E eis que vejo
que a lado nenhum pertenço,
sem nada meu, apenas este desejo
sempre demasiado intenso,
esta fome de saudade murcha.
Saudade de quê? Saudade de quem?
Não tem alguém, não perde ninguém,
não pinta, só mancha.
E eis que vejo e prevejo
o vazio imenso em mim a crescer,
pois que tanto me despejo
que nada me pode encher,
esta febre de vontade queima.
Vontade de quê? Vontade de quem?
Não aquece ninguém? Não aquece alguém,
não arde, só chama.
E eis que me vejo
lasciva, um corpo de mão em mão.
Amantes? Um cortejo,
são placebo da tua paixão.
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Uma por dia tira a azia