09 janeiro 2008

Futilidades


Há mulheres que vão ao doutor da cabeça, àquele que alguns insistem em chamar cabeleireiro, para dar sumiço às coisas para as quais ironicamente se diz fecunda-me que eu gosto.

No meu caso, prefiro ir fazer umas comprinhas aconchegada na futilidade de não pensar em porra nenhuma nem concluir a ponta de um corno deixando fluir o tempo enquanto pago facilmente em multibanco ou visa as coisas que aumentam o orgulho momentâneo porque nos seduzem.

É que ele há roupas, livros, cd's e objectos maravilhosos que estão mesmo ali a olhar para nós e nos lançam beijos com os lábios esticados em cuzinho de galinha e depois nos sussuram que os levemos. Mal lhe tocamos, ainda zonzas da surpresa, a avaliar a textura, perpassa-nos logo um torpor que confirma que há química entre nós. Damos duas ou três voltas com a escolha nas mãos à laia de dança nupcial apropriada à ocasião e respirando certezas corremos para a caixa de pagamento mais próxima para alcançar a permissão de finalmente ficar a sós com o objecto de desejo.

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Uma por dia tira a azia