Neste querer, tanto a alma quer
que nos desalma e vai
que nos desalma e sai
de nós e vai aprender a viver
sai e vai beijar onde nos doer
foge-nos das pernas nuas e doridas
foge-nos das mãos frias e cansadas
foge, se a pele nos quer endurecer.
Neste querer, da alma faz-se mulher
e alma menina que, assim, também sou
fugida do corpo meu que não me abraçou
tenho abraços que não obrigam a crescer
basta ser, deixam-me ser
e as nossas almas, pela doçura tocadas,
consertam mãos e pernas quebradas
não deixam a nossa pele morrer.
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Uma por dia tira a azia