Sou apenas uma rapariga
que gosta de cor-de-rosa
o meu vestido tem a cor da pele
que já não posso despir
porque nesta estranha Terra
os homens que violam os nossos filhos
são filhos de outras mães, mães como nós
mães vestidas de cor-de-rosa
quando embalaram os seus tesouros
Sou apenas uma rapariga
vestida de cor-de-rosa
o meu corpo tem a cor da alma
que já não sei encontrar
porque neste estranho colo
entraram desiguais filhos
de mães sempre iguais
(falo de Mães, não de mães)
e, quero acreditar, talvez estes filhos
não violem outros filhos
se me puderem violar.
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Uma por dia tira a azia