos."
Charlie: "Ai... é por isso que hei-de ser sempre um desgraçado com o coração feito em pedaços. Perdido em tempestades de emoções e poesia. Eu gosto mesmo é de amar. Sentir o coração da mulher a bater no meu peito e morrer por ela. Sexo é bom, pois é. Mas sem amor... Estou como o Zezinho: espera aí que já venho, vou ali bater uma..."
fábula: "Há que falar a linguagem da pessoa que se tem à frente, independentemente do sexo da pessoa. Se é uma conversa, o que interessa é que as pessoas se entendam, certo? (com ou sem caralhada pelo meio, eh eh!)"
São Rosas: "Eu também não sou gaja para tolerar caralhadas por dá cá aquela foda".
Nelo: "Pois eu Roza, quande éi pelo cu assima éi quande éu goste mais..."
: "Não existe nada mais sábio que o tempo. Passo a explicar: hoje até se aceita que um «jantarinho» pode ser romântico e prévio a um encontro amoroso que desague numa relação sexual. Vero?... Há umas boas semanas atrás, ouvi das «boas» por sugerir que um bom jantar ajudaria certamente a que as pessoas se desinibissem e tornassem mais íntimos os momentos que se seguissem... E acusaram-me de «meter dinheiro» nestas coisas... Hoje,parece-me discutirem como será melhor. Se ele, se ela a pagar... e - pasme-se! - se umas «caralhadas» (com que vergonha me expresso desta forma) ajudam ou não à situação..."
OrCa: "Nestas coisas a dois, o que dá gozo só a um faz-me sempre lembrar a história do outro que quis mostrar à mulher como se fazia amor à paraquedista. Já agora, a propósito, bate o vate:
o vernáculo é pio - não é piu
e deve usar-se como um fato por medida
que fazer rapapés à mal fodida
quando se vai ver dela... já fugiu

tudo aqui se concerta num concerto
se a língua se destrava é por consenso
e então tanta graça, tanto ardor e tanto incenso
faz em ambos que se fodem mais acerto

tudo o mais feito a sós é uma treta
que a dar gozo como aqui tão bem se estima
é bruteza fera e negra e faz mau clima...
por um só - meus amigos - só punheta.

H2SO4: "O que interessa a terminologia? Fazer amor, foder, fazer sexo, encavá-lo ou abocanhá-lo...? Quanto mais variado for o sexo que se pratica com amor ao dito, melhor é a foda. E quem pensa em comer se a fome é foder? Mainada!"
OrCa:
"convivas, há que dizê-lo
bem de frente e formas lisas
que o vernáculo é tão belo
como o amor sem camisas

dizer foder é fodido
ou cona ser do caralho
tudo vai do seu sentido
ou do contexto a retalho

mas dizer seja o que for
este, aquele de peito ao ar
há-de dar gozo maior
se tanto disser o par

e um que mata, outro esfola
cada um a seu contento
mal ele diz: «- Sarapitola!...»
diz ela: «- Já cá está dentro!»

Anos dos bons para todos!"

Alcaide:
"depende da posição
do momento, do trabalho,
de pé não diz palavrão
se deitados, é o caralho...

os dois na cama perdidos
e se ela se abandona
há caralhos e gemidos
até peidinhos na cona!

a treta inacabada
oh! filho não pares mais
oh! filha estás encabada
eu me venho...não te vais!

palavra meu palavrão
quem é que o não sentiu?
numa fraca ocasião
dizer... puta que pariu!..."

Nelo:
"Ai iço e o que eu gosto
De sentir-me açim no meio
Dum caralhal bem disposto
Sem vaidades ou desvaneius

Ei uma melhér que faz um verço
E outro home pelo mejmo caminho
Um ei Orca desde o Berço
outro um Alcagoitezinho

Mas nam pençeim que me squeço
das gaijas imbora as covas.
E há nina Matere eu pesso
Que nunca me ponha há prova

Queu çou bisha, ai pois çôu
Mas neste mundo bem squezito
Tudo por um caralho dou
Mas de repente gosto dum pito

ai foge pençamento
Que ideia feia e porca
Continueim Alcagoita
E o Bardo eçe, de nome Orca..."

zb: "Ena c'um C******. Um gajo anda uns tempos por fora, que nem tem tido tempo para coçar os C***ões e chega aqui e pimba. Ora tenho a esclarecer: A coisa está um bocadinho fora do contexto pois tudo foi retirado do seu contexto. Assim, eu não digo que tenho dificuldade a falar de sexo com mulheres (muito menos em fazê-lo), digo apenas que normalmente com mulheres costumo elevar o nível da linguagem (ou será que o desço com os homens?), não invalidando que não diga foder ou outras carvalhadas do género, mas atentamos a este exemplo: Estando com um amigo posso dizer : «Aquela gaja levava uma 'ganda' foda». Se estiver com uma amiga (que não esteja interessada) já direi: «Aquela rapariga é interessante!». Se for com a própria rapariga, não lhe vou dizer «Levavas uma 'ganda' foda» nem «és interessante» mas, dependendo das circunstâncias e inspiração do momento: «Estás muito bonita... blá, blá, blá, etc. Queres jantar comigo?». Sim, jantar, porque nestas coisas ou é ou não é. É que «Jantarinho» rima com «arranjinho» e por muito que o seja nenhuma mulher gosta de admitir que uma relação o é. E depois o pagar está implícito, ninguém deve dizer que paga. Isso é coisa de putos. Aqui eu sou muito à moda antiga: o homem, normalmente, deve pagar o jantar, mais não seja por a mulher estar à espera disso".
Nelo: "Acho Zei Bei que tens cunverça a mais... Iço soa me a desculpas, melhér... que tal um boa broshada com caralhadas há mistura?..."
zb: "Nelo, não sei como é que pensas fazer um broche e falar ao mesmo tempo, mas de qualquer maneira, para mim, broches só os feitos por mulheres. Tens de procurar clientela noutro lado para esses teus dotes artísticos. Já agora, tens algumas amigas (fêmeas) boas que necessitem de algum «ombro» amigo? Humm?"
: "Para encerrar o debate, em verdade vos digo : ou se faz amor, ou se faz sexo... tudo o mais que se possa dizer sobre a matéria carece de fundamentaSão prática (e até mesmo empírica...). Essas expressões vernáculas, que me recuso a reproduzir, são apenas sinónimos (e fracos) do mesmo étimo.Vão-se catar!..."
E nós fomos, caralho.

02 fevereiro 2008

Pedras, para que vos quero!

Lembram-se de termos falado aqui, quando o OrCa nos convidou para um memorável passeio a Miranda do Douro, do 69 mirandês?


Pois recentemente encontrei esta imagem de San Cipriano de Bolmir, na Cantabria:


E no Reino Unido, terra dos «Sheela Na Gig» (representações em pedra, que se encontram em muitas igrejas medievais, de uma mulher que afasta os lábios da sua vulva e se expõe aos... paroquianos), estas figuras são de uma grande variedade e riqueza.


Página entesantíssima (sim, sim, eu disse interessantíssima) sobre este tema: The Sheela Na Gig Project.
__________________________________________
Charlie: "Da linguagem quase perdida e imortalizada nas pedras há muita coisa a aprender e estudar. Por toda a Europa se encontram figuras rondando, sempre de forma grotesca, este tema.
A sua leitura, que num ambiente de quase total analfabetismo, era transversal a todos os estratos sociais dessas épocas e ter-se-á perdido com o passar dos tempos.
Dou por mim a imaginar todo o ambiente que se viveria nos estaleiros onde, às mãos de mestres e aprendizes, as peças eram cinzeladas e aparelhadas de forma a imortalizarem-se das mudas pedras que esperaram uma eternidade para se perpetuarem em mensagem.
O que é que as pedras querem dizer de verdade?
Não a sua mensagem directa, mas a outra.
Essa que sentimos quando olhamos interrogativos e, quantas vezes, perplexos para elas.
Elas dizem sempre muito mais do que estão a dizer-nos.
Talvez o que queriam dizer é o que elas calam e que ao calar acordem, na luz da noite, o nosso subconsciente colectivo.
Um farol à vista mas oculto entre o mar."


OrCa: "Pois, se me arranjas uma gaita de foles e um tamborileiro em fundo, sempre te digo que

se a nossa carne é fraca
se qualquer brisa a demove
dificilmente se ataca
de pedra um sessenta e nove

e quando a vulva se avulta
lábios ao céu apartados
de pedra essa carne exulta
faz-nos sentir acordados

e quem julga os medievos
tristonhos até não mais
baralha tempos coevos
qu'eles sabiam-na, carais!

E ainda...

se numa igreja medieva
cona se abre ao paroquiano
bem haja a pródiga Eva
assim se dando sem dano"

RicaPrima: "Eu, que sou pedra, agradeço-vos tanto amor, tanta emoção, tanta vibraSão! Bem hajam, Orca y Charlie! "

28 dezembro 2008

Ah leoa!


Há quem diga que os leões são uns preguiçosos já que enquanto as leoas vão à caça para alimentar as barriguinhas eles ficam pachorrentamente a fazer umas sonecas à sombra das suas jubas e raramente as acompanham.

Outros há que contra-argumentam que eles precisam de poupar forças porque as leoas são muito exigentes na cama. A questão é que no período de acasalamento mensal que dura de 2 a 5 dias, as leoas precisam de fazer sexo umas 50 vezes ao dia, seja de dia ou de noite e em bando, elas tendem a ter cio todas ao mesmo tempo, de onde se julga ter nascido o epíteto de rei das selvas.

_______________________________
O Bartolomeu vem demarcar o seu território:
"O leão é bicho forte
de juba farta e dourada
E na foda não é «corte»
traz a leoa bem consolada

Eu na selva sou elefante
com minha tromba afamada
Atrombo na minha amante
E no resto da manada

Vêm hienas do deserto
pedindo aquele minete louco
Trazem o cono bem aberto
E o seu risinho maroto

Aparecem tambem as girafas
de cabeças bem levantadas
(pedindo choramingas)
- Bartolomeu, vê se me safas
faz-me umas belas trombadas!

Vêm macacas, doninhas
invadem a selva num instante
- Atromba nas nossas coninhas! -
pedem elas insistentes

E esta tromba comprida
Sempre pronta pr'ó trabalho
enche-lhes a cona escorrida
Como se fosse um caralho"

O Nelo exorcisa a azia às covas:
"Melhér, tu Bartolodele
que fases do minete farpa
Tens uma forma eisquezita
de lamberes a cova à jirafa

Çe nam foçe eu çaber
çeres melhér q´ du falar beim goshta
diria quereres antes faser
du méu falar coiza de tróssa

Pois çe çou melhér que fala
co´a prefeissão ca lingua le deve
nam çei perqueim éi quele çe istalfa
a inventare cu Nelo mal iscreve...

Beim çei que éi Girafa
o bicho eçe de grande bescoço
mas que quereim çó miscapa
o iscrever "jirafa" e prontos.

Mas mete aind´ o Bartas e dele
uns macacus e umas doninhas
umas trombas e umas rizinhas
tudu prás covas, çeim apelo.

neim uma frase prá alma, eshta
que éi bisha rezidente
o que çeria deshte broshe
u que çeria deshta jente?

Maj nãu! Ele éi trombada
ele ei falar de covas
ele éi: Çenhores que farta
queu istou, dehste Barta e çuas trovas.

Inda tive uma isprança
quande iscreveu u bisho com "jí"
pençei cu bescoço comprido
hera coiza para mim

Mas nam paçou de gozo
com este pobre homeimzeksual
De jirafa paçou ao cono:
- A arcaide-cova feminal. -

E mustrar como é çacana
disvalendo u queu valho
acabou a Ode eim covas
escurrendo tudu prum caralhu"

O OrCa não pode ouvir falar em oder que aparece logo para ajudar "a endireitar um pouco os cortinados":
"o leão é fortalhaço
no sexo bem aplicado
e deve tê-los de aço
ou talvez contraplacado

mas é bicho dado a fitas
e tal qual coelho astuto
dá as suas pranchaditas
em bem menos de um minuto

são muitas será bem certo
diz quem lhe inveja o total
mas não me parece esperto
afinal este animal

muitas dá e tanto pena
nas unhadas da consorte:
«- Dois minutos? Ena, ena!
hoje estás touro de morte!...»"

E como quem anda à caça pode levar um tirinho, eis que o Nelo reaparece:
"Que çaudades tinha éu du Orca
Mais da çua poezia.
Ele é melhér dus més incantos
Ai Orquita u queu te fasia...

Heras mais cum touru de morte
Um lião sheio de vida
Doish minutos? Ó que çorte
O tempo cuntigo, nam teim medida.

Isperu-te Orca onde quizeres
Eim caza ou milhor, no té quintale
Nu meiu das plantas, çelva de praseres
Çente-me melhor, çeres animal

Mazinda vou há nina Plyana´
Eça que goshtava de çer home
Fica çabendu que na cama
Não ção covas u cu Nelo come

Mas nam discarto uma cunverça,
Deças cas melhéres teim çegredo
Falar de broshes, de homes etecetera
Menus de covas, diço teinho medu

Verás cumo a jente çe diverte
Ai melhér, ai que rizota
E çe um dia mudaris de seksu
Terei atrás aberta a porta..."

22 junho 2007

61 pessoas vão conviver e divertir-se ao 7º Encontra-a-Funda

Quem não pode ir imagine-nos amanhã à noite, numa quinta por trás da serra da Estrela, depois de um passeio a Centum Cellas, à prova de vinhos na Quinta dos Termos, à jeropiga branca fresquinha do Pielas e ao monumento fálico do Ferro. Com explicações a sério pelo David Caetano da Arqueobeira e à moda da funda São pelo Dom OrCa.
Após um piquenique em que iremos provar petiscos e bebidas de quase todo o país, teremos o Sãorau, com poesias eróticas da Encandescente, do OrCa e do Pedro Laranjeira, algumas delas musicadas e coreografadas pela Tuna Meliches, que nos presenteará com uma sessão de karalhoke e com o que esperamos ser o momento alto da noite: a peça de teatro «Auto das Danações», do nosso amigo e mestre Dom OrCa. E quem melhor que ele para nos explicar o que é esta piç... peça?
Já repararam na capa do «Auto das Danações»? Aquilo é «a funda ediSão» especial da colecção de literatura de cordel que os nossos amigos da Apenas Livros prepararam para o 7º Encontra-a-Funda e vai lá estar disponível à venda. É muita pinta, Noé? Quem quiser comprar este livro e não puder ir lá, é só mandar-me um e-mail. E lá haverá brindes malandrecos oferecidos pela malta fixe da Erosfarma. Eles estão na ExpoFoda, que começou ontem (para quem quer saber notícias do Salão Erótico, a Matahary sugere que leiam a crónica do primeiro dia no Correio da Manhã, mas no Diário de Notícias também encontram mais alguma informação).

15 novembro 2009

Os andaralos do 12º Encontra-a-Funda

Durante um dia, fomos...
... andarilhos, porque andámos muito. Mas foi pela cidade das malandrices, por isso fomos...
... andaralhos. Só que pelas Caldas, por estes dias, não se fala em caralhos e sim em falos, por isso fomos...
... andaralos!

Foi um dia tão entesante (sim, sim, eu disse interessante) que no fim até cheguei ao carro toda molhadinha... talvez porque estava a chover.
Tantos momentos bons... tão bom estar convosco... que seria preciso um blog inteiro só para falar de tudo o que se passou neste 12º Encontra-a-Funda.
Só mesmo o OrCa consegue resumir tudo tão bem.
A Ana Andrade também faz um belo resumo do dia, apesar das suas Câimbras Mentais (o ombro direito dela é que deve estar uma lástima, com aquele saco onde ela traz a vida dela toda). Mesmo com o ombro esnocado (adoro esta palavra e há tanto tempo que não a usava), a Ana gravou primorosamente o Blues conimbricense, traçado de brasuca.
E o Rafaelito-Alérgico-a-Maçapão, que está um espiçalista em reportagens, também fez um excelente trabalho, que até tem uma segunda parte.
Por isso sugiro que vejam por esses lados um poucochinho do tanto (mas tanto) que por lá se passou. Aqui, deixo-vos uma selecção de algumas outras imagens:


Esta escultura do ceramista Vítor Alves foi a minha preferida entre todas. Ficava tão bem na minha colecção...



A mesma peça... digo, piça vista a fazer o pino.



O OrCa e o Rafael marcaram a nossa presença no livro das mesmas, na exposição do Caldas Shopping.



O Paulo Moura, confrade do Príapo, à conversa com o ceramista e confrade Vítor Lopes e com o artista José Pires (sempre discreto, lá ao fundo), na Casa dos Barcos. Ao Vítor só faltava um cordel pendurado por baixo do avental...



À porta do posto de turismo, uma bicicleta do município das Caldas, comprovando que o erotismo pode encontrar-se em todo o lado... até num selim.



A dedicatória para o diciOrdinário do OrCa tinha que ser especial... e teve um desenho do mestre Raim, além de dedicatórias da Gotinha e da São Rosas.



O momento mais assustador da noite, quando irrompeu pela sala o monstro narigudo do WC. E quando soprava o nariz levantava!



O Pedro Laranjeira e a cabaça que o Katano trouxe de Caria, oferecida pelo Jorge para a minha colecção. Tenho que lhe pedir que me diga de novo os nomes da terra de onde veio esta obra de arte e da raínha que se apaixonou pelas hortas dessa aldeia. Ah! O Pedro Laranjeira é o da direita.



Há quanto tempo que não me liam um conto para adormecer...

Espero que todos tenham tido um bom regresso a vossas casas.
À malta que foi e à que não pôde ir, até à próxima!

07 abril 2009

show off the record

no pavor de uma noite em confusão
num subúrbio muito mais que limitrofe
num esconso do viver – num alçapão
surge o mestre dessa arte do show-off

e trementes perturbadas hortaliças
os morangos e as peras demais fruta
à banana não conseguem pedir meças
escafedem-se os covardes sem dar luta


Nota do autor, antes que me apareça o correCtor com pernas do costume: o termo limitrofe é mesmo assim, vem do russo; é primo do Popof e sobrinho de uma estrofe...
2ª Nota do autor - Vai lá de pôr o acento nas pêras, como aconselha vivamente a Dona São - mas não é para fazer compota!

______________________________________
O Nelo não pode ver fruta que a ode logo:

"Ai Popofe, que Orcaste em istrofe
que tal çoando a regabofe
teim o mejmo çom de broshe
que embardas beim nu queu çou forte.

E au çaberes pôre numa gloza
a fruta pera-morang-bana
ficu, melher toda guloza
por nam rimares ca 'cona da mana

Mostrash çer melhér de mote
Melhér que çabe da puezia
Fases iço com tal mestria
queu melhér, membisho toda

fico feita numa lõuca
em tezão e aligria
Orca, melhér ésh quem éu queria
ter um dia numa foda..."

E... chamaram "um corretor com pernas"?

"Meu bom OrCa, sabes bem que adoro tu
e estas rimas a que tu dás sempre nexo.
Come a pêra, que tem formato de cu
mas não comas o acento circunflexo!
São Rosas"


O OrCa, quando ode, não sai de cima:

"circum-circum talvez de navegação
sempre em volta do que ao prazer nos mereça
se ponho acento na pêra, cara São,
dá por certo que logo o Nelo apareça

o problema que da língua aqui reside
tem de ver com o limite aos acrescentos
a verdade é que um gajo não se decide
como pôr sobre tais pêras dois acentos

bem pior se permites o palpite
é ao «corrector» deixar cair o cê
co'as pressas fica asneira sem alvitre
- corrector brazuca quem manda é você..."

30 maio 2021

O fundo Baú - 123

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 8 de Novembro de 2004, este blog comemorou o seu primeiro aniversário. Tive várias prendinhas. Uma delas foi esta ode do OrCa:

O OrCa sabe mesmo oder uma gaja...

Sãozinha de parabéns
Sãozona do coração
São és a mulher que "os" tens
São Rosas da Funda São!
... ... ... ... ... ... ... ...
Sãozita, já te dei lá atrás uma
Dou-te outra aqui já no fundo
Na Funda São que se apruma
A bem do sexo no mundo

Pornografia? Erotismo?
Vão mas é lamber sabão!
Se a Bíblia quer catecismo
A malta quer Funda São!

Não será tudo na vida
Andar de sexo à cabeça
Mas para ser bem vivida
Venha o primeiro que o esqueça

Anda p'r'aí em premência
Muito hipócrita sem queca
Cobrindo tanto a carência
Que se lhe vê a careca

Parabéns, bela Sãozinha
Como tu não há melhor
E contigo tudo alinha
São com graça... e sem pudor.

OrCa

04 julho 2021

O fundo Baú - 128

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»




Em 21 de Novembro de 2004, dois dias depois do 2º Encontra-a-Funda, em que reunimos num jantar 24 membros e membranas deste blog, o OrCa odeu a acta:

A Fun’Danço

No II Encontro d’A Funda São 
- Restaurante Simões dos Leitões, Mealhada, em 19 de Novembro de 2004 - 


Aqui estamos uma vez mais reunidos 
Alguns mecos que dão corpo ao manifesto 
Talvez poucos, porventura, mas unidos 
Que dos outros nem reza a História, de resto... 

Quantos somos e que ninguém se apoquente 
Que, afinal, nós seremos tantos quantos 
Os que formos a vogar nesta corrente 

Ao leitão, outra vez, à cabidela 
Ao vinho branco e fresco, e ao marisco 
E àqueles que não alcancem a gamela 
Mandaremos, por email, ar do petisco 

Esta é, companheiros, a Funda São 
E fundidos, refundados - porque não?... 
Nós cá estamos, p’lo Simões, no afundanço 

Celebremos, pois, amigos, a amizade 
Onde, por nosso grande mal, mas na verdade 

Vai de erguer, com fervor a nossa taça 
Ao deus Baco e também à deusa Vénus 
À Afrodite, a Marte e à populaça... 
Nem tem jeito que o brinde seja por menos

Pois se é certo que esta vida são dois dias 
E que até um se perdeu já neste enredo 
Deixemo-nos de merdas e agonias 
E bebamos desta vida sem ter medo

- Jorge Castro (OrCa) 

E já não basta ele oder-me, ainda me deixa toda molhadinha: 
"Quero deixar aqui testemunho da excelsa qualidade no acolhimento da nossa anfitriã: 
São, filha, o teu apuro técnico, a ternura do teu olhar, o séquito de que te rodeaste, anuncia a alvorada de um mundo novo! Raramente poderá alguém gabar-se de sentir assim o seu ego tão lambido... e falo, julgo eu, por todo o grupo. Seria essa a "órgia" de que falava o Jorge Costa? A verdade é que a humidade andava no ar. Mas ninguém conspurcou os cortinados! Na próxima, amiga, lá me tens, de corpo e alma, qu'isto o amor é o c'agarra..." - OrCa 

O prazer foi todo nosso... hmmm...

26 abril 2020

O fundo Baú - 66

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 10 de Julho de 2004, tivemos uma excelente notícia da Encandescente. E uma prendinha dela:

Encandescências...

A Encandescente deu-me uma óptima notícia: há uma editora que quer editar um livro dela.
E mostrou-me uma vez mais a doçura que é e que tem, dedicando-me (e ao OrCa) uma poesia. Nunca ninguém me tinha dedicado uma poesia... e logo uma tão bela como esta. Absorvam-na com o corpo todo:

Com a rima no lugar

Põe a mão no meu peito
Sente como bate acelerado
Como cavalga solto
O meu coração.
Depois rodeia-me o seio
E vê como ele reage
Como ele se torna
A forma da tua mão.
Desliza-a então no meu corpo
Sente a minha pele
Que chama por ti.
Provoca nela o arrepio
Que é calor, desvario
Loucura acesa
Quando me tocas assim.
Desce então mais um pouco
E sente na mão
O desejo a palpitar.
Depois meu amor
Aperta-me
Torna-me tua
Sê o meu corpo
Serei o teu
Façamos do amor lugar

Para a São. A mulher mais surpreendente que conheci nestas coisas da blogoesfera.
E para o Orca. Um poeta que gosta de rimas.

Encandescente

Publicado a 25 de Junho no blog dela. Façam fila atrás de mim para comprar o livro.

O OrCa ficou de tal forma assarapantado que desta vez nem odeu: "Honrado, vaidoso e cúmplice. Estou aqui que mal me tenho!... É bom saber-vos por aí. O quadro na parede, o escorredor da loiça, a loira exposta... Um poema dedicado e eu dedicado ao poema. O livro da Encandescente, cuja apresentação deverá ser novo argumento de encontro para esta comunidade de depravados da língua, porventura com corações que não lhes cabem nos peitos nem nos blogs de gente "séria". Mas o livro, gentes, não se esqueçam da relevância de publicar um livro. Este, cheio de sensualidades, sugestões eróticas, íntimas... Encandescente, o que eu não rimaria agora por ti!...

16 novembro 2012

«Arrastão de amizade» in «Carcavelos dos Cinco Sentidos - volume II»

O nosso Grande Membro Jorge Castro (OrCa) não descansou enquanto nós não escrevemos uma crónica sobre o dia memorável que a malta d'a funda São passou em Carcavelos, nos idos de 2005, para o Volume II do livro «Carcavelos dos Cinco Sentidos - volume II», uma publicação da Junta de Freguesia de Carcavelos que o Jorge Castro coordenou.
O resultado aqui fica, para quem não tem acesso ao livro:

Arrastão de Amizade

Era um sábado a meio do mês de Junho de 2005. Coimbra já estava acordada mas eu não, quando o telefone tocou:
- São Rosas? É… Jor… Castr… - a chamada (ou o meu cérebro) estava com falhas, mas reconheci a voz do meu amigo Jorge Castro, o nosso OrCa.
- Olá, Mestre OrCa. Não te estou a ouvir muito bem, mas diz…
- Quer… cá vê-los…
- Queres ver-nos?! Aonde?
- Eu disse Carcavelos! Quero que… venham a Carcavelos!
- Ah! Tinha entendido “quero cá vê-los”…
- E quero... Temos que… próximo encontro em Carcavelos! Num restaurante… praia…
- Estás doido, Jorge?! A malta fazer o encontro na praia de Carcavelos quando houve aí há pouco tempo (no dia 10) o arrastão?! Mas olha que pensando bem... agora a praia deve ser um sossego. Ah! Ah! Ah!
E, mesmo com um telefonema aos soluços, ficou combinado: o terceiro encontro dos membros e membranas do blog «a funda São» iria ser no restaurante Estrela do Mar, na praia de Carcavelos, no dia 2 de Julho, depois de uma visita… científica ao 1º Salão Erótico de Lisboa.
Éramos cerca de vinte folgazões, elas e eles dos quatro cantos e respectivas arestas desta nossa pequena amostra de mundo.
Quando chegámos à praia, já o Sol acariciava o horizonte.


O jantar, de caracóis e gambas, foi regado a música, poesia, manifestações tântricas, outras danças de ventre com jogos de cintura e até oficinas de iniciação a técnicas inovadoramente estimulantes, donde sobressaiu uma palestra sobre as múltiplas e desvairadas aplicações de um anel peniano, tudo sob o olhar plácido e condescendente sobre bigode farfalhudo do que nos disseram ser o vetusto fundador daquela casa e que a tudo assistia de quadro emoldurado, presidindo à sala.




Eu própria fui brindada com um concupiscente e, porventura, bem-intencionado braçado de rosas vermelho-sangue que, por razões que não virão ao caso, deixou a assembleia perto de um acesso de riso convulso.
Já a madrugada ia longa quando saímos do restaurante… e não resistimos a experimentar o conforto do extenso areal, num piquenique à luz da Lua, convidativa e inspiradora, em círculo apertado (que o frio era muito) e entoando loas à Vida, às chamuças e ao champagne, entretanto conservado geladinho por amabilidades da gerência do restaurante e, assim, em claro contrassenso em relação ao que a temperatura recomendaria, mas em absoluta sintonia com o saudável e prazenteiro desvario que se desfrutava.
O JF recorda-se “que tinha sido pouco tempo depois do arrastão e estávamos sempre na brincadeira a saber quando seria o próximo, àquela hora da noite. Apesar de algum frio, a conversa esteve sempre animada e eu creio que havia umas caixas com sortido de bolos que iam passando de mão em mão lá mais para o final da madrugada.”


Ao Jorge Castro, não lhe sai da ideia “um casalinho que se espojava na praia àquela hora tardia e se assarapantou com o chavasco do colectivo - talvez presumindo algum arrasto tardio - e se desvaneceu na escuridão do mar, onde a humidade é mais intensa”. Memoráveis, ainda, os cânticos pela noite dentro, com recurso aos portáteis, entretanto ligados, em pleno areal, sobre as caixas térmicas e lancheiras onde transportáramos as vitualhas. Verdadeira tecnologia de ponta, em círculo!
Como relembra o Jorge Costa, “estar sentado na areia de Carcavelos em madrugada serena e fresca, na companhia dos amigos, é caso de memória. Não pelo champagne ou pelas chamuças – como se sabe, elemento de simbologia eminentemente erótica – ou pelos bolos da confeitaria dos Amigos do Doce que em boa hora a lembrança levou do Porto, mas pelo facto de se ter festejado mais uma noite entre amigos.
Ainda e sempre com eles no meu pensamento, atravessámos a noite em direcção ao dia que se fazia pela estrada fora no regresso a casa. E, depois de ter deixado o último amigo em casa, adormeci feliz e cansado numa bomba de gasolina em plena auto-estrada.
Sei que acordei com excursionistas de presunto e garrafão, colados na porta da minha viatura. Os sorrisos deles foram o rastilho para uma gargalhada interior. O dia estava perfeito. A noite a isso tinha levado. Tinha estado entre amigos... numa noite em Carcavelos.”
Não sei quais são a origem e o significado do nome Carcavelos. Mas desde este dia, em que a amizade nos arrastou para passarmos nessa praia uma noite memorável, a mim soa-me a "Quero cá vê-los". E havemos de lhe fazer, de novo, essa vontade…

A vossa, só vossa, eroticamente vossa
São Rosas
Março de 2012

texto e fotos colectivos – JF, Jorge Costa, Jorge Castro e Paulo Moura

02 fevereiro 2020

O fundo Baú - 54

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 16 de Junho de 2004, fiz a convocatória para o primeiro encontro d'a funda São:

Quem quer jantar c'a São? (*)

Dia 25 de Junho (sexta-feira) - 19h00
Restaurante Simões dos Leitões - E.N. 1 - Mealhada
Inscritos até Agora (claro que ele vai) - São Rosas, Jorge Costa, Tiko Woods, Sónia, Matrix, Outsider, Karla Vainessa, Eye of the Tiger e Isso Agora... (cá está ele);
Faltam confirmar - toda a restante malta que quiser ir, claro. Gotiiiiinhaaaaaa! Diiiiiiidaaaaaaaas!

E o OrCa odeu:

A São passou-se, está visto
Agora deu-lhe p'ra isto
Raptar alguns leitões
Com cheiro fresco a marisco
P'r'àcolher as multidões
Que à Funda São pisam risco

Tiko, Costa, OrCa ou Isso
Sónia, Gotinha, Matrix
Mergulhador e Vainessa
Tudo aos molhos
E aos leitões
(Vai valer tirar os olhos
E outras mais confusões?...)

Arre, que lá vem um Macho
A São, o Mergulhador
Muff, Tongue e o Fantasma...
Fica-nos a alma pasma
Haverá tamanho tacho
P'r'àlimentar tanto ardor?...

OrCa

(*) não, não é cação... é leitão, mesmo

28 fevereiro 2008

Continuando à volta da pornografia - OrCa e Garimpeiro

"Enfim, merdas!... Entre estas coisadas de causas e efeitos é bom um gajo não se perder com a pelagem púbica e ir direito - ainda que com preliminares - à questão:
Toda a indústria à volta do sexo é florescente enquanto a «miséria sexual» - vá, procurem um maluco do século passado chamado Wilhelm Reich... - não acabar.
Depois, podemos chamar-lhe erotismo, pornografia, prima-da-tia, o que se queira. A questão continua a mesma: é a nossa insatisfação sexual, criada por uma montanha de barreiras sociais - religiosas, políticas, etc. - que alimenta o negócio. E como a insatisfação é muita, o negócio é grande.
Uns por Allah, outros por Jeová, outros por Cristo, outros, ainda, por qualquer santinha de ladeiras, todos promovem a contenção, a abstinência, como forma de chegar ao céu...
Quando é que a malta descobre que a melhor forma de sermos controlados é andarmos insatisfeitos... e presumirmo-nos contentes com isso?
Depois, vêm uns artistas e dizem que isto é apologia da anarquia e do caos e o camandro!... Puro engano. Os que mais desgraça causam ao mundo são os grandes ressentidos, os enormemente contrariados, os imensamente insatisfeitos.
Os tais que metem medo com o inferno, quando cuidam que o céu só é bom se for para eles, apenas.
Normalmente, chegam tarde (ou nunca) a provarem o que é bom e, assim, nunca lhe tomam o gosto a jeito.
Está tudo no berço. É de pequenino que também se torce este pepino.
Boca anarca: - Os bonobos é que a sabem toda!"

OrCa

"A pornografia é o erotismo dos pobres, como soe dizer-se. O Wilhelm Reich recusa todo o acto sexual desprovido. Vou reproduzir: «Diga-se de passagem que recusamos a sexualidade física burguesa o acto sexual desprovido de toda a relação de camaradagem e de ternura, não servindo senão para a descarga sexual e realizado sem se ter em conta a pessoa e o sítio». Tal e qual assim a pornografia é algo condenável, mas como o Orca diz, vivemos infelizes e insatisfeitos e para nós, desgraçados, que suportamos nos ombros a responsabilidade colectiva que nos oprime sem hipótese de fuga, ver um filmezito exibindo uma mulher sequiosa de sexo ai, dá-me muito tesão. Consciência cívica à parte, entramos no grande engodo que é afinal a razão principal na nossa existência. Morremos quando o sexo morre. Só o sexo é causa e razão suficiente da nossa existência."
Garimpeiro

08 março 2020

O fundo Baú - 59

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»



No dia 25 de Junho, cumpriu-se o que foi combinado: o primeiro encontro de membros e membranas deste blog.
No dia seguinte, publicámos a acta.

Estivemos lá! E foi tão bom... hmmm...



As chamuças também lá estiveram (o Jorge Costa é homem de palavra). Porque será que as chamuças têm aquele formato?!
O OrCa fez e declamou a «Ode e Ceia». A São Rosas declamou Guerra Junqueiro e todos cantaram uma música de (Não é) Natal.
O KomiKaga não se portou como um homem (mal), pelo que a Gotinha e o Goto puderam apreciar o panelão de arroz de marisco e o leitão. Todos beberam o espumante branco, excepto a Ana, que foi para o tinto.
O Isso Agora... só conseguia usar pontos de exclamação quando falava à São Rosas e o Eye of The Tiger foi parcimonioso no uso da palavra, decerto para compensar o Jorge Costa.
O JF veio-se de comboio mas foi-se de carro. Ofereceu-me uma revista comemorativa dos 10 anos (1992 - 2002) do Museum Erotica de Copenhaga... hmmm...
E Coimbra à beira-rio é muito húmida... hmmm... hmmm... hmmm...

E, como o OrCa ode:

Fomos poucos mas bons cum'ò caraças
Que rumámos lá pr'ò centro do universo
Das chamuças, dos leitões e das vinhaças
Que honrámos, copo a copo, verso a verso

Amanhã seremos mais, seremos muitos
Como quereis - dizei lá - é junto à praia?
E já agora para a coisa aquecer mais
Irão elas e eles de mini-saia...

Caparica, Carcavelos ou no Meco
Com leitões, ou mariscadas, vegetais
Venham todos, do pelintra ao badameco
Seremos tantos e não seremos demais!

OrCa

A quem não se veio mas nos escreveu ou telefonou, dedico o refrão da música «(Não é) Natal», que cantámos no final do jantar:
É Natal, é Natal
Já não é Natal
Se não é, se não é
Que caralho é?
Sejam sempre Felizes Na tal... (que, como sabem, é sempre que o homem e a mulher quiserem)

23 maio 2021

O fundo Baú - 122

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 7 de Novembro de 2004, houve mais um delicioso duelo entre a Encandescente e o OrCa:

Duelo de gostos

Gosto de te ter
Enrolado nos dedos
De te sentir preso, suspenso
Do toque da minha mão.
Gosto dos diálogos que travo contigo
Feitos de palavras não ditas
Mas que têm sabor.
Gosto de quando questionado
O teu corpo reage
Da resposta molhada
Que obtenho de ti.
Gosto das discussões que tenho contigo
De cruzar palavras
Rebater argumentos
Dos duelos salgados
Que travamos
E escrevemos na pele.

Encandescente

E o OrCa ode à Encandescente:

Eu gosto que gostes
Que assim me degustes
Desgastes o gosto de tanto gostar
E eu gasto o teu gosto
No gozo do gesto
E gozo de resto por tanto gostar
Que gozes
Que grites
Que de gostar fiques
A gostar do gosto de eu tanto gostar

Ah mas como eu gosto
Que o gozo que dás
Nessa tua entrega de tanto gostar
Cresça assim gritante
Em mim teu amante
Gostando pelo gosto de tanto gostar!

OrCa

19 julho 2007

- São palavras, senhor... E do seu regaço brotaram rosas.

Passeando pelo jardim d’A Funda, sorvendo o que por aqui floresce, lembrou-se a maria-árvore de nos relatar um amor de alto-lá-edifício, com Tejo ao fundo e Cristo-Rei à ilharga, talvez abençoando o evento ou para esconjurar uma sexta-feira treze. E estava criada a espiral.

Eu, OrCa, fiz uma lauda Ao Alto Amar, a que a Fresquinha logo replicou com um Prazer do Encontro (Ao Alto Amar – Resposta ao Orca), sendo assim geradas outras duas entradas no dia-a-dia da São – quem estiver muito interessado em conhecer todo o enredo pode ir procurar estes textos, recentemente publicados, para ficar com a colecção completa… Pelo caminho ficaram, em jeito de comentários, algumas pérolas e algumas pedras semi-preciosas, que não interessa desperdiçar e que aqui vos deixo.

O Alcaide reinventa a história num soneto que lá foi publicado, sequenciando a sexta-feira, mas logo depois dá-lhe outro entorno:

Alice... na cidade das maravilhas

Que vida tem história já sem vida?
Era uma vez a Luz. Morreu sem Lua.
Cidade já não canta, apaga a rua
Alice... ali fenece, ‘stá escondida.

Era uma vez mais tarde. Já esquecida.
Cidade está mais triste mas é sua,
a história vai correr mas não flutua,
no sonho dessa luz que foi perdida.

Dos braços que agarraram realidade,
dos lábios que beijaram no momento
dos corpos enlaçados na verdade,
apenas vive um sonho e o lamento...

Alice... maravilha da cidade!
E sua mão afagou meu pensamento.

Eu, OrCa, achei por bem ir-lhe no encalço. Pegando então em sugestões que por aí se deixam, lembrei-me da Invenção do Amor do Daniel Filipe:

e depois do afago fez-se a noite
que de claro o luar bem mais parecia
nada neles ser mais claro do que o dia
nem do amor gesto algum que não se afoite

e depois do lamento a ousadia
de não ter pensamento que se acoite
ou pecado que fustigue como açoite
por se darem um ao outro em alegria

e então o sonho riu da realidade
enlaçados os amantes perseguidos
quando esta pressentiu essa verdade

e o prazer e o amar já tão perdidos
despertaram-se um ao outro na cidade
de por entre esses dois corpos tão unidos.

O Alcaide achou por bem pegar no testemunho e dar mais uma volta à pista:

Depois, a noite passa...

E a noite da cidade amanheceu
e o torpor que nos corpos acontece
fez certa languidez que a noite tece,
e o sonho se acordou e reviveu

Sorri de olhos fechados como eu.
Só via um seio nu que aparece,
e o calor de uma coxa que apetece
e a língua nos seus lábios, prometeu.

E o Sol fez a cidade clarear
um corpo de dois corpos que se estreitam
um dique que se abriu de tanto amar.

Então são as cabeças que se deitam
no peito de uma paz e de um olhar.
E a vida a guerra e o medo não espreitam.

A Fresquinha olhou para a Alice (que o Alcaide entretanto inventara) olhos nos olhos e…

Cuida de ti, Alice!

Se por entre as rugas do lençol, que roça na pele o sal desse amante, encontrares a verdade do afago e o respirar incessante do pêlo e da ponta da língua,

Se por entre as pernas do desejo, que toca a alma no doce desse amante, encontrares o hino de uma paixão ardida, a dor do partir e não ficar, de o querer assim sem o ter,
Cuida de ti, Alice !

São mentiras que se atiram aos girassóis das janelas,
São mentiras que separam as estradas das vielas,
São mentiras que se erguem de portas sentinelas.

Cuida de ti, Alice...

10 dezembro 2006

Ai!


Como o Jorge Perestrelo gritei Minha Nossa Senhora e deixei-me cair literalmente para trás, abandonando as minhas coxas à função de peso morto sobre as dele. Tenho a vaga sensação que ele ostentava um sorriso de orelha a orelha, orgulhoso da sua prestação mas, em boa verdade, sentia-me completamente atordoada com uma dor lacinante na nuca. Ele devia estar à espera de uma palavrinha de elogio e aplauso pela sua competência para me fazer rebentar as comportas, porém as pálpebras pesavam toneladas e articular qualquer som pela boca parecia um esforço inglório. Aliás, como seria plausível confessar que no preciso momento do orgasmo tinha ficado com uma dor de cabeça de caixão à cova e, azar dos azares, logo depois de ter tido tanto trabalhinho para levar aquele gajo para a cama?...

Ele lá se desencaixou de mim e veio espreitar-me a cara, a baloiçar na incerteza da sua classificação e intrigado com tão estranho procedimento, muito pouco curial para uma primeira vez. Talvez o divertisse a novidade de saber que as mulheres, afinal, podem ter dores de cabeça não só antes mas também no depois, com a grafia de enxaqueca.

Acabei por soltar um ai seguido do nome dele, para o sossegar de que não o estava a confundir, que mais não conseguia de tão aterrorizada que estava com a perspectiva de estar a ser alvo de um castigo pavloviano para me impedir de dar quecas.

____________________
O Alcaide sente-se tentado a contar outras dores:
"Gosto de te ler Maria.
porém fica o amargor
do engate sem amor,
sexo mnipulador,
do uso e deita na pia...
Quero só dizer com pressa
que escreves tão bem, tão bem,
que me apetece também,
contar a ti e a mais cem,
as dores na outra cabeça!"

E o OrCa, qualquer prato, mesmo sendo marisco, ode:
"dar a queca à sapateira
não será demais o luxo?
é que ele há muita maneira
de dar maionese ao bicho

e dá-se a pinça melhor
agressiva qual tenaz
se o n tirares sem dor
e fores do amor atrás

que o animal é de esguelha
que p'la vida fora avança
já nós vamos de cernelha
frente e atrás e siga a dança

e na concha ter marisco
sei-o bem p'ra meu deleite
mas não melhora o petisco
por ter casca que o enfeite

vais ver foi a congestão
que te estragou a merenda
que ter pinça sempre à mão
pode ser mais que a encomenda..."

O Pedro Laranjeira ode o contraditório:
"Estás enganado, D. Orca,
que toda a gente acredita
que a casca que enfeita a porca
aumenta o valor da dita...

Não é que tenham razão
ou não lhes provoque azia...
Pois se até um peixarão
propõe quecas à Maria...!

(a perca envaidecidona,
com ar de quem rapa o tacho,
procura na árvore a cona,
p'ra melhor se sentir macho...)

...mas o Alcaide, esse então,
que até gosta da Maria,
com enxaquecas-tesão
vai mesmo acabar na pia!

...e depois, ó santas gentes,
que nos mandam estas trovas:
faz mal dar fodas urgentes
e seguir p'ra outras novas?!...

Como aprendi de Vinicius
(que a verdade lhe perdure)
sempre que bebermos vícios
SEJA BOM ENQUANTO DURE!"


Alcaide:
"Acaba na pia a porca
comendo à sua maneira,
uma flor de laranjeira
ou um poema do orca,

e come marisco ou nabo
depende da refeição
põe-se noutra posição,
já a porca torce o rabo.

Com amor mais descartável
que linda...quando está dura
enquanto dura perdura,
come só pescada ou sável.

Até nem tenho apetite,
mas comendo, gosto de ler
o que a Maria escrever
e um ou outro palpite.

Apenas digo e repito
que comer só por comer
acaba por esquecer
que um lindo amor... é um pito!"


Pedro Laranjeira:
"Olha, a porca vai comer
na pia à sua maneira,
de rabo alcaidenrolado,
um poema orquencastrado
e flores de laranjeira...!

Triste sina a da pescada,
do sável e do marisco,
digeridos de assentada
numa gula desregrada
de trincar e lá vai disto!

A Maria de certeza
concordaria comigo
que não há prazer de mesa
por mais farta, rija e tesa,
que não traga algum castigo...
nem que seja em celulite
enfarte ou até trombose
por excessos desmedidos...
Sabe as linhas com que coze
a história que nos contou
e os versos mal paridos
com que nós lhe respondemos
só comprovam que entendemos
que a vida nos ensinou
mais do que aqui confessamos...
é verdade, nós gostamos
de comer só por comer...
... e se um dia é de marisco,
no outro nos torce o rabo
o engodo de ver o isco
fugir com ele entre as pernas
e só nos deixar o nabo...

Façamos então de conta
que a vida acaba amanhã!
Não assinemos a afronta
de que nos possa ser vã!

Comamos só por comer
mas sempre cheios de amor
e vivamos sem rancor
do que a vida nos trouxer!

CARPE DIEM, companheiros!
Na morte não há saudade!
Sejamos sempre os primeiros
a ter a capacidade
de sermos os pioneiros
da nossa própria verdade!"

10 junho 2006

Os avanços do Nelo e as aventuras do Orca

Lá para os fundos da página, há uns versos chamados "GOSTOS", que mereceram desde logo uma investida do Nelo, por sua vez arriscadamente comentada pelo Orca...
Depois de me terem dado duas, exerci o meu direito de resposta e, a propósito, a Sãozita resolveu chamar-me "fodista" - de suas palavras: "Ah, fodista!"...
Portanto, não quero que lhes falte nada, aqui fica o resto!

Pedro Laranjeira

O Nelo adora oder quem o ode:
Ó menino Laranjinha,
De palavra tão brejêra
Veija lá çe quere a minha
Que eu a minha tenhu ligêra

Toda ela levezita,
Toda ela uma colchêa.
Uma briza levi e querida
Que sabi beim vivida a meias

E éu çei que tú bem çabes
U que çabemos bem os dois,
Queres tu faser-me antes
O que éu te farei depois

A açim me fases versus
E respondu ós tés ditos
Respondendu éu ós téus
Ficamus açim os dois quites

Çó falta agora ter contigo
Para eu te cunhesser
Vô depois ao té cuzito
Depois de tu o meu foder.

Adivinhem quem vem oder. Claro que é o OrCa'ralho:
saltam-me estes dois ao fado
como quem do fado vive
um vestido de pecado
o outro... só traz um bibe

e estão ambos tão certinhos
numa tal conjugação
quem os vir assim juntinhos
fica-lhe a cogitação:

belos me saem os manos
fazendo mais do que podem
mas então estes maganos
até no fado se fodem?

mas não cuideis de má-língua
sede prudentes, calai-vos
quem sabe, talvez por míngua,
fazei como eles: amai-vos!

22 maio 2006

fotografando o dia

São, não sou capaz de te recusar nada!...


provocação

fazem números de nós
amor
de quase nada
e no entanto há tanto
tanto amor
feito de nada.

- foto e poema de OrCa

A pedido de vários membros e membranas, o OrCa esclarece:

como dizer-vos o nome da rua
que pedis nesse tom tão ligeiro?
a verdade bem nua e mais crua
é ser rua deste mundo inteiro

pois por mais que se ande e desande
que se crie, se funda, se inove
seja qual for a rua em que se ande
há-de haver por lá um seis e um nove

e depois cada um que se ajeite
ao sair ou entrar na função
e se apure no doce deleite
de brincar com tal numeração...

O Charlie dá uma achega (contracção de «ai» com «chega», verbo dúbio muito usado pelas gajas, que tanto quer dizer «basta» como «aproxima-te»):

"Em voltas loucas e infinitas
Onde já não se encontra o Norte
Andam de cabeça aflita
Procurando a sua sorte.

Estarei agora em cima,
e tu lá do lado de baixo,
Ou será que troco ainda
O sítio que já não acho?

Vejo-te todo enrolado
No novelo que me envolve
O setenta é ao lado
O meu é o sessenta e nove."

O Alcaide oferece-se para testes:

"Serei o seis com as pernas para cima
Serás o nove com pernas para baixo
Sessenta e nove é a casa que anima
Se bonito o nosso amor eu já encaixo"


A Papoila Rubra agradece o esclarecimento:

"Resta-me então agradecer
ao gentil cavalheiro OrCa
a vontade de me esclarecer
com tão esmerada resposta

Quando o corpo à delícia convida
e há desejo que a vontade comporta
de nada serve o nome da rua...
que se lixe o número da porta!"

21 maio 2006

soneto à beira da cama

só meto a mão em soneto
se noto nata na estrada
sentindo toda molhada
a mão que na mata meto

e vou da quadra ao terceto
quase sem que dês por nada
nadando a mão mareada
arrimo arrumo e arremeto

abres-te em prata no verso
como porta de um tesouro
onde eu entro já converso

num arremesso de touro
logo amanso controverso
fechando o soneto em ouro.

O OrCa prova do seu próprio remédio, porque a Espectacológica ode-o:

"e quando de manhã te levantas?
ainda te lembras do ouro
porque a estatueta é de mijo
ela olha de soslaio o touro
e reza para que continue rijo

diz-lhe: anda cá meu tesouro
pisca o olho e atira um beijo
ele mija e sacode o besouro
ela húmida parece um queijo

finalmente vão a banhos
extenuados de tanta estrada
ficam limpos e sem ranhos

e ela fica sempre molhada
e ele de diversos tamanhos
sempre prontos na entrada"


O Alcaide reode-o:

"Poeta sou a brincar,
digo a sorrir uma rima;
meu verso é boca que arrima,
p´ra poesia cantar.

Esta quadra vai tocar
No terceto que a mima.
Dá-lhe força que anima
O sonho vai começar

A rima agarra-se tanto
ao amor que lhe prometo
que sorri banhada em pranto!

Toda a poesia lhe meto
(o verso sobe... eu garanto)
e gozo assim com o soneto!"


O OrCa auto-ode-se (isto é, masturba-se em verso):

"como eu gosto destes jogos
a um - a dois - a um cento
quando a um lhe falta alento
noventa e nove são fogos

desdobrados em afagos
furiosos - ternurentos
rapadinhos - penugentos
mais ricos que três reis magos

mesmo não metendo a mão
em tal pratinho de estalo
reavivo a sensação

de haver no mundo este embalo
e fica-me a sugestão
de querer experimentá-lo"


Volta (mas não se volta) o Alcaide: "E eu não gosto?...

Eu sabia que num dia,
na vida iria encontrar
poetas que a versejar
fossem grandes na poesia.

E sonhei que ainda teria
palavras p'ra recordar
mil... estou a exagerar.
Basta o Orca. Que alegria

E venham todos cantar
Ninguém tenha nostalgia
porque o sonho... é sonhar.

Dizer palavras um dia,
frases se as junto no ar,
ideias belas ou... porcaria!"


O Nelo ensina:

"E quem nam xprementa
E nam çe afoita
Nam sabe do gosto a pimenta
E no céu que alimenta
De que gostou o Alcagoita.

Ele comessou tud açim
Fasendo a tal converça groça
Agora vem já até mim
Diz : - Nelo, isto é mesmo açim
É tam bom! Minha nóça!

Éi da forma que todos ção,
Comessam por chamar paneleiro,
E dpois da comixão
Çublimar-lhes o tesão,
Já çó querem no trazeiro

E nam digam coiza reles,
desta arte; uma alegria
Squeçam lá das voças peles
Venham ver quisto nam expele
Apenas só as porcarias.

É uma coiza bem sublimi
Que os Nelos todos conhessem.
Aguentem lá o pau todo firme
Vão se vir cumo éu çê vir-me
Nunca máis duma melhér caressem..."


O Alcaide respode: "Entrou o rabeta a preceito... de qualquer jeito!

Se não estou sereninho
louco da vida que arrasa,
descanso na minha Casa
aqui no centro do Minho!

Venham daí... tenho vinho;
broa, sardinhas na brasa
caldo verde que atrasa
e um cheiro a rosmaninho!

Tudo tem certa beleza.
Nem pensar só em comer
Pois é causa de tristeza...

Vem o Nelo a correr
Vamos rir à sobremesa
vê-lo «cerejas» lamber!"

05 setembro 2005

Dom OrCa

Como dissemos que o OrCa tem o Dom, pimba! Odeu-nos logo:

Feliz e contente assim me fico
amigas neste apreço por tal dom
que meu sendo quando o dou sinto-me rico
e ter tais gentis carinhos... é tão bom!...

e a vós eu o darei todas as horas
e a tais damas então é de bom tom
que vós sois para mim umas senhoras
a quem um dom assim dado é mais que bom

dá-lo-ei pois quando assim o quiserdes
qual badalo que no sino larga o som
e em tom baixo ou alta grita o pedirdes:
"- Ó Orquita, mostra-nos lá esse dom..."


OrCa