01 maio 2004

Pede

Virou-se, ele estava encostado à porta.
Ela ia lavar-se, tinham acabado de fazer amor.

Ele aproximou-se, deu-lhe um beijo no ombro descoberto. Ajoelhou no chão frio junto dela:
- Eu lavo-te - disse.
Abriu a torneira, espalhou sabonete nas mãos e começou a espalhá-lo nas pernas dela, perto do joelho. Concentrado no acto de cobrir a pele com aquele tecido de espuma, de não deixar nem um centímetro de pele a descoberto.

Fê-lo lentamente, subindo numa perna, depois na outra, sem nunca se aproximar das coxas, rodeando-as, evitando-as.
As mãos dele deslizavam, lavavam, acariciavam, eram prazer e expectativa.

Ela contraía-se cada vez que as mãos se aproximavam mais.

Ele disse:
- Pede.

- Lava-me...

Poema de
(para lerem este e outros poemas dela, visitem o blog)

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