20 janeiro 2007

Calão e jantarinhos

Há dias o zb escreveu sobre «Calão cavalheiresco».
Os comentários foram mais que muitos, foda-se!
Esclareceu o zb: "A linguagem é afinada consoante o objectivo de mandar alguém para o caralho ou trazê-la até ao caralho. Perceberam? É que facilmente um homem percebe «Vai para o caralho» e com uma mulher já dizer «Vem ao caralho» pode ter o efeito contrário de a afastar. Não tem nada a ver com aberturas, mas com tácticas e objectivos, mas isso sabem vocês todas muito bem, pois são mestres no «não quero» quando estão desejosas de algo".
Bartolomeu: "Eu sou dos que chama os bois pelos nomes, de modo a conseguir localizar-me no espaço e no tempo. Nada é intemporal. Não perceberam onde estou a querer chegar? Então deixem, não se preocupem. (...) Não vale a pena perder tempo com calões, ou chavões. Não é a linguística que altera o significado das intenções. Isto porque, se um tipo simplesmente deseja «morfar» a tipa, mas ela não está para aí virada, bem pode gastar o ordenadinho em jantares, que não chega a lado nenhum. No entanto, se é vontade dela que se realize uma enorme festança, digo-vos e podeis acreditar, não é preciso o caramelo preocupar-se com o jantar, ela encarrega-se do assunto. Mas... em verdade vos digo e para que sejamos honestos no falar, a «coisa» corre melhor se houver antes o romantismo de um jantar, que não tenha o gosto de pagamento de factura. (...) Criou-se um faz-de-conta geral, que diz o seguinte: Todo o gajo que é gajo, «faz» a gaja e depois basa. Ilusão! Nem o gajo quer basar, nem a gaja quer que o gajo base, nem o gajo quer só enterrar a piça na greta da gaja, nem a gaja se resigna a receber a piça do gajo, em troca de um almoço, ou de um jantar. O que todos desejam, homens e mulheres, é que a relação, breve ou longa, seja apreciada por ambos, sem espertezas, nem enganos. Obviamente, para além dos olhos-nos-olhos e da atracção física, mesmo que não haja amor, pretende-se que haja desejo... de ambos."
Charlie: "Ai... é por isso que hei-de ser sempre um desgraçado com o coração feito em pedaços. Perdido em tempestades de emoções e poesia. Eu gosto mesmo é de amar. Sentir o coração da mulher a bater no meu peito e morrer por ela. Sexo é bom, pois é. Mas sem amor... Estou como o Zezinho: espera aí que já venho, vou ali bater uma..."
fábula: "Há que falar a linguagem da pessoa que se tem à frente, independentemente do sexo da pessoa. Se é uma conversa, o que interessa é que as pessoas se entendam, certo? (com ou sem caralhada pelo meio, eh eh!)"
São Rosas: "Eu também não sou gaja para tolerar caralhadas por dá cá aquela foda".
Nelo: "Pois eu Roza, quande éi pelo cu assima éi quande éu goste mais..."
: "Não existe nada mais sábio que o tempo. Passo a explicar: hoje até se aceita que um «jantarinho» pode ser romântico e prévio a um encontro amoroso que desague numa relação sexual. Vero?... Há umas boas semanas atrás, ouvi das «boas» por sugerir que um bom jantar ajudaria certamente a que as pessoas se desinibissem e tornassem mais íntimos os momentos que se seguissem... E acusaram-me de «meter dinheiro» nestas coisas... Hoje,parece-me discutirem como será melhor. Se ele, se ela a pagar... e - pasme-se! - se umas «caralhadas» (com que vergonha me expresso desta forma) ajudam ou não à situação..."
OrCa: "Nestas coisas a dois, o que dá gozo só a um faz-me sempre lembrar a história do outro que quis mostrar à mulher como se fazia amor à paraquedista. Já agora, a propósito, bate o vate:
o vernáculo é pio - não é piu
e deve usar-se como um fato por medida
que fazer rapapés à mal fodida
quando se vai ver dela... já fugiu

tudo aqui se concerta num concerto
se a língua se destrava é por consenso
e então tanta graça, tanto ardor e tanto incenso
faz em ambos que se fodem mais acerto

tudo o mais feito a sós é uma treta
que a dar gozo como aqui tão bem se estima
é bruteza fera e negra e faz mau clima...
por um só - meus amigos - só punheta.

H2SO4: "O que interessa a terminologia? Fazer amor, foder, fazer sexo, encavá-lo ou abocanhá-lo...? Quanto mais variado for o sexo que se pratica com amor ao dito, melhor é a foda. E quem pensa em comer se a fome é foder? Mainada!"
OrCa:
"convivas, há que dizê-lo
bem de frente e formas lisas
que o vernáculo é tão belo
como o amor sem camisas

dizer foder é fodido
ou cona ser do caralho
tudo vai do seu sentido
ou do contexto a retalho

mas dizer seja o que for
este, aquele de peito ao ar
há-de dar gozo maior
se tanto disser o par

e um que mata, outro esfola
cada um a seu contento
mal ele diz: «- Sarapitola!...»
diz ela: «- Já cá está dentro!»

Anos dos bons para todos!"

Alcaide:
"depende da posição
do momento, do trabalho,
de pé não diz palavrão
se deitados, é o caralho...

os dois na cama perdidos
e se ela se abandona
há caralhos e gemidos
até peidinhos na cona!

a treta inacabada
oh! filho não pares mais
oh! filha estás encabada
eu me venho...não te vais!

palavra meu palavrão
quem é que o não sentiu?
numa fraca ocasião
dizer... puta que pariu!..."

Nelo:
"Ai iço e o que eu gosto
De sentir-me açim no meio
Dum caralhal bem disposto
Sem vaidades ou desvaneius

Ei uma melhér que faz um verço
E outro home pelo mejmo caminho
Um ei Orca desde o Berço
outro um Alcagoitezinho

Mas nam pençeim que me squeço
das gaijas imbora as covas.
E há nina Matere eu pesso
Que nunca me ponha há prova

Queu çou bisha, ai pois çôu
Mas neste mundo bem squezito
Tudo por um caralho dou
Mas de repente gosto dum pito

ai foge pençamento
Que ideia feia e porca
Continueim Alcagoita
E o Bardo eçe, de nome Orca..."

zb: "Ena c'um C******. Um gajo anda uns tempos por fora, que nem tem tido tempo para coçar os C***ões e chega aqui e pimba. Ora tenho a esclarecer: A coisa está um bocadinho fora do contexto pois tudo foi retirado do seu contexto. Assim, eu não digo que tenho dificuldade a falar de sexo com mulheres (muito menos em fazê-lo), digo apenas que normalmente com mulheres costumo elevar o nível da linguagem (ou será que o desço com os homens?), não invalidando que não diga foder ou outras carvalhadas do género, mas atentamos a este exemplo: Estando com um amigo posso dizer : «Aquela gaja levava uma 'ganda' foda». Se estiver com uma amiga (que não esteja interessada) já direi: «Aquela rapariga é interessante!». Se for com a própria rapariga, não lhe vou dizer «Levavas uma 'ganda' foda» nem «és interessante» mas, dependendo das circunstâncias e inspiração do momento: «Estás muito bonita... blá, blá, blá, etc. Queres jantar comigo?». Sim, jantar, porque nestas coisas ou é ou não é. É que «Jantarinho» rima com «arranjinho» e por muito que o seja nenhuma mulher gosta de admitir que uma relação o é. E depois o pagar está implícito, ninguém deve dizer que paga. Isso é coisa de putos. Aqui eu sou muito à moda antiga: o homem, normalmente, deve pagar o jantar, mais não seja por a mulher estar à espera disso".
Nelo: "Acho Zei Bei que tens cunverça a mais... Iço soa me a desculpas, melhér... que tal um boa broshada com caralhadas há mistura?..."
zb: "Nelo, não sei como é que pensas fazer um broche e falar ao mesmo tempo, mas de qualquer maneira, para mim, broches só os feitos por mulheres. Tens de procurar clientela noutro lado para esses teus dotes artísticos. Já agora, tens algumas amigas (fêmeas) boas que necessitem de algum «ombro» amigo? Humm?"
: "Para encerrar o debate, em verdade vos digo : ou se faz amor, ou se faz sexo... tudo o mais que se possa dizer sobre a matéria carece de fundamentaSão prática (e até mesmo empírica...). Essas expressões vernáculas, que me recuso a reproduzir, são apenas sinónimos (e fracos) do mesmo étimo.Vão-se catar!..."
E nós fomos, caralho.

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