Era sempre eu que despertava o meu irmão mais velho para ele não ter de suportar o tic-tac irritante dos despertadores, naquela época longíqua em que os telemóveis não existiam. Todas as manhãs me aproximava silenciosamente e sussurrava-lhe ao ouvido um bom dia melodicamente meiguinho, ao mesmo tempo que a minha mão direita lhe massajava uma omoplata.
Depois, subia um pouco os estores para a luz assim coada se espalhar uniformemente pelas paredes e alavancar as pálpebras do adormecido. E neste ritual matinal, dei um dia com o sol no cume dos lençóis alcandorados numa pirâmide de Gizé, nascida um pouco abaixo do umbigo do meu mano. Não sendo nós Ísis e Osíris, nem tão pouco descendentes de alguma dinastia faraónica e tendo o meu irmão descoberto o ponto de fuga das roupas de cama, encarei-o sisuda e adverti-o que sabia que era mais nova do que ele, o que não era motivo para mo frisar logo pela manhã, apresentando-me um escorrega.
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Uma por dia tira a azia